Antes de prosseguir sugere-se a leitura da primeira parte deste artigo.
Ideia ainda mais infeliz que anterior é
aquela de concentrar as ‘meias-horas’ para serem usadas ao Sábado. Isto,
então, é de bradar aos Céus.
Que trabalhador aceitará que lhe tirem uma manhã de descanso, para mais
sem que lhe paguem por isso? Que trabalhador estará motivado, nestas
circunstâncias, para o trabalho? Ao fim de 40 horas de trabalho que
trabalhador estará suficientemente descansado de modo a que os acidentes
de trabalho sejam minimizados?
Quem teve estas ideias devia ter estudado
um pouco mais para, hoje, perceber que um trabalhador motivado e com o
descanso em dia é, potencialmente, muito mais produtivo.
Os impactos desta medida na economia
não são necessariamente positivos! Qualquer pessoa que trabalhe sabe que
ao longo da semana, em virtude dos horários de trabalho actuais, é
praticamente impraticável recorrer ao comércio tradicional. A manhã de
Sábado apresenta-se, assim, como uma alternativa viável para usar este
tipo de comércio. Retirar a manhã de Sábado aos trabalhadores não só
retira descanso aos mesmos como pode implicar o colapso do já débil
comércio tradicional, com graves consequências para a economia.
Também se colocou a hipótese de retirar
dias de férias aos trabalhadores. Fica-se de tal maneira estupefacto com
esta hipótese que uma das perguntas que vem à mente é “Será que estão
mesmo a falar a sério?”.
Será que se está pretender voltar
progressivamente à escravatura (que, por acaso, foi abolida pela
Monarquia)? Aumento do trabalho e diminuição das remunerações? A este
ritmo o que virá a seguir?
No meio de tudo isto haverá quem pense
que são sacrifícios que se devem fazer a bem de Portugal! É certo que há
alturas em que devem ser feitos sacrifícios pelo bem comum, pelo bem da
Pátria. Disso não há margem para dúvidas! O pior é que, mesmo com todos
estes sacrifícios exigidos, os problemas de Portugal não serão
resolvidos porque, como se diz popularmente, há demasiados a comer
demasiado. O povo, esse, sem nenhuma força que o defenda
verdadeiramente, continua a ver os sacrifícios pedidos a aumentar e a
sua qualidade de vida a diminuir.
(continua …)
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