No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e
sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a
luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a
compreenderam. (João I: 1-5)
Ali estava a luz verdadeira, que ilumina
a todo o homem que vem ao mundo. Estava no mundo, e o mundo foi feito
por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus
não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de
serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não
nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem,
mas de Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua
glória, como a glória do unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade.
(João I: 9-14)
Natal - poema de P. Gonçalo Portocarrero de Almada
NATAL
Há dois mil anos, nos arredores de Belém,
veio ao mundo o Deus encarnado, Jesus,
tão só na companhia de São José e sua Mãe
ao mundo das trevas veio Deus, a Luz da Luz.
É Cristo, o Rei dos Reis e Imperador
como Senhor Deus que é omnipotente
e apesar de ser do mundo grande Senhor
nasce pobre, desvalido e indigente.
Não há p’ra Ele lugar na fraca pousada
e não há outra casa para o albergar
Ele, que todas as coisas tirou do nada,
E que veio ao mundo para todos salvar!
Na fria solidão daquela amargura
apenas um estábulo encontrou José
onde só velhas tábuas e palha dura
servem de mísero berço ao Autor da fé.
No doce coração puríssimo de Maria
uma chama de amor vivo resplandece,
luz que brilha e faz da noite claro dia,
fogo que arde ao som de humilde prece:
- Meu divino Filho, meu Jesus, meu amor,
que agora vejo em provação tão atroz
confesso-Vos contudo meu Deus e Senhor
e peço-Vos que tenhais piedade de nós!
Perdoai, Senhor nosso, esta manjedoura,
o estábulo que vos serve de morada
e também a pobreza tão confrangedora
qual é a desta vossa humilde criada!
Nas palhinhas deitado, o Menino sorriu
e assim disse à Virgem Imaculada:
- Bendita aquela que a voz de Deus ouviu
e, sendo alta Rainha, se fez escrava!
Quanta riqueza, Senhora, não vale nada
se comparada com a pobreza de quem tem,
em noite escura, numa gruta gelada,
o tesouro do doce sorriso de sua Mãe!
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