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Testemunhos
“…este
verdadeiro erudito doutor com uma impressionante história e currículo
de activismo político, sempre foi presença incómoda.…”
“…Radical, denominava-se de monárquico anarco-comunalista…”
“…Aquele
homem de tudo sabia e de muito falava. Biografias inteiras, histórias
picarescas de grandes vultos, filosofia e surpreendentemente, um
espantoso conhecimento territorial do país que calcorreava a pé, por
montes, vales cidades e vilas. Por vezes, tornava-se incompreensível e o
seu grandioso argumentativo – a dialéctica de outros -, era susceptível
de desesperar os mais pacientes…”
“…Num
dia de Cimeira da AD marcada para a sede do extinto PPM – o que hoje
existe é uma indigna caricatura do original -, ao deparar com a chegada
do 1º ministro Balsemão e do ministro Freitas do Amaral, virou-se para
os jovens e na sua inconfundível voz de trocista inveterado, sentenciou:
- “Meus senhores, chegaram os caixeiros-viajantes. Podemos começar!”…”
“...Era
um homem difícil de compreender, dada a sua resposta pronta e a fama de
polemista que todos contradizia pelo prazer de manter viva a conversa.
Deliciava-se em provocar os mais jovens, acicatando-os para um combate
de selva que servia como treino para outras e mais persistentes lutas
futuras, contra adversários mais irredutíveis, porque bem instalados.
Queria sempre mais respostas, novos desafios e outros temas que nos
mantivessem junto dele. Apresentava uma certa ideia do mundo, onde
Portugal era a peça central, inamovível numa grandeza histórica bem
possível de reconquistar para a normalidade dos dias em que se sucedem
as gerações. Fez-nos acreditar na possibilidade do improvável e hoje,
esteja onde estiver, deve saborear aquele valeu a pena!, que há uns
vinte e cinco anos nos garantia como infalível meta…”
Nuno Castelo-Branco in http://estadosentido.blogs.sapo.pt/1040623.html
Nuno Castelo-Branco in http://estadosentido.blogs.sapo.pt/1040623.html
“…"Quando chega
D. Sebastião?", perguntava um brincalhão ao telefone, pouco depois do 25
de Abril de 1974. "Daqui fala o próprio", retorquia, da sede do Partido
Popular Monárquico, João Camossa. Nessa época - antes das primeiras
eleições -, lia-se nas paredes: "Queremos o Camossa na Assembleia."…”
Fernando Madaíl in http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=987215&page=-1
“…Os
seus argumentos, simplicidade e emoção oratória não deixavam ninguém
indiferente. Era um homem de histórias que adorava as tertúlias e a
conversa inteligente. …”
“…Ninguém como ele sabia tanto da “pequena história” de Portugal! E quantas vezes saíam recortes de notícias, esboços de mapas, papéis rabiscados com notas das algibeiras do seu casaco, sempre recheadas de mistérios...”
“…Ninguém como ele sabia tanto da “pequena história” de Portugal! E quantas vezes saíam recortes de notícias, esboços de mapas, papéis rabiscados com notas das algibeiras do seu casaco, sempre recheadas de mistérios...”
Mário Casa Nova Martins in http://avozportalegrense.blogspot.com/2007/10/joo-camossa-1926-2007_3071.html
“…O João foi um dos homens mais inteligentes que conheci. Dos mais cultos. Dos mais sábios.
Não
tinha, nem pela humanidade nem por si próprio, uma consideração por aí
além. Abominava o doutor Oliveira Salazar e o socialismo, achava que as
pessoas se deviam agrupar em pequenos núcleos, já que, nos grandes, o
diálogo era impossível. A si próprio atribuía, como ideologia, o
“anarco-comunalismo”, coisa mirífica onde as pessoas se deviam dar bem
porque se ignorariam quanto pudessem, e onde o Estado se tornaria
(quase) desnecessário. Talvez por isso era monárquico, concebida a
monarquia como um sistema em que o chefe era próximo porque longínquo,
doce, estimado, não estava sujeito às discussões dos fabricantes delas e
só aparecia quando era indispensável, na certeza de que o ideal era que
não precisasse de aparecer.
O João leu coisas que ninguém mais leu, sabia coisas que a mais ninguém era dado saber, pensava coisas que ninguém mais pensava.
Por baixo das anedotas
que a seu respeito se contavam, talvez por ele incentivadas,
escondia-se um ser pensante, quase genial, que raciocinava a galope e
chegava a conclusões que causavam estranheza, inveja, até repulsa à chã
farronca do comum dos mortais.….”
“…Os
seus escritos, que transportava em bolsos imensos, quase a arrastar
pelo chão, a contestação de Bernstein e Marx, as críticas ao senhor
Soares (Mário), como ele lhe chamava, as suas teses sobre a
nacionalidade, os descobrimentos, o miguelismo, sei lá, tudo deve estar
perdido. Deve-lhe ter caído dos tais bolsos, já rotos, vítimas da usura e
do desleixo.
Há
Homens que muito poderiam ter dado, ou deixado, ao seu semelhante.
Assim não aconteceu com João Carlos Camossa de Saldanha, não porque não
tivesse produzido, e muito, mas porque nunca teve intenção de fazer
disso honra...”
António Borges de Carvalho in http://irritado.blogs.sapo.pt/74027.html
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