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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quarta-feira, 31 de março de 2010

S.A.R., DOM DUARTE DE BRAGANÇA NO PROGRAMA "PERGUNTAS PROIBIDAS"


Conforme foi anunciado, no dia 18.03.2010 no programa "Perguntas Proibidas" S.A.R., Dom Duarte de Bragança apresenta uma panorâmica de grandes questões nacionais em entrevista a Mendo Castro Henriques, Presidente do IDP-Instituto da Democracia Portuguesa.



Para Ouvir:       1ª PARTE        2ª PARTE

S.A.R. O SENHOR DOM DUARTE NO CONGRESSO MARQUÊS DE SÁ DA BANDEIRA

SAR O SENHOR DOM DUARTE DE BRAGANÇA criticou o governo português pelas medidas que tem tomado para enfrentar a crise económica. D. Duarte de Bragança participou no primeiro congresso Marquês de Sá da Bandeira. Neste evento, o membro da Família Real acusou os políticos de fomentarem a perda de confiança nas instituições e de embarcarem em obras "faraónicas", referindo-se à construção de barragens e aeroportos. Em jeito de conclusão Dom Duarte mostrou-se disponível para fazer parte da solução para a crise económica. A jornalista Raquel Morão Lopes traz-nos as principais declarações.
 

O QUE SIGNIFICA SER MONÁRQUICO HOJE, CEM ANOS DEPOIS DO OCULTAMENTO DO REINO DE PORTVGAL? (PARTE I)


Reconhecer o Senhor Dom Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael de Bragança, Príncipe Real de PORTVGAL e XXIV.º Duque de Bragança, como Herdeiro Legítimo do Trono de PORTVGAL e, logo, Legítimo Chefe do Estado (pendente da aclamação das Cortes). Não questionar a Sua legitimidade dinástica e não contemporizar com faltas de lealdade para com a Sua Casa e a Sua (Nossa) Causa Real.

Ser intransigentemente fiel à Sereníssima Casa Real e Ducal de Bragança e ao Presidente da CAVSA REAL, na falta de herdeiro manifesto e legítimo de El-Rei Dom Sebastião, O Desejado (enquanto a Sereníssima Casa Real e Ducal de Bragança for intransigentemente fiel à Tradição dos Senhores Reis de PORTVGAL, bem entendido).

Ser intransigemente leal para com a CAVSA REAL, único organismo reconhecido pelo Príncipe Real de Portugal como legítimo representante e promotor das pretensões dinásticas da Sereníssima Casa Real e Ducal de Bragança.

Não tolerar dissensões, louletanas, mariapianas, poidimanianas e outras. Não tolerar o PPM. Extinga-se rapidamente. A Monarquia não tem partido(s). Não pactuar com a utilização abusiva da designação da CAVSA REAL por grupos dissidentes. Não manifestar complacência institucional e pessoal para com a proliferação de grupúsculos dissidentes e desviantes. Não tolerar a promoção pública de divisões entre os Monárquicos e a fragmentação dos mesmos em grupúsculos, facções ou tendências intolerantes, irracionais e canibalistas.

A divisão dos Portugueses e dos Monárquicos em facções ideológicas irracionais estilhaçou, esgotou e matou o ânimo colectivo de PORTVGAL no século XIX, precipitando-nos no caos republicanista, numa guerra mundial com a qual nada tínhamos a ver, numa ditadura que nos isolou e atrasou e no pântano partidocrático em que estamos atolados.

Dissidentes monarquistas e republicanistas mancharam as suas mãos com sangue real (sangue português) em 1908. Em verdade se diga e reconheça que a dissidência, a inépcia, a desorientação e indiferença monarquistas, mais do que o republicanismo jacobino, burguês e estrangeirado, mataram o Reino em 1910.

Nas eleições municipais de 1 de Novembro de 1908 o partido republicano português ganhou, entre outras, a Câmara de Lisboa, elegendo aí todos os seus candidatos e alcançando posição proeminente no quadro político e institucional da época. A este respeito escreveu S.M. o Rei Dom Manuel II ao primeiro ministro:

«O que era necessário é que os monárquicos trabalhassem; há 40 000 recenseados aproxidamente em Lisboa, os republicanos têm nesta eleição 9 000 e tantos votos; o que fazem os restantes 30 000 votantes?»

O repto do jovem Monarca permanece actual: o que é necessário é que o Monárquicos trabalhem.

Nada mais se lhes pede.

O que é o mesmo que dizer que TUDO se lhes pede e TUDO lhes será exigido, em prol da Restauração.

Viva o Rei!

Por António Emiliano no Facebook

terça-feira, 30 de março de 2010

INTERVENÇÃO DO DEPUTADO PEDRO QUARTIN GRAÇA, NO PARLAMENTO

O CAMINHO QUE TODOS CONHECEM... A SOLUÇÃO QUE NÃO QUEREM VER


Todos sabem que Portugal tem de mudar o seu Regime Político.Todos sentem que a democracia está adulterada e cada vez mais reduzida no seu sentido.Todos conhecem as soluções de mudança, que são exigíveis, para recuperar a sociedade portuguesa.Que temos um peso da Administração pública insustentável, que teremos de privatizar os serviços.Que temos um sistema eleitoral, que beneficia a irresponsabilidade política e a mediocridade.Que temos um Regime, que é permissivo ao compadrio e à dependência dos interesses partidários, pessoais e dos interesses estrangeiros. Permissivo à corrupção e aos conluios dos interesses, que não garante a independência e autonomia dos poderes legislativo, governativo e judicial.Todos sabem que a crise não é apenas económica, mas uma crise de valores e da sociedade.Todos conhecem as soluções para o desenvolvimento económico, mas persiste-se em soluções insustentáveis.Comprometem-se gerações futuras, hipoteca-se um país, através de projectos grandiosos, que não temos condições nem de pagar, nem de beneficiar ou usufruir.Todos sabem que nenhum país sobreviverá, apenas com projectos de investimento públicos.Que nenhuma retoma económica e social será possível, apenas com uma politica de fomento de serviços, sem uma actividade produtiva dinâmica.Todos sabem que o estímulo empresarial individual, é a base essencial da recuperação, mas persiste-se no seu aniquilamento. Todos sabem que o ensino público é a garantia do nosso futuro, mas é precisamente aí que prolifera a maior das desgraças e o declínio da formação académica é uma triste realidade.Não está na falta de consciência dos políticos, o seu pecado. Pois todos conhecem a realidade e as consequências dos seus erros.O problema está em que esses políticos, apenas podem dizer e agir, de acordo com o que é fácil e á agradável de ouvir.Porque esses políticos são frágeis e apenas se conduzem pela suas carreiras e por consequência numa perspectiva de curto prazo.Porque esses políticos não pagam nunca a factura dos seus erros…nem da sua falta de coragem para encarara a realidade.Porque esses políticos são instrumentalizados e influenciados por grandes outros lobies estrangeiros.Porque não há uma cultura social de exigência, que os obrigue a seguir a premissa do Serviço Público.Não há essa cultura de exigência, porque ela não é conveniente.Todos sabemos isso e a isso somos permissivos.Um Presidente da República, dependente e reconhecido, pois foi eleito através de acordos partidários e a quem presentearam com um final de carreira política de prestígio, não tem assim nenhuma condição para fazer na sociedade este trabalho essencial e determinante, que é o de promover a exigência da sociedade civil, para com os que estão na política e no serviço público.Um Presidente da República, apenas tem de ser reconhecido para com aqueles que o homenagearam e nunca irá também pagar a factura dos seus erros.Preserva-se um sistema que não premeia o mérito na sociedade, nem o orgulho dos portugueses.A descrença está generalizada, não há motivação, cada um carpe mágoas e faz acusações, sem a ilusão da mudança possível.Como é possível então, que nem todos vejam o óbvio.Só com um Regime, em que o Chefe de Estado, não seja temporário ou provisório, que assuma o pagamento das facturas e com isso comprometa também seus filhos e toda a sua família, poderemos aspirar a que se volte a falar verdade.Só com um Chefe de Estado, que una todos no respeito pela nossa História e pela nossa Identidade como povo, poderemos aspirar a travar o caminho da dissolução.Só com um Chefe de Estado, que permanentemente enalteça as nossas potencialidades e os nossos desígnios de futuro, o poderemos construir.Só com um Chefe de Estado, livre de compromissos partidários e autónomo dos jogos e lutas político partidárias, poderemos aspirar à mudança e a que os políticos encarem com coragem e determinação a realidade.Tal como dizia Alexandre Herculano…podem correr agora com o Rei, mas um dia terão de voltar a chama-loTal como dizia Fernando Pessoa …é a Hora..

Jose Andrade
(Fonte: Blogue Lusa Monarquia)

segunda-feira, 29 de março de 2010

ALEXANDRE HERCULANO, UM GRANDE MONÁRQUICO

A Mentira histórica, tenta salvar a Mentira política.

Um destacável de hoje (28/03/2010) do Jornal de Notícias faz toda uma homenagem a Alexandre Herculano, pois comemora-se o bicentenário do seu nascimento.

Tenta-se colar o pensamento de Alexandre Herculano, ao idealismo republicano e associar esta comemoração à do centenário da República.

Não há já escrúpulos perante o respeito que nos deve merecer uma dos mais brilhantes romancistas e historiadores portugueses.

Com a mentira tenta-se salvar a mentira.

Alexandre Herculano é apresentado como um defensor do ideal republicano, num texto assinado por Claudia Luis, em que se deturpa grosseiramente, o pensamento político do nosso grande historiador, romancista, poeta e político.

Alexandre Herculano, que foi instrutor do D. Pedro V, que foi determinante para a consistência ideológica e política, desse extraordinário jovem Rei de Portugal.

Alexandre Herculano, que foi um dos grandes investigadores históricos portugueses.

Alexandre Herculano, que chorou que nem uma criança no funeral do seu Rei e aluno.

Alexandre Herculano que deixou como seu testamento, a mensagem histórica aos portugueses….” Se correrem com os Reis hoje, terão de voltar a chama-los”.

Alexandre Herculano que foi um dos maiores lutadores pela verdade e pela liberdade de expressão, é agora violentado na sua ideologia e nas suas convicções, através da mentira que apenas pretende salvar o culto da actual mentira.

 Alexandre Herculano era um democrata, mas era monárquico e defensor do Reino de Portugal.

O que se pretende agora é tentar preservar a mentira, de que Republica é sinónimo de democracia.

Não foi democracia a 1ª Republica, não foi democracia a 2ª Republica, a actual Republica é um simulacro de democracia formal, uma mentira formal, que se tenta salvar com a mentira histórica, ofendendo o idealismo de figuras grandes da nossa literatura e da nossa história..

São os portugueses ofendidos por este tipo der sobranceria de algumas pessoas que por motivações políticas, não têm escrúpulos de ofender a memória de Homens grandes, e não têm vergonha de deturpar toda a sua luta empenhada na defesa dos seus idealismos políticos.

A verdade é que vivemos numa Oligarquia partidária, a verdade é que hoje somos um país totalmente dependente, em que os supostos representantes do povo, já não o representam porque são submissos às dependências externas e ao sistema financeiro que governa todo o mundo.

A democracia foi condenada, é a verdade que se pretende esconder, através de toda esta mentira.

Os Homens e Mulheres livres já não têm condições de serem ouvidos e escutados.

A mentira tem assim o privilégio de poder ser divulgada e de ser exclusiva da informação que é dada aos portugueses.

Tudo está controlado, pela promiscuidade entre o mundo das finanças internacional e os políticos dependentes, dos países dependentes.

A mentira prevalece, a subjugação dos povos, das sociedades, dos países, aos interesses financeiros é a consequência de sonhos ilusórios, que se instalaram e que se promovem numa campanha permanente, que a toda a hora nos invade a própria privacidade dos nossos lares.

A mentira que não tem escrúpulos, é desumana e destruidora das sociedades, uniformizadora dos costumes e das vivencias, que serve apenas o interesse de uma elite mundial.

Resta como esperança, a persistência dos Homens e Mulheres livres, que numa luta pela verdade e pela recuperação do humanismo, consigam pela sua persistência, preservar uma reserva de valores nas sociedades, que permita e ocasione o ressuscitar da consciência dos povos, perante as graves crises sociais e políticas, que são inevitáveis.

Estes Homens e Mulheres livres, os que apontam que uma sociedade com um passado e com uma história tem direitos e que esses direitos constituem o sentido de país e de uma Nação, podem estar hoje silenciados, mas são a reserva humana da verdade.

Portugal ainda tem sentido, a sociedade portuguesa ainda tem direitos, os portugueses voltarão a ter o direito de decidir sobre o seu futuro e a governar em Portugal.

José J. Lima Monteiro Andrade
(Fonte: Blogue Desafio de Mudança)

«Olhamos impassivelmente para as doutrinas republicanas, como olhamos para as monárquicas. Não elevamos nenhuma a altura de dogma. Não nos cega o fanatismo, nem perguntamos qual delas tem mais popularidade. É já tempo de examinar friamente, e de discutir com placidez, qual dos dois princípios pode ser mais fecundo para assegurar a liberdade e, depois da liberdade, a ordem e a civilização material destas sociedades da Europa, moralmente velhas e gastas. Persuadidos de que a monarquia, convenientemente modificada na sua acção, resolverá melhor o problema, preferimo-la sem nos irritarmos contra os seus adversários; sem os injuriarmos, sem acusar as suas intenções, recurso covarde de quem desconfia da solidez das próprias doutrinas. A nossos olhos a monarquia existe pelo povo, e para o povo, e não por Deus e para Deus. A existência de um poder público, de um nexo social, é o que se estriba no céu, porque a sociabilidade é uma lei humanitária. A revelação divina confirmou este facto achado também no mundo pela filosofia política. “Por mim”, disse a voz do Senhor, “reinam os reis, e os legisladores promulgam o que é justo”. A sabedoria suprema supôs a autoridade na terra: não curou de que fosse só um que a exercesse, ou que fossem muitos. Aprendamos a tolerância política nas divinas páginas da Bíblia.»

HERCULANO, Alexandre – Opúsculos. Tomo I. Questões públicas: política. Lisboa: Livraria Bertrand, 1983, pp. 267-268
(Fonte: Centenário da República)


  • Nome: Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo
  • Nascimento: 28-3-1810, Lisboa
  • Morte: 18-9-1877, Vale de Lobos, Santarém
Poeta, romancista, historiador e ensaísta português, Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo nasceu a 28 de Março de 1810, em Lisboa, e morreu a 18 de Setembro de 1877, em Santarém.

A sua obra, em toda a extensão e diversidade, ostenta uma profunda coerência, obedecendo a um programa romântico-liberal que norteou não apenas o seu trabalho mas também a sua vida.

Nascido numa família modesta, estudou Humanidades na Congregação do Oratório, onde se iniciou também na leitura meditada da Bíblia, o que viria a marcar a sua mundividência. Impedido por dificuldades económicas e familiares de frequentar a Universidade, preparou-se para ingressar no funcionalismo, frequentando um curso prático de Comércio e estudando Diplomática na Torre do Tombo, onde aprendeu os rudimentos da investigação histórica. Por esta altura, com 18 anos, já se manifestava a sua vocação literária: aprendeu o francês e o alemão, fez leituras de românticos estrangeiros e iniciou-se nas tertúlias literárias da marquesa de Alorna, que viria a reconhecer como uma das suas mentoras. Em 1831, envolvido numa conspiração contra o regime miguelista, foi obrigado a exilar-se, primeiro em Inglaterra (Plymouth) e depois em França (Rennes).

No exílio, aperfeiçoou o estudo da história, familiarizando-se com as obras de historiadores como Thierry e Thiers, e leu os que viriam a ser os seus modelos literários: Chateaubriand, Lamennais, Klopstock e Walter Scott. Em 1832, participou no desembarque das tropas liberais em Mindelo e na defesa do Porto, onde foi nomeado segundo-bibliotecário e encarregue de organizar os arquivos da biblioteca. Entre 1834 e 1835, publicou importantes artigos de teorização literária na revista Repositório Literário, do Porto, (posteriormente compilados nos Opúsculos). Em 1836, por discordâncias com o governo setembrista, demitiu-se do seu cargo de bibliotecário e publicou o folheto A Voz do Profeta. Em Lisboa, dirigiu a mais importante revista literária do Romantismo português, O Panorama, para que contribuiria com diversos artigos, narrativas e traduções, nem sempre assinados. Em 1839, aceitou o convite de D. Fernando para dirigir as bibliotecas reais da Ajuda e das Necessidades, prosseguindo os seus trabalhos de investigação histórica, que viriam a concretizar-se nos quatro volumes da História de Portugal, publicados no decurso das duas décadas seguintes. Foi precisamente por essa altura que se envolveu numa polémica com o clero, ao questionar o milagre de Ourique, polémica que daria origem aos opúsculos Eu e o Clero e Solemnia Verba. Eleito deputado pelo Partido Cartista em 1840, demitiu-se no ano seguinte, desiludido com a actividade parlamentar.

Voltou à política em 1851, fundou o jornal O País, mas logo se desiludiu com a Regeneração, manifestando o seu desagrado pela concepção meramente material de progresso de Fontes Pereira de Melo. Em 1853, fundou o jornal O Português, e dois anos depois foi nomeado vice-presidente da Academia Real das Ciências e incumbido pelos seus consórcios da recolha dos documentos históricos anteriores ao século XV - tarefa que viria a traduzir-se na publicação dos Portugaliae Monumenta Historica, iniciada em 1856. Neste mesmo ano tornou-se um dos fundadores do partido progressista histórico e em 1857 atacou a Concordata com a Santa Sé. Em 1858, recusou a cátedra de História no Curso Superior de Letras. Entre 1860 e 1865, envolveu-se em nova polémica com o clero, quando, ao participar na redacção do primeiro Código Civil Português, defendeu o casamento civil. Em 1865, fruto das suas reflexões, saíram os Estudos sobre o Casamento Civil. Em 1867, desgostoso com a morte precoce de D. Pedro V, rei em quem depositava muitas esperanças, e desiludido com a vida pública, retirou-se para a sua quinta em Vale de Lobos (comprada com o produto da venda das suas obras), onde se dedicaria quase exclusivamente à vida rural, casando com D. Maria Hermínia Meira, sua namorada da juventude.

Apesar deste novo e voluntário exílio, continuou a trabalhar nos Portugaliae Monumenta Historica, interveio em 1871 contra o encerramento das Conferências do Casino, orientou em 1872 a publicação do primeiro volume dos Opúsculos e manteve correspondência com várias figuras da vida política e literária. Morreu de pneumonia aos 67 anos, originando manifestações nacionais de luto.

(Fonte: Infopedia)

TAILÂNDIA: UMA PODEROSA MONARQUIA CONSTITUCIONAL

Há alguns anos, encontrava-me em serviço naquele país do sudeste asiático. Em plena época da monção, todo o vale do Menão - corruptela portuguesa do rio Mae Nam, ou Chao Phraya -, foi inundado por uma massa de água de proporções bíblicas. Enquanto cidadezinhas de província, aldeias e quintas eram irremediavelmente isoladas como ilhas num oceano, o sítio histórico de Ayuthaya, bem no epicentro do desastre, assistia a uma devastação sem precedentes desde que a cidade caíra diante da fúria de ferro e fogo birmanês.

Aflitiva era a situação da população rural. Sem caminhos de fuga, totalmente dependente do fornecimento de víveres a partir dos grandes centros distribuidores, ficou reduzida à total impotência, esfaimada e temerosa do prosseguimento da intempérie. Pior, as quintas produtoras de bens de consumo de primeira necessidade, viram a labuta de meses desaparecer sob o lodaçal, enquanto outras, destinadas à produção de peles de crocodilos, não puderam impedir uma maciça fuga dos répteis que galgaram as cercas, em direcção ao grande rio e à miríade de canais que pontilham o mapa do velho Sião. Subitamente, deixámos de ver as crianças a exibirem as suas técnicas de mergulho à frente do Wat Phra Keaw - o Grande Palácio - , sempre à cata das moedas com que os turistas recompensavam as prodigiosas habilidades acrobáticas. Era o medo pelo choraké, o grande lagarto de dentes afiados. Alguns foram capturados, enquanto outros iniciavam uma nova vida nos klongs situados nas imediações do grande centro urbano. Era o regresso do medo de outros tempos, em que as gentes olhavam a natureza e os seus bichos como a parte integrante das suas vidas, quando não os carrascos que as cerceavam sem apelo, num necessário forçar do equilíbrio.

A capital dos então oito milhões de habitantes, também via as suas grandes thanon e soi transformadas em braços de rio, desaparecendo quase por completo o caótico, ruidoso e por vezes insuportável tráfego rodoviário. Contra todos os avisados conselhos, era com grande satisfação que caminhei de calções e chinelos, por locais onde a água facilmente ultrapassava a altura dos joelhos. Como visitante, tudo aquilo nada mais era senão um complemtento à aventura asiática, remetendo-me para outros horizontes perdidos pelo tempo. Gostava da sensação e a civilização do ocaso do triste século XX parecia desaparecer e dar lugar aos barquinhos a remos, canoas e outras embarcações profusamente decoradas com ramagens, flores e laços votivos dedicados às divindades. Naquele momento, todos viam a vantagem que os antepassados encontraram na vida embarcada, nas casas sobre palafitas e imunes aos caprichos das marés.

Decorridos quatro dias, a apreensão substituiu o negligente prazer pelo inaudito. As imagens que os canais de televisão mostravam, eram terríveis. Centenas de milhar de pessoas apenas sobreviviam refugiadas com os seus preciosos animais, amontoando-se nos telhados das suas casas e quintas, ou em montículos de terra no meio de um deserto de água, onde os esverdeados dos limos apenas alternavam com o avermelhado castanho da terra ensopada. Uma população sem comida e sempre fustigada por bátegas de água que teimavam em não partir para outras paragens, a ameaça da fome e do surto de doenças, atemorizou o país inteiro. O governo do 1º ministro Barnharn Silapaarcha não teve qualquer capacidade de resposta global, limitando-se a pequenas medidas paliativas, evacuando algumas localidades. Helicópteros distribuíam sacas de arroz, sem que isso significasse algo mais, senão uma patética tentativa de auto-satisfação pelo "dever cumprido" na assistência aos aflitos. O problema era vasto e de quase impossível resolução, enquanto as águas não fossem gradualmente baixando.

O descontentamento generalizou-se e os ataques desferidos na imprensa e na tv contra o governo, ameaçavam a tradicional pacatez da sociedade tailandesa, pouco dada a violências que se verificam noutros países da região.

O rei Bhumibol Adulyadej, tomou então a raríssima iniciativa de pedir a autorização parlamentar para se dirigir ao país. Monarca constitucional com os poderes materiais limitados desde 1932, dificilmente faz ouvir a sua voz nas contendas políticas que dividem as forças partidárias, sempre voláteis e ciosas da defesa dos seus interesses. Desta vez, a majestade apresentou-se à população durante o horário nobre das notícias e diante de um grande mapa de toda a região central do país, deu a sua opinião acerca dos procedimentos urgentes. Sugeriu a convocação das Forças Armadas para os serviços de engenharia imprescindíveis à abertura de canais de escoamento de água e mostrou qual a direcção que os esforços deviam tomar, tendo em atenção as cotas dos rios e afluentes, depressões no terreno e valas de retenção. O que ninguém esperava era a resposta maciça, impressionante e voluntária que a população deu ao apelo do rei. Centenas de milhar colaboraram com os soldados, sem qualquer tipo de enquadramento de "Partido". Sem rutilantes bandeiras, sem hinos de louvor à impiedosa e brutal sageza de Grandes Timoneiros. Nem um policia ou um único comissário que zelasse pela correcção processual e metódica da "Ideia", mas apenas uma enorme manifestação de trabalho em prol do bem e do interesse geral.

Em três dias os rios recolheram aos seus leitos e as avenidas de Bangkok voltaram à sua habitual cacofonia de buzinas, acelerações de motocicletas, tuk-tuk e ao impecável serviço de transportes públicos.

Bhumibol Aduliadej estava no trono já há mais de meio século e conhecia cada quilómetro do seu reino, desde as mais recônditas vilas do nordeste, até às frescas províncias do velho reino tributário do Lana Thai, a noroeste. Conhece as turbulentes províncias do sul muçulmano, assim como as paradisíacas estancias balneárias que cobrem toda a costa do Golfo do Sião e do mar de Andamão. Ao longo de décadas sentara-se no chão poeirento e falara com as populações rurais e da montanha, inteirando-se dos seus problemas e recolhendo in situ as mais diversas experiências e recomendações que dirigia ao governo central. Era o rei fotógrafo que compilava milhares de imagens e enchia cadernos com anotações. Distribuiu ou criou iniciativas reais de aproveitamento de recursos e viabilizou actividades que se consideravam em vias de extinção. Escolas, centros de saúde, quintas agrícolas experimentais, centros de artesãos que preservam o património artístico, projectos de drenagem e irrigação. A defesa da floresta, a protecção da vida selvagem e o sempre lancinante alerta quanto à depredação que a apressada e lucrativa urbanização imposta por uma megalópole em que a capital se tornou, eram escutadas como fazendo parte das suas normais atribuições de tradicional Senhor da Terra, título honorífico que lhe chegara pelo desfiar de séculos de passadas grandezas.

Aquele momento de dilúvio, consistiu numa súbita tomada de consciência por parte milhões que desesperavam pela ineficácia da acção daqueles em que ciclicamente depositavam o seu sufrágio. O poder transitório e materializado pelo texto constitucional, se satisfaz o princípio do "poder do povo para o povo", não conseguiu na hora da verdade e das grandes decisões, esconder a evidência da existência de um outro, apenas moral, simbólico e de teórica união das mais díspares gentes que formal o país. O poder real era afinal aquele para o qual todos se voltaram na hora da suprema necessidade colectiva. Sem prepotência ou arremedos de liderança despótica, pediu a autorização ao povo - as instituições representativas - para falar ao próprio povo. Pairando acima dos interesses materiais dos grupos económicos e mantendo bem firme a tradição filosófica que mantém a coerência da sociedade conformada em Estado, é também o defensor a quem acorrem todas as minorias, sejam elas étnicas ou religiosas.

É um dos derradeiros, senão o último dos dirigentes mundiais de outros tempos. O seu poder não se cabouca nos biliões proporcionados por uma praça financeira, ou nas baionetas de milhões de soldados em pé de guerra. A bem conhecida honestidade e total assunção do dever, é a sólida base sobre a qual se ergue a generalizada confiança da Tailândia.

Embora não me agradem tiradas encomiásticas e muito menos ainda, panegíricos destinados a personalidades vivas, neste caso há que reconhecer a evidência: grande homem é Rama IX, cujo nome Bhumibol (lê-se Pumipon) significa Força da Terra, enquanto Adulyadej (lê-se Aduniadet) o torna em Poder Incomparável, naquelas sugestões que só uma Ásia milenar consegue fazer perdurar como atributos históricos de uma filosofia tornada como religiosa norma de conduta geral.

Força de uma terra que se resume no corpo de todos os tailandeses e no incomparável poder de uma vontade que se manifesta sempre que convocada por quem de razão e de direito chama à responsabilidade.

Jamais teve veleidades imperialistas e quis expandir fronteiras ou ameaçar vizinhos. Não é um potentado que se exibe nos palcos cerimoniais do mundo, nem faz valer a sua presença em conferênciais ou cimeiras internacionais, raramente saindo das fronteiras do seu reino. É conhecido como um homem discreto e escrupuloso cumpridor de protocolos de antanho, agradando ás massas orgulhosas de uma pageantry que tem origem num passado que jamais se submeteu a qualquer tipo de colonização ou ditame de ocupantes, fossem eles brancos, indianos ou pardos. Amado como homem bom que jamais deixou ser, eis a síntese de uma vida já ocotogenária.

Os governos, os chefes de clã e de interesses e os Partidos, vão e vêem nas marés da moda, do contexto internacional e dos acasos decorrentes da crise que alterna com a prosperidade económica e financeira. De uma coisa estão todos os tailandeses certos, enverguem eles as camisetas vermelhas, amarelas ou si-chompu (rosa): o rei fica e parece ser sempre o mesmo, pouco importando o numeral.

Bhumibol Adulyadej, merece bem o cognome que há muito os mais humildes lhe atribuíram: o Grande.


Publicada por Nuno Castelo-Branco
(Fonte: Blogue "Estado Sentido")

domingo, 28 de março de 2010

PRIMEIRAS IMAGENS DAS CELEBRAÇÕES DE ONTEM NA COMPORTA

Belíssimo dia na Comporta com a Família Real. O nosso Príncipe da Beira estava muito feliz com os jogos e outros entretimentos proporcionados pela Juventude Monárquica e encabeçados pelo Du Seabra Calado que como sempre é um óptimo "Public Relations".

Vai haver muitas fotos e o Du irá encarregar-se de as colocar aqui no facebook. Já estou a trabalhar nelas mas hoje fica aqui uma da entrega do prémio.
 
(Fonte: Maria Menezes no Facebook)




(Fonte: Juventude Monárquica de Lisboa)

LANÇAMENTO DA CAMPANHA DE SOLIDARIEDADE: REAL SOLIDÁRIA

































http://www.realsolidaria.com/

S.A.R. A SENHORA DONA ISABEL E O ESCUTISMO

Quem já esteve activamente no escutismo sabe bem que essa experiência perdura muitos anos e acompanha-nos ao longo de toda a vida. Para o ilustrar convidámos, nas comemorações dos 75 anos do CNE, vários antigos escuteiros, hoje individualidades da sociedade portuguesa, a responderem-nos a algumas perguntas relativas à ...sua experiência no Escutismo.

1. Porque é que foi Escuteiro?
2. O que é que o Escutismo trouxe à sua vida?
3. Do que se recorda mais da sua vivência no Escutismo?
4. Qual a mensagem que gostaria de deixar aos Escuteiros de hoje?

S.A.R., Dona Isabel de Bragança, Duquesa de Bragança

Fui Escuteira porque a minha irmã entrou para os Escuteiros e eu também quis entrar. Depois fomos para o Brasil e os meus pais acharam que devíamos continuar ligadas ao Movimento, continuei e gostei imenso.

O que o Escutismo trouxe à minha vida foi uma série de experiências a nível de participação, solidariedade e de trabalho em grupo. Também me ajudou a improvisar e desenvolver as minhas capacidades ao máximo, devido aos imprevistos com que deparava em acampamentos nos quais os tinha de solucionar rapidamente. Foi isto que o Escutismo me deu, e principalmente parte de solidariedade e do trabalho em conjunto que foi muito frutuosa no Brasil.

O que mais me recordo da minha experiência no Escutismo, é do meu primeiro Acampamento, que se realizou em São Paulo, com todas as Escuteiras desse Estado. Foi um grande Acampamento no qual me diverti bastante.

A mensagem que gostaria de deixar aos Escuteiros de hoje é de parabéns para todo o Movimento pela maneira como tem sido e pela forma como tem actuado. Sobretudo não se esqueçam que os Escuteiros são sempre um exemplo, não só para Portugal mas para o mundo inteiro.

http://www.cne-escutismo.pt/Default.aspx?tabid=402

(Fonte: Facebook)

sábado, 27 de março de 2010

HOJE: FESTA DO 14º ANIVERSÁRIO DE S.A.R. DOM AFONSO, PRÍNCIPE DA BEIRA (OCORRIDO DIA 25)

BANDEIRA DE PORTUGAL HASTEADA EM LISBOA
PARA FESTEJAR O ANIVERSÁRIO DO PRÍNCIPE

DA REABILITAÇÃO DO IDEAL MONÁRQUICO, À REIMPLANTAÇÃO DA MONARQUIA

(Texto de reflexão para o III Encontro da Acção Monárquica, em Lisboa a 27MAR2010)

O casamento de D. Duarte de Bragança e o nascimento dos Infantes, originou um ressurgimento afectivo e também político, da ideia monárquica em Portugal.

Foram momentos marcantes de renascimento da afectividade natural de muitos milhares de portugueses, para com a Família Real e desse facto decorreu também uma mensagem de esperança, que entusiasmou muitos monárquicos e cativou muitos portugueses.

Momento seguinte, também muito marcante foi a forma como foi celebrado o centenário do Regicídio.

Foi um momento de reabilitação da extraordinária personalidade do Rei D. Carlos I e também de divulgação da verdade histórica, que a propaganda republicana sempre tinha escondido e negado aos portugueses.

Mas a realidade é que estes dois momentos altos da expressão monárquica, não tiveram sequência. Encontra-se nesta ausência de dinâmica monárquica, após estes momentos marcantes, a principal razão de uma desmotivação generalizada entre os monárquicos portugueses. Desmotivação que originou um sentimento que se expandiu a toda a sociedade, de que monarquia é um regime do passado e de resignação ao regime republicano.

Esta situação, desmotivou protagonistas, debilitou instituições monárquicas.

A actual situação de crise política, económica e social, é o resultado de um regime republicano que se estrangulou a si próprio numa Oligarquia partidária e não tem capacidade de mobilizar a vontade dos portugueses.

A consciencialização progressiva da responsabilidade do regime perante esta crise grave, faz ressurgir de novo o ideal monárquico e pode fazer ressuscitar o entusiasmo monárquico, que se acreditarem com convicção, terão perante o descontentamento generalizado, condições de mobilizar os portugueses através de uma mensagem de esperança.

Esta possibilidade, que tem de ser assumida como um dever patriótico por todos os monárquicos convictos, não é hoje apenas a reabilitação da nossa história, nem apenas da dignidade da Casa Real Portuguesa.

É isso, mas para ser mobilizadora e entusiasmante, tem de se afirmar como projecto político alternativo, coerente e consistente.

Ou seja, não basta estimular na sociedade portuguesa a afectividade pela Casa Real, não basta recuperar o sentido da nossa herança histórica, é também essencial que o projecto monárquico dê uma resposta política actual e moderna, aos problemas sociais, políticos e de que representa a verdadeira mensagem esperança de Portugal se reencontrar e de encontrar o seu futuro.

A afirmação monárquica actual, não pode ser apenas a divulgação do simbolismo Real, uma referência afectiva essencial, mas manifestamente insuficiente.

A na ausência desta afirmação política, que deveremos encontrar a razão, para a inconsequência do dinamismo monárquico e para carência de convicção.

Nos portugueses está enraizada uma ideia falaciosa de que a eleição de um Presidente da República é uma garantia de democraticidade.

É evidente que não o é. Muito pelo contrário.

O argumento monárquico, do Rei livre, independente e imparcial, a única forma de garantia de associação da referência da história de um povo soberano e unificado, tem exemplos modernos auxiliares de demonstração, como a mais objectiva forma de garantia das liberdades e da democracia política.

Mas este argumento, tão importante, tão actual, tão necessário a Portugal, não tem condições de divulgação na sociedade portuguesa.

Poderemos continuar no debate monárquico, a tentar encontrar responsabilidades para esta limitação, na propaganda do regime, ou a encontrar responsáveis em atitudes de alguns monárquicos, mas isso não leva a nada.

Teremos de finalmente perceber, que não basta para os portugueses a mensagem discursiva genérica das vantagens da monarquia.

Um Presidente da República só é eleito, depois de se afirmar ao povo português através da sua mensagem política e social e do seu próprio carácter e experiência, que origine a confiança de uma parte significativa dos portugueses.

Esta verdade não pode ser negada pelos monárquicos.

O contraponto monárquico, é a afirmação de que o Rei, é melhor, é mais interessado, é mais empenhado, tem melhor preparação, estará muito mais responsabilizado.

Será desta afirmação do Herdeiro, numa atitude de intervenção permanente e consistente, que resultará a confiança popular indispensável.

O Rei moderno, não abdica da sua condição simbólica, nem do seu protagonismo político, mas é auxiliado na sua função por uma organização também ela credível, consubstanciando a indispensável noção de Instituição Real.

A credibilidade e viabilidade do projecto monárquico português, dependerá assim da capacidade de afirmação múltipla, de forma a alcançar a indispensável confiança do povo português.

Afirmação do Herdeiro e do seu discurso político.

Afirmação da Casa Real, como garantia essencial da responsabilidade histórica, que simboliza, e como garantia da responsabilização de todos os actos e decisões políticas, do seu Chefe.

Afirmação da Instituição Real, como garante das funções da Casa Real e do futuro Rei, Chefe de Estado.

Teremos de reconhecer, que há toda uma incipiente afirmação monárquica, e que é nesta verdade, que teremos de encontra a resposta capaz de mobilizar a vontade dos portugueses.

Os monárquicos estão dispersos, não estão eles próprios unificados, numa liderança essencial e motivadora.

A Acção Monárquica, tenta congregar uma massa crítica monárquica, capaz de ultrapassar a cultura do silêncio e promover o debate motivador que origine a consistência organizativa dos monárquicos e a dinâmica que tem hoje o sentido de oportunidade histórica e de obrigação patriótica.

Portugal precisa da afirmação do projecto monárquico, do protagonismo político e cívico dos monárquicos, da Liderança Monárquica unificadora e dinamizadora.

A Casa Real Portuguesa tem uma responsabilidade histórica a desempenhar.

Para colaborar na afirmação dessa responsabilidade, estão surgir cada vez mais expressões de vontade.

Estas vontades não podem ser desprezadas. Têm de ser acarinhadas e entusiasmadas.

Podem co-existir várias estratégias políticas para a acção monárquica, para a expressão do dinamismo monárquico, até para a viabilização da reimplantação da Monarquia.

Mas não é possível o seu sucesso, se não existir uma liderança unificadora, que assuma o discurso síntese do protagonismo monárquico.

Todas essas formas de participação política e cívica, têm de estar referenciadas e motivadas, num projecto, num discurso e numa atitude estimulante do Chefe da Casa Real Portuguesa.

O encontro desta liderança unificadora e estimulante, deste discurso síntese e que simultaneamente, seja de esperança para os portugueses, é assim a prioridade da nova atitude monárquica, como uma resposta objectiva e alternativa a uma Republica, que se mantém e se preserva, através do silêncio e da inacção monárquica.

José J. Lima Monteiro Andrade

Por Portugal.
Pela Casa Real Portuguesa.
A Comissão Coordenadora da Acção Monárquica

sexta-feira, 26 de março de 2010

BANDEIRA MONÁRQUICA GIGANTE HASTEADA EM LISBOA (ACTUALIZAÇÃO)


Não é contra nada nem contra ninguém, não é nem bandeira de um partido nem de uma ideologia: é um símbolo nacional e nela se revêem todos os Portugueses. Hoje, após 100 anos de ausência, voltou triunfante e abraçou Lisboa. Não houve vandalização ou ultraje à bandeira do regime em vigor, não houve provocação nem se violou lei alguma. Subiu e parou a meia haste, como se pedisse aos Portugueses um momento de recolhimento e meditação e lhes lembrasse o difícil transe de luta pela sobrevivência em que esta comunidade se debate. Foi um apelo à unidade e à reconciliação nacional.
(Fonte: Combustões)


Sexta-feira, 26 de Março de 2010

A grande bandeira nacional que se eleva no alto daquele parque da capital e que é visível a partir de vários pontos da cidade foi substituída por uma bandeira monárquica.

A bandeira nacional tinha sido arreada por altura do Natal, para colocar a Árvore. Enquanto não era, de novo, hasteada, alguém decidiu colocar a bandeira da monarquia.

Tudo indica tratar-se de mais uma acção dos mesmos activistas monárquicos que, em Agosto do ano passado, hastearam uma bandeira monárquica na varanda da Câmara Municipal de Lisboa.

(Fonte: Rádio Renascença)

(Fonte Jornal de Notícias de 26MAR2010)

Segundo o Jornal de Notícias, edição online, foi hoje hasteada a Bandeira Monárquica ao cimo do Parque Eduardo VII, em Lisboa.

Esta acção, que aparece no seguimento de outras anteriores – embora, segundo algumas opiniões, peque por não ter uma mensagem apensa ao acto –, não deixa de nos fazer sentir que existe um clima propiciador à necessária mudança de regime.

Tais actos, contribuem para que os portugueses tomem uma atitude de exigência perante o poder instituído, de modo a devolver Portugal aos Portugueses e voltarmos a ser, novamente, uma Nação independente.

A alegada atitude de controle sistemático dos meios de comunicação social por parte do grupo político-partidário instalado no poder – ainda há escassas horas protagonizada por uma conveniente "avaria técnica" que impossibilitou a saída do jornal francês Liberation que contêm alguns artigos inconvenientes –, tem contribuído de modo significativo para a desinformação das populações, tentando dessa forma prolongar o seu estado de apatia em relação à situação política e “ao Estado a que nós chegámos”. Temos a considerar ainda, o facto de no horizonte não se vislumbrar nenhuma alternativa credível aos actuais governantes, mantendo-se a perspectiva de tudo continuar exactamente na mesma.

Como tal, a acção de hastear da Bandeira Monárquica, é indicadora de uma alternativa de regime possível e desejável – e única, convenhamos –, que os portugueses devem exigir a bem da Nação, a bem de Portugal.

Bem-haja

Luiz Andrino
(Fonte: Blogue Acção Monárquica)


Por ocasião do aniversário do nosso Príncipe D. Afonso de Bragança, uma enorme bandeira da monarquia com 8 m, foi hasteada no cimo do Parque Eduardo VII. O acto é atribuído à Carbonara, Movimento Monárquico de Massas.

Publicada por João Távora em Sexta-feira, Março 26, 2010
(Fonte: Blogue Centenário da República)

Uma bandeira monárquica gigantesca foi hasteada no alto do Parque Eduardo VII, em Lisboa, durante a última noite, mas já foi retirada. A acção foi reivindicada por um grupo denominado «Carbonara - Movimento Monárquico para as Massas» e terá servido para festejar o 14º aniversário de Dom Afonso de Santa Maria de Herédia de Bragança, filho primogénito de D. Duarte Pio e considerado príncipe da Beira e Duque de Barcelos, para além de herdeiro da Casa Real portuguesa.

No local costumava estar a bandeira nacional, mas desde que foi retirada por altura do Natal para ser instalada a Árvore não foi substituída.

O Regimento de Sapadores de Bombeiros de Lisboa retirou, entretanto, a bandeira monárquica de seis metros por quatro com recurso a uma auto-escada. O comandante da Polícia Municipal de Lisboa, André Gomes, afirmou, em declarações à Lusa, que vai ser «feito auto de notícia e enviada a informação para o Ministério Público». A viatura dos bombeiros chegou ao local pelas 11:45 e colocou-se debaixo do mastro, elevando um cesto com dois homens, para cortarem os grampos que amarravam a bandeira.

Um dos promotores da iniciativa, que solicitou o anonimato, disse à Lusa que a bandeira monárquica foi ali colocada a meia haste, durante a madrugada, como prova do «estado da nação». Ao longo da manhã, vários simpatizantes da causa monárquica têm passado no Parque Eduardo VII mostrando-se agradados com a iniciativa.

Veja o vídeo TVI

(Fonte: TVI24)

Elementos da Polícia Municipal chegaram cerca das 11h15 ao Parque Eduardo VII, em Lisboa, onde a bandeira (nacional?) foi substituída hoje por uma bandeira monárquica de grandes dimensões.

Um dos promotores da iniciativa, que solicitou o anonimato, disse à Lusa que a bandeira monárquica foi ali colocada a meia haste, durante a madrugada, como prova do "estado da nação". Ao longo da manhã, vários simpatizantes da Causa Monárquica têm passado no Parque Eduardo VII mostrando-se agradados com a iniciativa. Um dos apoiantes monárquicos presentes, o fotógrafo António Homem Cardoso, disse à Lusa que "a Monarquia é uma das soluções para o actual estado do país". "O país nunca esteve tão desalentado como agora, quando se comemora o centenário da república", afirmou.

(Fonte: Jornal Público)



VEJA O VÍDEO DA AGÊNCIA LUSA
http://aeiou.visao.pt/bandeira-monarquica-hasteada-no-parque-eduardo-vii=f553215


A Carbonara - Movimento Monárquico para as Massas - é um grupo de acção.
Não reflectimos, não debatemos, não organizamos conferências, seminários nem doutrinamos. Fazemos.

JUNTE-SE AO CARBONARA - MOVIMENTO MONÁRQUICO PARA AS MASSAS!


SS.AA.RR. O Duque de Bragança e O Príncipe da Beira na XII Feira do Folar, em Valpaços


No próximo dia 28 de Março, S.A.R. o Duque de Bragança acompanhado por S.A.R. o Infante Dom Afonso de Santa Maria, Príncipe da Beira, deslocar-se-ão à XII Feira do Folar, Produtos da Terra e Seus Sabores que decorrerá no Pavilhão Multiusos em Valpaços entre os dias 26 e 28 de Março.
 
 
Venha até Valpaços no fim-de-semana e, no dia 28, a partir das 15h, junte-se aos membros da Real Associação de Trás-os-Montes e Alto Douro e do seu Núcleo Concelhio de Valpaços, que acompanharão S.A.R. o Duque de Bragança e S.A.R. o Infante Dom Afonso de Santa Maria na visita à XII Feira do Folar.

(Fonte : Real Associação de Trás-os-Montes e Alto Douro)

SS.AA.RR., OS DUQUES DE BRAGANÇA ASSISTEM COM OS FILHOS ÀS COMEMORAÇÕES DO 50º ANIVERSÁRIO DO CRISTO REI


(Excertos da Revista "Lux" de 21-05-2009:)

«Para mim, Deus é uma referência, um apoio. Por isso, é com grande emoção que vejo tantas pessoas aqui reunidas hoje. Sobretudo porque acho que, actualmente, deixámos de cultivar o amor a Deus e passámos a cultivar o ódio. As pessoas preferem não acreditar Nele e na força que transmite. Procuro transmitir a mesma mensagem aos meus filhos. É importante que aprendam a amar a Deus porque esse amor é um suporte essencial para as suas vidas.» - Dom Duarte de Bragança.

«Acredito que o Senhor nos criou e que todos temos, na terra, uma missão» - Dona Isabel de Bragança.

Há 50 anos, S.A.R., Dom Duarte assistiu à inauguração do Cristo Rei na companhia de Seus Pais.
D. Duarte de Bragança, com 14 anos de idade, durante a cerimónia de inauguração da estátua do Cristo-Rei, em 17 de Maio de 1959. Na primeira fila vêem-se também o Senhor D. Duarte Nuno, o Infante D. Miguel e a Infanta D. Filipa de Bragança. (Fotografia: Centro Cultural do Patriarcado de Lisboa).

(Fonte: Facebook)

MONARQUIA NOVA

Por mais que os seus detractores insistam, ancorados em complexos e preconceitos malsãos e numa certa subcultura de burguesia de dinheiro novo inseguro, a evidênciaé que a solução monárquica se coloca hoje como futurível e muitos portugueses, de esquerda como de direita, aceitam agora discutir a Restauração como tópico relevante da agenda política.

De tema marginal, a possibilidade da Restauração ganhou paulatinamente adeptos. Já não é um dado de memória, partilhado e transmitido por herança familiar; é uma corrente de opinião que vai ganhando espaço, que concita simpatia e adesões em todos os escalões sociais e profissionais. A república habituara-se a monarquices extravagantes de dedos brasonados e bizantinas exibições genealógicas; hoje debate-se com uma verdadeira insurreição cultural que lhe mina os fundamentos, a legitimidade e desafia a sua mitologia. De facto, a república nunca teve republicanos e os que teve confundiram-se sempre com o Partido Democrático, essa coisa tentacular, carregada de baias e dominada por pulsões liberticidas. Os republicanos, hoje, são poucos, inconsistentes e invertebrados. Pedem a mudança na república, mas tudo o que defendem já foi experimentado e falhou: falhou no republicanismo parlamentar primo-republicano, com uma chefia de Estado simbólica, falhou com o cesarismo plebiscitário de Sidónio, falhou com a presidência submetida ao “presidencialismo do Presidente do Conselho”, falhou com o semi-presidencialismo de voto directo universal que ainda temos. No fundo, a república é o passado e desse passado não se consegue libertar. Está, arrasta-se, finge consenso. Não sendo detestada é, no mínimo, desprezada. Viraram-lhe as costas, por ela não se interessam, não mobiliza corações nem inteligências. Refém das lutas partidárias, a chefia de Estado republicana passou a ser encarada como pré-aposentamento para os locatários de Belém. Vai-se descendo em intervenção, subindo na hierarquia do Estado. O Presidente é, hoje, um Roi fainéant, um falso rei constitucional, sem o prestígio de um monarca hereditário, sem a influência fáctica de que gozam os reis e com a tremenda e irreparável suspeita de continuar, por mais que o negue, a depender do(s) partido(s) que o colocaram na chefia do Estado.

Por seu turno, a possibilidade de uma monarquia nova parece identificar-se com a grande política e com a destinação de Portugal. Hoje, defender a monarquia pressupõe a defesa de uma certa ideia de Portugal, da lusofonia, da preservação do mínimo da soberania do Estado, das liberdades regionais, da separação de poderes, da fiscalização dos abusos cometidos pela partidocracia, de colocar no seu lugar os plutocratas mais as negociatas e os favores. Defender uma monarquia nova é sinónimo de reposição da respeitabilidade do Estado, da solidariedade social e da realização dos grandes objectivos colectivos.Acabei de ler uma excelente antologia comentada de textos de Lord Salisbury, quiçá um dos maiores pensadores de acção conservadores do século XIX, infelizmente pouco conhecido pela generalidade dos conservadores portugueses. Salisbury era defensor da paz e do equilíbrio, teoria que aplicava aos negócios estrangeiros como aos assuntos internos. Para a sua realização, advertia para o perigo do imobilismo conservador e do aventureirismo trabalhista. Uma política serena, de unidade no essencial, com partilha de responsabilidades era, em suma, a sua solução. Portugal precisa, mais que no passado, desta concórdia e deste embainhar de espadas. Portugal precisa de recobrar a segurança e o ânimo, voltar a gostar de si, pensar as aventuras do futuro. A república atira-o para o passado, para a guerra civil, para a disputa miniatural, para o fulanismo.

É por isso que sempre que olho para os nossos Príncipes vejo essa possibilidade de recobro do direito que temos ao futuro.

Miguel Castelo Branco in Combustões

quinta-feira, 25 de março de 2010

UM FELIZ ANIVERSÁRIO PARA S.A.R. O PRÍNCIPE DA BEIRA, DOM AFONSO!

Dom Afonso de Santa Maria Miguel Gabriel Rafael de Herédia de Bragança, filho primogénito de SS.AA.RR., Dom Duarte Pio de Bragança, Duque de Bragança e de Dona Isabel de Herédia de Bragança, Duquesa de Bragança, nasceu numa segunda feira, 25 de Março de 1996, às 7h38 da manhã, no Hospital da Cruz Vermelha , em Lisboa.

Ostenta os títulos de Príncipe da Beira e Duque de Barcelos.

Sua Alteza Real, celebra hoje o Seu 14º aniversário e a Real Associação da Beira Litoral associa-se  a todos os Portugueses desejando muita Felicidade, Alegria, Paz e Saúde ao nosso Príncipe.

MUITOS PARABÉNS E UM FELIZ ANIVERSÁRIO!

QUE DEUS PROTEJA E GUARDE O NOSSO PRÍNCIPE !

VIVA O PRÍNCIPE DA BEIRA!
 
VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA!
 
VIVA PORTUGAL!

VIVEMOS NA MENTIRA!!! Por Rainer Daehnhardt (*)


Nunca se fez uma investigação a sério acerca do duplo assassinato régio, para se descobrir quem de facto o ordenou!

Nunca se perguntou ao povo se desejaria viver sob um regime monárquico constitucional ou sob uma república sujeita a organizações secretas globalistas, disfarçada de democracia!

Nunca se perguntou se Portugal queria entregar as suas Províncias Ultramarinas a mercenários e politiqueiros sujeitos a ordens vindas de fora!

Nunca se perguntou se Portugal queria desistir da sua soberania em troca de um mergulho num caldeirão escuro, pomposamente chamado de UE!

Nunca se perguntou se Portugal queria ser governado por comissários, surgidos algures, sem se saber bem como e sujeitos às ordens de quem!

Nunca se perguntou se Portugal queria largar a sua moeda ancestral, o ESCUDO, totalmente coberto por ouro existente como reserva!

Nunca se perguntou se Portugal queria fazer parte da aventura duma moeda inventada, não se sabe bem por quem, baseada em não se sabe o quê e pertencendo a não se sabe bem quem!

Nunca se explicou a Portugal que o EURO surgiu em 1996 como proposta dum país do Médio Oriente, que tudo faz para conseguir entrar na UE!

Nunca se explicou a Portugal que o "Tratado de Lisboa" reintroduzisse a possibilidade da PENA DA MORTE!

Nunca se explicou a Portugal que existe agora o Mandado de Captura Europeu com consequências anti-democráticas!

Nunca se explicou a Portugal que existe agora a "EUROGENFOR", uma força militar de intervenção rápida, com Conselho de Guerra, que pode invadir os países que quiser!

Nunca se explicou a Portugal que esta força pode invadir, confiscar, prender, fuzilar sem ter de prestar contas a ninguém, muito menos ao país invadido!

O REI E O PRÍNCIPE HERDEIRO MORRERAM EM VÃO!


A DEMOCRACIA MORREU NO DIA EM QUE SE SENTOU NO TRONO!


AS MUITAS REVOLUÇÕES DESDE ENTÃO HAVIDAS AFOGARAM-SE NA INGENUIDADE DOS SEUS SONHOS!


ENQUANTO A MENTIRA REINAR NADA VAI MUDAR!


APENAS A AURORA DA VERDADE PODE SALVAR PORTUGAL!


Rainer Daehnhardt
(Fonte: Blogue da Acção Monárquica)

(*) Rainer Daehnhardt é um reconhecido pesquisador, nascido a 7 de Dezembro de 1941 e é descendente de uma família de diplomatas e militares alemães radicados em Portugal desde 1706. Estudou na Alemanha e em Portugal, especializando-se no “estudo da evolução do Homem através da arma e sua utilização”. Presidente da Sociedade Portuguesa de Armas Antigas – Portuguese Academy of Antique Arms – desde 1972, representa Portugal em congressos internacionais. É membro da Rowland Society, da Gesellschaft für Historische Waffen und Kostümkunde de Berlim e da Arms and Armour Society de Londres. É membro honorário da ASAC (American Society of Arms Collectors), entidade máxima americana do género que em 25 anos de existência elegeu o autor como 3º membro honorário estrangeiro. Participou em dezenas de congressos internacionais de historiadores de armas antigas. Foi convidado por entidades governamentais norte-americanas para fazer uma série de conferências sobre a evolução da armaria, em diversos estados americanos, tendo discursado por exemplo no Smithsonian Institute de Washington, no Metropolitan Museum, Harvard, Nova Iorque e Arizona Historical Society, Texas e Califórnia. É autor de dezenas de livros e centenas de artigos, na sua maioria ligados à armaria antiga, à História de Portugal ou à sua preocupação com a evolução da Humanidade. Na Zéfiro publicou as obras Portugal Cristianíssimo – A Missão Templária nos Descobrimentos, Homens, Espadas e Tomates e foi co-autor de O Perdão dos Templários, Codex Templi e Portugal - A Missão Que Falta Cumprir.

(Fonte: WOOK)

quarta-feira, 24 de março de 2010

HOJE, A NÃO PERDER!


(Fonte: Juventude Monárquica de Lisboa no Facebook)

VIVA ABRANTES!

O Núcleo Monárquico de Abrantes da Real Associação do Ribatejo tem o prazer de convidar para o seu almoço de apresentação dia 10 de Abril (sábado) pelas 13h00 na Quinta de Santa Bárbara, em Constância.

O preço por pessoa é de 20,00 €.

Agradece-se a confirmação, até ao dia 30 de Março, para o seguinte e-mail: nucleomonarquicoabrantes@gmail.com

O almoço é aberto a familiares e amigos.

Pelo Núcleo Monárquico de Abrantes
Mónica Calado Franco

ENTREVISTA DE S.A.R. O SENHOR DOM DUARTE AO "CORREIO DE LAGOS"



D. Duarte de Bragança, Herdeiro do trono de Portugal


Correio de Lagos
21-12-2009

“Haverá condições para um referendo sobre a causa monárquica desde que não haja uma pergunta estupidamente fanática e orientada como aconteceu no referendo sobre o aborto.”



D. Duarte Pio transporta para o imaginário popular essa auréola que nos faz recuar até esses tempos da história em que a realeza prosperava e se encontrava no topo da pirâmide social. Após a implantação da República e abolição da monarquia, o país começou-se a divorciar dessa herança secular que o regime monárquico transportava consigo. E mesmo com constantes convulsões sociais, algumas delas de contornos bem radicias, atravessados por um regime onde o absolutismo prosperou e a democracia sossobrou, nunca se colocou a hipótese de se restaurar o regime monárquico. E, neste particular, Portugal quis-se distanciar do processo seguido com o nosso vizinho do lado.

E no meio de todos os percalços que o país teve de atravessar, chegou-se aos cem anos do republicanismo praticamente sem vacilar. As comemorações deste primeiro centenário estão prestes a iniciar-se.

No meio deste entusiasmo e de todas as verbas para esta comemoração, fomos ter com D. Duarte Pio de Bragança para colher a sua opinião. E, como não podia deixar de ser, a sua visão sobre estes 100 anos de republicanismo não é de molde a dar-lhe qualquer nota positiva. Por isso, não é de surpreender que se interrogue sobre a verba atribuída a estas comemorações e que olhe para o 5 de Outubro como uma data a celebrar, apenas devido ao tratado de Zamora, e não como o do dia da queda da monarquia e da revolução republicana. E para dar corpo à sua tese, faz-nos relembrar as constantes convulsões sociais e ao atraso do país em relação aos demais desta Europa Comunitária. Não convencido de que a causa monárquica esteja distante do coração do povo português, mostra-se favorável a um referendo cujas perguntas não sejam tendenciosas nem as suas premissas sejam falaciosas.

Para remar contra o republicanismo militante e contra uma ideia monárquica cada vez mais distante, D. Duarte Pio procura transmitir uma imagem de simpatia capaz de contagiar ao mesmo tempo que se vai empenhando em causas onde o altruísmo começa a fazer escola. Também o empenhamento em iniciativas ligadas às causas nacionais, com particular incidência às ligadas à lusofonia, tem contribuído para a sua maior divulgação e para uma imagem positiva junto da população.

Para perceber melhor o seu estilo de vida simples e feito de sobriedade, a par de todo o seu pensamento sobre a nossa sociedade, fomos ter com D. Duarte Pio na véspera dos 100 anos da Comemoração do regime republicano. Tudo o que o Duque de Bragança tem para nos dizer, podemo-lo ler ao longo desta entrevista.

CORREIO DE LAGOS – Vamos comemorar, para o próximo ano, os 110 anos da República. Como é que o herdeiro do trono de Portugal encara uma comemoração como esta?

D. DUARTE DE BRAGANÇA – Primeiro, gostava de começar por contar uma história que tem uma certa piada. Em 1910, proclamaram a República de Portugal. Mas esquecerem-se que Portugal tinha dois reinos. Um era o de Portugal e o outro era o do Algarve. Ninguém se lembrou de proclamar a República do Algarve nem de extinguir o reino do Algarve. Não há nenhum acto jurídico que o tivesse extinguido. Aqui há uns tempos atrás, tive ocasião de dizer ao Presidente da República, num jantar que tive com ele, em Lagoa, que, além de Presidente de Portugal, era também Rei do Algarve. Caso não fosse ele, então seria eu. Achou muita graça e respondeu-me da seguinte forma; ainda bem que o Dr. Mário Soares não sabia disso!...

Dito isto, penso não haver muita coisa para comemorar. O país, em 1900, estava, por um lado, a meio do desenvolvimento. Hoje, está no fim, dispõe dos últimos lugares dos países desenvolvidos. Atrasamos, nestes últimos 100 anos, 50% do nosso desenvolvimento comparativamente com o resto da Europa. Por outro lado, a implantação da República foi feita por um golpe militar contra um regime democrático. A monarquia da época era democrática. Havia um partido republicano que tinha ganho as eleições em Olhão e em Lisboa. Mas, a nível nacional, dispunha de 7% dos votos. O que temos para festejar, durante estes cem anos, são três revoluções. Uma delas deu lugar a uma da ditadura . Vão-se gastar 10 milhões de euros para se festejar, no fundo, um acto que só prejudicou o país. Se a revolução de 1910 tivesse valido a pena, então porque é que se teria feita a revolução do 25 de Abril? A revolução do 25 de Abril é a prova provada que o golpe republicano de 1910 foi um falhanço.

C. de L. - Apesar das leituras e apreciações que se possam fazer sobre este período da nossa história, perguntar-lhe-ia se, como monárquico que é, vai participar nestas comemorações ou procurará manter algum distanciamento?

D. D. - O 5 de Outubro é uma data que devemos comemorar. Mas não como o dia de um golpe militar. O que se deve comemorar a 5 de Outubro é o “Dia da Independência de Portugal”. Foi neste dia que se celebrou o “Tratado de Zamora”, reconhecido pelo próprio Papa, que deu a independência a Portugal. Se analisarmos a história, constatamos que, com esse golpe militar de 5 de Outubro, veio um conjunto de perseguições. Foram perseguidos os monarcas, a Igreja, os sindicatos e até os socialistas. Foram tempos de grande caos, de desordem e de mortes. E tudo continuou até à segunda revolução militar republicana que teve lugar em 1927, e que, instalou uma ditadura que colocou o Dr. Oliveira Salazar como 1º Ministro. E todo esse regime se prolongou até 1974 que, no início, nos ia levando para um regime de ditadura comunista. Felizmente, conseguimo-nos livrar dessa. Hoje, somos um país normal, europeu, mas o mais atrasado de todos.

C. de L. - Quais são as relações de D. Duarte com o Estado Republicano Português?

D. D. - Tenho óptimas relações com vários membros do Governo e com o Sr. Presidente da República. Dou a minha colaboração sempre que esta possa ser útil. Por exemplo, em 1999, a propósito do problema que então se vivia em Timor, colaborei bastante com o Governo Português. Nomeadamente, procurei dar alguma ajuda ao Dr. Jaime Gama, então Ministro dos Negócios Estrangeiros, que, como é do conhecimento público, foi o primeiro a desbloquear o impasse entre a posição portuguesa e a posição indonésia. A minha proposta ia no sentido da Indonésia dar uma grande autonomia e um estatuto federado a Timor Leste. Esta proposta foi aceite pelo Governo Indonésio e, como consequência, foi aceite, igualmente, a mudança em Timor.

C. de L. - É convidado com alguma frequência para cerimónias do Estado ou, por norma, esses convites não acontecem?

D. D. - A nível municipal, sou convidado com bastante frequência. A nível nacional, sou convidado para cerimónias mais de carácter histórico. Nessas cerimónias, em que faz sentido estar representada a família dos reis de Portugal, desde D. Afonso Henriques a D. Manuel II, então sou convidado.

C. de L. - Nunca foi recebido, no Palácio de Belém, por nenhum Presidente da República?

D. D. - Visitei todos os presidentes da República, excepto o Dr. Jorge Sampaio.

C. de L. - Houve algum motivo especial para não o visitar?

D.D. - Não houve razão nenhuma. Foram visitas a título pessoal. Começaram com o Almirante Américo Tomás, seguiram-se com Marchal Spínola que era meu amigo e continuaram com o General Eanes que é uma pessoa que muito admiro.

C. de L. - Como é que, em seu entender, a sociedade portuguesa encara a figura do herdeiro ao trono, em particular, e a causa monárquica, em geral?

D.D. - A minha posição, a minha obra e o meu testemunho de vida são relativamente conhecidos. E a maior parte das pessoas estão de acordo. Mesmo os que estão contra não têm uma posição hostil. Serão poucos os que manifestam alguma hostilidade. Há republicamos que, por exemplo, podem ter algumas atitudes desagradáveis. Muitos deles, curiosamente, até eram monárquicos, mas por se terem zangado, começaram a manifestar uma atitude adversa. Estou convencido que a maioria das pessoas que têm algum preconceito contra a monarquia o alimentam mais por uma questão de ignorância e por falta de observação da realidade política contemporânea. Se, porventura, observarem o que se passa nas monarquias europeias, constatam que são muito mais democráticos e mais avançadas que a maioria das repúblicas e, certamente, muito mais do que nós. Ninguém dirá que os escandinavos, os habitantes do Reino Unido ou os espanhóis estão pior do que nós.

C. de L. - Quais são os valores defendidos pela causa monárquica que não o sejam pela República?

D. D. - Ouvi vários primeiros ministros, entre os quais os da Holanda e da Suécia, dizer que eram uma república e que os seus reis e rainhas eram os seus melhores defensores. Queriam dizer com estas afirmações que as chamadas conquistas republicanas do princípio do século XIX já existiam nas monarquias ou, hoje em dia, estão nas monarquias europeias. Enquanto um presidente da república pode ser um homem excepcional, como o é o Prof. Cavaco Silva, tem sempre uma enorme dificuldade em manter a máxima independência devido à tendência do seu partido. Todos os presidentes têm por cima a carga de um ambiente partidário. A grande diferença na monarquia está na independência da chefia de Estado em relação às forças económicas, políticas e outras. Além disso, a sua manutenção por vinte ou trinta anos transmite conhecimento e estabilidade ao próprio Governo. E como podemos verificar, mesmo em Portugal, muitas vezes os presidentes da república são adversários do próprio governo. Ainda recentemente um demitiu o parlamento sem dar motivo nenhum. Como era boa altura para o seu partido ganhar as eleições, o Parlamento foi demitido. Isto mostra a diferença entre um Chefe de Estado independente e um chefe de Estado que vem do meio partidário. Já não vamos falar na América do Sul em que os chefes de Estado acabam por ser ditadores.

C. de L. - Após estes 100 anos da República, a sociedade portuguesa está mais ou menos aberta aos valores defendidos pela monarquia?

D. D. - Portugal estava habituado a viver num Estado de direito e em paz. A partir da monarquia liberal, vivia num regime democrático e moderno para a época. Com o regime republicano, passou a viver com ditaduras, golpes de estado e em constantes convulsões sociais. Tudo isso, contribuíu muito para o atraso económico e cultural do país. Hoje em dia, estamos na cauda da Europa. Chegamos, inclusive, ao cúmulo de alguns indivíduos, que usam bilhete de identidade português, dizerem que preferem ser espanhóis.

C. de L. - Faz sentido que haja, num regime republicano, um partido monárquico a debater-se, em pé de igualdade, com os demais para ter lugar na Assembleia da República?

D. D. - Também durante a monarquia houve o partido republicano que chegou a ganhar várias eleições. Por isso, teoricamente faz sentido. Mas o que acontece é que esse partido, até hoje, nunca representou os monárquicos. Representou apenas alguns monárquicos que se juntaram a ele. O grande inconveniente da existência do Partido Monárquico é muita gente associar os partidários da monarquia a esse partido. Há monárquicos em todos os partidos.

C. de L. - Há uns tempos atrás, alguns defensores da causa monárquica protagonizaram um episódio algo insólito ao deporem a bandeira nacional para a substituir pela da monarquia, na Câmara Municipal de Lisboa. Como é que encara um episódio como esse?

D. D. - Em primeiro lugar, não tiraram a bandeira nacional. Tiraram a bandeira da Câmara Municipal que não é um símbolo nacional. E, em vez dela, colocaram uma bandeira nacional que tem a mesma dignidade de todas as demais, incluindo a actual verde e vermelha. É verdade que não foi legal. Por isso, não posso apoiar esse gesto. Mas tratou-se de uma brincadeira destinada a chamar a atenção, provavelmente, para a necessidade de se respeitar e expor mais os símbolos nacionais formados por todas as bandeiras nacionais desde D. Afonso Henriques até à actual.

C. de L. - É a favor de um referendo aos portugueses para avaliar a adesão ou não da causa monárquica ou pensa que não há condições para a sua realização?

D. D. - A causa monárquica é a Causa Real. Engloba todas as reais associações a nível nacional. A do Algarve, que tem a sua sede em Faro e com outras espalhados por vários concelhos algarvios, conta com grupos sociais e económicos das mais diversas proveniência. Quanto às condições a existir ou não para um referendo sobre a causa monárquica, estou convencido que sim. Haverá condições, desde que não haja uma pergunta estupidamente fanática e orientada como aconteceu no referendo sobre o aborto. A pergunta orientava logo para o voto no sim. Penso que se poderia perguntar aos portugueses se achavam que deveriam ter um chefe de Estado Rei ou um Presidente da República tal como acontece nos países mais desenvolvidos da Europa. É tudo uma questão de liberdade de informação e de honestidade na pergunta.

C. de L. - Qual é o dia a dia de um Rei sem trono como o é o de D. Duarte de Bragança?

D. D. -Todos os dias são diferentes. Por exemplo, esta manhã fui abrir uma conferência sobre mediações entre Portugal e Indonésia, no Museu do Oriente. Depois, vim estar consigo e resolver alguns assuntos da Fundação. A seguir, vou abrir uma Conferência Internacional sobre o “Mar e as Pescas”. No final da tarde, terei que estudar com os meus filhos.

C. de L. - Tem conseguido manter uma imagem de alguma simpatia junto dos portugueses, apesar de vivermos em regime republicano. Qual é o segredo para conseguir manter essa imagem amigável e de simpatia junto da população portuguesa?

D. D. - A maioria da população portuguesa é constituída por pessoas simpáticas. Interesso-me, também,pelos problemas nacionais actuais. O meu defeito, por vezes, é envolver-me com demasiadas coisa ao mesmo tempo. E nem sempre lhes consigo dar o andamento que gostaria. Tenho, por isso, de ser mais selectivo naquilo em que me envolvo. Mas como não disponho de meios financeiros, não posso desenvolver mais actividades e manter um contacto mais regular com a população portuguesa. Tenho que me ater a algumas iniciativas a que tenho tido acesso. Por exemplo, as entrevistas na televisão tem sido úteis por me permitirem um contacto mais pessoal e directo com as pessoas. Também, para este contacto, acredito muito na imprensa regional e local. É um tipo de imprensa lida, desde a primeira até a última página pelas pessoas.

C. de L. - Para além das causas sociais a que se dedica, há alguma actividade política regular desenvolvida por D. Duarte?

D. D. - No sentido político-partidário do termo, obviamente que não. As reais associações e a Casa Real estão envolvidas, em termos locais e nacionais, e contam com pessoas de todos os partidos. Desenvolvo também a minha actividade, em diversos institutos e instituições. Sou membro do Conselho da Confederação das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola e sou, também, Presidente de uma Caixa Agrícola. Sou ainda Presidente do Instituto da Democracia Portuguesa que tem desenvolvido actividades muito interessantes e sou sócio e colaborador de outras instituições ecológicas e ambientais. Também tento envolver a Fundação em muitas actividades de utilidade como as que têm vindo a ser desenvolvidas com os países lusófonos como a Guiné Bissau, Timor, São Tomé e Príncipe e, em breve, também Angola. Também já enviámos missões ao Brasil com uma missão importante a desempenhar.

C. de L. - De que tipo são as diversas intervenções que vai tendo pelo país adiante?

D. D. - Pelo país adiante, procuro responder aos convites que me são dirigidos. Por ano, por norma costumo visitar dez, vinte ou trinta sítios a convite das respectivas câmara municipais. Este ano não pude aceitar muitos desses convites para estar mais com o filhos, sobretudo aos fins-de-semana.

C. de L. - A sua recente passagem pelo Algarve, mais concretamente por Estói, insere-se nesta lógica de convites que as Câmaras Municipais lhe costumam endereçar?

D. D. - Essa deslocação a Estói deu-se na sequência de um convite que me foi endereçado por um grupo de estrangeiros e portugueses que lá se costumam reunir. Pediram-me para fazer uma conferência sobre a história recente de Portugal. Lá fui e tentei dar-lhe uma visão um pouco humorística e mais engraçada do que a habitual. Foi dentro deste espírito que procurei abordar os últimos anos da história de Portugal.

C. de L. - Em Lagos, já foi convidado, por mais do que uma vez, para algumas cerimónias. Em que cerimónias é que já participou na cidade das Descobertas?

D. D. - A primeira, há anos atrás, foi relacionada com o Infante D. Henrique. Também este ano, o Instituto da Democracia organizou um curso sobre temas bastante interessantes. E, novamente, estive em Lagos, durante dois dias consecutivos, com gente de todo o país.

C. de L. - Que imagem tem da cidade de Lagos?

D. D. - Cada vez que vou a Lagos, sinto uma grande alegria em ver que a cidade antiga foi salva. Essa parte de Lagos foi preservada e, ao contrário do que acontece noutras cidades algarvias e portuguesas, não foi desfigurada. Nesse aspecto, é um lugar que vale a pena visitar. É agradável e dispõe de uma paisagem muito bonita. A parte moderna podia ser melhor. Dispõe de uma arquitectura um pouco caótica à semelhança do que se vê um pouco pelo país adiante. Cada um faz o que quer e de qualquer maneira. Não há uma harmonia urbanística nem um plano director que lhe traga algum equilíbrio.

C. de L. - Lagos e o Algarve estão a ficar excessivamente dependentes do turismo. Este caminho de exploração exclusiva desta via não será perigoso demais?

D. D. - É muito perigoso. O turismo é uma actividade muito frágil. Basta um susto, um terrorismo qualquer, uma causa natural ou uma crise internacional e as pessoas cortam logo no turismo. Ou se não cortarem, procuram sítios mais sossegados. Trata-se de um grande risco. É indispensável que o Algarve disponha de serviços que funcionem o ano todo. Devem ser serviços não poluentes para poderem conviver em sintonia com o turismo. Além disso, é muito importante que o desenvolvimento não fique todo acumulado no litoral. Terá de haver um maior equilíbrio entre o litoral e o interior. Um outro turismo a explorar, o turismo de futuro, é o de termas, de saúde, de manutenção e que chame as pessoas reformadas. O turismo pior, do ponto de vista de aproveitamento de recursos, são os parques de campismo. Quem vai para um parque de campismo, só o fez pelo preço. Se no ano seguinte encontrar outro mais barato, muda de sítio de imediato. É verdade que quem compra uma casa investe nela. E com a sua manutenção, está sempre a investir. Mas esta situação não justifica estes milhares e milhares de casas que se constroem por todo o lado. Trata-se de uma situação sem controlo nenhum.

C. de L. - Tenho conhecimento de que irá também ser convidado a participar nas “Celebrações dos 550 Anos da Morte do Infante” que têm o seu epicentro em Sagres e Lagos. Qual a visão que tem desta figura maior da história de Portugal?

D. D. - Tem imenso interesse universal. Deveremos manter sempre vivo o seu conhecimento, quer junto dos jovens portugueses, quer também junto dos estrangeiros. Como figura universal que é, abriu as portas ao comércio entre a civilização ocidental e as civilizações do oriente. Também, a abertura da Europa ao mundo foi iniciada pela sua mão. E já que se fala em Sagres, queria realçar a beleza de um concelho como o é o de Vila do Bispo em termos de arquitectura e de paisagem. É um modelo para o resto do país. Souberam preservar aquele concelho de uma maneira exemplar. O pior são aqueles caixotes que construíram na Fortaleza de Sagres. Se algumas construções ali fizessem, que as adaptassem mais às do tempo do Infante D. Henrique. O que se lá vê degrada a arquitectura do lugar.

C. de L. - A sociedade portuguesa deve manter-se como uma sociedade laica ou privilegiar as suas raízes cristãs?

D. D. - A expressão laica é muito mal interpretada. Em geral, é interpretada como sendo anti-religiosa. E essa, infelizmente, tem sido a atitude de políticos responsáveis. O cristianismo faz parte das nossas raízes culturais. Somos o que somos, por sermos um povo cristão. É verdade que também há muita gente que não é cristã. Mas temos que ter em conta que se formos a Israel ou escolhermos para lá viver, não nos vamos queixar de ver símbolos do judaísmo em todo o lado. Também, se alguém vier ou quiser viver em Portugal tem que aceitar a sua história e o seu povo. Não faz, por isso, sentido querer retirar os crucifixos das escolas ou dos tribunais. Curiosamente, o Bastonário da Ordem dos Juízes da Bélgica disse, recentemente, que era ateu. Mas queria os crucifixos nos tribunais para lembrar um grave erro e uma injustiça judicialmente cometida há 2000 anos atrás.

C. de L. - Será ainda possível ver um monarca português ocupar o Palácio de Belém ou essa será uma mera utopia?

D. D. - Se o povo português, um dia, se puder pronunciar e fizer uma escolha livre sobre a forma de Chefia de Estado que quer ter, tudo é possível. Ainda há outra possibilidade, a do Estado reconhecer oficialmente que há uma família real, que representa a recente história portuguesa e convive com a República como ela é hoje.

C. de L. - Daqui para a frente, a Família Real será mais um elemento simbólico dentro da sociedade portuguesa ou ainda poderá vir a exercer qualquer tipo de poder?

D. D. - Depende inteiramente dos portugueses decidirem se querem ter um Chefe de Estado, Rei ou um Chefe de Estado, Presidente da República. E mesmo uma decisão dessas não seria necessariamente eterna. Ao contrário das repúblicas, a monarquia está sempre aberta a um referendo relativo ao sistema do Chefe de Estado que se quer. Ainda houve, recentemente, um na Austrália.