Ribeiro Telles sabe que ainda há preconceitos sobre a monarquia: “Mas ela é de todos, dos comunistas aos conservadores, e não de uma elite nobiliárquica.”
Gonçalo Ribeiro Telles pode ser considerado o monárquico oficial da
Terceira República. O arquitecto paisagista pertenceu aos governos da
Aliança Democrática (AD) de Francisco Sá Carneiro e foi obreiro de um
partido monárquico e ecologista (o PPM), provando que o ideário do rei
não estava necessariamente ligado a brasões, anéis, colarinhos engomados
e Estado Novo.
“Há uma crise dos portugueses consigo próprios. Têm vergonha
de ser portugueses. A única coisa que os exalta é o futebol. Por isso,
considero que o ideal monárquico nunca esteve tão ligado ao futuro do
país como neste momento. A monarquia tem uma oportunidade única para
refazer esta unidade nacional”. Para a haver uma mudança de regime, o ex-ministro não refere nem referendos ou mudanças da Constituição: “A restauração depende só da vontade do povo português.”
Ribeiro Telles sabe que ainda há preconceitos sobre a monarquia: “Mas
ela é de todos, dos comunistas aos conservadores, e não de uma elite
nobiliárquica.” Aliás, um dos motivos que o levou a sair do PPM foi o de
acreditar que o movimento é transversal na sociedade. O casamento de D.
Duarte com D. Isabel reforçou a sua convicção que a causa monárquica
deveria ser “alargada e não estreitada.” Daí que torça o nariz a
partidos ou federações exclusivamente monárquicas.
O receio de que um Rei incompetente se possa perpetuar na cadeira do
poder é afastado categoricamente: “Defendo que se um monarca não
proceder bem poderá vir a ser substituído por referendo ou plebiscito.” A
História tem como grande exemplo o de D. Afonso VI.
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