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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

domingo, 18 de dezembro de 2011

É IMPERATIVO IMPEDIR A VENDA DA EDP PARA A E.ON!

Acerca da possível venda da EDP para a E.ON, imagino que já ficou claro que isso é uma ameaça grave à economia nacional e também à soberania. Para compreendermos o que a Alemanha deseja para Portugal, é importante compreender a posição da Alemanha no mundo, de maneira a desvendar que interesses estão por detrás das suas acções e medir o grau em que a sua acção se encaixa na acção dos partidos que mandam em Portugal, partidos por sua vez criados com dinheiro alemão.
 
A Alemanha possui alta-tecnologia, apesar de não estar no topo, mas é pobre em recursos naturais, possui mão-de-obra cara e está completamente dependente da Rússia em matéria energética, o que encarece os seus custos de energia, que deve comprar ao preço inflado do mercado internacional, e a torna dependente da boa vontade russa. Com a imposição do euro, a Alemanha ganhou alguma vantagem competitiva graças à desvalorização deste, propiciada pela falta de disciplina monetária na união, o que até hoje foi incentivado pelo conveniente esquecimento dos critérios de Maastricht. Se a Alemanha realmente sofresse com o euro fraco, não teria tido problemas em pressionar a União Europeia a agir, ameaçando sair da zona euro se não houvesse respeito ao que foi acordado. Ao contrário disso, a Alemanha também desrespeitou os critérios de Maastricht, e só não teve défices tão grandes quanto o dos países ditos periféricos pois a sua economia cresceu graças às exportações acrescidas pela desvalorização e pelo consequente aumento da arrecadação tributária numa economia aquecida.
 
Ao mesmo tempo, Portugal perdeu com o euro, pois apesar da desvalorização havida, ela não reflectia as suas condições económicas reais, o que acarretou numa queda da competitividade agravada depois pelo recurso ao crédito fácil e barato, prontamente fornecido pela Alemanha, que agora, diante da esperada crise do euro, agora se faz de vítima e ameaça cortar o crédito no caso de não entregarmos à União Europeia toda a nossa soberania.
 
Ao entrar na União, sacrificamos sectores inteiros da nossa economia, coisa que não fez a Alemanha, protegida pelas políticas comunitárias em todos os sectores, em troca da perspectiva de exportar para o resto da Europa produtos semi-industrializados e têxteis. O que aconteceu mais tarde? A União, seguindo os desejos alemães, negociou na Rodada Uruguai e na Rodada do Milénio a abertura total destes sectores ao resto do mundo, conseguindo em troca uma abertura para os seus produtos mais sofisticados, como bens de capital.
 
Porém, os investimentos das grandes multinacionais alemãs na China, aliados aos investimentos de outras nações, acabaram por criar um gigante industrial agressivo que soube desde cedo aprender com os estrangeiros, com a sem a ajuda deles. À medida que a China crescia e o seu mercado oferecia perspectivas de vendas astronómicas cada vez mais intensas, também cresciam as exigências desta, que passou a assim a receber investimentos em sectores industriais mais sofisticados, subindo um degrau na escala do desenvolvimento.
 
Mas os alemães, e outros, não contaram que a China acabasse por se tornar a maior potencia mundial da engenharia reversa, e que esta passasse aos poucos a produzir até bens mais sofisticados que a Alemanha que, segura da sua capacidade, julgava que seriam sempre produzidos por ela, nomeadamente no sector das máquinas industriais. É muito diferente ser uma nação que cuja indústria precisa de máquinas estrangeiras para funcionar de ser uma que domina todos os estágios da industrialização e agora começa ela própria a inovar, como é visível na indústria aeronáutica:


O Airbus chinês tem mais do que um Pai

Assim, é mais do que certo que a Alemanha, que já não pode recorrer à desvalorização do euro dentro do novo arranjo que lhe entregou as soberanias orçamentais em todo o continente, muito por conta da sua população estar cansada da perda de poder de compra, deverá optar agora por uma política proteccionista para manter o seu nível de emprego. E como ficam a Europa e Portugal? Bom, não passam de territórios que deverão servir os interesses económicos das grandes corporações alemãs e da economia alemã, se especializando de acordo com os interesses desta. Assim, podemos concluir que a indústria de alta-tecnologia, e não só, em Portugal, dentro da União Europeia, é uma utopia, e que a nação se limitará a produzir o que a Alemanha não pode e não se interessa por comprar de outras nações do mundo, a um preço bem menor do que Portugal poderá produzir. E, como já ficou demonstrado, a Alemanha não hesitará em abrir ao exterior sectores vitais à economia portuguesa desde que isso lhe traga vantagens, e traz. O melhor para a Alemanha será manter o desemprego alto em Portugal, acabando ao mesmo tempo com os benefícios sociais existentes, criados para quebrar a nação e a endividar com os bancos alemães, de maneira a forçar os portugueses a emigrar e suprirem a Alemanha com mão-de-obra barata.
 
Mas há uma outra questão que importa, que é a das matérias-primas e combustiveis fósseis. Interessa à Alemanha, que não possui petróleo e assim paga caro por ele, que haja restrições à utilização do mesmo, obrigando o mundo todo a usar as ineficientes energias alternativas, domínio no qual a Alemanha está na vanguarda pois isso é fruto de uma necessidade política e militar: não depender da energia do exterior. Estudem as guerras mundiais e verão que este é o calcanhar de Aquiles da Alemanha. Antes que me esqueça, um outro ponto: A Rússia jamais consentiria que a Alemanha desenvolvesse o seu potencial atómico ao ponto de se ver em perigo, daí que a Alemanha, para demonstrar que é boa aliada da Rússia, decidiu fechar as suas usinas.
 
Porém, o que interessa impor aos outros não é o que a Alemanha fará para si. Portugal, e aposto a minha vida nisso, possui recursos petrolíferos vastíssimos na sua ZEE, que até hoje tem sido criminosamente e deliberadamente alvo de esquecimento, pois se Portugal tivesse já feito uma prospecção do seu mar e explorasse o mesmo, estaria na posição da Noruega, onde o povo nem quer ouvir falar da União Europeia, apesar da sua elite corporativa ser favorável à entrada do país nesse projecto totalitário.
 
Interessará aos que mandam cá, e esperam ter os seus poderes acrescidos, descobrir petróleo apenas depois do "governo português" ter vendido concessões para a exploração do mesmo para empresas alemãs, resolvendo assim o grande problema estratégico da Alemanha. Se os submarinos forem devolvidos, tanto melhor, pois será ainda mais fácil pôr em prática uma das claúsulas do Tratado de Lisboa, que estabelece que a União deverá tomar conta desses bens.
 
Dentro deste contexto, importa pensar na venda da EDP para a E.ON, que já discuti aqui (ver aqui e aqui). Será difícil imaginar que a EDP, no caso de venda para a E.ON, será instrumentalizada pelos interesses alemães, ainda mais quando os interesses destes já influem na política nacional de forma tão devastadora? Vejam o que se passa no caso das energias alternativas, que financiamos com impostos e com preços de energia absurdos! Se a EDP for tomada pelos alemães, a situação chegará a um ponto que em outros tempos constituiria um casus belli, que é o de pagar tributos a uma nação estrangeira para que ela destrua a nossa.
 
Se não há como escapar à venda da EDP, então apoio a venda da mesma para a Eletrobrás, que para além de possuir uma melhor oferta que a E.ON, é uma empresa de uma nação irmã cujo interesse económico a longo prazo é possuir em Portugal um sócio para empreitadas industriais, estabelecendo aqui bases para exportar produtos finalizados para o resto da Europa e produzir aqui se aproveitando da experiência portuguesa em áreas que o Brasil não domina ou precisa de parceiros. As iniciativas mais ousadas que frutificaram em Portugal nos últimos anos foram feitas por empresas brasileiras, e isto sem nenhuma política oficial de incentivo. Basta ver o caso da PT/Oi, que demonstra a vontade brasileira de terem nos portugueses sócios e não empregados, dos investimentos da Embraer, que puseram as OGMA no caminho do crescimento e inauguraram uma fábrica aeronáutica nova no Alentejo, ou da CSN, que permitiram que a indústria siderúrgica sobrevivesse em Portugal.
 
As áreas a explorar são imensas e a sinergia não é acidental, mas fruto das escolhas feitas por nossos antepassados, que souberam bem escolher os locais onde construiriam o império que manteria a independência do Portugal europeu intacta quando já era possível descortinar o futuro. Portugal, isolado na Europa, teria imensas dificuldades para manter a sua independência e seria absorvido pela Espanha, sabiam os nossos antepassados, que testemunharam a absorção de vários estados então comparáveis a Portugal em unidades maiores, que hoje são as nações europeias, que por sua vez estão a ser juntadas numa unidade ainda maior, transformando a Europa numa ditadura oriental.
 
A EDP em mãos brasileiras jamais será usada para manter Portugal submisso pois o interesse económico do Brasil coincide com o de Portugal, ainda que não o do Portugal oficial. Ainda assim, tal venda deverá ser acompanhada de várias medidas para salvaguardar o país contra uma empresa que já produz danos por ser demasiado grande. A primeira é a liberalização real do mercado português de energia, trazendo a concorrência para o sector, e segunda é o fim de todos os subsídios para o financiamento dessa ideia que enriquece as corporações alemãs e os políticos corruptos: a energia renovável.
 
A Alemanha, que não podendo colonizar o resto da Europa não terá alternativas, que siga essa via.

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