Encourados é
uma freguesia portuguesa do concelho de Barcelos, com 4,38 km² de área e
514 habitantes (2011). Densidade: 117,4 hab/km².
História
Encourados,
orago S. Tiago, era uma vigararia da apresentação do Reitor do convento
de S. João Evangelista de Vilar de Frades. Esta Igreja veio ao padroado
do convento em virtude da troca, feita em 1441 com o Arcebispo de Braga
D. Fernando da Guerra, pela Igreja de Calvelo (Calvelo pertencia ao
convento de Vilar de Frades pela renúncia do seu último abade Gonçalo
Dias de Barros).
Encourados significa homens revestidos de couro, ou que vão à guerra protegidos pela Coura, gibão com abas.
Esta
freguesia vem nas Inquirições de D. Afonso II de 1220 com a designação –
“De Santo Jacobo de Encoirados de Cauto de Martim”, nas Terras de
Penafiel. Nelas se diz que o rei não tem aqui reguengo algum e não
recebe qualquer foro; que esta Igreja tem sesmarias, Tibães 5 casais e
Vilar de Frades 19 casais. Encourados era, como vimos, do couto de
Martim, passando depois para o de Vilar de Frades.
Era
aqui o solar da nobre e antiga família dos Encourados, hoje extinta ou
antes diluído o seu sangue em outras não menos distintas. A casa solar
desta família devia ter sido na Torre Velha. Este nome parece indicá-lo,
além de que alguns vestígios de construções, que naquele lugar se viam
há mais de meio século, levam-nos a acreditar na existência ali de
alguns paços ou casas nobres.
Nesta
freguesia existem várias casas importantes entre as quais se podem
destacar: a Casa de Encourados, perto da igreja Paroquial, a Casa da
Portagem, a do Adro, a da Torre Velha e a de Barreiros. Esta última é
considerada pelo povo como a casa do Sargento-Mor do romance, não
obstante o autor daquele livro a ter situado na freguesia de Areias de
Vilar.
Desta
casa actualmente apenas existe de interessante um portão em estilo
clássico, tendo ao lado um escudo ou emblema que contém em chefe uma
cruz aberta de campo e em contra-chefe cinco ciprestes, mal arrumados,
sem qualquer outra peça, ornato ou distintivo.
Em
volta da casa de Barreiros ainda vive gente com os nomes e alcunhas dos
valentes soldados das Ordenanças dos coutos de Vilar e Manhente que
figuram no romance. Esta admirável obra, levada já ao palco, esteve há
alguns anos para ser filmada.
Curiosidade
Reza
a lenda que, quando os franceses passaram por esta freguesia, em Março
de 1809, acamparam no sítio das Barrocas. Deu-se nessa ocasião um facto
que corre na tradição oral do povo.Um soldado, precisando de
mantimentos, foi pedir ou exigir milho a um lavrador do lugar de
Vilarinho. Este acedeu imediatamente ao pedido, mas quando o francês ia
encher confiadamente o saco debruçado na tulha, o proprietário fazendo
desta guilhotina, deixou cair a tampa sobre o pescoço do infeliz,
matando-o.
Receoso
porém da eventual reivindicação dos companheiros da vítima e para
encobrir a sua façanha, lançou em seguida o cadáver dentro de um poço
ali perto. Passadas as horas temerosas da invasão foi retirado o corpo
da água e enterrado convenientemente. Ainda existe, naquele lugar, uma
modesta cruz de pedra, que a piedade cristã levantou para comemorar este
facto.
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