Entre os celtas, as mulheres participavam nos conselhos onde se decidia
a guerra ou a paz. Elas podiam desempenhar funções reais ou
sacerdotais, e até mesmo comandar exércitos. A iniciação dos jovens
guerreiros era muitas vezes assumida pelas mulheres. Os celtas só
atribuíam a dignidade de chefe ao pai de família, desde que este fosse
de uma classe social (por nobreza ou riqueza) igual ou superior à da esposa. Caso contrário era ela que exercia a autoridade.
Na época das cruzadas e das catedrais, as coisas não haviam mudado. A
ideia da castelã que usava o cinto de castidade e aguardava pelo seu
marido nas cruzadas, enquanto fiava, foi um facto que existiu, mas
estava longe de ser um caso generalizado. Muitos cavaleiros e príncipes
partiram para as cruzadas acompanhados de suas esposas e filhos. Quanto
às damas que ficavam no país, elas administravam o feudo.
É um facto
que durante a Idade Média muitos casamentos eram fabricados desde o
berço. Contudo, quer se tratasse de rapaz ou rapariga, não havia
discriminação sexual. Ambos podiam ser vítimas desse tipo de situação.
No tempo de Luís IX de França (1214-1270), o rei que exercia a justiça
debaixo de um carvalho (como os celtas), há exemplos de mulheres que
votavam como os homens nas assembleias urbanas ou rurais, exactamente
como faziam os celtas da Gália antes da conquista romana.
Durante a
Idade Média, o ensino das crianças era ministrado quer por religiosos
quer por laicos, quer por homens quer por mulheres, e indistintamente às
raparigas e aos rapazes nas mesmas escolas. Só a partir do século XVI é
que apareceu a ideia segundo a qual as raparigas não tinham necessidade
de saber ler nem escrever. Foi também no século XVI que reapareceu a
escravatura, após ter sido abolida no século V.
In Eduardo Amarante, “Templários”, Vol. 3
In Eduardo Amarante, “Templários”, Vol. 3
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