O
epíteto de “Grandes” atribuído aos Reis de Portugal, convenhamos, não
foi alcançado por obra e graça divina. Em 767 anos de Monarquia, apenas
um leque muitíssimo restrito de monarcas, os quais cabem na
contabilidade dos dedos de uma mão, podem ser, eventualmente,
considerados menos competentes. Porém, a enorme maioria, aquela que fez
Portugal um País enorme, deve o seu sucesso à preparação. Essa
preparação veio pelas fundamentais contribuições dos seus excelentes
preceptores. Sucintamente recordo, entre muitos especialistas: Alexandre
Herculano no caso do Saudoso Dom Pedro V; o grupo dos “Vencidos da
Vida” que influenciou Dom Carlos I; Alexandre Rey Colaço e Mouzinho de
Albuquerque no caso do Rei D. Manuel II e de seu irmão, o Príncipe Real
Dom Luís Filipe.
A
preparação, a formação, a técnica e o conhecimento no decurso enumeros
anos, projectados no nosso representante, desde a sua nascença, enquanto
instrumentos para uma função, formam a chave do sucesso dos nossos Reis
e, hoje, das actuais monarquias constitucionais progressistas e
modernas.
Neste
contexto, não pode deixar de ser sublinhado o excelente papel que Dom
Duarte de Bragança tem desempenhado ao trilhar, para seu filho Afonso, o
Príncipe da Beira, uma imediata e difícil separação do seio familiar
para benefício de todos nós no futuro, de modo a termos alguém
estruturalmente preparado para colocar Portugal novamente no bom trilho.
Inúmeras
vezes S.A.R., O Senhor Dom Duarte de Bragança tem referido que Seu
Filho possui uma forte inclinação para área cientifica da Biologia, mais
especificamente no domínio marítimo. Melhor…! O mar é o futuro, a
Monarquia é futuro! Mas se me permitem, e todos concordarão, não basta,
para as crescentes esperanças de uma reinstalação monárquica em
Portugal, uma área determinada… por melhor que ela seja apreendida. Hoje
é preciso mais. Conhecimentos, primordialmente, em Direito, em
Economia, em componentes militares (não para fins bélicos, mas para a
criação de estruturas de personalidade organizadas e vincadas). Julgo
que estes compósitos são fulcrais para os nossos dias, para que o nosso
futuro Monarca saiba, desde já, como lidar com assuntos políticos,
assuntos de uma economia cada vez mais globalizada e ter o carácter, a
organização e a determinação para decidir em prol dos Portugueses.
Terminaria
dizendo que a sua preparação religiosa, requisito que foi guardado para
o fim, não é menos importante. Esta tem a mais difícil das tarefas e
que pode tornar um Rei amado pelo seu povo, pelos seus concidadãos. A
tarefa é a de seguir o caminho da humildade, humildade que lhe permitirá
ajuizar sempre de forma acertada sobre todos os domínios políticos e
credos e que o tornará nobre na dimensão universal do termo e não apenas
no título que já possui ou naquele que ainda venha a possuir.
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