O futuro da Europa e o afastamento dos
portugueses da vida política são as principais preocupações manifestadas por
Dom Duarte de Bragança no seu habitual discurso ao país, no 1º de Dezembro.
Aproveitando
a comemoração de mais um aniversário da Restauração da Independência
Nacional, Dom Duarte apelou para um maior debate sobre o Tratado
Reformador da União Europeia, num discurso a que a Lusa teve acesso,
expressando também a sua preocupação com o futuro da soberania nacional.
"Deve
haver debate para ficarem claras as principais alterações introduzidas,
que ficaram por explicar. O modelo da Europa a adoptar deve ser objecto
de uma profunda discussão!", recomenda Dom Duarte.
No que respeita ao afastamento dos portugueses da vida política, o Herdeiro do Trono português considera que "sem
uma verdadeira "cultura democrática" de participação das pessoas e de
responsabilização dos eleitos perante os eleitores cresce a abstenção e a
indiferença".
Porque "a
independência nacional é também um compromisso com a democracia", D.
Duarte alerta para o perigo de "em, momentos de crise das instituições
democráticas" podermos vir a ser "desafiados pela tentação de aceitar
ditador "que nos governe".
Foi
por este motivo, acrescenta Dom Duarte, que em Agosto passado sentiu a
necessidade de fundar o "Instituto da Democracia Portuguesa", composto
por "personalidades de sectores políticos e culturais muito diferentes",
mas que, unidos, lutam para que "Portugal seja um País livre e
independente".
Para
além da preocupação com a situação de Portugal na Europa e com o
afastamento dos portugueses da política, o discurso de Dom Duarte
revelou ainda a sua apreensão face à situação da educação em Portugal,
considerando que "o sistema actual prejudica em especial os alunos
com menores capacidades, e não prepara bem os jovens para o mercado do
trabalho".
"A educação terá que ser a grande e urgente aposta do País, com objectivos bem definidos e estáveis", recomendou o herdeiro do trono português.
Sem
esquecer os temas da actualidade, Dom Duarte abordou ainda o incidente
entre o Rei de Espanha e o presidente venezuelano, considerando que Juan
Carlos apenas se limitou a defender um compatriota.
Por
outro lado, também a aproximação de Hugo Chavez a Portugal mereceu a
consideração de Dom Duarte, afirmando que uma boa relação com a
Venezuela vai valorizar "a prestigiada comunidade portuguesa" que reside
neste país sul-americano e abrir "caminhos para uma mais eficaz
cooperação".
Para
o futuro, Dom Duarte assumiu o compromisso de continuar a contribuir
para a construção do futuro colectivo do país e apoiar a independência
nacional.
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