Em Portugal, o mar é um amenizador do clima, mas, devido a Espanha ser
continental e montanhosa, os ventos de leste, no Inverno, são
frequentemente desagradáveis. Também durante o Verão, o vento
proveniente do Norte de África, chamado suão, chega a Portugal depois de
atravessar o Sul de Espanha. Por estas razões, os ventos ...de leste são mais secos e rigorosos que os ventos oceânicos.
Quanto
à sequência em que se diz «nem bom casamento», trata-se de uma alusão
histórica, devido a alguns casamentos mal sucedidos entre as coroas de
Espanha e Portugal, os quais, para este país, se traduziram em
comprometer a independência política. Por causa do desejo de mantermos a
identidade cultural e procurarmos alguma segurança em assunto tão
aventuroso, preferimos os casamentos com os vizinhos e as vizinhas,
filhos e filhas de famílias conhecidas.
Esta é a explicação que leio na Google. Sem embargo, tenho uma visão um pouco diferente e que tem a ver com um acontecimento histórico.
O nosso rei D. João II, a quem a rainha Isabel a Católica chamava “El Hombre”, tudo fez para conseguir a legitimação do seu filho bastardo, D. Jorge, muito mais depois do trágico acidente que vitimou o Príncipe Herdeiro D. Afonso.
Negada essa legitimação por Roma, D. João II ainda tentou uma aliança fortalecedora que facilitasse a ascensão de D. Jorge ao Trono português.
Assim, enviou uma Embaixada a Madrid, aos Reis Católicos, no intuito de conseguir um casamento do seu filho D. Jorge com uma filha de Isabel e Fernando.
Ao ser confrontado com os monarcas o nosso Embaixador explanou as razões da mesma e as pretensões do seu monarca.
A rainha, altiva, respondeu ao enviado português: “O quê? Que ousadia é essa? Um filha Nossa casar com um bastardo do rei de Portugal? Quando muito, dar-lhe-ei uma bastarda de meu Marido para casar com esse vosso bastardo”!
O embaixador português, calma mas descaradamente, respondeu à poderosa e altiva rainha de Castela e Leão: “Vossa Majestade não entendeu, provavelmente. O que o meu Senhor e Soberano pretende é uma aliança com Leão e Castela, não com Aragão. Pelo que se Vossa Majestade tiver uma filha bastarda, Sua e não de Seu Marido, El-rei Nosso Senhor aceitará!”
Escusado será acrescentar que embora lavada a Honra portuguesa pelo corajoso, audacioso e algo louco representante português, a embaixada teve que dar corda ao sapatinho enquanto os ventos não mudavam de feição e acabava de pescoço e cabeça separados!
Não será deste episódio que surgiu o ditado de que “de Espanha nem bom vento, nem bom casamento”?
Apenas uma reflexão minha, que tem o valor que tem.
Ou seja, pouco ou nenhum. Tão somente uma Reflexão histórica pessoal!
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