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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

SS.AA.RR. OS DUQUES DE BRAGANÇA EM NOVA IORQUE EM SETEMBRO

SS.AA.RR. os Duques de Bragança deslocar-se-ão a Nova Iorque no mês de Setembro, por ocasião do já tradicional Jantar organizado pela Real Associação de Nova Jersey e da Pensilvânia. Mais detalhes em: 


REAL ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA PÓVOA DE VARZIM

«Decorria o século XIX, quando os da minha Terra, e todos quantos a eles se encontravam ligados, se reuniram no sentido de darem curso àquilo que há bastante tempo lhes “martelava” no cérebro: fundarem um género de “Companhia de Bombeiros Voluntários”. Isso surgiu no dia 1 de Outubro de 1877, para mais tarde vir a optar por uma outra designação, mais consentânea com a sua verdadeira função humanitária: “ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA PÓVOA DE VARZIM”. Posteriormente, para ser mais preciso, em 6 de Janeiro de 1892, passou a ser uma Instituição oficializada. Já no princípio do século XX, para ser mais exacto, no ano de 1904, o Rei D.Carlos, permitiu que a nossa Associação de bombeiros, utilizasse a designação de: “REAL ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA PÓVOA DE VARZIM”. »
 
Fonte: BVPV

A "RELVAS SCHOOL OF POLITICAL SCIENCE" NA LINHA DA FRENTE DA INOVAÇÃO CIENTÍFICA

Uma das lições básicas das Ciências Sociais, pela qual passa em grande medida a refutação do cientismo, é a de que a realidade social não é um laboratório, ou seja, não é possível utilizar o método experimental, pelo que não se pode decalcar o método científico das Ciências Naturais. Claro que a Ciência Política não foge à regra. Mas eu estou em crer que esta lição está cada vez mais desactualizada. Possivelmente, tratar-se-á de uma inovação realizada pela Relvas School of Political Science. Que o diga António Borges. Mas deixando de lado a hipótese de os cientistas políticos poderem ver-se na iminência de terem que rever os seus métodos de análise, o que fica mesmo da abordagem experimental à praxis política, operada nos últimos dias a respeito da privatização da RTP, é um amadorismo sofrível. Eu preferia manter intacta a lição e que fôssemos poupados a trapalhadas que os spinners de serviço na blogosfera e no Facebook lá vão tentando disfarçar - mal, porque amadoramente, o que não deixa de estar em sintonia com o governo. Infelizmente, os politiqueiros parecem preferir a opção contrária.

publicado por Samuel de Paiva Pires em Estado Sentido

 
A conhecida faixa, originalmente surgida na Volta à França em bicicleta, "Vai estudar ó Relvas” acolheu o ministro Miguel Relvas na sua chegada à distante paragem de Dili, em Timor-Leste, de acordo com a divulgação hoje feita pelo jornal PÚBLICO. A mesma terá sido colocada por volta das 20h de terça-feira (12h de Lisboa)  numa das paredes do Hotel Timor, a melhor unidade hoteleira de Díli, que fica bem no centro da cidade e onde estão instalados alguns membros da comitiva que acompanha Miguel Relvas na visita oficial. Já o ministro está instalado na residência do embaixador de Portugal.

As fontes contactadas pelo PÚBLICO dizem que a partir do momento em que a faixa foi colocada se verificou uma romaria de alguns dos muitos portugueses que vivem em Díli, que ali ficaram a fotografar a mensagem. Algumas dessas imagens já circulam em páginas da rede social Facebook.
A Polícia Nacional de Timor-Leste foi chamada ao local, mas não tomou nenhuma iniciativa por não haver nenhuma queixa formal.

Um ministro conhecido em todo o mundo, é o mínimo que se pode dizer.

publicado por Pedro Quartin Graça em Estado Sentido

(III) A ESCOLÁSTICA CONIMBRICENSE

No século XVI, apesar do ambiente criado pela Contra-Reforma, floresceu em Portugal uma vigorosa escola de filosofia.

Pedro da Fonseca e o Colégio das Artes

Em 1555, D. João III entregou à Companhia de Jesus uma das instituições que formava a Universidade de Coimbra – o Colégio das Artes. Aí viria a desenvolver-se uma escola de filosofia com projecção na Europa e na América e que chegou a expandir-se, através dos missionários jesuítas, até ao Extremo Oriente. Pedro da Fonseca (1528-1599) foi o iniciador desta escola, concebendo, com as suas obras Instituições dialécticas (1564) e Comentários à metafísica de Aristóteles (1589), um curso que consistia num vivo e desenvolvido comentário à obra de Aristóteles, considerada de validade universal e perene. Fonseca fez começar os estudos pela lógica, através do comentário do Organon de Aristóteles, fazendo-os prosseguir numa abordagem da teologia que seguia de perto a Metafísica do mesmo filósofo clássico. Tanto num caso como no outro, o método conimbricense exposto por Fonseca pressupunha um diálogo crítico com as novas tendências filosóficas e científicas, aproveitando nelas o que considerava válido à luz da tradição aristotélica, rejeitando uma atitude de mera repetição.

Manuel de Góis, Sebastião do Couto e Baltasar Álvares publicaram, a partir de 1592, os Comentários do colégio conimbricense da Companhia de Jesus, que ampliaram à física e à ética o método de estudo da filosofia e de comentário de outros autores a partir de um Aristóteles renovado e revigorado, completando-se assim o âmbito pedagógico da escola de Coimbra.

A «ciência média» em Luís de Molina

Alguns filósofos formados em Coimbra viriam a destacar-se pela originalidade dos seus contributos teóricos. Luís de Molina (1536-1600), embora nascido em Cuenca (Espanha), estudou em Coimbra e ensinou em Évora, desenvolvendo alguns aspectos importantes da obra de Pedro da Fonseca. As suas obras mais importantes foram De concordia (1588) e De iustitia et iure (1593). Na primeira destas obras, Molina defendeu a tese da chamada «ciência média», já esboçada em Fonseca e que pretendia dar uma solução diferente ao conflito teórico entre a liberdade humana e a graça divina. Afastando-se da ideia geralmente aceite segundo a qual, no uso do livre-arbítrio, o ser humano só poderia agir moralmente se auxiliado pela graça, Molina defendeu existirem actos naturais em todos os homens que, independentemente de intervenção divina e de uma fé cristã consciente, têm valor moral intrínseco – mesmo que sejam ineficazes para a salvação como a entende a doutrina da Igreja. Estas ideias implicavam o reconhecimento de uma capacidade moral mesmo aos povos não europeus e não cristianizados, o que motivou a sua rejeição por outros autores católicos.

Em De iustitia et iure, Molina aplicou estes princípios aos campos do direito e da política, submetendo o poder do governo à comunidade que, através do direito natural, o teria recebido de Deus e o poderia reclamar em caso de actos tirânicos do governante. Nesta doutrina reconhece-se o princípio da origem popular do poder temporal, que seria também afirmada pelo jesuíta conimbricense Francisco Suárez (1548-1617).

Persistência e decadência da escolástica

Durante o século XVII, a escola conimbricense tornou-se hegemónica na universidade portuguesa, sendo o seu magistério aristotélico-escolástico seguido em Coimbra e em Évora por autores como Baltazar do Amaral, Bento de Macedo, Francisco Soares de Alarcão, Baltazar Teles, Inácio de Carvalho (este autor de um Compêndio de lógica conimbricense) ou Agostinho Lourenço. Esta tendência só seria invertida no século seguinte com as primeiras influências do Iluminismo em Portugal, sendo, no entanto, sintomático da influência persistente das ordens religiosas, e em particular dos Jesuítas, que quase todos estes autores fossem clérigos.

Na transição do século XVII para o século XVIII, a escolástica portuguesa entrou numa decadência para a qual contribuiu um clima pouco propenso à livre discussão intelectual. Gregório Barreto de Cantanhede, Bento de Macedo e António Cordeiro foram autores desta fase em que a mera repetição substituiu o comentário vivo e a referência crítica a autores contemporâneos. Este declínio da qualidade do trabalho dos escolásticos de Coimbra e de Évora facilitaria o sucesso da investida dos seus adversários em meados do século XVIII.

Outros autores

Formados também na escolástica e pertencendo já ao século XVII, destacam-se dois autores que usufruíram ainda da fase de vigor da escola conimbricense e que não tiveram a sua actividade intelectual circunscrita à universidade portuguesa. Frei João de São Tomás (1589-1644), nascido João Poinsot e formado em Coimbra, ensinou em Madrid e em Lovaina e, após tomar conhecimento das polémicas do seu tempo entre Jesuítas e Franciscanos, ingressou na ordem dominicana. Tornou-se então um comentador sistemático e directo da obra de Tomás de Aquino, depurado das controvérsias introduzidas pela escolástica em que se formara e pelos seus adversários de inspiração agostiniana. Considerando a lógica o próprio instrumento da especulação, Frei João de São Tomás deu nos seus Cursus philosophicus, contributos originais no âmbito da gnosiologia, da metafísica e da filosofia da linguagem. Também com um percurso não circunscrito a Portugal, Frei Francisco de Santo Agostinho de Macedo (1596-1681), franciscano, optou pelas posições filosóficas do escotismo, que comparou com as do tomismo em Collationes doctrinae (1680).

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

FORÇA PORTUGAL!

Começam hoje em Londres os Jogos Paralímpicos. Portugal compete com 30 atletas em cinco modalidades. A todos os atletas desejamos o maior sucesso. Estamos ao vosso lado e a "torcer" por todos vocês.


A REVOLUÇÃO LIBERAL PORTUGUESA – 24 DE AGOSTO DE 1820

As invasões francesas deixaram o nosso país em muito mau estado. Portugal ficou devastado e arruinado, já que os exércitos invasores praticaram roubos, destruíram casas e ruas e deixaram as actividades económicas (agricultura, indústria e comércio) praticamente paralisadas.

Para além disto, a população portuguesa estava também descontente porque:
  • Os portos brasileiros deixaram de ser exclusivos de Portugal e abriram as portas ao comércio com outros países.
  • Em 1815, o Brasil deixou de ser uma colónia portuguesa e foi elevado à categoria de Reino, tornando-se a cidade do Rio de Janeiro a sua verdadeira capital. (Hoje é Brasília)
  •  A família real e a corte portuguesa continuavam no Brasil (o rei estava fora de Portugal e os ingleses é que estavam a ocupar os principais cargos na governação e no exército em Portugal)

Por estes motivos, o descontentamento da população era geral e associado às novas ideias liberais (que defendiam sobretudo, uma maior participação na vida política) gerou-se um clima favorável a conspirações contra a situação em que o país vivia.

Em 1817, Gomes Freire de Andrade, liderou uma tentativa para mudar o regime, exigir o regresso do rei e expulsar os ingleses do nosso país. Esta tentativa não foi bem sucedida porque foram descobertos e os seus responsáveis foram presos e condenados à morte.
Em 1817 (no ano seguinte), um grupo de liberais do Porto (constituído por juízes, comerciantes, proprietários e militares) formou uma associação secreta – o Sinédrio – que era liderada por Fernandes Tomás e tinha como objectivo preparar uma revolução.

A 24 de Agosto de 1820, aproveitando a ausência de Beresford (general inglês nomeado por D. João VI como marechal do exército português, a quem foram concedidos grandes poderes para acabar com qualquer tipo de conspirações liberais), o Sinédrio fez despoletar (deu início), no Porto, à Revolução Liberal.
Rapidamente, a revolução se estendeu a Lisboa e ao resto do país. Os ingleses foram afastados do governo e os revolucionários criaram um governo provisório (Junta Provisional de Governo do Reino) que, de imediato, tomou medidas para resolver os problemas do reino.

As medidas mais importantes tomadas pelo governo provisório da revolução de 1820 são:
  • Exigência do regresso do rei D. João VI a Portugal
  • Realização de eleições com o objectivo de escolher deputados às Cortes Constituintes, para elaborar uma Constituição (documento que contem as Leis fundamentais de um país).

As 1ªs eleições realizadas em Portugal aconteceram em Dezembro de 1822.
Esta Constituição consagrou os princípios da liberdade e de igualdade dos cidadãos perante a lei (fosse qual fosse a sua origem social, acabando-se desta forma com os privilégios do clero e da nobreza) e consagrou a divisão do poder em três poderes.

D. João VI, com medo de ser afastado do trono pelas Cortes, voltou a Portugal em 1821 e em 1822 jurou (aceitou) a Constituição Portuguesa. Desta forma, Portugal passou de uma monarquia absoluta para uma monarquia liberal (ou constitucional).

OS CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO TAMBÉM PODEM SER SANTOS

"Nasceu em 1214 e subiu ao trono de França aos vinte e dois anos de idade. Contraiu matrimónio e teve onze filhos a quem ele próprio deu uma excelente educação. Distinguiu-se pelo seu espírito de penitência e oração e pelo seu amor aos pobres. Na administração do reino, foi notável o seu zelo pela paz entre os povos, e mostrou se tão diligente na promoção material dos seus súbditos como na sua promoção espiritual. Empreendeu duas cruzadas para libertar o sepulcro de Cristo e morreu perto de Cartago no ano 1270."


Muitos imperadores, reis e rainhas foram beatificados, canonizados, elevados aos altares, apresentados pela Igreja como modelos de santidade. O exemplo mais recente viveu e faleceu em Portugal: o Arquiduque Carlos de Habsburgo (1887-1922), Imperador da Áustria, Rei da Hungria e da Boémia.

De facto, aquilo a que agora se chama "república" não deu ainda azo a nenhuma declaração de santidada.

(II) OS DESCOBRIMENTOS E O RENASCIMENTO

Com a abertura de Portugal ao mundo, os pensadores nacionais abriram-se ao experimentalismo e às novas correntes. As viagens marítimas dos Portugueses a partir do século XV, com a descoberta de outras terras, povos e culturas, abriu novos horizontes ao pensamento europeu e reflectiu-se na reflexão dos autores de Quinhentos e Seiscentos. O papel da observação, da experiência e da utilização da matemática foi considerado e valorizado de um modo que introduziu descontinuidades em relação ao período histórico anterior. Com estas mudanças muito ligadas às actividades marítimas de então, a reflexão filosófica abandonava a era medieval e abraçava a era moderna. À filosofia formal foi momentaneamente preferido um estudo empírico da realidade, recorrendo alguns dos autores deste período à matemática para afinarem o rigor das suas observações e deduções. Esta transformação, que antecipava não só tendências futuras como também uma das características do período renascentista, coincidiu com o ímpeto descobridor do século XV e início do século XVI, mas foi momentâneo.

«A experiência, mãe de todas as coisas»

Duarte Pacheco Pereira, nascido em meados do século XV, revela o interesse renovado pelo estudo da natureza e da geografia, consciente já da necessidade de corrigir e superar os autores antigos. Na sua obra Esmeraldo de situ orbis (1506), reflectindo sobre a substituição de ideias antigas por outras adquiridas nas viagens oceânicas, realça a importância da experiência, «mãe de todas as coisas», para o conhecimento rigoroso, que, assim, não poderia ser apenas uma construção meramente teórica ou intelectual, mas teria de ser também empírica.

Em Pedro Nunes (1502-1578), professor de filosofia natural na universidade de Coimbra, aparece já uma atitude crítica da «maioria dos filósofos do nosso tempo, que consideram de somenos o conhecimento da matemática». Partindo também da experiência náutica adquirida pelos Portugueses, Pedro Nunes chamou atenção para a importância que teve a matemática aplicada na construção de um saber astronómico e geográfico rigoroso nas viagens dos nossos navegadores. As suas obras Tratado da Esfera (1537) e Livro de álgebra e geometria (1567) denotam uma abertura precoce à matematização do saber. D. João de Castro (1500-1548) procurou igualmente, nos dados que coligiu relativos à filosofia natural e à náutica, um rigor matemático e uma ciência de base empírica. Nestes autores ficou esboçada uma promessa pioneira e consistente de abertura à ciência experimental e à filosofia moderna que então se iniciavam na Europa, mas que acabaram por não florescer em Portugal.

O método científico em Francisco Sanches

Francisco Sanches (1550-1622), cristão novo que iniciou os seus estudos em Braga, veio a desenvolver a sua actividade ligada à medicina e à filosofia em França (onde contactou com as mais avançadas correntes do Renascimento e da Reforma religiosa). Na sua obra, reunida nos seus Tratados filosóficos, Sanches revela-se crítico da filosofia escolástica e das concepções aristotélicas que a suportavam. Influenciado pela prática da medicina, defende uma concepção empirista da ciência, pondo ênfase na necessidade de construir um saber autónomo da metafísica e da religião e orientado para uma realidade entendida como objectiva e regida por leis que devem ser descobertas sobretudo através da experiência.

Embora, para Francisco Sanches, o objecto da ciência fosse o conhecimento das causas naturais dos fenómenos observados, o filósofo recusava que a essas «causas segundas» se devesse limitar a nossa concepção da realidade, que deveria estar consciente da existência de Deus e de «causas primeiras». No entanto, Sanches defendeu que o conhecimento das causas naturais não só era trabalhoso como dificilmente poderia suportar as “causas primeiras” sem um esforçado labor dedutivo.

A filosofia judaica

Entre os judeus portugueses, a filosofia  floresceu pouco antes da conversão forçada de 1496, que pôs um fim abrupto a uma experiência que se revelou rica. Isaac Abravanel (1437-1508) e o seu filho Leão Hebreu (1465-1534) partiram de um conhecimento profundo da filosofia clássica e da escolástica cristã para afirmarem a sua conformidade com a Bíblia. Embora dando como adquirido o papel da razão, concluíram pela superioridade da revelação, efectuando no âmbito da fé judaica uma síntese com a filosofia similar à operada por São Tomás de Aquino no âmbito da fé cristã. Ambos os autores evidenciam influência de Platão e se opuseram à ideia aristotélica da eternidade do universo, a que preferiram o criacionismo bíblico.

Outro autor proveniente do judaísmo português – já então clandestino – foi Isaac Cardoso (1615-1680), médico e filósofo, que, em Veneza, publicou a sua Philosophia libera, obra eclética que afirma uma noção empirista de ciência a par do criacionismo e da defesa da liberdade intelectual. Estes autores mostraram-se, como fora já o caso de Samuel Usque (n. 1492), permeáveis a influências esotéricas e neoplatónicas.

Sob o signo da Contra-Reforma

A afirmação da Contra-Reforma em Portugal depois do Concílio de Trento (1545-1563) circunscreveu o tema filosófico do diálogo entre razão e revelação a autores católicos, alguns dos quais, como Álvaro Gomes logo no seu Comentário ou censuras (1543), pretenderam explicitamente refutar com recursos retóricos e lógicos as concepções teológicas saídas da Reforma protestante, nomeadamente as de Lutero. Dada a vigilância que a Inquisição passou a manter a partir desta época sobre toda a cultura intelectual, estas obras tenderam para a mera apologia do catolicismo.

Outros autores, como Sebastião Toscano (1515-1583), em Mística teologia (1568), ou o Padre António Vieira (1608-1697), nos seus Sermões, desenvolveram temáticas religiosas com recurso à filosofia moral. No caso de Vieira, a influência de Séneca foi notória nos seus escritos morais, o que denota um interesse continuado em Portugal, mesmo entre religiosos, pela obra deste autor peninsular da Antiguidade.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

"DOS TEUS EGRÉGIOS AVÓS..."

"  A Tradição é o terreno onde se levantam os edifícios sociais - chamados povos ou naçoens. Terreno movediço, cheio de falhas, sem consistencia, dá Naçoens fracas, á mercê de todos os caprichos, de todas as aventuras. Quanto mais fundas forem as raizes de um Povo, mergulhadas na Tradição, quer dizer quanto mais espessa e profunda ela for, tanto mais solida é a Nação. Dize-me que força tem a tua Tradição, dir-te-hei quem és. 

A Tradição é constituida por tudo o que ha de definitivo na alma de um povo, de fundamental, de estructural, de eterno. O tempo é o depurador, é o filtro: o que escapa á acção depuradora do Tempo é o que forma a Tradição. Ha nella o sangue dos Herois, o espirito dos Genios, a alma dos Santos, a vontade dos Reis: tudo isso forma a argamassa firme sobre que se levantam as Naçoens. Nação que rejeita a Tradição é Nação que se suicida, que se nega a si propria. Quanto maior for o Passado de um Povo, tanto maior é a sombra que esse Povo projecta no Futuro. Uma Nação só existe quando tem Passado. Emquanto o não tem, pode ser um Estado politico, creação artificial da Diplomacia ou da espada de um guerreiro. Mas só é Nação quando tem tradiçoens de que vive, e para a honra das quais vive. Quando em 1820 introduziram na Nação portugueza, que até aí vivia a sua vida tradicional, ideas e sentimentos extranjeiros, começou a sua decadencia. Encerrar o parenthesis extrangeiro é um acto de salvação nacional, é reintegrar Portugal no seu caminho normal, é fazer regressar a Portugal a sua alma. "

Alfredo Pimenta

publicado por Cristina Ribeiro em Estado Sentido

(I) A FILOSOFIA MEDIEVAL PORTUGUESA

As primeiras obras filosóficas no ocidente peninsular foram contemporâneas da cristianização da filosofia, ocorrida na transição da Antiguidade para a Idade Média. Os autores que em Portugal cultivaram a reflexão filosófica desde a Idade Média integraram ou inspiraram-se nas correntes dominantes da filosofia europeia do seu tempo. Este facto não impediu que alguns deles revelassem originalidade no seu pensamento e muito menos que desenvolvessem de forma brilhante alguns dos temas e problemas tratados pelas correntes europeias de que eram tributários.

Paulo Orósio e São Martinho de Dume

O primeiro pensador relevante aparecido no que viria a ser o espaço português, e inscrito na tradição filosófica, foi Paulo Orósio. Nascido perto de Braga no fim do século IV, foi o autor, entre outras obras, de História contra os pagãos (417). Discípulo directo de Santo Agostinho, foi influenciado pelas suas concepções filosóficas e teológicas, sendo também marcado pelo ambiente religioso agitado do noroeste da península, combatendo heresias como o priscilianismo, o origenismo e o pelagianismo. Orósio defendeu ainda uma concepção universalista da história humana e opôs uma leitura linear e progressiva do tempo à leitura cíclica herdada de Políbio.

São Martinho de Dume (c. 518-579), bispo de Braga, foi autor, entre outras obras, de um tratado de ética, Formulae vitae honestae. Dedicada ao rei dos Suevos, esta obra evidencia a influência de Séneca e apoiou-se apenas na razão natural, dispensando o recurso à moral revelada ou à Bíblia. É um dos primeiros exemplos de um género literário medieval depois chamado «espelho dos príncipes» e entre nós cultivado, por exemplo, por Álvaro Pais, bispo de Silves, na sua obra Speculum regum (c. 1344).

Santo António de Lisboa e o rei D. Duarte

Nos escritos de Santo António de Lisboa (f. 1231), anteriores à síntese tomista entre razão e revelação, encontra-se já uma filosofia que, embora plenamente cristianizada, propõe a colaboração da filosofia e da razão na obra divina da salvação. Nos seus Sermões, Santo António desenvolveu uma espiritualidade franciscanista que teria uma longa influência em Portugal e, plenamente integrado no espírito das ordens mendicantes, explorou a vertente prática e quotidiana da moral. [Santo António entrou em contacto com os franciscanos enquanto estudou no mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, que era então a sede espiritual do reino português. Já em Itália, foi convidado por São Franscisco de Assis a pregar e a ensinar teologia aos frades da sua ordem, o que o tornou muito popular. Foi canonizado em 1232 e declarado doutor da Igreja em 1946.] Outro franciscano português que se destacou na teologia foi Frei André do Prado, autor de Horologium fidei e Spiraculum franscisci mayronis.

Dado que os autores referidos escreviam em latim, é ao rei D. Duarte (1391-1438) que se deve a primeira obra filosófica em língua portuguesa – o Leal conselheiro. Esta obra foi a primeira a articular reflexões filosóficas em língua vulgar, algo que só se tornaria comum alguns séculos mais tarde. Trata-se de um livro pouco sistemático, orientado para questões de filosofia moral e política, mas profundamente marcado pela síntese operada por Tomás de Aquino entre a filosofia aristotélica e os ensinamentos da Igreja Católica. Outros autores, em latim ou em língua vulgar, exploraram a confluência entre a filosofia moral e a filosofia política, dentro da matriz cristã da Idade Média – são os casos de Diogo Lopes Rebelo e Frei João Sobrinho no fim do século XV.

A filosofia de Pedro Hispano

Pedro Julião, também conhecido como Pedro Hispano Portucalense, nascido em Lisboa por volta de 1205, foi o maior filósofo português da Idade Média e aquele cuja obra alcançou autêntica notoriedade à escala europeia. Iniciou os seus estudos na escola catedral de Lisboa e continuou-os em Paris e Siena, onde se tornou professor e autor respeitado. Apesar de ser médico, teve uma importante carreira eclesiástica, sendo sucessivamente decano da Sé de Lisboa, arcebispo de Braga, cardeal e o único papa português, com o nome de João XXI (1276).

Aluno de Alberto Magno e contemporâneo de Tomás de Aquino, Pedro Hispano foi um dos lógicos mais influentes da primeira escolástica. A sua fama em toda a Europa está patente no facto de Dante o ter incluído no grupo de grandes estudiosos retratados na Divina comédia, onde é referido como «Pietro Spano». A sua obra Tractatus, depois conhecida como Summulae logicales, foi copiada e ensinada nas universidades europeias durante mais de três séculos.

Na sua obra, Pedro Hispano preocupou-se com as propriedades dos termos utilizados na linguagem e com a sua relação com o conhecimento. O estudo do significado e da articulação dos diferentes termos (palavras e expressões) nas proposições tornou-se, assim, o objecto da lógica e aproximava-a da gramática, com a qual deveria, da perspectiva do lógico português, tender a partilhar as mesmas regras. O ideal do nosso lógico seria que as leis do pensamento se aproximassem das leis da linguagem.

Na análise dos termos utilizados nas proposições do discurso filosófico, Pedro Hispano distinguiu entre o significado e a suposição. O significado dizia respeito ao modo como as palavras nomeiam ou representam as coisas ou elementos da realidade; já a suposição trata da relação lógica entre as palavras no discurso e na reflexão. Para este filósofo era no campo da suppositio que estava o âmbito da lógica e da filosofia, cujo estudo incidia, assim, não sobre a própria realidade, mas sobre o discurso sobre a realidade. Para os lógicos medievais como Pedro Hispano, esta distinção implicava que a filosofia deveria fornecer às ciências uma linguagem conceptualmente rigorosa, distinta tanto da linguagem vulgar quanto da linguagem literária.

Outras obras atribuídas a Pedro Hispano, nomeadamente Scientia libri de anima, abordam a questão da alma, sua natureza e capacidade de auto-conhecimento.

O estudo da filosofia em Portugal

Como nos outros países europeus, em Portugal a universidade teve origem nas escolas das catedrais e dos mosteiros. Logo que os primeiros reis portugueses estabeleceram a capital política do reino em Coimbra foi aí fundado um seminário, no qual, ainda no século XII, terá começado o ensino da lógica. Também antes da fundação da universidade, já eram ensinadas no mosteiro de Alcobaça (pelo menos desde 1269) a gramática, a lógica e a teologia. Frei João Claro, doutor em teologia pela universidade de Paris e abade deste importante mosteiro, foi uma das figuras que evidenciam a continuação do interesse pela filosofia em Alcobaça no século seguinte; além dos códices que deixou, há ainda outros, anónimos: o Horto do esposo e o Bosque deleitoso solitário, que também têm alguns conteúdos filosóficos.

A instituição do Estudo Geral em 1288 (com aprovação papal em 1290) conduziu ao ensino sistemático da teologia e do direito canónico em Lisboa e depois em Coimbra, bem como das disciplinas da lógica, da gramática e da dialéctica, que auxiliavam aquelas áreas de estudos. Nesta época, já as obras de Aristóteles dominavam em universidades europeias como a de Paris, vindo a influenciar desde o início o ensino da filosofia em Portugal. Apesar de ter desde muito cedo um ensino regulamentado e orientado para a formação de uma elite clerical e jurídica, a universidade será nos séculos seguintes o espaço privilegiado da reflexão e produção filosóficas em Portugal.

A ATLÂNTIDA, O MITO DE ADÃO E EVA E OS MONUMENTOS MEGALÍTICOS

“Se existiu em tempos remotos uma grandiosa civilização desaparecida por um grande cataclismo, a Atlante, pode perguntar-se qual foi a origem de toda essa ciência que floresceu há milhares de anos a.C.? Se, de facto, existiu, e vários testemunhos clássicos apontam para isso, não há dúvida de que essa civilização foi concebida por homens superiores, os magos da Atlântida desaparecidos nas águas do Atlântico, cujos sobreviventes (homens do mar) dispersaram-se pelo mundo, instalando-se, sobretudo, nas zonas mais afastadas e altas da Terra, onde instruíram os outros sobreviventes.

Esses homens foram chama dos Gigantes em todas as mitologias e eram de raça vermelha como os himaritas fenícios. No mito bíblico, e de acordo com o abade Moreux, Adão foi expulso do Paraíso devido a ter comido a maçã do Conhecimento, partindo com a sua ciência, que transmitiu aos seus descendentes, mas que, geração após geração, foi diminuindo até desaparecer. Numa das suas chaves interpretativas, o mito da expulsão de Adão do Paraíso traduz a história dos sobreviventes do cataclismo da Atlântida que, tendo perdido os seus meios, se viram obriga dos a subsistir na natureza em convulsão e selvagem, tendo, parte dos seus descendentes, passado gradualmente à mediocridade. Não obstante, uma parcela desse conhecimento foi transmitida e conservada, não apenas nas pirâmides do Egipto, mas também, entre outros, nesses monumentos megalíticos que são os dólmens e os menires... Na verdade, grande parte do que nos chegou dessa ciência está escrito na pedra e nas proporções desses monumentos, sendo os seus construtores os veículos desse saber perdido. Esse saber foi transmitido desde os tumuli (termo plural de tumulus) e as pirâmides até às catedrais góticas, o que nos leva a admitir que são os construtores que estão na base dessa transmissão e, assim sendo, as fraternidades de mestres-canteiros da Idade Média são, em certa medida, as continuadoras da ciência aplicada pelos construtores dolménicos.” – Eduardo Amarante



http://www.eduardoamarantesantos.blogspot.pt/

terça-feira, 28 de agosto de 2012

S.A.R. O SENHOR D. DUARTE NA GALA FINAL DO CAMPEONATO DO MUNDO DE ESGRIMA ARTÍSTICA

Tempos de capa e espada regressaram ao Estoril

O beberete que, ao final da tarde de sábado, 18, ocorreu no Centro de Congressos do Estoril, teve como ambiente uma exposição singular, de cartazes de filmes de capa e espada de outrora, em que campeavam Errol Flynn, os mosqueteiros, D’Artagnan e tantos outros que fizeram as delícias da nossa juventude. Foi um bem agradável retorno ao passado, a preparar-nos para a gala final do Campeonato do Mundo de Esgrima Artística que, a partir das 18.45 h., nos encantou.
       
Esgrima, afinal, ficou assim demonstrado, não é apenas o devaneio de uns quantos: é uma Arte, uma Técnica, um saber de longa experiência feito, um hino à não-violência através de atitudes à primeira vista violentas. E quando, mesmo nos filmes, se vêem cenas ‘de espadeirada’, nada daquilo é improvisado: há muito treino, muita perícia e…muita elegância também!

No sábado, tudo isso ficou amplamente demonstrado e bem podemos agradecer a Mestre Eugénio Roque, que preside à Academia das Armas de Portugal, ter solicitado o apoio do Município de Cascais para aqui se realizar de novo o Campeonato Mundial de uma modalidade bem agradável de ver-se, campeonato que se realiza de quatro em quatro anos e que teve o seu início em 1996, em Lisboa... De resto, o elevado nível da esgrima portuguesa ficou bem demonstrado e foi largamente referido pelos especialistas que a Cascais se deslocaram.

Aliás, com apresentação de Ana Zanatti e Ricardo Carriço, a sessão foi memorável, a culminar os dias anteriores de ensaios, competições e actuações ao ar livre. A Academia de Dança Antiga de Lisboa brindou-nos, no começo, com duas danças do século XVIII. O ponteiro das horas tocava as 19 quando, na categoria «solo», se deu entrada à equipa da Ucrânia, a interpretar «A espada da morte», que arrebatou a medalha de bronze; seguiu-se a Suécia, com um «Don Juan», que lhe valeu a medalha de ouro; apresentou a França o mito da Fénix renascida que luta (medalha de prata). Entregou os prémios o anfitrião, Mestre Eugénio Roque.

Seguiu-se a categoria «Ensemble». Portugal apresentou «Goldfinger» (medalha de prata); a Rússia, «Sob o reino da ilusão», de bem bonita coreografia, que merecidamente lhe valeu a medalha de ouro; a Espanha, com «Crazy, crazy, Amadeus», obteve a medalha de bronze. Prémios entregues pelo Subcomissário José Pereira, Director do Serviço de Peritagem de Armas da PSP, e Presidente da Comissão de Segurança do Campeonato.

O duelo medieval, naquela eterna luta pelo Santo Graal e pela perfeição e pela donzela amada, a Rússia inspirou-se na Guerra de Tróia, uma passagem da Ilíada que celebra a morte de Heitor (medalha de ouro); celebrou a Polónia a fraternidade nas armas (medalha de bronze); ganhou Portugal a medalha de prata com «O poder da espada», bem agradável coreografia. Entregou as medalhas Sua Alteza Real D. Duarte Pio de Bragança.
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Na modalidade «Batalha antiga e medieval», apresentaram-se a Noruega, com um «Ninguém passa!» pleno de humor, que arrebatou a medalha de ouro; e a Rússia, com «Guerreiros em repouso», agraciado com a medalha de prata. Entregou os troféus Clauso Neves, vice-presidente da Federação Portuguesa de Esgrima.
Após o intervalo, na classe «Duelo Renascença / Século XIX», Portugal arrebatou a medalha de bronze; a equipa francesa, a de prata; e coube à Rússia o melhor galardão, o ouro – prémios entregues por Marcel Dubois, Presidente de Honra da Academia de Armas Internacional.

Na classe «Batalha Renascença / Século XIX», bronze e prata para a Rússia, o ouro foi para a França. Entregou os galardões Frederico Valarinho, Presidente da Federação Portuguesa de Esgrima.

Na categoria «Duelo Fantasia / Intemporal», as classificações dos finalistas presentes foram: Bronze – Alemanha; Prata –Noruega; Ouro – Cazaquistão. Mike Bunke, Presidente da Academia de Armas Internacional, subiu ao palco para galardoar os vencedores.

E, a terminar, na modalidade «Batalha Fantasia / Intemporal»: Bronze – Rússia; Prata – Noruega; Ouro – França. Os galardoados tiveram a honra de ser medalhados pelo Actor homenageado Gérard Barray.

No final, todos os participantes medalhados subiram ao palco, emoldurando homenagens a Claude Carliez, Mestre de Armas, Presidente da Academia Francesa, coreógrafo e actor, e a Gérard Barray, célebre actor que incarnou as figuras de d’Artagnan, Cyrano de Bergerac e muitas outras personagens em filmes de capa e espada e de aventuras. Foi-lhes oferecida uma espada de honra com a gravação “Homenagem da Academia de Armas de Portugal – 2012”. Agradeceram comovidos e aplaudidos por todos os presentes.

Usaram da palavra Eugénio Roque, Presidente da Academia de Armas de Portugal e do Clube Duelo, e Mike Bunke, Presidente da Academia de Armas Internacional. Trocaram-se lembranças, ramos de flores e distinções internas.

Enfim, uma tarde excelente que se prolongou noite adentro e a todos deliciou (recorde-se que, após cada apresentação, até os agradecimentos eram coreografados!...). E nota bem alta recebeu a organização e, de modo especial, a esgrima portuguesa, que está verdadeiramente de parabéns pelo seu elevado nível, por todos, de resto, reconhecido sem favor, como atrás se assinalou.

A MAIS PURA IGNORÂNCIA

Os maiores ignorantes sobre História, Sociedade e Monarquia são aqueles que, normalmente, confrontam-me, esplendorosamente, com afirmações deste tipo:

“Ahhhhhh, você é monárquico! Que giro! Isso é muito interessante, não sabia que ainda existiam monárquicos.
 
Mas aqui para nós, isso de ser monárquico e gostar de reis e rainhas é porque deve ter aí uma 'costelazita' nobre, só pode!”

Digo eu: Como qualquer sueco, dinamarquês, holandês, japonês, inglês, espanhol, canadiano, etc, etc, aliás, existe um verdadeiro 'açougue' nobiliárquico por esses países desenvolvidos todos. Houvessem títulos para tanta gente…no Japão nem os há, curiosamente.
 
Há por aí, infelizmente, muita ignorância.

 

PORTUGAL E O QUINTO IMPÉRIO

A história de Portugal não se inicia com a dinastia de Borgonha, mas, antes, nas suas raízes profundas e longínquas. Quando surgiu D. Afonso Henriques, a gestação de Portugal vinha já de muito longe e despontou no sangue dos descendentes heróicos dos lusitanos ciosos da sua identidade e independência.
 
O Estado autónomo que sucedeu à Reconquista cristã estava em germe desde a antiga Lusitânia. Portugal nasceu tanto pela vontade de D. Afonso Henriques e dos barões portucalenses, como pela visão política de S. Bernardo e pela acção militar dos cavaleiros templários, sem esquecer as “obscuras cristandades moçárabes em que o génio da raça se perpetuou iluminadamente”, com uma missão civilizadora e universalista.

O QUINTO IMPÉRIO
 
Um dos aspectos da perduração da independência de Portugal é um certo sentimento de isolamento. O nosso país tem sido, ao longo dos tempos, como que uma ilha rodeada, de um lado por Castela, que sempre funcionou como uma espécie de deserto isolador, e do outro pelo Atlântico. Desta forma, o português, experimentando como que um sentimento de ilhéu, tem oscilado entre a aventura no exterior e a passividade cá dentro. Por vezes também vive a aventura pela imaginação.
 
Não há dúvida de que o português foi talhado para as grandes causas e o gene luso encontra a sua expressão mais autêntica na aventura de carácter universalista que se estende muito para além das fronteiras da Europa. O torrão lusitano atrofia-o e a Europa é demasiado pequena para ele. Por isso, é grande nas grandes descobertas e, nos tempos actuais, estas traduzem-se no conceito de Quinto Império, que é a terceira parte da missão iniciada pelos templários e que ainda falta cumprir. Este Quinto Império significa, antes de mais, a prevalência:
 
• Do Espírito sobre a Matéria;
 
• Da individualidade consciente sobre a massificação;
 
• Da identidade própria sobre a globalização;
 
• Do respeito sobre a anarquia;
 
• Da liberdade de expressão e de pensamento sobre a intolerância redutora.

No poema Infante, Fernando Pessoa escreve:
 
“... Deus quis que a Terra fosse uma / que o mar unisse já não separasse…”

O homem português, respondendo a um impulso missionário e a um cíclico e imperioso apelo da História, lançou-se no empreendimento marítimo como súbdito do Quinto Império.
 
Os historiadores e intelectuais do século XVII, como o padre António Vieira, acharam o fundamento da independência de Portugal na palavra de Deus e o mito do Quinto Império na sua projecção futura.

O Quinto Império tem uma única finalidade: o ideal da união fraterna e espiritual entre todos os homens da Terra, independentemente da raça e do credo, para a construção de um mundo novo e melhor.
 
Ser Português é um estado de alma atávico, impregnado profundamente no inconsciente colectivo. Não, não é para quem quer; é para quem ama e se identifica com Portugal, a sua terra, a sua energia telúrica, as suas raízes, as suas tradições e a sua história. Não é para todos os que nascem em Portugal!
 
In Eduardo Amarante, “Templários”, vol. 3

 
 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

MARIÉES DU GOTHA: AUGUSTE VIKTORIA DE HOHENZOLLERN, REINE DE PORTUGAL

 
A Sigmaringen, le 4 septembre 1913, le roi Manoel II de Portugal, fils du défunt roi Carlos et de la reine Amélie, née princesse d’Orléans, épousait la princesse Auguste Viktoria de Hohenzollern, fille du prince Wilhelm de Hohenzollern et de la princesse Maria Teresa de Bourbon-Deux-Siciles. Le roi Manoel avait perdu son père le roi Carlos et son frère aîné le prince héritier Luiz tués lors d’un attentat en 1908 à Lisbonne. Devenu roi, il fut contraint à l’exil en 1910. Le roi Manoel est décédé en 1932. La reine Auguste Viktoria s’est remariée en 1939 avec le comte Robert Douglas.