Antes de prosseguir sugere-se a leitura da primeira parte deste artigo.
Independentemente deste aborrecimento,
alguma coisa de positivo ficou que, mais uma vez por incompetência,
ignorância ou simplesmente má-fé, não foi devidamente salientada.
A questão do regime foi, uma vez mais,
colocada, contrariando todos aqueles que, teimosamente, insistem em
afirmar que essa questão não se coloca, hoje em dia, em Portugal.
Verificou-se o poder unificador de uma
Família Real. Durante as celebrações foi possível confirmar o tanto que
os cidadãos (principalmente do Reino Unido mas também dos outros países
onde S.M a Rainha Isabel II é soberana) viviam o momento como se da sua
própria festa se tratasse. Esses mesmos cidadãos falavam das celebrações
com orgulho, chegando alguns mesmo a afirmar que ‘era aquilo
[cerimónia, organização, rigor, tradição, realeza, etc] que os definia’.
Houve, portanto, uma clara identificação entre a população em geral e a
Família Real/Regime Monárquico. Essa identificação não encontra
paralelo nem possível comparação em nenhuma república.
A questão dos custos é também algo
importante a referir, talvez o mais importante mesmo. Ironicamente é uma
questão que parece subvalorizada num País que está em crise em boa
parte por ter gasto mais do que o que devia/podia. Estou a falar, claro,
de Portugal. Quando se fala nas claras vantagens económicas da
Monarquia, os defensores da República (ou serão mais anti-monárquicos?)
assobiam para o lado e, incompreensivelmente, desvalorizam a questão!
Como se Portugal não precisasse de poupar todos os cêntimos e aproveitar
todas as oportunidades passíveis de gerar receita, principalmente nas
actuais circunstâncias. Vá-se lá compreender este pensamento dos
anti-monárquicos!
Claro que os mais críticos dirão que os
custos de todo o evento foram brutais. Não se aflijam essas pessoas pois
segundo consta as despesas da festa em si ficaram a cargo da Família
Real e dos pais da noiva.
À responsabilidade do Estado Britânico, e
por conseguinte dos contribuintes, terá ficado toda a operação de
segurança. Dirão os mais cépticos (e teimosos) que ainda assim a factura
foi pesada demais para o contribuinte. É um preço que se tem de pagar
para o casamento ser “público”. Se fosse uma cerimónia privada (como
tantas outras da Família Real) esses custos seriam eliminados mas duvido
que a população aceitasse pacificamente o facto de não poder assistir e
estar próximo do seu príncipe no dia do seu casamento. É uma questão de
identificação e proximidade entre povo e Família Real. Esta
identificação e esta proximidade, por não existir em República (embora
esta não o admita), é naturalmente difícil de ser compreendida pelos
republicanos.
No entanto os ganhos obtidos com o casamento, que foi uma magnífica campanha publicitária, são incalculáveis.
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