Tenho-me deparado nestes últimos dias com uma intensa actividade
propagandística de activistas monárquicos em vários grupos partidários e
apartidários. Perante a falência do republicanismo português, como mais
uma vez se evidência, alegra-me ver a pobreza argumentativa daqueles
que se dizem republicanos.
Para essas individualidades é preferível viver-se numa má republica
do que numa boa monarquia. Defendem que a transição monárquica é um
retrocesso ao século XIX, onde, tudo era repressão e direitos para
alguns. Defendem-se com a História, desculpabilizando a república,
diabolizando a figura régia. E vão mais longe, utilizando linguagem
indecorosa para defender essa utopia.
A pobreza do argumentário republicano deixa-me feliz porque dá-me a
certeza da justeza da ideia monárquica e a sua actualidade e força no
século XXI, nas democracias mais prósperas e democráticas do Mundo. E
dá-me a certeza da falência e do fracasso do republicanismo Português na
nossa História. Tanto, que os defensores da república tentam humilhar
monárquicos, ridicularizando-os e até censurando os seus escritos nas
redes sociais, embora isso cada vez menos esteja a acontecer.
Tendo formação historiográfica, dá-me satisfação sentir o medo dos
republicanos quando uso argumentos historiográficos dos mais simples
possíveis. A Democracia está mal, dizem eles, mas a discussão acerca da
monarquia não é admissível, porque, não lhes interessa o retrocesso ao
tempo dos cortesãos.
E o que é a república senão uma oligarquia? Conceptualizada por
republicanos e para republicanos?Não é um regime de barões feudais da
partidocracia da III República?
Esse sentimento oligarquizante vai desde a actividade política até à
censura das vozes críticas à república. O argumento vazio de que os
representantes são escolhidos entre os melhores dos cidadãos é pura
utopia.
Qualquer português que lê “a Bola” sabe muito bem que todos os
candidatos aos cargos públicos são impostos pelo aparelho partidário.
E cada um de nós sente isso. Eu não posso candidatar-me ao lugar mais
simples na junta de freguesia, sem ter qualquer tipo de filiação
partidária e os padrinhos certos. Eu tenho de ter cautela se quiser
caricaturar alguma alta figura política ou intelectual.
No entanto, a verdade é que nós os monárquicos temos capacidade
dialogante para com os republicanos e o contrário não existe na maioria
dos casos. Mas os dissidentes entre eles começam a nascer como
cogumelos. Essa é que é essa…
Daniel Nunes Mateus
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