Refiro-me
aos produtos agrícolas, seja no mercado, na chamada praça, seja no
supermercado ou ainda nas lojas da sua especialidade. Claro que prefiro
os produtos frescos como vegetais e fruta sem fertilizantes e pesticidas
químicos. Que bom é poder dar uma dentada numa maça com a certeza de
que não estão ali insecticidas!
Os
produtos frescos de agricultura são obrigados a ter indicado no
expositor o país de origem, por isso, entre Espanha e Portugal, escolho
Portugal, entre Argentina e Portugal, escolho Portugal e defendo esta
escolha, porque penso que se deve consumir aquilo que é produzido junto
de nós, à nossa volta, por pessoas que nos rodeiam, falam a nossa
língua, que podiam ser a nossa família ou que já o foram mesmo, em
tempos remotos. Os produtos frescos, legumes e frutas, chegam deles até
nós, com mais possibilidades de conservar essa frescura, sem que ela
seja muito forçada por produtos de conservação. Por outro lado, o
caminho que esses produtos fazem desde o campo em que são produzidos até
à bancada do mercado é um pequeno caminho, comparado com a longa
distância que nos separa, por exemplo da Argentina, de Israel, de França
ou mesmo de Espanha. Desse modo, a fruta que comi, gastou pouco
combustível para chegar a mim … . Não colaboro, por isso, com o consumo
absurdo de combustível, que é um recurso limitado, para que me trazerem
uma maça de Espanha ou de França, quando tenho uma igual ou melhor aqui
ao lado. Este mercado aberto, a qualquer preço, faz parte de uma
“esquizofrenia” económica, sendo por isso bom que se toque o “sinal de
alarme” dentro da nossa cabeça ou seja dentro do nosso poder de escolha e
decisão, para se fazer “stop” aquilo que não faz sentido e é
completamente incoerente. Se assim não for, pergunto, será que todos os
nossos gestos terão que ser alienados e automáticos sem que possamos
reflectir uns segundos sobre eles?
Tudo
isto, leva-me a pensar que deveria haver a “excepção agrícola”, com a
protecção dos produtos agrícolas portugueses, o que me leva de imediato a
perguntar, porque há tão poucas campanhas para se comer produtos
portugueses?
Enfim,
quando será que vamos estar completa e autenticamente disponíveis para
nos manifestarmos como declarados produtores ecológicos, ou seja de alma
e coração, de papel e boca na defesa do ambiente e dos produtos locais.
Sílvia Oliveira
Deputada Municipal do PPM
Deputada Municipal do PPM
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