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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

HÁ SEIS SÉCULOS A DINASTIA DE AVIS ERA RECONHECIDA POR CASTELA

A 31 de Outubro de 1411 foi assinado em Ayllon um tratado de paz entre os reinos de Castela e de Portugal, que também incluía a França e Aragão. Este tratado foi ratificado pelos dois Reis. Contudo, quando D. João II de Castela atingiu a maioridade, foi feita uma nova ratificação do tratado, a 30 de Abril de 1423, onde estiveram presentes os embaixadores portugueses D. Fernando de Castro e o doutor Fernando Afonso. Era ainda o reflexo dos problemas vividos entre as duas mais importantes coroas ibéricas durante a crise de 1383-1385.
Estas tréguas eram extremamente importantes para Portugal, pois permitiam a manutenção da praça de Ceuta. Mas a paz definitiva só foi alcançada pelo Tratado de Medina del Campo, assinado a 30 de Outubro de 1431. D. João I, o monarca português, enviou a Castela, como seus embaixadores, Pedro e Luís Gonçalves Malafaia, assistidos pelo doutor Rui Fernandes e pelo secretário Rui Galvão.
Antes desta data, o período de paz conseguido pelas citadas tréguas entre os dois reinos permitiu retomar o povoamento das zonas raianas e fixar as populações. Permitiu igualmente, como nos diz Gomes Eanes de Zurara, implementar o comércio nas áreas fronteiriças, com a retoma das seculares relações de vizinhança entre as povoações dos dois lados.
 
A situação de conflito latente com Castela, mantida até 1411, fez endividar o país com as despesas inerentes à guerra. Contudo, a fase vivida entre esta data e a assinatura definitiva do tratado de paz afastou por completo a ameaça de uma invasão castelhana, embora não tivesse desvanecido um permanente clima de tensão entre estes dois reinos.
Durante todo o reinado de D. João I, o país viveu sob esta ameaça latente e num clima de suspeição relativamente a Castela, embora Portugal tenha encontrado uma boa alternativa ao voltar-se para Marrocos e para o Atlântico, enquanto o rei de Espanha se ocupava da conquista de Granada, o último reduto muçulmano na Península.
Fonte: Infopédia

O QUE NOS INTERESSA!

Hoje um Rei não interessa a ninguém no actual sistema republicano porque fala com independência; Hoje um Rei não interessa a ninguém porque não tem cor partidária; Hoje um Rei não interessa a ninguém porque não tem facção; Hoje um Rei não interessa a ninguém porque não tem lobby; Hoje um Rei não interessa a ninguém porque fala de união de todos os portugueses e não em cultos de individualidades; Hoje um Rei não interessa a ninguém porque implicaria uma mexida nas mentalidades de todos, aquilo que usualmente chamo de mentalidade colectiva de uma Nação; Hoje um Rei não interessa a ninguém porque implicaria agitação nos lugares bem instalados de muitos; Hoje um Rei não interessa a ninguém porque mexeria no status quo; Hoje um Rei não interessa a ninguém porque não trás as equações mágicas que a república prometia e que, em vez de 767 anos de grandiosidade, apenas trouxeram trevas e tristeza; Hoje um Rei não interessa a ninguém porque traria a verdade de um difícil caminho de médio e longo prazo a trilhar, contrariando as fórmulas republicanas ilusoriamente facilitadoras para atingir objectivos.

Mas quem me conhece bem…sabe que não sou de “caminhos fáceis e rápidos”! Para mim, e mais que nunca, interessa-me e muito um Rei para o meu País! Quero começar a trabalhar desde agora (pois mais vale tarde do que nunca), numa Monarquia Constitucional, para a médio ou mesmo longo prazo almejar equiparar-me a um sueco, um norueguês, um dinamarquês, um canadense, etc. 


FOTOS: 143º ANIVERSÁRIO DA REAL ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE LISBOA - 18 DE OUTUBRO DE 2011

Chegada de S.A.R., Dom Duarte Pio às cerimónias do 143º aniversário.
Momento em que o anterior Guião é arreado pelo Porta Guião Chefe Paulo Vitorino, apradinhado por S.A.R., Dom Duarte Pio.
Já com o novo e real guardião de 1886
Entrega a S.A.R. Dom Duarte do Titulo de Sócio Honorário pelo Presidente da RAHBVLISBOA Dr. Pedro de Montargil, Visconde de Montargil. - Palácio de Quintela
S.A.R. Dom Duarte Pio entrega ao Duque de Palmela o Titulo de Sócio Honorário da RAHBVL - Palácio di Quintela.
Imposição por S.A.R. Dom Duarte Pio da Medalha de Mérito da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. - Palácio Quintela
Bolo de Aniversário
Fotos: Facebook
Ler notícia AQUI

"A RAINHA SANTA" (C.1269-1336)

Rainha Santa Isabel - Milagre das rosas. Autor desconhecido Século XVI [1540-50] Óleo sobre madeira de carvalho 36 x 29 cm Museu Nacional de Machado de Castro, Coimbra

Filha de Pedro III de Aragão e de Dona Constança de Navarra, nasceu em Saragoça ou Barcelona e faleceu em Estremoz. Em 1288 casou por procuração em Barcelona com Dom Dinis. Acompanhou o rei, nos primeiros anos de casada, nas suas deslocações através do país e a fama da sua bondade granjeou-lhe a simpatia do povo, sendo-lhe atribuído o episódio conhecido por “Milagre das Rosas”. Desempenhou o papel de medianeira nas lutas entre Dom Dinis e o seu irmão Dom Afonso e entre o rei e o príncipe herdeiro, futuro Dom Afonso IV. Em 1287 Dom Dinis doou à Rainha, Sintra e seus castelos que lhe ficaram a pertencer até 1300, passando depois, por sucessivas doações para o infante Dom Afonso (irmão de Dom Dinis) para Dona Isabel (sobrinha de Dom Dinis) e Dona Beatriz (mulher de Dom Afonso IV), tendo contudo a Rainha usufruído de todos os direitos e pertenças até ao fim da sua vida, em 1336. O culto do Espírito Santo teria sido introduzido pela “Rainha Santa” em Alenquer e Sintra, sendo ainda hoje as festas do Penedo, em Sintra, consideradas as mais fiéis ao ritual tradicional. A pedido de Dom Manuel I, Dona Isabel foi beatificada por Leão X em 1516.

FAMILIAR DA CASA DE POMARCHÃO ORIGINOU O PRIMEIRO LIVRO IMPRESSO NO BRASIL


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domingo, 30 de outubro de 2011

UMA QUESTÃO DE SOBERANIA

A soberania do povo não é ilimitada. Ela está delimitada pela justiça e pelos direitos dos indivíduos. A vontade de um povo não pode fazer com que aquilo que é justo vire injusto e vice-versa. Em segundo lugar, pode-se afirmar que a demonstração clara de certos princípios constitui a sua melhor garantia de aceitação universal.

Ora, se reconhecermos que a soberania tem limites, ninguém, em sã consciência, ousará reivindicar o poder ilimitado, nem tão pouco condiciona-lo aos interesses de um determinado grupo ou elite.
Para Benjamin Constant “ a soberania não pode ficar nas mãos dos que exercem o poder, pois a tendência de todo governo constituído é a sua auto-preservação. A soberania, portanto, deve ser limitada desde fora do poder pela própria sociedade”. Mas também afirma que “numa sociedade fundada na soberania do povo, é evidente que nenhum indivíduo, classe nenhuma, tem o direito a submeter o resto à sua vontade particular; mas é falso que a sociedade, no seu conjunto, possua sobre os membros uma soberania sem limites”, da mesma forma que “Um poder republicano que se renova periodicamente, não é um ser aparte, não impressiona em nada a imaginação, não tem direito à indulgência para os seus erros, já que buscou o posto que ocupa e não tem nada mais precioso que defender do que a sua autoridade, comprometida quando é atacado o seu ministério, integrado por homens como ele e dos que sempre é solidário”.

Numa altura em que Portugal se encontra inserido numa comunidade europeia, o conceito de soberania, revela-se agora de importância crucial. Daí, a necessidade de um poder “neutro”, que desde sempre foi característica da monarquia constitucional.

Para o mesmo pensador: “A monarquia constitucional oferece-nos esse poder neutro, tão necessário para o exercício normal da liberdade. O Rei, num país livre, é um ser aparte, superior à diversidade de opiniões, sem outro interesse que a manutenção da ordem e da liberdade, sem poder jamais cair na condição comum, inacessível, portanto, a todas as paixões que tal condição faz nascer e a todas as que a perspectiva de a ela voltar alimenta no coração dos agentes que estão investidos de uma potestade passageira. Essa augusta prerrogativa da realeza deve infundir, no espírito do monarca, uma calma e, na sua alma, um sentimento de tranquilidade, que não podem ser património de nenhum indivíduo situado numa posição inferior. O monarca flutua, por assim dizer, por cima das agitações humanas e constitui um grande acerto da organização política ter criado, no seio mesmo dos dissentimentos sem os quais nenhuma liberdade é possível, uma esfera inviolável de segurança, de majestade, de imparcialidade, que permite a eclosão desses dissentimentos sem nenhum perigo, desde que não excedam certos limites, e que, quando aquela se anuncia, ponha-lhe término por meios legais, constitucionais e não arbitrários. Todo esse imenso benefício perde-se se o poder do monarca for rebaixado ao nível do poder executivo, ou se for elevado este ao nível do monarca”.

Assim, ao contrário de certas correntes de pensamento monárquicas da nossa “praça”, a instituição régia, na prática da monarquia constitucional, posto que os seus poderes são delimitados, dá-lhe, no entanto, um perfil de salvaguarda da estabilidade política, tirando do soberano a pecha de ser um poder arbitrário, revestindo-o, em compensação, de uma auréola moral que se sobrepõe à luta rasteira pelo poder.

É verdade que hoje não existem cruzados, mas há inconformados.

Hoje, há gente disposta a lutar pela monarquia constitucional, independentemente dos feudos; que não presta vassalagem a ninguém, nem tão pouco personifica a sua causa, porque essa causa é ancestral, é a origem do mundo, a essência da identidade dum povo. Essa causa é Monarquia!

Abel Ferreira

ONTEM, NO EXPRESSO, GRAÇAS A MARIA AUGUSTA MENEZES


Todos reconhecem os inestimáveis serviços que a nossa amiga Augusta Menezes quotidianamente tem prestado à Causa, no seu blog Família Real Portuguesa. Como alertei há uns dias neste post, é imperiosa a colaboração de todos para o progressivo esclarecimento dos portugueses. Sendo um inegável facto o recrudescer da simpatia pela instauração da Monarquia em Portugal, a mensagem tem encontrado eco em toda a sociedade e já chega aos mais importantes jornais do país. A prova disso, é a coluna que hoje mesmo Fernando Madrinha deixou no Expresso do oportunamente republicano Sr. Balsemão.

Já se contrapõe abertamente o exemplo do Rei D. Carlos I, à péssima, abusiva, inconsciente e absurda prestação do Presidente em exercício e dos respectivos antecessores-colegas na capitosa reforma.

Publicado por Nuno Castelo-Branco em Estado Sentido

IMPRENSA: S.A.R., A SENHORA DONA ISABEL APRESENTOU O LIVRO "REIS NO EXÍLIO" - 15 DE OUTUBRO DE 2011

Revista "Caras" de 22 de Outubro de 2011 - Reportagem completa na revista
(Clique na imagem para ampliar)



SAR, D. Isabel de Bragança na apresentação do livro "Reis no Exílio - Portugal Refúgio Real"

D.Isabel de Bragança com os pais, Jorge e Raquel de Herédia
SAR D. Isabel com os pais, Jorge e Raquel de Herédia

D.Isabel de Bragança

D.Isabel de Bragança
SAR a apresentar o livro

D.Isabel de Bargança e Charles-Philippe D'Orléans
SAR com o autor do livro, o Príncipe Charles-Philippe D'Orléans

D.Isabel de Bragança e Charles-Phillipe d'Orléans

D.Isabel de Bragança e Diana de Cadaval
SAR e a Duquesa de Cadaval, esposa do autor

O casal
O casal

Fonte: Caras

É UM REGALO PARA OS OLHOS

Casa do Regalo
O "modesto" palacete, com o nome Casa do Regalo, onde Sua Excelência o ex-Presidente da República Portuguesa, Dr. Jorge Sampaio, tem as suas instalações. Situado "no topo da Tapada das Necessidades, entre frondosa mata", foi mandado construir pelo Rei D. Carlos I para estúdio de pintura da rainha D. Amélia. Desde há anos, e sem qualquer despudor, dá guarita de luxo a um "velho republicano" pago por todos nós mas que lá permanece devidamente acompanhado por um assessor e um secretário e de "automóvel do Estado, para o seu serviço pessoal, com condutor e combustível".

É a República Portuguesa no seu melhor!

 
Publicado por Pedro Quartin Graça em Estado Sentido

DONA MARIA I

sábado, 29 de outubro de 2011

TODOS UNIDOS EM TORNO DO REI DE PORTUGAL, RESTAUREMOS A GRANDEZA DE PORTUGAL!


David Garcia em PDR - Reino de Portugal

LAVAR AS MÃOS

O presidente da República criticou publicamente o projecto de Orçamento de Estado que foi entregue no Parlamento, onde deverá ser discutido e votado. Ora, se o OGE ainda não foi aprovado, e se o PR não está de acordo com a proposta, teria sido porventura mais útil que as suas críticas fossem comunicadas no recato dos gabinetes. E se nessa hipótese o PR viesse a discordar da versão final, por entender violado um princípio básico de equidade fiscal, teria então a possibilidade de exercer o seu veto político e de se justificar publicamente.

É claro que o presidente se refugia na teoria de que só tem o poder da palavra, e não ousará, por isso, exercer esses seus poderes constitucionais. É mais fácil para o seu ego, sobre o qual Pulido Valente escreveu uma excelente crónica, tecer críticas e nada fazer, tanto mais que sabe que, no actual contexto internacional, o veto do OGE levaria o país à bancarrota imediata, do que tomar medidas e actuar. No entanto, ao falar, e ao falar neste contexto, tirou o tapete ao Governo e complicou a vida ao PS que hesitava sobre a posição a tomar e que deixou de ter espaço de manobra para votar favoravelmente a proposta do Governo.

Para além da questão formal, Cavaco Silva é um conhecedor da matéria, está informado sobre a situação das contas públicas e sabe das dificuldades com que o Governo se confronta para garantir as metas impostas pela troika. Dir-se-á, em abono da verdade, que o memorando não impõe cortes nos subsídios da função pública, mas sabe-se que exige metas orçamentais que não serão cumpridas se não forem tomadas medidas drásticas do lado da despesa do Estado, onde os gastos salariais representam a grande fatia do bolo. Aliás, Cavaco alinhou pelo coro dos que diziam que o Governo devia actuar do lado da despesa, não se entendendo agora o seu aparente espanto quando o Governo o faz exactamente desse modo. Mas, a sua incongruência não se fica por aqui. Em matéria de responsabilidade pessoal, Cavaco teve culpa. Criou as carreiras, acabou com a agricultura, cobriu o país de cimento. Enquanto PR, não travou as políticas do anterior Governo que agravaram a situação. Quando os funcionários públicos foram aumentados enquanto as contas públicas patinavam e o sector privado vivia horas de aflição, onde estava ele com as suas preocupações sobre equidade? Lavar as mãos pode agradar ao séquito de fiéis seguidores e entusiasmar os seus inúmeros assessores, mas é um jogo perigoso para Portugal, porque instala na população a falsa sensação de que o PR inviabilizará as medidas mais gravosas que nos são impostas pela conjuntura e, pior do que isso, que elas são desnecessárias ou que decorrem de uma opção política do Governo, quando o próprio sabe que resultam de uma necessidade premente e de uma situação de emergência.

Por muito que custe, o Estado não pode continuar a consumir a riqueza que não existe. No sector privado, o ajustamento tem sido feito à custa de falências das empresas, de cortes no investimento, de muitos sacrifícios, da perda de emprego de muitos trabalhadores que também nada fizeram para que isso sucedesse. A haver um problema de equidade, têm sido estes, os trabalhadores do sector privado, os mais fustigados pela crise. Ora, se o Estado está em falência técnica, o reajustamento da sua estrutura de custos é inevitável, por muito que isso implique medidas que parecem injustas (e que muitas vezes o são do ponto de vista individual) e causam sofrimento aos seus trabalhadores que acreditavam que os seus direitos eram inalienáveis.

Em tempo de guerra, e a situação assemelha-se a esse cenário, numa altura em que a esmagadora maioria dos portugueses vive tempos difíceis e se interroga sobre o futuro mas vai aceitando a sua quota-parte nos sacrifícios, em que estamos submetidos a um ultimato que condiciona o rumo da governação, em que o Governo não hesita em comprometer a sua popularidade para cumprir com as metas quase impossíveis que nos são impostas, a actuação calculista do PR configura falta de sentido de Estado e é, por isso, lastimável.

Rui Moreira
Membro do Conselho Superior da Causa Real

JN - 23 de Outubro de 2011

PORTUGAL, GLÓRIA MAIOR!



PORTUGAL, GLÓRIA MAIOR!




A matutina luz, serena e fria,
As estrelas do Pólo já apartava,
Quando na cruz o Filho de Maria,
Amostrando-se a Afonso, o animava;
Ele, adorando quem lhe aparecia,
Na Fé todo inflamado, assi gritava:
- "Aos infiéis, Senhor, aos infiéis,
E não a mi, que creio o que podeis!"





Com tal milagre os ânimos da gente
Portuguesa inflamados, levantavam
Por seu rei natural este excelente
Príncipe, que do peito tanto amavam;
E diante do exército potente
Dos inimigos, gritando, o Céu tocavam,
Dizendo em alta voz: - "Real, real,
Por Afonso, alto Rei de Portugal!"



Luís Vaz de Camões
"Os Lusíadas"
Canto III
45-46

AS CABEÇAS E O CEPO

 
Suspeito que Cavaco Silva nunca julgou vir a exercer um mandato como este que lhe saiu na rifa. Porventura julgou que os seus currículo, idade e queixo empertigado lhe confeririam estatuto suficiente para gerir a presidência como “habitualmente”. A vida como habitualmente é coisa finada. Acontece que o seu mandato está armadilhado, não só pelas contradições da arquitectura do semipresidencialismo tuga, mas por um estado de emergência que conduzirá o País, de ajustamento em ajustamento, a um ensurdecedor ambiente pré-revolucionário.

Conceda-se que a prestação de Cavaco não é pior do que a do seu comovido antecessor, de tão boa imprensa. O Dr. Sampaio é um caso paradigmático de como uma série de aleatórias coincidências da agenda política elevam um advogado não particularmente talentoso ao cadeirão de Belém, atribuindo-lhe o direito a umas indulgentes referências nos rodapés da História e a uma tela a óleo pendurada nos corredores do palácio.

Ontem, Cavaco, velha raposa keynesiana, penhorado filho dos tempos dos fundos sociais e de coesão que o catapultaram, não resistiu à tentação de se demarcar do amargo destino que nos espera e dos actores que se vêem obrigados ao trabalho sujo de controlar os danos deste caótico fim de festa. No fundo, Cavaco também nos vem acenar que há vida para lá do deficit: um conhecido vício socialista e um vírus impregnado nos reposteiros de Belém.

Para já, tirou a cabeça do cepo, mas está indelevelmente marcado como déspota de “Versalhes”.

Já tínhamos vislumbrado os abutres a pairar em volta desta nossa Nau adornada, e sabemos como os ratos são sempre os primeiros a escapar. De resto, honradez não é uma qualidade de “direita” ou de “esquerda”, é simplesmente rara.


João Távora in Diário Digital (21-Out-2011)

publicado por Monarquia Lisboa

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

REINO UNIDO: MULHERES E HOMENS EM PÉ DE IGUALDADE NA SUCESSÃO AO TRONO

Na eventualidade de o duque e a duquesa de Cambridge terem uma menina como primeiro fruto do casamento real, será ela a herdeira natural ao trono (Toby Melville/Reuters)
A partir de agora será o filho primogénito, independentemente do género, que terá prioridade de sucessão ao trono do Reino Unido. Rapazes ou raparigas terão, pela primeira vez, igual direito de acesso à Coroa britânica.
Os líderes dos 16 países da Commonwealth onde a rainha continua a ser formalmente a chefe de Estado aprovaram as alterações na cimeira de Perth, na Austrália.

Isto significa que, na eventualidade de o duque e a duquesa de Cambridge terem uma menina como primeiro fruto do casamento real, será ela a herdeira natural ao trono, tendo preferência sobre qualquer irmão mais novo que venha a ter.

De acordo com as anteriores lei de sucessão, que têm mais de 300 anos, o herdeiro do trono teria de ser o primeiro filho varão do monarca. Apenas quando não há rapazes nascidos da união é que pode uma mulher aceder à Coroa britânica, como aliás aconteceu com o pai da actual rainha, Jorge VI. Nesse caso o trono foi ocupado pela filha mais velha, Isabel II.

Foi igualmente levantada a proibição de um monarca se casar com uma pessoa pertencente à Igreja Católica Romana.

Ao anunciar estas mudanças, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que elas já serão aplicadas aos descendentes do Príncipe de Gales (Carlos de Inglaterra), mas que não serão aplicadas retroactivamente.

“De forma simples: se o duque a duquesa de Cambridge tiverem uma menina, ela será um dia a nossa rainha”, esclareceu Cameron, citado pela BBC.

“A ideia de que um filho mais novo se deveria tornar monarca em vez de uma filha mais velha simplesmente pelo facto de ele ser homem, ou que um monarca se pudesse casar uma pessoa de qualquer credo menos do Católico - esta forma de pensar choca com os países modernos em que nos tornámos”.

No seu discurso de abertura na cimeira de Perth a rainha de Inglaterra não se referiu directamente às novas leis de sucessão mas disse que as mulheres deverão ter um maior papel na sociedade. De acordo com o especialista em monarquia da BBC, Nicholas Witchell, estas palavras dão a entender que a rainha apoia esta alteração.

A rainha irá celebrar o seu Jubileu de Diamante no próximo ano e já existem, neste momento, duas gerações de futuros monarcas à espera de reinar.

Esta alteração à lei - que implica uma mudança no Bill of Rights de 1689 - apenas é importante para os 16 países onde Isabel II é formalmente a chefe de Estado, como por exemplo na Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Jamaica.

CHEGAMOS AOS MIL E QUINHENTOS FANS NO FACEBOOK! MUITO OBRIGADO!



PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA: UMA CASA COM GORDURAS. VIVA A MONARQUIA!

Jornal i, 27 de Outubro de 2011

UM ANDAR COM HISTÓRIA


A Causa Real não é um Partido, nem existe para ser um centro conspirativo para  derrube violento de qualquer uma das Repúblicas que temos vivido. Embora no seu alvorecer tenha representado a revolta que se levantou contra a prepotência do estado de coisas instalado pela força em 1910, o passar dos anos levaram-na a enveredar pelo caminho da marcação de uma presença constante, aquele prudente mas firme sinal de aviso a uma certa forma de ver Portugal. Atravessou períodos de maior notoriedade e no início da década de 50, houve momentos em que pareceu muito perto de conseguir o propósito da restauração da Monarquia em Portugal. As gerações sucederam-se e com elas, a forma de pensar a sociedade que era própria do tempo. 

Quem visite os numerosos sites monárquicos na blogosfera ou no Facebook, poderá verificar uma certa impaciência pela "inacção" da Causa, entendendo-se equivocadamente o seu papel, como uma sede aglutinadora à imagem de um Partido político e neste caso, o único corpo visível que combate o regime. Nada de mais errado. A verdade é que por muitos milhares de filiados que tenha - e tem-nos, agrade ou não agrade este facto "aos do sistema" -, a Causa não quer, não pode e nem sequer tem como fim, a imitação espúria daquele que um dia se chamou PRP. Diferentemente dos republicanos decididos pela destruição de uma Monarquia que julgavam ser por si a razão das desgraças nacionais, a Causa Real concita a simpatia e a participação nas suas listas, de milhares de portugueses com as mais díspares opiniões políticas, avultando nomes bem conhecidos do actual regime. "Inimigos" nos pressupostos partidários, aliados no grande objectivo comum. Será ainda necessário sublinhar, a progressiva adopção pelo chamado mainstream do actual regime, de muitos dos mais importantes postulados veiculados pela Casa Real, através da pública tomada de posição por elementos a ela ligados e que nas academias ou imprensa, têm indicado caminhos a trilhar para o bem comum: quem recorde qual era o posicionamento dos monárquicos quanto à descolonização, o caso de Timor, os Tratados assinados com a então CEE, a política portuguesa na geoestratégia do Atlântico ou da aproximação política e económica aos países da CPLP, facilmente reconhecerá este mérito que não pode ser negado. Por muito que isso desagrade aos "aflitos do regime", esta é a verdade que a poucos escapará.

Outro dos equívocos consiste na alegada "blindagem" da CR à livre participação dos seus filiados - que na maioria não são de forma alguma "militantes" - nos órgãos dirigentes. Há que notar o facto da CR ser um braço daquilo a que em sentido amplo se chama o gabinete da Casa Real, não podendo ser por isso, sujeita a golpes de aventureira oportunidade que se verificam noutro tipo de organizações, nomeadamente certos partidos políticos. Se as eleições são completamente livres, a escolha dos dirigentes deverá ser sempre objecto da aquiescência real e este aspecto é tão relevante quanto a existência da própria Causa e das suas ramificações plasmadas nas Reais Associações. Alguns sectores mostram-se impacientes e clamam por acção!, sem que essa prometida azáfama seja plenamente explicada á generalidade daqueles que se reclamam de monárquicos. Assim sendo, como será possível passar a Causa a tomar posições de recorte partidário no âmbito da política nacional, sem que isso implique a sua transformação num Partido político? É evidente e desejável o surgimento de múltiplas organizações que pretendam "ir a eleições gerais" e que incluam nos seus programas, aquela medida essencial que implica a reconstrução do Estado: a opção pela Monarquia. No entanto, tal não pode ser exigido à Causa Real, por muito que isso desgoste muitos dos seus filiados que aliás, nela encontram pares que  obedecem a outras linhas de acção e mais importante ainda, de pensamento. Se existe gente válida nos Partidos, poderão os militantes subir às respectivas tribunas e do alto proclamarem o seu apego à necessidade da restauração da Monarquia. No PS, no PSD, no CDS, BE ou qualquer outro, seria um inestimável serviço prestado, organizando tendências e grupos de pressão. Essa é a ideia chave.

Sendo de uma geração muito distante daquela que fundou a então Causa Monárquica, parece-me  de elementar justiça, reconhecer o trabalho porfiado que os fundadores e seus imediatos sucessores tiveram para a manutenção da chama. Critiquem-se os Integralistas, desdenhe-se agora o labor dos genealogistas ou dos "loucos pela Bandeira", há que concluir terem sido eles os homens que impediram a extinção da ideia do princípio monárquico da organização do Estado português. Acabaram por muito contribuir para o derrube da ditadura "democrática" dos Costas e Bernardinos, fincaram o pé e irritaram Salazar e Marcelo Caetano e abriram as portas à renovação da Causa nos anos 60, acabando por adequar a ideia da Restauração, a algo perfeitamente normal e exequível no plano dos princípios. Se tal não foi até agora conseguido, isso dever-se-á às contingências dos diversos períodos que têm pautado a vida da actual "situação" e que mais terão a ver com os interesses que durante anos, têm encontrado amplo respaldo além-fronteiras, traduzindo-se isto no eterno numerário que faz amodorrar a vontade  de tantos. Uma época que está a chegar ao fim.

A Causa Real podia fazer mais? Decerto. Para isso, seria necessária a total dedicação de todos os filiados e a sujeição ao vai-vem das conferências, reuniões fora da cidade de residência e do trabalho, a contribuição com uma parte, mesmo que ínfima, do património de cada um. Ora, isso é o que tem acontecido no muito restrito núcleo dirigente da CR, com o claro sacrifício da tranquilidade da vida familiar e do incontornável recurso às contas bancárias de cada um. Faz-se o que e possível e esse é o papel daqueles que se encontram filiados na organização. Ser membro* implica deveres, não apenas o iniludível direito de criticar.

Os regimes constitucionais vão passando e a Causa lá continua, como sempre na mesmíssima localização. Se tempos houve em que parecia perto da extinção, hoje é um testemunho daquilo que por ela fizeram as gerações dos nossos bisavós, avós e pais. E assim continuará, para grande irritação de alguns nossos "inimigos".

* Não sou filiado na Causa Real. 

Publicado por Nuno Castelo-Branco em Estado Sentido

O POVO PORTUGUÊS É ABOMINAVELMENTE PERSEGUIDO POR UM GOVERNO SEM DEUS


Capa de jornal francês de 1913, onde diz no interior que o Rei de Portugal foi brutalmente deposto pelos republicanos e pela Maçonaria. O Povo português é abominavelmente perseguido por um governo sem Deus.

A LÓGICA DA AVESTRUZ

A conspiração da mentira e da morte na muito rendosa indústria do aborto

A muito puritana mulher do bispo anglicano de Worcester reagiu com indignação à hipótese evolucionista:

Descender dos macacos!? Que horror! Esperemos que não seja verdade! Mas se for, pelo menos que não se saiba!

A reverendíssima dama teve uma reacção digna de uma avestruz: este animal, talvez um dos mais estúpidos do planeta, quando pressente um perigo, em vez de o enfrentar, enterra a cabeça na areia.

A julgar pelas novas práticas a seguir no atendimento das candidatas à interrupção voluntária da gravidez, parece que a Inspecção-Geral das Actividades de Saúde pretende que estas mulheres procedam do mesmo modo que as avestruzes, ao jeito da consorte episcopal.

De facto, depois da inspecção realizada, no ano passado, a vinte e dois estabelecimentos que realizam abortos, por opção da mulher, até às dez semanas de gravidez, essa entidade oficial recomendou agora que os «objectos alusivos à infância, ou do foro religioso, sejam removidos dos gabinetes médicos e de apoio psicológico e social, onde é prestado atendimento a estas utentes». A retirada desses objectos foi exigida na medida em que os mesmos, segundo o mesmo relatório, podem «interferir com a escolha das utentes».

Como poderia ser chocante para a candidata ao aborto saber a verdade, entende a dita Inspecção-Geral que se deve evitar tudo o que, de algum modo, possa revelar a verdadeira natureza do acto eufemísticamente designado como interrupção voluntária da gravidez. Como? Pois bem, a grávida não deve conhecer o resultado das ecografias, nem de qualquer outro exame médico que comprove a certeza científica da vida humana que em si gera. Também não deve saber que a «interrupção» da dita gravidez mais não é, na realidade, do que o extermínio desse ente diminuto, mas já portador de todas as características próprias do ser humano. Por isso, a sala em que for recebida a desesperada mãe não deve ter «objectos alusivos à infância, ou do foro religioso», porque a sua presença poderia coagir emocionalmente a grávida, coarctando a sua liberdade de pôr termo à vida do seu filho.

Bem vistas as coisas, as titulares do «direito» ao aborto nem sequer deveriam ser atendidas por pessoas, na medida em que estas mais não são, necessariamente, do que ex-crianças, que já foram portanto iguais ao ser que agora se pretende eliminar. Além do mais, se se trata de um competente e honesto profissional da saúde, como são quase todos os médicos e enfermeiros, não poderá negar a vida humana do embrião, nem o seu carácter pessoal, o que também pode ser perturbador para a infeliz mãe. Assim sendo, o atendimento de grávidas nesta situação deveria ser feito por máquinas de reposta automática, que ignorem a verdade que não convém e sejam cúmplices da mentira que interessa afirmar.

Entende-se que, nos gabinetes de atendimento médico e psicológico, é perniciosa a presença de tudo o que possa ser entendido como alusivo à «infância». Mas quem pode negar que, pela janela do consultório, se vejam bebés ao colo das suas mães, ou se oiça o inocente riso de uma criança?! Para evitar uma tal interferência, talvez seja de recomendar que as consultas tenham lugar em salas subterrâneas, hermeticamente fechadas e devidamente insonorizadas.

E, de que cor deveriam ser as paredes destas celas, se se interdita tudo o que seja, ou possa parecer, alusivo ao «foro religioso»? Brancas não, pois é a cor que vestem as noivas no dia em que casam pela Igreja, logo tem um claro sentido cristão. Azul é a cor do céu, portanto apela para o transcendente e, por isso, deve ser também rejeitado. Amarela é bandeira oficial do Vaticano, portanto também não é uma cor admissível. Encarnado é o sangue e, portanto, poderia parecer uma velada alusão ao carácter sangrento da interrupção voluntária da gravidez. Um cor quente e alegre também não se compadece com a natureza do acto a decidir em tal compartimento, uma vez que nenhuma insinuação cromática deve perturbar a triste e fria determinação de quem o Estado tão empenhadamente quer que aborte. Talvez só o preto se deva utilizar nessa câmara ardente, cega e surda, em que só, diante de uma máquina, a mulher poderá, finalmente, decidir «livremente» a interrupção voluntária da sua gravidez.
Num tempo em que o Estado se empenha em dar uma exaustiva informação sexual, que não educação, às crianças, não deixa de ser paradoxal esta aposta na manipulação das mulheres, principais vítimas desta afectada ignorância sobre o que a ciência afirma da vida em gestação e sobre as implicações éticas e psicológicas do acto de abortar. O poder público, ciente da natureza desse dramático desfecho, sabe que só uma mulher enganada e desamparada poderá chegar a uma tão trágica determinação. Pelos vistos, embora a Igreja tenha a fama de obscurantista, é o Estado quem tem o proveito, como responsável por esta conspiração da mentira e da morte na muito rendosa indústria do aborto.

Há dois mil anos, Jesus Cristo falou de alguém que é «homicida desde o princípio (…), mentiroso e pai da mentira» (Jo 8, 44). Ele é o «príncipe deste mundo» (Jo 12, 31). Nem mais.
P. Gonçalo Portocarrero de Almada

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

ENTREVISTA DO DEPUTADO EUROPEU BRITÂNICO NIGEL FARAGE (LEGENDADA)

 
Entrevista da RT a Nigel Farage, deputado europeu britânico, onde este fala da inevitabilidade da falência e saída do euro da Grécia, Portugal e Irlanda; do resgate dos bancos; do plano de criação dos Estados Unidos da Europa e da entrada da Sérvia na Zona Euro.

HOJE NO PARLAMENTO: LANÇAMENTO DO LIVRO "JOSÉ ESTEVÃO: O HOMEM E A OBRA"

Realiza-se no dia 27 de Outubro de 2011, às 18h30, na Biblioteca da Assembleia da República, o lançamento do livro ”José Estevão: O Homem e a Obra”, da autoria do Professor José Manuel Tengarrinha, editado na Colecção Parlamento.
 
A obra é apresentada pelo Professor Sérgio Campos Matos.

AMANHÃ A "ALMA DE COIMBRA" VAI ATÉ OVAR


DOM DINIS, O REI TROVADOR, REVISITADO NA BIBLIOTECA NACIONAL

(Clicar na imagem para ampliar.)
«D. Dinis é um dos autores representado nos Cancioneiros com maior número de composições: são da sua autoria 137 textos, nos vários géneros. Nasceu em Lisboa em 1261, tendo falecido em Santarém, em 1325. É filho de D. Afonso III de Portugal e de D. Beatriz de Castela, sendo neto, por via materna de Afonso X, de quem terá herdado o génio poético. O pai Afonso III, por outro lado, traz consigo a influência da corte borgonhesa, e o gosto pela literatura cavaleiresca, o que terá criado um ambiente favorável a que, na corte  de D. Dinis, que terá tido perceptores de origem provençal como Domingos Jardo, a cultura tivesse encontrado um momento de grande florescimento. A ele se deve a fundação dos Estudos Gerais de Lisboa, embrião da Universidade portuguesa. Também pelo casamento com Isabel de Aragão, a literatura em langue d'oc viu a sua presença reforçada na corte dionisina. Há, na linguagem de D. Dinis, um retomar de muitas fórmulas e lugares comuns da poesia medieval. Tal facto não deve surpreender, já que o conceito de originalidade é algo que não faz parte desta literatura. Não quer isto dizer que não possamos reconhecer elementos próprios e originais, nomeadamente a afirmação da sua arte poética, assim como o reflexo da sua condição real no modo como desenvolve alguns aspectos das Cantigas de Amigo.»
Nuno Júdice em D. Dinis - Cancioneiro.

Prosseguem, um pouco por todo o país, as celebrações dos 750 anos do nascimento de D. Dinis, multiplicando-se os eventos de homenagem ao nosso sábio rei lavrador. 
 
Assim, no próximo dia 28 de Outubro, pelas 18:00, no auditório da Biblioteca Nacional de Portugal, poder-se-á assistir a duas conferências de Ângela Correia e Manuel Pedro Ferreira, subordinadas ao tema Dom Dinis, Trovador, seguindo-se a apresentação do Projecto Littera, a cargo da investigadora Graça Videira Lopes. Este evento terminará com um concerto do grupo Vozes Alfonsinas que tratará de executar algumas das cantigas medievais de Dom Dinis e seus contemporâneos. A entrada é livre.

PRINCESA SANTA JOANA HÁ TREZENTOS ANOS VENERADA NUM PRECIOSO MAUSOLÉU


No dia 23 de Outubro de 1771, os restos mortais de Santa Joana foram trasladados para o túmulo desenhado por João Antunes. Monsenhor João Gaspar assinala com este texto o tricentenário de um acontecimento marcante na então vila de Aveiro
Em 1595-1597 e em 1599-1602, exerceu o cargo de prioresa do Mosteiro de Jesus, em Aveiro, a madre Inês de Jesus ou de Noronha, senhora activa, disciplinadora, renovadora e empreendedora. A sua nobreza de carácter não lhe consentiu que os despojos da Princesa D. Joana continuassem guardados em modestíssima osteoteca, embora patente no meio do coro de baixo, para onde haviam sido transferidos à volta do ano de 1578, depois de exumados da campa rasa. Por 1602-1603, o caixão interior, que continha as relíquias, foi encerrado noutro cenotáfio, de forma sepulcral, de maior grandeza e artifício, além do material ser mais condigno – ébano, coberto e ornado por marchetes de bronze dourado. O ataúde, ostentando o brasão da Princesa, foi colocado no mesmo lugar, agora sobre um supedâneo de pedra de Outil, e cercado de grades torneadas, com semelhantes ornatos de bronze.
Decorrido pouco mais de um século, após um minucioso processo canónico nas respectivas instâncias da Santa Sé, o papa Inocêncio XII, em 04 de Abril de 1693, mandou publicar o breve da beatificação equipolente “Sacrosancti Apostolatus cura”; por tal documento foi oficialmente confirmado o culto imemorial de Santa Joana. Na sequência do faustoso acontecimento, logo sucederam celebrações festivas em vários lugares. O Paço Real, em Lisboa, por ordem de el-rei D. Pedro II, foi dos primeiros a dar exemplo. Em Junho, no Mosteiro de Jesus, D. João de Melo, bispo de Coimbra, que apelidava a Princesa como a “sua Santa”, celebrou Missa pontifical, prometendo participar nas solenidades da beatificação, que viriam a realizar-se no ano seguinte de 1694. E assim aconteceu. De Coimbra vieram a Aveiro os cantores da Capela da Catedral para o oitavário, que culminou, em 12 de Maio, com a faustosa celebração da Eucaristia e com uma imponente procissão; nesta foi levada a primeira imagem da Santa Princesa, em bela escultura em madeira, para a qual se levantou um sumptuoso altar lateral no interior da igreja de Jesus.


D. Pedro II paga
El-rei D. Pedro II, após a beatificação de Santa Joana, ordenou a renovação e o aformoseamento do coro de baixo do Mosteiro, onde os seus restos mortais haviam sido sepultados, e mandou que se fizesse um túmulo condigno, a fim de se substituir o anterior. Para a sua concepção, foi escolhido o notável arquitecto lisbonense da Casa Real, João Antunes (1643-1712), cujos honorários foram pagos pelo próprio monarca. A obra, iniciada em 1698, terminou em 1709. No essencial, o sepulcro, assente sobre um bloco de pedra, é uma arca rectangular com base e cornija, cuja separação é feita nos extremos das faces por mísulas alongadas e finamente trabalhadas. São vários os elementos decorativos e os símbolos religiosos, que enriquecem o mausoléu em cada uma das quatro faces, como a cruz, a coroa de espinhos, a palma, o lírio, as flores e as ramagens. Em baixo e aos cantos, quatro querubins, alados e de braços erguidos, seguram-na e transportam-na ao céu e a fénix, no centro, aponta o renascer «ex cínere»; como remate superior emerge, também suportado por anjos, o brasão português, encimado pela coroa real, entre volutas. Magnífico e admirável exemplar de entalhados multicolores de mármore, embutidos com suma delicadeza e perfeição, é no seu género uma peça incomparável no embrechado, equilibrada no desenho e adequada ao barroco nacional.
Foi o bispo de Coimbra, D. António de Vasconcelos e Sousa, quem, no dia 10 de Outubro de 1711 procedeu ao reconhecimento canónico das relíquias de Santa Joana, entre mostras de muita piedade. Nos dias seguintes, houve tríduo de Missas, pregações e festas. No dia 23, após a Missa pontifical do prelado, realizou-se um magnífico cortejo, com danças, charamelas e trombetas, que deu volta ao claustro conventual e percorreu algumas artérias da vila de Aveiro, passando junto à secular igreja matriz de S. Miguel e defronte da Casa da Câmara Municipal e parando, durante uns instantes, no Convento de S. João Evangelista, das irmãs carmelitas. À frente iam os frades dominicanos, provenientes de várias partes, depois os carmelitas, os franciscanos e muitos eclesiásticos e nobres; ao todo, perto de quinhentos clérigos, por ter o bispo ordenado que concorressem os das freguesias circunvizinhas. Logo após, alçava-se a cruz da Sé, sob a qual os cantores de Coimbra e os músicos da Capela Real, solicitados de Lisboa pelo prelado, entoavam salmos e hinos; os membros do Cabido caminhavam com solenidade incomum. Conduzido debaixo do pálio, a cujas varas pegavam seis cavaleiros do hábito de Cristo, o riquíssimo andor com as relíquias era levado pelos abades mitrados dos mosteiros beneditinos de Santo Tirso e de Coimbra e dos cistercienses de Seiça e do Espírito Santo ou de S. Paulo de Coimbra, por não haver bispos disponíveis nas Dioceses limítrofes. À passagem, a Infantaria militar, em duas alas ao longo das ruas, salvava com repetidas descargas. Atrás, seguia o antístite, com os seus acólitos, o Senado Municipal e uma tão grande multidão de pessoas que as Justiças não podiam conter. Recolhida a procissão no Mosteiro de Jesus, colocou-se o caixão dentro do túmulo, que logo se fechou.
Candelabros roubados pelos franceses
Posteriormente, o sétimo duque de Aveiro, D. Gabriel de Lencastre Ponce de Leão, por escritura lavrada em 03 de Janeiro de 1733, doou e mandou entregar à prioresa do Mosteiro de Jesus cinco candelabros de prata para serem colocados junto do sepulcro da Santa Princesa e neles se acenderem velas. Tais lampadários substituíram os quatro candelabros de cristal que, algum tempo antes, ofertara o mesmo devoto para idêntico fim. Conforme o teor do documento notarial, os candelabros de prata eram lavrados a cinzel; o maior tinha duas ordens de luzes (seis luzes a de cima e doze a de baixo); outros três tinham uma ordem de doze luzes; e o mais pequeno tinha uma ordem de seis luzes. Em 1808, «esta preciosidade artística foi levada ou, para melhor dizer, roubada pelos franceses» – informa o aveirógrafo Marques Gomes.
No decorrer da história milenar do nosso burgo, este facto significa um acontecimento marcante, singularmente vivido em 23 de Outubro de 1711 com ‘pompa e circunstância’. Na ocorrência do seu terceiro centenário, nós não poderíamos deixar de assinalá-lo num sentido de gratidão à celeste Padroeira de Aveiro que – como ela prometeu antes de falecer - «eu hei-de lembrar-me desta Casa e da Vila, onde quer que a minha alma estiver».
João Gaspar