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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quinta-feira, 31 de março de 2011

HOJE: S.A.R. O SENHOR DOM DUARTE DE BRAGANÇA APRESENTA JACK SOIFER

Apresentação de “Como Sair da Crise - Baixo Tejo e Beiras”,”Como Sair da Crise - Centro”, “O Futuro do Turismo”. 31 de Março às 18h30 na FNAC Chiado

AMANHÃ: COLÓQUIO BERNARD LONERGAN “OS VALORES NÃO SÃO MENTIRA”

Por ocasião do lançamento em Portugal da obra “Insight – Um ensaio sobre o conhecimento humano, de Bernard Lonergan (1904-1984), “considerado por muitos intelectuais o mais sofisticado filósofo do séc. XX”, segundo a revista TIME, o CEFI da Universidade Católica Portuguesa promove, no dia 1 de Abril próximo, um Colóquio intitulado “Os valores não são mentira”, que se propõe aprofundar questões sobre a crise presente na perspectiva da Filosofia, da Economia e da Teologia. O evento será transmitido online, de forma a alcançar um público global.

TEXTO DE NICOLAU SANTOS PUBLICADO NA REVISTA “UP” DA TAP

Nicolau Santos
Eu conheço um país que em 30 anos passou de uma das piores taxas de mortalidade infantil (80 por mil) para a quarta mais baixa taxa a nível mundial (3 por mi.)

Que em oito anos construiu o segundo mais importante registo europeu de dadores de medula óssea, indispensável no combate às doenças leucémicas. Que é líder mundial no transplante de fígado e está em segundo lugar no transplante de rins.

Que é líder mundial na aplicação de implantes imediatos e próteses dentárias fixas para desdentados totais.

Eu conheço um país que tem uma empresa que desenvolveu um software para eliminação do papel enquanto suporte do registo clínico nos hospitais (Alert), outra que é uma das maiores empresas ibéricas na informatização de farmácias (Glint) e outra que inventou o primeiro antiepilético de raiz portuguesa (Bial).

Eu conheço um país que é líder mundial no sector da energia renovável e o quarto maior produtor de energia eólica do mundo, que também está a construir o maior plano de barragens (dez) a nível europeu (EDP).

Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o primeiro sistema mundial de pagamentos pré-pagos para telemóveis (PT), que é líder mundial em software de identificação (NDrive), que tem uma empresa que corrige e detecta as falhas do sistema informático da Nasa (Critical) e que tem a melhor incubadora de empresas do mundo (Instituto Pedro Nunes da Universidade de Coimbra)

Eu conheço um país que calça cem milhões de pessoas em todo o mundo e que produz o segundo calçado mais caro a nível planetário, logo a seguir ao italiano. E que fabrica lençóis inovadores, com diferentes odores e propriedades anti-germes, onde dormem, por exemplo, 30 milhões de americanos.

Eu conheço um país que é o «state of art» nos moldes de plástico e líder mundial de tecnologia de transformadores de energia (Efacec) e que revolucionou o conceito do papel higiénico(Renova).

Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial e que desenvolveu um sistema inovador de pagar nas portagens das auto-estradas (Via Verde).

Eu conheço um país que revolucionou o sector da distribuição, que ganha prémios pela construção de centros comerciais noutros países (Sonae Sierra) e que lidera destacadíssimo o sector do «hard-discount» na Polónia (Jerónimo Martins).

Eu conheço um país que fabrica os fatos de banho que pulverizaram recordes nos Jogos Olímpicos de Pequim, que vestiu dez das selecções hípicas que estiveram nesses Jogos, que é o maior produtor mundial de caiaques para desporto, que tem uma das melhores selecções de futebol do mundo, o melhor treinador do planeta (José Mourinho) e um dos melhores jogadores (Cristiano Ronaldo).

Eu conheço um país que tem um Prémio Nobel da Literatura (José Saramago), uma das mais notáveis intérpretes de Mozart (Maria João Pires) e vários pintores e escultores reconhecidos internacionalmente (Paula Rego, Júlio Pomar, Maria Helena Vieira da Silva, João Cutileiro).

O leitor, possivelmente, não reconhece neste país aquele em que vive ou que se prepara para visitar. Este país é Portugal. Tem tudo o que está escrito acima, mais um sol maravilhoso, uma luz deslumbrante, praias fabulosas, óptima gastronomia. Bem-vindo a este país que não conhece: PORTUGAL.

Há que relembrar que nem tudo é mau. Que na escuridão que nos envolve reluzem estrelas inflamadas pelos "nossos valores de sempre". O que seria se conseguíssemos resgatar "a dignidade do Estado"...
VIVA O REI! VIVA PORTUGAL!
(Fonte: Página da "Causa Real" no Facebook)

ÉTICA REPUBLICANA VERSUS ÉTICA MONÁRQUICA

(…) Quando, por exemplo, o Ministério da Justiça paga 72.000 euros a uma procuradora do Ministério Público contra o parecer da PGR e de um antigo secretário de Estado- o antecessor daquele que assinou-, levanta-se uma suspeita séria e legítima. Se a procuradora em causa fosse a mulher de um ministro japonês, este demitia-se imediatamente. Sendo a mulher do ministro português da Justiça abre-se um inquérito, o qual há-de apurar certamente que tudo se passou dentro da mais estrita legalidade.

É a isto que se chama ética republicana, muito diferente da ética no Japão que, como se sabe, é uma monarquia.

- Fernando Madrinha, no Expresso do passado sábado.

DESCOBERTO NA AUSTRIA QUADRO DE D. SEBASTIÃO PERDIDO HÁ 400 ANOS

O Museu Rietberg, em Zurique, Suíça, inaugura amanhã a exposição "Marfins Cingaleses do Século XVI", que tem em destaque uma tela com um retrato inédito de D. Sebastião, da autoria de Alonso Sanchez Coello, pintada na corte portuguesa em 15...62 e cujo paradeiro era ignorado desde há quatro séculos.

Na verdade, a obra estava na Áustria, no castelo Schonberg, mas erradamente identificada com um nobre austríaco. 

Em simultâneo, serão mostrados na exposição dois outros quadros da mesma época, que retratam a rua Nova dos Mercadores de uma Lisboa pré-pombalina. As duas telas foram encontradas numa casa senhorial inglesa e não estavam identificadas com ...Lisboa.

Todos os quadros foram restaurados e limpos a expensas do Museu Rietberg e foi a partir dessa operação que se tornou possível a sua identificação.

Numa das salas do museu foi reconstituída a estrutura do casco de uma caravela portuguesa. No interior, serão expostas peças de marfim e projetadas imagens dos dois elefantes levados para Lisboa e depois para Viena.
 No geral, a mostra de Zurique reúne peças de marfim esculpidas em Ceilão em meados do século XVI. Na sua grande maioria pertenceram ao acervo de Catarina de Áustria, rainha de Portugal entre 1525 e 1578.

Em 1506 o...s portugueses chegaram a Ceilão, hoje Sri Lanka, e estabeleceram relações comerciais muito fortes com o reino de Kotte no sul de Ceilão. A partir desse encontro passaram a chegar à Europa produtos tão ricos e diversificados como elefantes, madeiras preciosas, especiarias ou pedras de âmbar. Um exemplo particularmente fascinante desse negócio estabelecido é proporcionado pelos ricos marfins pertencentes à colecção de Catarina de Áustria e que constituem um dos destaques da exposição.

Os marfins agora exibidos em Zurique eram parte de ofertas diplomáticas à corte de Lisboa e não só revelam as capacidades artísticas dos homens que trabalhavam este material em Kotte, como testemunham as invulgares relações políticas e culturais existentes à época entre Portugal e Ceilão. De alguma forma constituem, também, uma demonstração da grandeza e do poder da corte portuguesa e de Portugal como potência marítima, que tinha o seu centro asiático estabelecido em Goa.

Por outro lado recordam-nos o dinamismo daquele que foi o primeiro país da Ásia a ter uma embaixada na Europa. Em 1542, o primeiro embaixador de Ceilão, Sri Radaraska Pândita, um religioso de Kotte, chegava a Lisboa para assim materializar as excelentes relações existentes entre os dois países.

Algumas das peças foram cedidas por colecções privadas e nunca foram antes expostas ao público.

A mostra inclui ainda obras pertencentes a mais de 30 museus de várias partes do mundo e tem o apoio do Estado português através do Instituto Camões.

Fonte: Jornal Expresso

AMANHÃ: ALMOÇO DA REAL TERTÚLIA TAUROMÁQUICA D. MIGUEL I

Após uma ausência de três meses em terras do Brasil, Manuel Andrade Guerra, presidente do Directório da Real Tertúlia Tauromáquica D. Miguel I, acaba de convocar todos os contertulianos para um almoço de convívio informal, festejando a Primavera, no próximo dia 1 de Abril, sexta-feira, no restaurante/cervejaria "Solmar" em Lisboa, no qual, sugere o jornalista, "procuraremos, com a boa disposição habitual, esquecer por umas horas a triste situação do País que amamos, saboreando uma almoçarada ainda a preço antigo!". Vamos nisso!

Fonte: Farpas Blogue

APELO – REFLEXÃO 2001

Como país quase milenário que somos, os momentos difíceis que Portugal  atravessa não podem impedir o optimismo com que todos devemos encarar o nosso  futuro colectivo. Neste momento Portugal passa uma hora grave e difícil, mas que  pode  também tornar-se uma hora de esperança.

Estamos em vésperas de uma eleição do Chefe de Estado. A Constituição  caracteriza o cargo de Presidente da República como o de representante de todos  os Portugueses, atribuindo-lhe as funções de garantir a independência nacional,  a unidade do estado, o regular funcionamento das instituições democráticas e um  papel moderador nos conflitos sociais ou de natureza político-partidária.

Ele será, em teoria, “presidente de todos os portugueses”. Mas a eleição  presidencial depende – como todos bem sabemos – dos partidos políticos que  escolhem ou apoiam o candidato e de grupos de interesses que viabilizam  financeiramente a respectiva campanha eleitoral. Há aqui contradições insanáveis  que mesmo uma grande personalidade apenas superaria   transitoriamente, dado  tratar-se de um vício do sistema.

Um olhar para o século que se fecha e para o milénio que se inicia mostra que  ao Chefe de Estado de Portugal se exige mais independência do que aquela que a  natureza do actual regime de Chefia de Estado proporciona – e mais visão  estratégica do que a revelada pelo debate de ideias dos actuais candidatos à  Presidência.

As transformações político-sociais em curso e os fenómenos inerentes à  globalização e massificação, cada vez mais exigem uma valorização dos factores  locais, comunitários e ecológicos que, no caso português e ao longo dos séculos,  consolidaram a Nação e conformaram o nosso território. A recente Cimeira  Europeia de Nice, na sequência do Tratado de Amsterdão, veio uma vez mais  comprovar que a Europa normal é a que resulta das negociações  intergovernamentais entre Estados soberanos, deixando para segundo plano as  instâncias comunitárias.

O prestígio próprio e institucional do Chefe de Estado e a identificação  espontânea e afectiva entre a comunidade e o seu  representante máximo são cada  vez mais indispensáveis para o reconhecimento externo e para a vitalidade  interna do Povo europeu e lusófono que somos.

Nestas circunstâncias, é necessário e legítimo que os portugueses se  interroguem sobre se a Chefia do Estado deve apenas depender, como a actual  Constituição estabelece, de um acto eleitoral cada vez mais artificial e  divorciado da Nação – ou se, pelo contrário, deverá processar-se mediante uma  escolha que seja simultaneamente ética, cultural e histórica, legitimada por consenso popular e assente na sua ligação às raízes de Portugal.

É evidente que, na sua maioria, os portugueses não são nem monárquicos nem  republicanos. Mas, chamados a debate, querem “o bem da república” (no sentido  clássico do bem comum) e convidados à reflexão reconhecem que a Instituição Real  que observam noutros Estados europeus é a melhor garantia de equidistância  perante as demais instituições públicas. Com efeito, o Chefe de Estado Real  emana da Nação e não de grupos de interesse.

Não é sensato que o país continue a desperdiçar esse tesouro que outros povos  souberam preservar: a independência e a dignidade institucional do Chefe do  Estado por meio das instituições monárquicas. O monarca tem, de facto, condições  para promover com eficácia e isenção a solidariedade nacional e a independência  do poder judicial e das Forças Armadas, bem como para projectar a nossa  representação externa com prestígio e continuidade.

Por isso, no contexto da presente campanha presidencial – que deveria ser uma  hora de verdade sobre as grandes orientações da vida pública nacional, -  lançamos um apelo: que se promovam as condições democraticamente requeridas para  uma transição de regime na Chefia de Estado. Dom Duarte de Bragança pode, como  ninguém, servir Portugal nesse cargo. As  circunstâncias ditarão os  procedimentos.

Em qualquer circunstância, geracional ou constitucional, a legitimidade  democrática estará sempre nas mãos do Povo  português. O interesse do País deve  sobrepor-se ao interesse das facções e ao imobilismo dos preconceitos. É esta a  nossa reflexão e apelo no início do novo milénio.

Viva a Democracia! Viva o Rei! Viva Portugal!

Este Apelo 2001 é uma iniciativa proposta à subscrição de Portugueses que o desejem e concordem com os seus termos. Os subscritores serão, no futuro próximo, convidados a participarem em novas iniciativas de intervenção política  em ambiente de independência partidária. Os aderentes aceitam que os seus nomes  sejam incluídos na divulgação que será feita deste  documento na comunicação social ou internet.

São primeiros subscritores:

Gonçalo Ribeiro Telles,
Henrique Barrilaro Ruas,
Mendo Castro Henriques,
Luís Filipe Coimbra,
Bento Morais Sarmento,
José Adelino Maltez.

Fonte Unica Semper Avis

quarta-feira, 30 de março de 2011

"NÃO ERA BONITO PORTUGAL TER UM REI?"

Eugénia Carvalho
100 anos

«DELICADA. Nunca perde de mão o lencinho com que seca o suor nervoso de falar com a jornalista. Ri-se muito entre o solta e o tímida. Mulher de fé, era uma operária (...). Não passa sem o seu copo de água morna com limão em jejum e assume-se monárquica: "Não era bonito Portugal ter um rei?"
(...)
Eugénia Carvalho também encontrou o seu porto seguro na casa acolhedora que divide com a filha, septuagenária. Tem cem anos e quatro meses e diz a rir que está "cada vez mais nova!" Amigas, mãe e filha tratam-se por tu. Nasceu em Celorico de Bastos, perdeu o pai tinha 18 meses. A mãe morreu com 89 anos. "Muito caprichosa com o trabalho doméstico", recorda que cantava quando tratava de tudo. Em menina, não lembra de brincar, mas "de aprender a costura". Namorou por carta e garante que nunca discutiu com o marido. Teve três filhos, em casa, um já faleceu. Tem 10 netos e 15 bisnetos, o mais pequenino com sete meses.
Trabalhou como costureira, fazia roupa de homem para as lojas. Sempre comeu de tudo, nunca fez nenhum exercício especial, para além da lida doméstica e da luta da vida. Os filhos nasceram em casa. Nunca foi ao médico, quando era nova. Comeu sempre muito arroz porque o marido gostava. Também nunca faltou "a sopinha de legumes". Dorme no primeiro andar e sobe as escadas sozinha. Só não vai à igreja todos os dias porque não tem boleia. Assume-se monárquica, embora tenha nascido no dia da implantação da República. E diz: "Estou feliz, não tenho queixas. Vivi sempre satisfeita."»

in Revista Única, 12/03/2011, págs. 55-56 (artigo: Eles estão para lá dos 100!).

A MULHER RURAL NUM MODELO DE AGRICULTURA FAMILIAR


Jornal “Diário do Minho” de 21 de Março de 2011, pág. 23

A mulher rural num modelo de agricultura familiar

Os sinais de pobreza em Portugal estão muito associados ao mundo rural, onde existe uma privação de indicadores mínimos de conforto, onde os rendimentos são insuficientes em virtude da população rural possuir muito baixos níveis de qualificação profissional e onde são visíveis outros fenómenos de exclusão social associados aos movimentos migratórios da população rural, ao envelhecimento da mesma, às difíceis condições de concorrência do mercado cada vez mais competitivo e subjugado à disciplina comunitária, aos efeitos nefastos da politica de subsídios ao sector, à redução da produção num país, que vive à mercê de alimentos alheios, ao consumo desenfreado de recursos naturais para crescimento urbano e à concentração urbana e suburbana, onde tem crescido novos grupos de risco de pobreza e exclusão social.
Quando se fala em agricultura, facilmente afiguramos uma mulher com um semblante enrijecido pelo tempo, uma enxada gasta e apurada na mão e uma criança polvilhada de terra e queimada pelo sol.
A actualidade mostra-nos que esta imagem não está longe do que era há 50 anos atrás, onde uma forte persistência de uma economia camponesa, baseada na família, na pequena propriedade, nas técnicas rudimentares e sujeita a flutuações agravadas pelos maus anos agrícolas e pela elevada tendência de crescimento da taxa de natalidade, onde a emigração constituía um fenómeno social de compensação a uma economia deficitária e onde o principal destino dos movimentos migratórios era a Europa, resultaram na partida dos homens e na permanência das mulheres.
Este processo de “feminização” da agricultura iniciou-se na década de 80, onde a actividade agrícola assumia um cariz secundário, marginal e até desprestigiante. A mulher substituía a mão-de-obra masculina, desviada para outros sectores de actividade, através de uma sobrecarga de trabalho, dado que era a ela, que ficavam entregues o trabalho dos campos e os animais, para além do trabalho doméstico, dos filhos e muitas vezes dos familiares mais idosos.
São estas mulheres que por questões de ordem social e económica, viram na agricultura uma forma de enfrentar despesas, afastando-se por isso, da escola e do ensino e colocando de lado sonhos e ambições. Tendo sido esta fragilidade educativa e a ausência de infra-estruturas sociais e económicas - saneamento básico, creches, escolas, transporte públicos, centros de saúde, apoios sociais e técnicos -, na maioria dos casos, um factor imediato para o débil desenvolvimento da actividade agrícola enquanto negócio e para muitas das situações de pobreza e exclusão social da “mulher rural”.
A entrada de Portugal na Comunidade Europeia e a consequente abertura das fronteiras à livre circulação de pessoas, mercadorias e bens, a instituição da PAC (Política Agrícola Comum), a desertificação das aldeias do interior do país, resultado da emigração para outros países e o êxodo para as grandes cidades à procura de melhores condições de vida, o envelhecimento da população agrícola, activou o esgotamento do modelo de agricultura familiar tendo este deixado de ser, por si só, um meio de subsistência para muitas famílias portuguesas.
Com o início do novo milénio, e por isso mesmo, convictos de novos desafios, damos conta, afinal, de que a vida em meio rural ainda está viva e é maioritariamente feminina, e que o modelo de produção familiar é a única agricultura que mata a fome, garante a soberania alimentar, evita o êxodo rural para as cidades, que estão a tornar-se inabitáveis, e protege a harmonia essencial com a natureza.
Chegamos então ao momento de entendermos que estamos perante um novo paradigma de ruralidade, assente numa agricultura de produção e conservação, articulada com uma nova contextualização sócio-educativa, de “regresso à terra” ou à agricultura familiar, como alternativa aos caos social e económico da sociedade imperante e como meio de produção para a família e para a própria localidade, contribuindo, também, para o desenvolvimento nacional e a sustentabilidade humana.
Ser “mulher rural” não é, nem nunca foi fácil, por isso merecem elogio, admiração e muito respeito, por isso revigoro a ideia de que A MELHOR SUSTENTABILIDADE NO MUNDO É AQUELA QUE A MULHER OFERECE À HUMANIDADE ATRAVÉS DOS FILHOS QUE A IMORTALIZAM.
(fonte: Boaventura Sousa Santos)
Sílvia Oliveira
(Deputada Municipal do PPM)

COLÓQUIO BERNARD LONERGAN “OS VALORES NÃO SÃO MENTIRA"


Por ocasião do lançamento em Portugal da obra “Insight – Um ensaio sobre o conhecimento humano, de Bernard Lonergan (1904-1984), “considerado por muitos intelectuais o mais sofisticado filósofo do séc. XX”, segundo a revista TIME, o CEFI da Universidade Católica Portuguesa promove, no dia 1 de Abril próximo, um Colóquio intitulado “Os valores não são mentira”, que se propõe aprofundar questões sobre a crise presente na perspectiva da Filosofia, da Economia e da Teologia. O evento será transmitido online, de forma a alcançar um público global.
 
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SS.AA.RR. OS SENHORES DUQUES DE BRAGANÇA PRESENTES NO BANQUETE EM HONRA DO PRÍNCIPE DE GALES E DA DUQUESA DA CORNUALHA, NO PALÁCIO DE QUELUZ


terça-feira, 29 de março de 2011

A LIÇÃO DE UM REI

E os republicanos acusaram o rei de não se preocupar com os problemas do país!...

Em 1892 o rei D. Carlos doou 20% (!) da sua dotação anual para ajudar o Estado e o País a sair da crise criada pelo rotativismo dos partidos (nada de novo, portanto).

Se calhar foi por isso que, mais tarde, o haviam de matar. Não se pode consentir que alguém dê, num país onde é costume tirar...

o melhor, se calhar, é ter cuidado...

Quando é que um republicano fez o mesmo ou algo parecido?

DECLARAÇÕES DE S.M. DOM CARLOS I AO JORNAL "LE TEMPS" EM 11 DE NOVEMBRO DE 1907

Rei Dom Carlos em 1907
 DECLARAÇÕES DE DOM CARLOS I

Declarações prestadas por Dom Carlos ao Jornal de Paris Le Temps em 11 de Novembro de 1907 e publicadas em 14 de Novembro, sobre o governo de João Franco e os seus objectivos políticos.

A entrevista dada por Dom Carlos ao jornal Le Temps em Novembro de 1907 foi explosiva. A situação política portuguesa era vista na Europa como perigosa. Acompanhada pelos graves problemas financeiros portugueses - o célebre deficit - que permitiam todos os cenários sobre as colónias portuguesas, parecia que uma mudança de regime podia estar também na ordem do dia.

A vinda a Lisboa do redactor principal do mais importante jornal francês, para relatar a situação e entrevistar o «ditador», como o jornalista o chamou, mostrava a importância do assunto. A entrevista a João Franco, em 3 de Novembro, não parece ter sossegado o jornalista. O problema fundamental era saber se João Franco se manteria na direcção do Ministério e se conseguiria manter o apoio do Rei, da Família Real, que se sabia não ser clara, e, note-se bem, do exército. A possibilidade de intervenção do exército contra o Rei e o seu Presidente do Conselho de Ministros era tão preocupante que a pergunta foi feita aos dois governantes e respondida por ambos da mesma maneira, declarando a sua lealdade, mas sem nunca se falar da sua «opinião». Para responder a tudo isto era preciso uma resposta clara do Rei. João Franco conseguiu que Galtier a obtivesse.

A entrevista ficou célebre pela palavra que Dom Carlos proferiu sobre a necessidade de «carácter» do político que o Rei andava à procura para lhe entregar a governação do país. De acordo com as declarações do Rei pareceu que João Franco o tinha e os outros políticos portugueses não. Como João Chagas, jornalista e político republicano, declarou a palavra implicava que o Rei governava “contra todos os partidos e homens que o serviram.” Isto é, desde 1889, data da sua ascensão ao trono.

O Rei, é claro, não queria dizer nada disso, mas ter aceite que a palavra fosse publicada, ou melhor, que João Franco, que ficou encarregue de verificar a versão a publicar, como ainda hoje é absolutamente normal, não tenha percebido que a palavra ia tornar-se uma bomba, foi inaceitável. Terá sido de propósito? Há contemporâneos que o afirmam e, de facto, a entrevista de João Franco não os desmente, quando nela ataca sistematicamente os seus pares. De facto, a afirmação do Rei parece vir no seguimento das declarações de João Franco sobre a falta de lealdade dos seus adversários.

Mas o mais grave da entrevista, de facto, não foi o problema do «carácter» dos políticos portugueses.

O que assustou e preocupou realmente a classe política portuguesa foi o Rei, pela primeira vez, desde o início do regime liberal, ter afirmado ser ele quem governava directamente («para conseguir realizar as minhas ideias», «trabalhamos juntos»), e mesmo enquanto chefe de partido («vamos certamente ter a maioria»).

Isto sim, era inaceitável para os políticos liberais portugueses, possivelmente mesmo para os políticos monárquicos da Europa Ocidental. Era uma modificação sensível da tradição política portuguesa. De facto, não se governava «à inglesa» - a intenção expressa pelo presidente do Conselho - com um Monarca dirigindo pessoalmente os «conselhos da Coroa». E foi sobretudo contra este programa político do Rei, apresentado na entrevista, que a maioria dos dirigentes políticos se insurgiu. E ninguém o apoiou publicamente, mesmo no Partido Regenerador-Liberal, no poder. De facto, a «gaffe» era enorme e indefensável.

A entrevista que, parece, tinha em vista assegurar aos «mercados financeiros» e às grandes potências a estabilidade governamental («pretendo mantê-lo», «estou muito satisfeito com ele.») e a luta contra o deficit («vamos restaurar o equilíbrio orçamental e acabaremos com o défice») levou ao aumento da luta política, e à tentativa de golpe de Estado patrocinada pelos progressistas dissidentes e os republicanos em Janeiro de 1908, e, devido às medidas repressivas preparadas pelo governo, finalmente, à morte do Rei, em Fevereiro.

Um drama que, segundo a célebre frase de Karl Marx, se for repetido será como comédia...
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«Precisava de uma vontade sem vacilação para conseguir realizar as minhas ideias»

VISITA A PORTUGAL
Declarações de S. M. Dom Carlos I
Lisboa, 11 de Novembro
É evidente que o Sr. João Franco1 só permanece no poder por vontade do Rei. Até quando e em que medida é que esta confiança se manterá? Tenho ouvido muitas vezes dizer em Lisboa que Dom Carlos I tinha mostrado o seu cansaço e o desejo de acabar com a ditadura. Concluindo-se que daqui a pouco tempo o novo dirigente dos regeneradores, o Sr. Júlio de Vilhena2, – escolhido em 12 de Novembro para substituir o falecido Sr. Hintze Ribeiro –, seria chamado a formar um Gabinete.

Certamente, no círculo próximo do Rei, na própria Família Real, o Sr. João Franco conta, se não com inimigos, pelo menos com adversários declarados. A Rainha-Mãe Dona Maria Pia, por exemplo, segundo se diz, não perdoa ao Primeiro-Ministro ter humilhado a Casa de Bragança na questão dos adiantamentos3 e de a ter colocado, a Mãe do Rei, numa situação financeira difícil. O Rei partilhará os sentimentos da Senhora Dona Maria Pia?

Só Ele pode responder a esta pergunta. Mas, como colocá-la? Como é que alguém se pode permitir pensar que, numa audiência com o Rei, os grandes problemas não serão interditos? Quando soube que Dom Carlos estava disposto a receber-me4, tentei encontrar maneira de passar das fórmulas de gentileza e cortesia para a questão política. Não descobri nenhuma maneira, e quando apanhei de novo o comboio para Cascais, confiei o meu destino aos caprichosos deuses do acaso.

A Cidadela5, a residência da corte, é um conjunto de prédios baixos, alojamentos, depósitos, casa do Rei6, cercadas por uma parede que lembra as construções maciças de Windsor. A casa do Rei não é nada majestosa e é baixa, as salas de tecto baixo. Levado por um camareiro, fui levado ao primeiro andar, a um quarto grande e luminoso, com vista para o mar. O centro está ocupado por uma grande mesa, cheia de livros e de papéis. Painéis de madeira e de azulejos cobrem as paredes, uma lareira em madeira clara esculpida está colocada entre duas janelas amplas com vista para a baía de Cascais. O Rei, diante da mesa, recebe-me com simplicidade e um sorriso. Vem ter comigo e leva-me para uma das grandes janelas.

Calçado com botins amarelos e polainas curtas de couro, veste calças verdes, como “épinards à la creme”, e um casaco azul-escuro. É o traje para abrir um parlamento de caçadores ou de atiradores aos pombos. A gravata roxa tem um alfinete com uma pedra-da-lua rodeada de brilhantes. Dom Carlos fuma um enorme charuto. Fala o francês sem sotaque e com uma facilidade notável.

Estava a tentar encontrar uma maneira de fazer a mudança de assunto. O Rei encontrou-a, suprimindo-a. Desde as primeiras palavras, senti que Sua Majestade queria entrar no tema cadente da actualidade. Não há dúvida que quis, intencionalmente, prestar declarações ao Le Temps7 que considera úteis ao país. Eu relato-as exactamente de acordo com a sua concisão e importância.

«Sei que o senhor já viu muita gente. E que teve muitas conversas. Conhece o problema. Tem de perceber que tudo está calmo em Lisboa, como no País. Só os políticos estão agitados, e têm razão para estar, de acordo com o seu ponto de vista, acrescentou o Rei, sorrindo. Discute-se muito, fazem muito barulho, assim como na Câmara.»

“Nos últimos dias da Legislatura, a situação tornou-se impossível. Era necessário que a «bagunça», não há outra palavra, acabasse. Não podia durar. Não sei para onde íamos. Foi então que dei ao Sr. Franco meios de governar. Fala-se da sua ditadura, mas os outros partidos, aqueles que mais gritam, também me pediram uma ditadura. Para lha conceder, exigi garantias de firmeza8. Precisava de uma vontade sem vacilação para conseguir realizar as minhas ideias. O Sr. Franco foi o homem que eu desejava. Há muito tempo que o tinha em vista. No momento oportuno, chamei-o. O que faz a força dele é que tem fé nele próprio, na sua estrela, e, nas horas de crise, essa confiança é uma ajuda preciosa. A sua inteligência iguala a sua vontade; “é mais esperto do que se pensa."

“Estamos de acordo, plenamente de acordo. Trabalhamos juntos. Tem toda a minha confiança. Ao contrário do que pensam ser as minhas intenções, pretendo mantê-lo. Estou muito satisfeito com ele." «Está a ir muito bem.» Isto vai durar, é preciso que dure no interesse nacional. Faremos eleições quando for tempo, sem obedecer às coacções, às intimações que nos dirigem. Vamos certamente ter a maioria. O país aprovará a política do Sr. Franco. Vamos restaurar o equilíbrio orçamental e acabaremos com o défice.»

Em todos os países, para fazer uma revolução, tem que se ter o exército consigo. No entanto, o Exército Português está sujeito à Constituição e é fiel ao seu Rei. Lealmente, ficará ao meu lado. A maioria dos oficiais são meus camaradas Servi com eles, conhecem-me. Não tenho a menor dúvida sobre a sua devoção.

"Tudo o que empreendi, o que eu estou a fazer hoje em dia é do interesse do meu país. Certamente que (o Rei sorri) preferia «que me deixassem tranquilo.» Mas continuo no meu posto.

"Conheço o meu país, conheço bem o tabuleiro eleitoral, há dezoito anos que aqui estou. Portugal precisa de calma; trabalha e pede que a ordem e a paz sejam preservadas. Dou-me conta, onde quer que vá, que o meu povo está comigo. Quando as eleições nos derem uma maioria forte e a “normalidade" for restabelecida, o remédio extraordinário, que achei necessário para uma situação extraordinária, não terá mais razão de ser. Nunca me esqueci, um momento que fosse, quais são os meus deveres para com a minha coroa e o meu querido país.»

O que me impressionou foi a facilidade e a clareza com que o Rei me falou da situação política. Acho desnecessário acrescentar, dado o modo e forma da sua intervenção, que Dom Carlos I me autorizou, convidou-me mesmo, a publicar as suas palavras. Não relatei os detalhes e os desvios à conversa, que sendo provavelmente pitorescos ou picantes, teriam tirado o carácter que deve manter uma declaração rápida e sóbria, que reafirma e esclarece as intenções do Rei.
Joseph Galtier
Le Temps, Quinta-feira 14 de Novembro de 1907.
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1.João Ferreira Franco Pinto Castelo Branco (1855-1929). Formou governo em Maio de 1906 enquanto dirigente do novo Partido Regenerador-Liberal e com o apoio do Partido Progressista. As medidas reformistas que promoveu tiveram a oposição de vários sectores da sociedade que provocaram a saída do governo dos ministros progressistas. A partir desse momento em minoria na Câmara dos Deputados, teve de ter o apoio do Rei Dom Carlos para continuar a governar, já que passou a governar “em ditadura”, isto é, não só legislando sem as Câmaras estarem reunidas, mas por meio de decretos que necessitam somente da aprovação dos tribunais.
2.Júlio Marques de Vilhena (1845-1928). Deputado, ministro e governador do Banco de Portugal, dirigiu o Partido Regenerador a seguir à morte de Hintze Ribeiro em Agosto de 1907. Nunca presidiu um governo.
3.Discutidos em Novembro de 1906, João Franco apresentou na Câmara dos Deputados os documentos que mostravam os adiantamentos que o Estado tinha feito à Casa Real por conta da Lista Civil. Os últimos adiantamentos tinham servido para pagar as obras de iluminação dos palácios reais, mas serviram à oposição progressista e aos republicanos como arma de desgaste político do Rei. João Franco acabou com o problema por meio de um encontro de contas e do aumento de dotação da Lista. Mas fê-lo em Ditadura, não tendo o apoio expresso da classe política para o fazer, o que aumentou o desconforto da Família Real.
4.A entrevista foi apoiada por João Franco que tinha sido entrevistado previamente pelo Le Temps em 3 de Novembro, sendo a entrevista publicada no jornal do dia 12, por isso no dia seguinte à entrevista dada pelo Rei.
5.A Cidadela de Cascais foi utilizada durante os meses de Setembro e Outubro como residência de férias da Família Real a partir de 1871.
6.A antiga residência do governador da fortaleza que Dom Luís adoptou a residência de férias em 1870.
7.O jornal diário Le Temps foi criado em 1861 por um jornalista francês liberal e protestante, aproveitando a liberalização do regime imperial de Napoleão III iniciado em Dezembro de 1860, até essa época, uma ditadura militar como a criada pelo seu tio, o primeiro Napoleão. Tornou-se o mais importante jornal francês durante a Terceira República (1870-1940). Deixou de se publicar em 1942, devido à falta de papel na França ocupada pelo Exército Alemão. Acusado de colaboração com o ocupante, em 1944 a redacção será ocupada e o material de impressão requisitado, dando origem ao Le Monde, criado por um antigo jornalista do Le Temps, Hubert Beuve-Méry, que manteve o aspecto gráfico do antigo jornal.
8."Caractère" no texto francês. Foi uma das palavras mais discutidas da entrevista. O que queria o Rei dizer com esta palavra? Que os dirigentes políticos portugueses não tinham carácter? Provavelmente não. O termo francês implica mais coragem e firmeza do que personalidade. A frase seguinte parece claramente apontar para a primeira versão, quando fala de «vontade sem vacilação».
Fonte: Le Temps, Quinta-feira 14 de Novembro de 1907.

COISAS NOCIVAS À CAUSA MONÁRQUICA

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No processo das evoluções humanas, muitos costumes foram descartados e substituídos por práticas e visões mais justas, e no campo da religião isto se verificou diversas vezes.

Entretanto, sempre houve os altos e baixos, e muitas distorções ocorreram. Enquanto os espanhóis ocupavam o Império Azteca, imponto o Catolicismo e proibindo os sacrifícios humanos (costume que não justifico), na Europa, sobretudo na própria Espanha, luziam as fogueiras da “santa” inquisição, espalhando nas praças públicas o cheiro da carne queimada dos “hereges”, muitos dos quais eram católicos fidelíssimos (lembremos Savonarola e Giordano Bruno), que, por terem-se rebelado contra certos excessos da Igreja ou simplesmente por causa de intrigas desonestas, eram condenados à morte pelo fogo.

Será que isso é muito diferente dos sacrifícios ritualísticos que os povos centro-americanos ainda praticavam? Não eram as fogueiras do “santo ofício” uma forma européia – e pseudo- cristã – de manter vivo o sacrifício ritual primitivo, justificando hipocritamente essa barbárie como uma “purificação da alma”?

Há que se fazer a devida distinção entre o sentido original da palavra Cristianismo (a mensagem do Christos, o Ungido, o Príncipe da Paz) e a forma deformada e farisaica com que o catolicismo corrompido o caracterizou.

Em meio aos debates dos grupos Monarquistas pela Internet, está havendo, por parte de alguns participantes, uma postura reacionária que idealiza o mundo “cristão”, europeu e ocidental como se fosse a nata da humanidade. Há comentários que parecem ter sido escritos por pessoas que adormeceram no front das Cruzadas e despertaram no limiar do Século XXI, ainda com o ardor daqueles tempos medievos…

Tais comentários, além de insensatos, são prejudiciais à Causa Monárquica, primeiro porque propõem coisas anacrônicas, primitivas e felizmente irrealizáveis em nossos dias; segundo porque espantam os simpatizantes, embargando novas adesões e dificultando (senão impossibilitando) a realização da grande meta que é a Restauração do Império do Brasil.

Os leigos, os neófitos que se interessam pela Monarquia embarcam num de nossos grupos de discussão e deparam com convites ao fundamentalismo, ao fanatismo religioso, à exclusão humana, e logo a imagem da Monarquia toma, perante eles, a forma desenhada pelo preconceito antimonárquico, isto é, a da coisa mais retrógrada e estapafúrdia em termos de política.

Ante a visão de um novato, a impressão que mais grava é a negativa. Conquanto que haja muitos comentários sensatos, a mensagem fanática prende mais a atenção, reforçada pelo preconceito já existente, e os possíveis novos Monarquistas debandam.

É preciso refletir sobre isto.

Publicado por Rui Monteiro no blogue "Causa Monárquica"

UM EMPREGO HISTÓRICO PARA D. MANUEL II, REI DESTRONADO

segunda-feira, 28 de março de 2011

CAVACO SILVA: "ADORO ANDAR DE COMBOIO"

A memória dos portugueses é curta mas a sua gestão é "danosa". Aqui fica para a refrescar!


QUAL O PROGRAMA MONÁRQUICO?

Insistentemente interroga-se de vários lados, até de onde menos seria de prever, sobre o programa político, económico e social da Monarquia. Pede-se a modos que a redacção de um estatuto constitucional a adoptar numa futura Restauração.

Isto revela um grande equívoco que é necessário desfazer.

O que caracteriza a forma política monárquica é confiar a chefia do Estado a uma Dinastia, na pessoa de um Rei.
 
A essência da Monarquia é a Realeza. É esta a sua base imutável, o seu princípio indiscutível.
Os sistemas, em seus vários aspectos, têm sido e são mutáveis e variados com os tempos. Vão evolucionando, vão-se adaptando às exigências de cada época. Nem poderia ser de outra maneira.
 
O sistema é, portanto, discutível, o que equivale a dizer que não há um sistema único e pré-determinado. Compete à Nação, em qualquer altura, escolhê-lo e conservá-lo ou modificá-lo, conforme as circunstâncias e o interesse comum o ditarem.
 
O Rei ouve a Nação e, como seu mais fiel intérprete e primeiro servidor, guarda e defende a legitimidade constitucional.
 
É esta uma das liberdades que a Monarquia como regime nos assegura. Só os ditadores ou os déspotas impõem um sistema segundo a sua vontade.
 
O Poder Real, porque é independente e superior às discussões dos sistemas, porque é estável e contínuo, permite como nenhum outro as maiores liberdades, as mais arrojadas experiências administrativas, sociais e económicas, sem prejuízo da ordem e da autoridade.
 
Exposta nestes termos a verdade da doutrina monárquica, compreende-se que o Rei seria a última pessoa a pronunciar-se por um determinado sistema concreto e que, nem os responsáveis pela causa monárquica, nem ninguém, podem sobrepor-se ao que é um direito inalienável da Nação.
 
Cada um de nós, como cidadão português, pode, e deve, naturalmente, formular as suas opiniões e pugnar por elas; o que não é lícito é identificar a Realeza com o sistema da sua preferência. O Rei é de todos, repete-se.
 
Numa restauração do Poder Real, só um caminho haveria a seguir: convocar Cortes Gerais, amplamente e autenticamente representativas, e adoptar-se a Constituição que nesta fosse escolhida.
 
Não temos, portanto, que antecipadamente falar de um sistema político, económico e social como programa de uma futura Monarquia e ainda menos como condição do Rei. Temos, sim, de reclamar o Poder Real como a mais segura fiança de um regime nacional.
 
Mário Saraiva, Razões Reais, Lisboa, Universitária Editora (3ª ed. revista e aumentada), 2002, p. 87.
 

O IMPÉRIO PORTUGUÊS FOI O PRIMEIRO IMPÉRIO GLOBAL

"Império Português" é a designação comum dada ao conjunto dos territórios ultramarinos ocupados e administrados por Portugal a partir do início século XV até ao século XX. O termo "Império Português", no entanto, nunca foi usado oficialmente. A designação oficial mais utilizada para o conjunto dos territórios ultramarinos portugueses foi simplesmente "Ultramar Português". Já a designação "Império Colonial Português" foi oficial, mas apenas durante um breve período, de 1930 a 1951. O Império Português foi o primeiro império global da história, com um conjunto de territórios repartidos por cinco continentes sob soberania portuguesa, resultado das explorações realizadas na Era dos descobrimentos. Foi o mais duradouro dos impérios coloniais europeus modernos, já que a presença portuguesa fora da Europa abrangeu quase seis séculos. Foi governado pela Casa de Avis por cerca de cento e cinquenta anos, depois por sessenta anos, pela Casa de Habsburgo, posteriormente pela Casa de Bragança por trezentos anos, e a partir de 1910 foi governado pela República Portuguesa. Convenciona-se o início do Império como sendo a conquista de Ceuta em 1415. Já o final do Império, consoante o critério utilizado, pode ser considerado o ano de 1975 - independência da maior parte dos territórios -, o ano 1999 - fim da administração portuguesa de Macau, o último território ultramarino ainda administrado de facto por Portugal - ou o ano de 2002 - data da independência de Timor-Leste, último território ultramarino considerado de jure sob soberania portuguesa. (fonte wikipedia).
Publicado por Mário Neves in "Fidelíssimo"

REVISTA VISÃO: ESTADO E IGREJA – LUÍS SALGADO DE MATOS

(Clique na imagem para ampliar)

Publicado por Rui Monteiro no blogue "Causa Monárquica"

domingo, 27 de março de 2011

CORO DE CÂMARA ANÇÃ-BLE


O "Ançã-Ble", constituído por uma família de Ançã (de onde retira o nome pelo qual se designa num jogo de palavras que dispensa explicações), é um conjunto vocal que se tem dedicado à música sacra portuguesa, com natural incidência sobre o período áureo (séc. XVI-XVII) - segundo uma classificação comumente aceite - da música vocal em Portugal. Tem-se apresentado em público com uma frequência regular, destacando-se os recitais por ocasião do Congresso do P.e António Vieira, em Coimbra, do duplo Congresso do P.e Anchieta, em Coimbra e São Paulo (Brasil), bem como um na Catedral de Tuy, e do Congresso sobre Damião de Góis. Mais recentemente, participou na edição de discos com música inédita de Coimbra e "Damiana Musica". 

A actividade mais regular do Ançã-Ble tem-se desenvolvido desde 1995 numa colaboração progressiva entre o Instituto Português de Santo António, em Roma, onde tem anualmente realizado recitais de música sacra portuguesa, num esforço persistente de divulgação da música portuguesa. Estes recitais têm compreendido uma grande percentagem de primeiras audições modernas de obras recolhidas e transcritas pelo director do Ançã-Ble em arquivos portugueses e romanos, numa linha de aprofundamento do conhecimento das seculares e fecundas relações entre Itália e Portugal.

JOSÉ MANUEL FERNANDES: PORTUGAL NEEDS ITS SLEEPING KING NOW MORE THAN EVER

Jose Manuel Fernandes
José Manuel Fernandes
guardian.co.uk, Friday 25 March 2011 22.00 GMT

The discussions had barely started on Wednesday night when the then prime minister, José Sócrates, made an abrupt exit from a crucial meeting at the Portuguese parliament, running down the stairs of the building in order to escape the reporters waiting for him at the bottom. Like everyone else in the country, the press had wanted to know why he was so disrespectful towards the representatives of the nation. The TV images of this hasty escape have already become iconic: after having his austerity package rejected, Sócrates soon announced his resignation, plunging Portugal – and Europe – deep into political crisis.

On the streets, Sócrates’s resignation was greeted with a sigh of relief. For many, the prime minister has come to embody the ills of our country and the sins of our political leaders. On 12 March, Portugal saw the largest national demonstrations in decades, when a Facebook appeal led to hundreds of thousands of people marching peacefully in Lisbon and Porto against rising unemployment and the shrinking of wages and pensions. There’s a distinct feeling of hopelessness in the air: never before has Portugal had so many unemployed. People have been leaving the country in droves, and as usual it is those we need most, the young with the best qualifications, who are at the front of the queue.

The national debt is at its highest in more than a century. The last time the country saw anything resembling economic growth was back in 2000. Everywhere there is a fear that, after a lost decade, there might come yet another. Portugal appears to be undergoing a process of economic decay. Many worry that the country will fail in its ambition to catch up with the most developed nations in Europe.

Deep down, Portugal feels it has been playing catch-up for the last two centuries. After the loss of Brazil in 1820, and the failure to follow up on the promise of the industrial revolution, intellectuals began to speak of an “under-developed” Portugal – to contrast with the developed country of the previous centuries. It was around the same time that we saw the rise of “Sebastianismo” in Portuguese culture – that is, the longing for the reawakening of a national saviour figure, as the last ruler of the “golden dynasty”, King Sebastian, had been, a sentiment kept alive by writers such as the 20th-century poet Fernando Pessoa.

For a while it looked as if the sleeping king had indeed returned. After entering the European union in 1986, several years of strong economic growth created a vision of a new and developed Portugal. That turned out to be an illusion.

Sócrates never promised to be anything like a new King Sebastian – the WikiLeaks cables paint a portrait of a leader who doesn’t like sharing power and hates negotiations. But he appeared to many at least a more pleasant option than his opponents. In the 2009 election campaign, Sócrates’s Socialist party faced a centre-right PSD party headed by an ex-finance minister known for her austerity measures, and had accordingly based their campaign on promises of increased public spending. It worked, but only just: Portugal entered the sovereign debt crisis with the only minority government in Europe.

The dust of the electoral fray had hardly settled when the Portuguese were confronted with a reality quite different from the one presented by Sócrates. The 2009 budget deficit, reported to Brussels in September as 5.6%, turned out to be 9.3%. Political moves such as the Socialist party’s decision to increase public servants’ pay and benefits had backfired.

In 2010 the government was forced to implement measures contrary to the populist promises made in the election campaign. The country endured the failure of successive plans for stability and growth, each time overtaken by a darker reality than that recognised by Sócrates. Offers of collaboration from the opposition were shunned – the picture that emerged was of a politician who is only satisfied when he sees his opponents kneeling in surrender.

The final straw came when the government was forced, after a technical visit to Portugal by the European commission and the Central Bank committee, to introduce new austerity measures. Relations had deteriorated beyond repair, not just between Sócrates and the current PSD leader, Pedro Passos Coelho, but also between prime minister, parliament and the president of the republic.

The Portuguese now live in a climate of decaying politics and growing disregard for the rules of democracy. Not only did half the voters abstain in the presidential elections in January, a serious flaw in the registration system also meant that thousands who wanted to vote couldn’t. No single politician has claimed responsibility for this. This month the press revealed the payment of ¤72,000 in extra fees to a minister’s wife against the advice of the civil service. Again, no one resigned.

Now the more obvious historical parallel is not the golden era, but 1890, when Portugal became the first European country to go bankrupt. As every Portuguese citizen knows, the political turmoil that followed only came to an end in 1926, with a military coup and the rise of António de Oliveira Salazar’s far-right party.

DEFENDER A MONARQUIA É UMA COISA, DEFENDER UMA IDEOLOGIA É OUTRA!


Muitas vezes vemos em redes sociais, ou eventos monárquicos variados, a tendência para misturar a defesa da Monarquia com ideologias político-partidárias e muitas vezes ao se misturar tais pensamento, corre-se o risco de ter uma atitude fracturante e que, quer se goste ou não, não ajuda a Monarquia.

Ninguém é dono da verdade. Ninguém é perfeito. Ninguém é dono de princípios. Os princípios já cá estavam, antes de existirmos. Ou os adaptámos, ou os melhorámos, mas a raíz já cá estava.

Então:

Como defender a Monarquia sem ter uma atitude fracturante?

Como defender uma Ideologia Político-Partidária, sem prejudicar a luta Monárquica?

Não sou eu obviamente que vou dar a Regra de Ouro. Mas vou apenas dar a minha opinião.

Na defesa da Monarquia, é fundamental que seja definida, de uma vez por todas, em Portugal, que tipo de Monarquia os Monárquicos defendem para Portugal? Acredito, e aliás é óbvio, que a grande maioria defende uma Monarquia Parlamentar e Democrática.

Assim sendo, é fundamental, haver material empírico que explique claramente o que é uma Monarquia Parlamentar e Democrática? Não se pode defender a Monarquia apenas e só com base na História de Portugal. A defesa da Monarquia deve ser feita com base em conhecimento teórico e empírico, em termos Políticos, relativamente ao funcionamento e vantagens dos regimes Monárquicos Europeus.

Grande erro que muitas vezes é cometido no meio Monárquico. Os Países Nórdicos, muitas vezes citados, e cuja maioria são Monarquia Parlamentares, e que cujo grau de desenvolvimento humano (etc.) é claramente superior ao da República Portuguesa e outras repúblicas. Tal facto, não é apenas por causa da Monarquia. Mas sim, devido aos princípios éticos e morais que estão claramente implantados nessas sociedades, que como se sabe, são Protestantes Luteranas. E como se sabe, ou se deveria saber, o Protestantismo Luterano (neste caso concreto), favorece o livre mercado que acaba por favorecer o desenvolvimento económico e o nível de vida das populações e por outro lado, garante uma ética e moral que as restantes sociedades europeias nunca conseguirão atingir, nomeadamente os Países Católicos, como Portugal, Espanha, Itália… Como se sabe, ou como se deveria saber, a Igreja Católica condenou durante muitos anos, a livre concorrência, o livre mercado, o Capitalismo no seu todo. Aliás, por graça, costumo dizer que só mais anti-capitalista que a Igreja Católica, só mesmo o Comunismo…

O que não quer dizer, obviamente, que hoje, em pleno século XXI, 400 anos depois da Reforma Protestante, Portugal, numa perspectiva completamente diferente da de outros tempos, não se possa desenvolver com uma maioria da sociedade Católica.

Eu não quero estender muito mais a corda relativamente à Religião. Só quis afirmar, que dada a realidade portuguesa, apontar os Países Nórdicos como  um exemplo a seguir, só deverá ser sublinhada a forma como funcionam as Monarquias a nível Institucional. Não podemos criar falsas expectativas ao nosso Povo. Numa situação de crise como a que estamos a viver, então, é absolutamente condenável, porque por muito que queiramos que a Economia Portuguesa cresça, que a Sociedade Portuguesa viva melhor, o nível de  prosperidade e o desenvolvimento desses países é demasiado elevado para pensarmos que a médio prazo a Monarquia Portuguesa pudesse lá chegar.

Devemos separar as águas!

Neste ponto precisamente. Devemos saber informar os Portugueses das vantagens da Monarquia, enquanto Instituição Representativa do Estado. Devemos separar a defesa da Monarquia das ideologias fracturantes político-partidárias que fazem parte da natural competição democrática.

Por outras palavras, entendo que por um lado devemos defender a Monarquia enquanto Instituição Representativa do Estado, mas por outro lado, de acordo com as ideologias de cada um, juntarmos-nos a um Partido Político, seja ele de esquerda ou direita, e lutar pela ideologia que defendemos, lutar por Causas.

Assim, ser-se Monárquico não me obriga a ser do CDS-PP, nem do PSD, nem do PPM, nem de outro partido qualquer. Ser Monárquico permite-me saber defender Causas num Partido da esquerda à direita e ao mesmo tempo, por outro lado, defender o Rei e a Família Real e a Instituição Real por eles representada sempre que seja necessário.

Ao serviço das respublica, estará sempre o Rei.

Assim, defender uma ideologia político-partidária significa estar a defender os interesses de Portugal, a nível interno e externo representando um Partido Político, não importa qual.

O grande problema da divisão dos Monárquicos está precisamente neste ponto. Porque os Monárquicos ao longo destes últimos anos, pelo menos desde que me recorde, ao defenderem a Monarquia também têm estado a defender a Causa Pública. Quando se defende a Monarquia, é a Instituição que queremos que represente a Nação. Recordo que numa Monarquia Parlamentar e Democrática, o Rei reina e NÃO GOVERNA! Se assim é, porquê misturar a defesa da Instituição Monárquica com a defesa de Causas Públicas? Portanto, se o Rei não governa, não faz sentido, misturar as águas.

É um facto que existe em Portugal o PPM – Partido Popular Monárquico. O PPM é um bom exemplo para os Monárquicos que não se revejam no PPM mas que queiram estar noutro partido, o que é perfeitamente legítimo. O Partido Popular Monárquico, muito bem, tem defendido a Causa pública em autarquias e até na Assembleia Regional do Açores, cujo actual Líder – Paulo Estêvão, é Deputado. E só quando é chamado a intervir na defesa do Ideal Monárquico, é que intervém publicamente. Mas primeiro, pelo que me apercebi, procura defender a Causa pública, com o seu programa e valores.

Agora, ser-se Monárquico, não obriga necessariamente ninguém a ser militante do PPM. Só deve ser militante do PPM quem além de defender a Monarquia se reveja nos princípios, valores e programa do Partido.

Assim, muitos Monárquicos estão filiados no CDS-PP. Consideram-se ideologicamente, Democratas Cristãos.

Outros estão filiados no PSD. Consideram-se ideologicamente, Sociais-Democratas.

Outros ainda estão filiados no PS. Consideram-se ideologicamente Socialistas.

É legitimamente plausível que qualquer que seja o Cidadão Português Monárquico, se reveja verdadeiramente na ideologia político-partidária que vota ou que adere, se tornando militante de um determinado partido político.Nunca deixará de ser Monárquico se for socialista ou se for bloquista, ou se for nacionalista, ou democrata-cristão.

Pelo que, defender a Monarquia é uma coisa. Defender uma Ideologia é outra! Para bem da defesa da Instituição Real, saibamos separar as águas.

Publicado por David Garcia em PDR-Projecto Democracia Real