Somos portadores de um vírus altamente perigoso para nós e para a sociedade. É o vírus da anti-solidariedade.
Quem
o disse foi o cardeal Tettamanzi – um homem que sabe do que fala,
porque foi arcebispo de Milão, uma das maiores dioceses do mundo. Esteve
esta semana em Fátima para nos despertar para as coisas essenciais.
O virus
da anti-solidariedade faz com que cada um viva como se estivesse numa
ilha deserta, à maneira de Robinson Crusoé. Como se nunca tivesse sido
gerado por ninguém e pudesse viver, crescer, aprender, trabalhar, amar e
sofrer sem nunca fazer referência a outros.
Aliás,
o cardeal Tettamanzi recordou com fina ironia que a aventura de
Robinson Crusoé acaba mal, porque quando encontrou um seu semelhante fez
dele escravo…
Numa
sociedade em que as relações são cada vez mais inconstantes e
superficiais, é pois indispensável reconhecer a objectiva
interdependência entre cada um de nós e o outro. Sob pena de deixarmos
de ser humanos.
Aura Miguel, 16 de Setembro de 2011
Fonte: Rádio Renascença
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