Se é certo que a perda de influência dos
meios tradicionais de informação, em paralelo com o advento das novas
tecnologias, da web 2.0 e toda a sorte de redes de comunicação não
mediada, nos aponta para um aparente caos, ou no mínimo para caminhos
desconhecidos, certo é que a oligarquia instalada vem perdendo poder de
manipular, de doutrinar: os jovens, por exemplo, pouco vêem telejornais,
não ouvem telefonia e muito menos lêem os jornais de referência. Fazem
pesquisa de conteúdos na Internet e servem-se de downloads, de
rubricas escritas ou audiovisuais, lúdicos ou informativos, com
proveniência diversa, de produtores oficiais ou independentes, a seu
belo prazer, e numa lógica que escapa à grande distribuição, comercial
ou institucional. Por exemplo, se fosse há vinte anos, teria sido
impossível a grande parte desse público escapar a uma estrondosa e
unanimista campanha de propaganda relativa ao centenário da república,
promovida pelo monopólio da televisão e rádios “oficiais”. Para mais,
uma progressiva desagregação dos Meios tradicionais, desmultiplicados em
múltiplos canais para nichos ou “segmentos de mercado”, hoje
desguarnece o “Grande Irmão” que assim vai perdendo capacidade de
amestrar o “seu povo”.
Assim, a Web 2.0 ou “Social Media”, como
hoje se usa designar, com as suas tão democráticas quanto eficazes
ferramentas de comunicação, tende a relevar o tradicional e dispendioso
“mediador” para segundo plano, porquanto o seu sucesso emerge
essencialmente da familiaridade e força de uma ideia, muita inspiração
(que não se aprende na escola) e no manuseamento dessas ferramentas
tecnológicas.
Este é o princípio que traz para a
ribalta mediática muitos dos pequenos e médios projectos
tradicionalmente sem recursos materiais para estas andanças; e se a
militância pelas nossas convicções não é uma questão binária, de tudo ou
nada, dependente de resultados absolutos, mas é motivada pela
afirmação, em todo um território intermédio, porta a porta, alma a alma,
dos valores da pátria portuguesa e da sua centenária Instituição Real,
urge pois estabelecer novas estratégias de aproximação às pessoas,
fornecendo-lhes doutrina e informação credível, reforçando-se sentido de
pertença através de conteúdos modernos e atractivos.
É neste panorama que, por estes dias, os
monárquicos e algumas minorias quase banidas da agenda oficial, são
chamados a tomar o seu lugar, a assumir a sua voz, de forma organizada e
profissional, investindo, formando-se, e municiando as novas
ferramentas comunicacionais da Internet. Estas, devidamente adequadas a
uma boa estratégia e públicos-alvo bem definidos oferecem uma
surpreendente relação entre o custo e os resultados e potenciam de forma
inesperada a sua capacidade de influência…
Porque cada mente arrancada à
ignorância, ou alma desperta para a dúvida, é um pequeno mas essencial
passo no caminho para um mundo menos decadente e inóspito. É isso que me
move.
Fonte: Blogue da Real Associação de Lisboa
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