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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

domingo, 30 de setembro de 2012

UMA QUESTÃO DE REGIME (I)

Os monárquicos defendem abertamente (como é óbvio) a mudança de regime. Por vários motivos (muitos já nesta página expressos) o Regime Monárquico surge novamente como o melhor caminho para Portugal (na verdade nunca deixou de o ser).

A população em geral, contudo, geralmente vê na questão de regime uma não-questão. Atolada em problemas gravíssimos (consequência da péssima governação republicana, da esquerda à direita) como o desemprego, a fome ou mesmo o risco iminente de perder a casa leva-a a minorar esta questão: simplesmente não têm tempo e/ou capacidade para pensar no assunto. Às vezes até parece que isto é um esquema: se a população não tiver capacidade/tempo para pensar no assunto então não vão fazer exigências (nada que seja novo na história da República em Portugal). Mas acontece que em Portugal a questão de regime não é um problema menor. Vive-se actualmente uma situação de extrema insensibilidade social. Às classes mais baixas é retirada qualquer esperança de subir socialmente. Por seu lado a classe média, verdadeiro motor de sustentação do País, luta árdua e diariamente para manter a sua posição. Mas a luta é cada vez mais difícil para este grupo social e muitos dos seus integrantes não aguentam e caem. Finalmente a classe mais alta que, a não ser que possua contactos políticos, ou tem juízo no modo como gere o seu património e as suas despesas ou então também se pode ver em graves apertos como qualquer uma das outras classes (embora a uma escala diferente, naturalmente). Pior do que existirem diferentes classes sociais (que, ninguém se iluda, existirão sempre) é uma determinada classe ser impedida, por meio de trabalho honesto ascender a uma classe superior. E pior ainda do que não conseguir subir na vida é olhar em volta e ver que o mais provável é baixar ainda mais. E isto porque não há quem compreenda as dificuldades da população portuguesa e, como tal, seja capaz de a defender. Triste e inadmissível (já para não falar de incompreensível) para um País que se diz democrático, civilizado e de 1º Mundo.

Naturalmente os monárquicos sabem que a mudança de regime não é uma pílula mágica que vai resolver de imediato os problemas todos do País. Dizer o contrário seria mentir e os monárquicos pautam-se pela verdade, honestidade e honra (haverá uns desviados, é claro, mas esses são uma pequena minoria). No entanto restaurar a Monarquia em Portugal seria um óptimo ponto de partida para uma efectiva mudança na Nação.

A verdade é que um regime monárquico (pese embora possa parecer contraditório) fomenta uma maior justiça social. Não é preciso ser muito inteligente nem pensar muito para perceber que nos corredores do poder se movem constantemente influências políticas e económicas. Como todos aqueles que estão nesse corredor devem a sua posição (seja económica, politica e/ou mesmo social) às influências politicas ou às influências económicas, tendem a defender-se uns aos outros! E no meio disto tudo quem defende a população em geral? A verdade é que, aparentemente, ninguém.

(continua …)

"PORTUGAL NÃO ESTENDE A MÃO SENÃO A DEUS"

O espírito de 1640
‎”PORTUGAL NÃO ESTENDE A MÃO SENÃO A DEUS” de Henrique de Paiva Couceiro é uma frase que nunca fez tanto sentido como hoje num Portugal acabrunhado pela lei do credor estrangeiro , a ganância de alguns e a cobardia dos restantes.
Nunca como hoje foi tão evidente a diferença entre o Portugal que se levantou em 1640 e o Portugal que se vai deixando morrer entre ditaduras , festas e democracias pouco democráticas.Nunca como hoje foi tão evidente a diferença entre o português que se lançou ao desconhecido arriscando tudo e o português que se deixa escravizar para não arriscar nada.
A frase representa um pilar da doutrina monárquica que todos os governantes deveriam ter em mente…e os portugueses escrito num papel à cabeceira da cama para nunca esquecerem que não é dinheiro que move os homens que constroem nações nem nunca foi dinheiro ou os “mercados” que fizeram 22 gerações de portugueses e 34 Reis e Rainhas de Portugal penhorarem as suas vidas e o seu bem estar em prol das gerações futuras, em prol de um projecto que muito mais do que um pequeno país foi Portugal , aquele que se estende pelo planeta fora, aquele projecto que Camões e Pessoa (separados por séculos e unidos pela língua e pelo projecto) declararam estar a meio, inacabado, dependente da vontade das gerações do seu tempo…do nosso tempo! Qual torre de babel que coube aos portugueses acabar com os olhos postos no céu e os pés na terra.
Nunca como hoje fez tanto sentido a frase da Fundação:
“O Rei é livre, nós somos livres”

PORTUGAL NA CAMPANHA DA RÚSSIA (LIVRO DA AUTORIA DE MIGUEL CASTELO-BRANCO)

 
No bicentenário da invasão da Rússia pela Grande Armée, campanha que precipitou a queda de Bonaparte e o fim da hegemonia política francesa, evoca-se o embate entre um projecto autoritário de unificação da Europa - construção artificial mantida pela força das armas - e o único Estado europeu com meios para de se lhe opor. O conflito foi moderno nos meios tecnológicos aplicados, total pela indiferenciação entre combatentes e não combatentes e anunciador das grandes guerras do século XX, pelo peso que nela tiveram a propaganda, a contra-informação e os movimentos da opinião pública. A Campanha de 1812 foi algo mais que uma guerra de proporções até aí jamais vivida; acontecimento marcante da consciência identitária da nação russa, revelou à Europa o poderio russo, consagrando-o como um dos pólos do equilíbrio europeu. Na Campanha participaram milhares de soldados da Legião Portuguesa, empurrados para a aventura russa que foi, para a quase totalidade, viagem sem regresso. Em consequência da derrota de Napoleão na Rússia e das sublevações nacionais anti-francesas que se lhe seguiram, germinaria no Congresso de Viena a primeira tentativa para um acordo para a preservação da paz no continente envolvendo em concerto todos os estados europeus.
 
Miguel Castelo-Branco
 

O ELÉCTRICO DA PRAIA DAS MAÇÃS

ElectricoGalamares2012Blogue
O eléctrico de Sintra foi inaugurado há 118 anos, a 31 de Março de 1904, com o material circulante encomendado à J.G.Brill Company (Estados Unidos).O percurso, com uma extensão de 8.900 metros, foi prolongado a 10 de Julho desse ano até à Praia das Maçãs, totalizando uma extensão de 12.685 metros. Mais tarde, a 31 de Janeiro de 1930, o eléctrico chegou às Azenhas do Mar.
Na sua já longa vida, o eléctrico, parte integrante da bela paisagem de Sintra, tão acarinhado pelas populações que o vêem passar às suas portas há mais de cem anos, teve ao longo da sua exploração algumas paragens , felizmente sempre retomadas.
O eléctrico da Praia das Maçãs acompanhou diversos ciclos da nossa história. A 1ª tentativa de construção da linha de caminho de ferro entre Sintra e Colares foi em 1886, reinava então D. Luis.
A 2 de Julho de 1900, é constituída a Companhia de Caminho de Ferro de Cintra à Praia das Maçãs SARL, ainda em monarquia, no reinado de D.Carlos.
Anos mais tarde a empresa sofre uma alteração e passa a denominar-se “Cintra ao Oceano”, em 1904 , já no fim do regime monárquico, e mantém-se até 1914, já em pleno regime Republicano, com os eléctricos pintados de amarelo.
A cor azul, surgiu com a Companhia Sintra Atlântico (1914-1975), posteriormente consequência das privatizações que aconteceram após o 25 de Abril de 1974, tendo sido integrada na Rodoviária Nacional (1976-1995).
Em 1995, já em plena democracia, com a onda de privatizações na altura, é adquirida pelo grupo Barraqueiro, que vendeu 20% do capital ao grupo britânico Stagecoach Holding, que acabou por pintar os eléctricos de vermelho.
Nos nossos dias o eléctrico renasceu a partir de 1996, em várias fases , recuperando-se inicialmente o troço Estefânia, Ribeira de Sintra e inaugurando-se posteriormente o troço entre a Ribeira de Sintra e o Banzão a 30 de Outubro desse ano. A passagem da exploração para a Câmara Municipal de Sintra, permitiu retomar a circulação em 2001, e mais tarde fazer chegar de novo o eléctrico à Praia das Maçãs.

Fontes consultadas:
“O eléctrico de Sintra um percurso centenário” – Júlio Cardoso,Valdemar Alves ed.CMS
Sintra Regional (2004)
Obras de José Alfredo da Costa Azevedo


sábado, 29 de setembro de 2012

SÃO MIGUEL ARCANJO, ANJO DE PORTUGAL E ANJO DA PAZ, PROTEGEI-NOS

 

São Miguel Arcanjo


No dia 29 do corrente, a Santa Igreja celebrará a festa de São Miguel Arcanjo. Outrora, esta data era muito vivamente assinalada na piedade dos fiéis. Hoje em dia, infelizmente, poucos são os que a tomam como ocasião especial para tributar culto ao Príncipe da Milícia Celeste. Entretanto, como veremos, o culto de São Miguel, actual para todos os povos em todos os tempos, tem títulos muito especiais para ser praticado com particular fervor em nossos dias...

São Miguel é o modelo do guerreiro cristão, pela fortaleza de que deu prova atirando ao inferno as legiões de espíritos malditos. É ele o guerreiro de Deus, que não tolera que em sua presença a Majestade divina seja contestada ou ofendida, e que está pronto a empunhar a qualquer momento o gládio, a fim de esmagar os inimigos do Altíssimo. Ensina-nos ele que não basta ao católico proceder bem: é seu dever combater também o mal. E não apenas um mal abstracto, mas o mal enquanto existente nos ímpios e pecadores. Pois São Miguel não atirou ao inferno o mal enquanto um princípio, uma mera concepção da inteligência, e nem princípios e concepções são susceptíveis de serem queimadas pelo fogo eterno. Foi a Lúcifer e a seus sequazes que ele atirou no inferno, pois odiou o mal enquanto existente neles e amado por eles.

Vivemos em um tempo de profundo liberalismo religioso. Poucos são os cristãos que têm ideia de que pertencem a uma Igreja militante, tão militante na Terra quanto militantes foram no Céu São Miguel e os Anjos fiéis. Também nós devemos saber esmagar a insolência da impiedade. Também nós devemos opor uma resistência tenaz ao adversário, atacá-lo e reduzi-lo à impotência.

São Miguel, nesta luta, não deve ser apenas nosso modelo, mas nosso auxílio. A luta entre São Miguel e Lúcifer não cessou, mas se estende ao longo dos séculos. Ele auxilia todos os cristãos nos combates que empreendem contra o poder das trevas.

 

SS. Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael






O Heros invincibilis, Dux Michael, Adesto nostri proeliis: Ora pro nobis, pugna pro nobis, Dux Michael. Tu Noster dux militiae, Dux Michael Defensor es Ecclesiae: Ora pro nobis, pugna pro nobis, Dux Michael. Per te, o heros belliger, Dux Michael, Prostratus jacet Lucifer: Ora pro nobis, pugna pro nobis, Dux Michael. Ejectis procul hostibus, Dux Michael, Fer opem desperantibus: Ora pro nobis, pugna pro nobis, Dux Michael. O Gloriose Protector Lusitaniae, sub Alam tuam protege Duartem Pium Bragantiae Ducem, Magnum Magistrum nostrum, suamque Augustam Familiam, necnon omnes equites
Ordinis, qui tuum nomen invocat.

O MORTÍFERO SILÊNCIO DE PORTUGAL SOBRE A OCUPAÇÃO COLONIAL DE CABINDA POR ANGOLA

Por detrás da crise política e do interesse internacional na Guiné-Bissau esconde-se uma espécie de "Conferência de Berlim", cujo objectivo é a redistribuição da África negra entre as potências coloniais tradicionais e as potências em emersão com grande apetite imperialista. Nessa partilha criminosa da África, em que nações inteiras e respectivos países estão a ser discretamente vendidos à potências poderosíssimas, Portugal e Angola (e mesmo a CPLP) hão de surgir na História como sendo as entidades que hipotecaram países lusófonos da África e que tornaram possível a re-escravização das populações respectivas. O mortífero silêncio de Portugal sobre a ocupação colonial de Cabinda por Angola e a crescente imponência militar angolana noutros países Africanos, assim como o assustador grau de corrupção tanto em Angola como em Portugal, sugerem que os Estados Português e Angolano estão a desempenhar um papel feíssimo, i.e. o de mercenários encarregados de facilitar a pilhagem dos países lusófonos vítimas da "venda".

Bartolomeu Capita

EU NÃO SOU MONÁRQUICO!

Eu não sou Monárquico!
Na babilónia de ideias e de conceitos do actual debate “República versus Monarquia”, eu quero afirmar aqui, sem qualquer subterfúgio, que não sou Monárquico!
A Monarquia terminou em 1820 e não a quero de volta. E não quero também de volta a Monarquia que lhe sucedeu, a chamada “Monarquia Constitucional”, derrubada em 1910. Vivo bem, e creio que os meus concidadãos também vivem bem, sem a verídica Monarquia do século XVIII e sem a Monarquia com alcunha do século XIX.
Sou pela República! Sou republicano! Sou aliás visceral e radicalmente republicano!
A República ( Res publica ou Coisa pública) tem, entre nós, uma longa e nobre tradição, bem viva antes do século XVIII. É com essa Tradição que me identifico.
Eis o que nos diz Duarte Nunes de Leão na “Crónica del-Rei D. Fernando”: “em cortes que para isso ajuntou fez algumas leis muito úteis à república, e naqueles tempos muito necessárias.”
Na orientação que traçou para o seu reinado, escreveu o rei D. Sebastião numa das suas “Máximas”: “Gavar os homens, e cavaleiros que tiverem bons procedimentos, diante de gente, e os que tiverem préstimo para a República e mostrar aborrecimento às coisas a ela prejudiciais”.
Depois da Restauração de 1640, exarou o Doutor Vaz de Gouveia na “Justa Aclamação”: “o poder dos Reis está originariamente nos povos e nas repúblicas, que delas o recebem por forma imediata.”
Não julgo ser necessário alongar aqui as citações comprovativas da República portuguesa ao longo dos séculos, mas cumpre lembrar que foi quando as Cortes deixaram de reunir, no século XVIII, que começou a haver cada vez mais Monarquia em Portugal.
Depois, a temática política do século XIX tratou de inventar o antagonismo, colocando, de um lado, os chamados “monárquicos” e, do outro, os chamados “republicanos”. Os primeiros diziam defender o Rei, os segundos defender a Res publica. Estava instalado um pernicioso divórcio. Em abono da verdade, os republicanos tinham motivo para classificar os seus adversários como monárquicos. Não eram outra coisa ou, melhor, eram apenas isso. Pouco lhes importava o bem da Res publica, da Coisa pública. Quando o republicanismo se tornou consciente e organizado, os seus adversários, se bem que adoptando a alcunha de constitucional, aceitaram de bom grado a qualificação de monárquicos. Diziam defender o Rei e era, com efeito, à sombra do poder do monarca, à sombra do suposto “poder de um só”, que eles usufruíam das benesses do poder do Estado. E foi só quando o Rei D. Carlos se opôs à rapina que a coisa deu para o torto. Por isso o mataram e, depois de derrubada a Instituição Real, só às atenções mais distraídas causou escândalo a adesivagem em massa que os ditos monárquicos fizeram à novel “República”. Tinha sido feita uma mudança de tabuleta na mesma droga e não foi difícil abrigarem-se nela. Estamos nisto vai para mais de um século.
Hoje, o que me separa de um “soi-disant” republicano, mas de um republicano que queira mesmo o bem da República, é fundamentalmente isto: ele quer para a República um presidente eleito; eu quero que a República remate pela chefatura dinástica de um Rei. Ele defende a Presidência da República; eu defendo a Instituição Real na chefia do Estado.
Eu não sou Monárquico; sou Realista!
José Manuel Quintas

VEM AÍ, EM OUTUBRO, A FESTA AZUL EM BEJA

A Festa Azul 2012, que contará com a presença de S.A.R. Dom Duarte de Bragança, bem como de várias personalidades da vida pública portuguesa, conta com o apoio da Câmara Municipal de Serpa, da Câmara Municipal de Albufeira, da Escola Dom Manuel I, da Revista Mais Alentejo, da Rádio Voz da Planície, de Beja, e da Associação Desejo de Mudança, que é integrada por alunos universitários e da Escola Dom Manuel I, envolvendo a realização de diversas iniciativas de carácter cultural e de lazer.

A inauguração terá lugar pelas 17H30 do dia 12 de Outubro de 2012, na Igreja de Santa Maria, em Beja, com a recriação do Baptizado do Embaixador do Rei do Congo, evento que ocorreu nesse local no ano de 1495.

A partir de uma sinopse elaborada pelo Prof. Arquitecto José António Falcão, Director do Departamento do Património Histórico da Diocese de Beja, os professores de História da Escola Dom Manuel I, elaboraram o texto desse acontecimento que será interpretado pelos alunos.

No mesmo local, seguir-se-á a interpretação de temas da época pelo Coro de Câmara da Igreja do Carmo, de Beja e a interpretação de canções populares pelos alunos que actuam como figurantes.

Depois, realizar-se-á a Santa Missa, concelebrada pelo Senhor Bispo de Beja e o Senhor Pároco de Santa Maria.
Às 20H00, jantar com S.A.R., no Restaurante Luís da Rocha, Beja, aberto a todos os associados e convidados (preço 15€).


No dia 13 de Outubro de 2012, às 17H00, visita de S.A.R. ao Hospital de Beja, onde será recebido Conselho de Administração da ULSBA,EPE (Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo). Seguidamente, visita ao Campus Hospitalar.

Às 19H30, jantar com S.A.R., no Restaurante Luís da Rocha, Beja, aberto a todos os associados (15€).
 
Às 21H00, na Escola Dom Manuel I, recepção a S.A.R. pela Direcção da Escola Dom Manuel I e pequena visita guiada.
Às 21H30, Espectáculo FESTA AZUL, a favor da Liga dos Amigos do Hospital de Beja, no Pavilhão da Escola de Santa Maria.
 
Interpretações:
Tunas Académicas Universitárias: Feminina e Masculina
OS ADIAFA
ANTÓNIO PINTO BASTO
GRUPO CORAL ALENTEJANO
DOIS CONJUNTOS JOVENS


01H00 - Encerramento.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

IMPRENSA: S.A.R., O DUQUE DE BRAGANÇA DEFENDE QUE O "ESTADO GASTA DEMAIS"



Dom Duarte Pio, Duque de Bragança, defendeu hoje que "o Estado gasta demais". À margem da entrega de medalhas do Prémio Infante D. Henrique, na Câmara Municipal do Funchal, apontou que o caminho passa por "estimular a solidariedade e a imaginação criativa para o país poder produzir melhor".

"Só temos duas alternativas: ou cortamos custos, ou aumentamos as receitas, as receitas à custa dos impostos acabam por estrangular a economia produtiva, e tem de ser nos custos do Estado, o Estado gasta demais", disse, frisando que também as famílias fazem o mesmo. "Durante anos, num ambiente de grande entusiasmo, achávamos que éramos um país rico, quando a nossa produtividade era de um país pobre", sublinhou.
Quando questionado sobre o corte de apoios previsto para a Fundação que preside, a Fundação D. Manuel II, O Duque de Bragança explicou que não recebem normalmente nenhum apoio do Estado, com excepção de uma verba de 2.500 euros que foi paga de cada vez que realizaram um congresso de lusofonia, onde estavam representados todos os países de língua portuguesa, por isso o corte "não fará diferença". "É uma ninharia, em comparação com os milhões de euros pagos a outras fundações", constatou, garantindo que a Fundação trabalha só com meios próprios, menos quando há um programa extra que ultrapassa a capacidade que possuem.
Hoje de tarde, 40 jovens da APEL e da Escola Básica do 2º e 3º ciclos dos Louros receberam medalhas por trabalho desenvolvido na área do voluntariado. Dom Duarte Pio de Bragança recordou que este prémio "é uma competição consigo próprio e não entre os jovens", em que cada um tem de superar-se a si próprio. "É uma forma de provar que são capazes de levar a bom termo o desafio que decidiram assumir, no campo da solidariedade, no campo das tarefas pessoais”, explicou.
O Presidente da Autarquia do Funchal, Miguel Albuquerque, enalteceu a participação dos jovens neste programa e defendeu que os jovens, antes de ingressarem no ensino universitário, deviam ter uma experiência na área do voluntariado.


"UMA EXPERIÊNCIA SINGULAR" PARA A FORMAÇÃO DOS JOVENS - COM VÍDEO

40 jovens do concelho do Funchal receberam medalhas de participação no Prémio Infante Dom Henrique.
A Câmara Municipal do Funchal acolheu, hoje à tarde, a entrega de medalhas do Prémio Infante Dom Henrique.
S.A.R., O Duque de Bragança presidiu à cerimónia e destacou o trabalho meritório dos jovens e das escolas participantes, nomeadamente a Escola da APEL e a Escola Básica de 2º e 3º Ciclo dos Louros.
“O Prémio Infante Dom Henrique não é uma competição entre os jovens, mas sim uma forma de cada jovem se superar a si próprio. É uma forma de provar que são capazes de levar a bom termo o desafio que decidiram assumir, no campo da solidariedade, no campo das tarefas pessoais”, entre outros aspectos.
Dom Duarte de Bragança não deixou passar a oportunidade para falar sobre a austeridade por que passa Portugal, dizendo que o Estado tem forçosamente que reduzir os gastos para não sobrecarregar a população. “Temos duas alternativas, ou cortar nos custos ou aumentar a receita à custa dos impostos”, sendo que aumentar a carga fiscal “acaba por estrangular a economia produtiva”.
O presidente da Câmara Municipal do Funchal mostrou-se igualmente satisfeito com a adesão do concelho ao Prémio Infante Dom Henrique. Miguel Albuquerque defendeu que os jovens, ainda antes de irem para as universidades, deviam ter uma componente de trabalho voluntário na comunidade. “Temos condições ímpares de introduzir no nosso sistema de ensino algo que alguns países mais avançados do Mundo na área da educação já introduziram há muitos anos”.
Refira-se que o Prémio Infante Dom Henrique é um programa internacional de desenvolvimento pessoal e social, dirigido a todos os jovens dos 14 aos 25 anos de idade. O programa arrancou em finais de 2010 com a formação de 30 professores nas escolas secundárias do Funchal.
Os 40 jovens premiados hoje prestaram, durante um ano, voluntariamente, serviço à comunidade em várias instituições particulares de solidariedade social, 30 deles completaram o nível bronze e 10 completaram o nível prata.

PRESENÇA DE S.A.R., DOM DUARTE DE BRAGANÇA NA SANTA MISSA NA IGREJA DE NOSSA SENHORA DO LORETO EM LISBOA, PELO MÁRTIR SÃO MAURÍCIO

Sua Alteza Real, Chefe da Casa Real Portuguesa, Dom Duarte Pio de Bragança, Cavaleiro Grã-cruz da Ordem de S. Maurício e Lázaro, Ordens Dinásticas da Casa Real de Sabóia em Portugal.

Santa Missa de 22 Setembro último pelo Mártir S. Maurício. Alguns Cavaleiros da Ordem, com S.A.R., Dom Duarte, S.E. Bispo de São Tomé, Condes de Nigra, Duque da Terceira, Duque de Favero, sacerdotes do Loreto, Duquesa de Favero, representante da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, Dra. Isabel Silveira Godinho, Delegado da Ordem em Portugal: Dr. Paulo Falcão Tavares, entre outros.
 
Estiveram presentes também as Guardas de Honra italianas e as Guardas de Honra da Casa Real Portuguesa.
 
S.A,R., Dom Duarte de Bragança, com o Delegado das Ordens da Casa Real de Saboia, Dr. Paulo Falcão Tavares, na Sacristia da Igreja dos Italianos em Lisboa.

Durante todo o dia estiveram expostas as Insignes Relíquias de S. Maurício, para veneração dos fiéis e Ilustres Confrades. Chamo a especial atenção que existe Indulgência Plenária, neste dia, para as Damas e Cavaleiros da Ordem. As Insignes relíquias pertenceram à Rainha de Portugal Dona Maria Francisca Isabel de Sabóia, desde a sua vinda para o Reino de Portugal em 1666.
 
A Indulgência Plenária vinda do Santo Padre, é exclusiva para este solene e especial dia.
A Igreja em causa também é designada por Igreja dos Italianos, no Chiado.
 
Insignias da Ordem de São Maurício e Lázaro
 

JANTAR-PALESTRA DA REAL DO MÉDIO TEJO NO PASSADO DIA 12 DE SETEMBRO


No passado dia 12 de Setembro realizou-se mais um jantar de convívio da Real Associação do Médio Tejo onde se debateram alguns temas da actualidade política do nosso Portugal.

 
Depois do jantar, seguiu-se uma Palestra, apresentada por um membro da direcção o Dr. Luís Queiróz Valério, cujo o tema foi o reinado de S. M. El-Rei Dom Manuel II (Sua vida, Sua obra e Seu Amor à Pátria).


A BANDEIRA DO MAR E DO CÉU

Genoveva Mayer Ulrich, que usou o pseudónimo literário e mundano de Veva de Lima, mãe da educadora Maria Ulrich, presenciou em Dezembro de 1918 os festejos parisienses do fim da primeira guerra mundial. Do seu relato, publicado meses depois, num jornal de Lisboa, que permanece esquecido, reproduz-se um excerto que diz tudo sobre a emoção da autora ao avistar a mais linda bandeira nessa festa «quadro de epopeia».

                                                                                                     Vasco Rosa

Paris! — mirífico espectáculo! Nunca essa linda jóia citadina revestiu, nestas horas rápidas, mais fulgor na sua face explendente para esconder no mais profundo dos seus antros a miséria e a ruína que a devoram.
  
Onze nações consteladas de fardas imortais espalham os seus exércitos em farândola gentil, como um espargir de flores que se desprendem pelo coração da França, pelas ruas de Paris. E nesse burburinho fantástico de idiomas infinitos, os mil fardamentos de todas as terras enxameiam com a sua mancha de sugestões épicas na multidão monstruosa que a rodeia. Paris, por momentos, parece estalar no apertão titânico do seu movimento, comparável a um areal monstro que se fosse engolfar na concha delicada de um rochedo.

[…]

Um dia após o clamor das fanfarras guerreiras ter anunciado ao mundo o fim das batalhas e as redentoras promessas da Paz, os chefes dos países vitoriosos quiseram prestar à França a justa homenagem pela sua primazia de glória. Anunciaram-se os cortejos; as ruas do percurso encheram-se de cada lado de filas compactas de assistentes. Na Avenida dos Campos Elíseos as fachadas dos palácios crivaram as suas janelas, os seus varandins, até aos beirões dos telhados, de vultos femininos. Improvisaram-se estrados à beira dos passeios; pelos troncos das árvores, como cachos de pardais, a garotada jocosa da rua suspendeu os seus balcões e ao longo de todas as grandes ruas do trajecto fizeram guarda de honra as tropas vindas do front com as suas fardas ainda ruças e chamuscadas de metralha.

Havia silêncio e solenidade na expectativa e as baionetas, floridas pelas mulheres, punham a nota de ternura gentil naquele quadro de epopeia.

Tarde turva de bruma que o azul grisalho dos uniformes anilava dum impalpável véu e numa extensão incomensurável.

As bandeiras de todos os países aliados flutuavam em milhares de panóplias polícromas nas paredes de alto a baixo e num só ritmo brando. Um grande silêncio suspendia o grande ímpeto de ovação que a rua ia clamar, e esse silêncio electrizado era como o fuzil de onde sairia a faísca para agitar, na mesma vibração, alguns milhões de seres.

Enfim, um troar estrepitante duma salva longínqua anunciou à cidade o cortejo em marcha.

[…]

E o cortejo passou…

Entontecida pelo turbilhão das massas que se dispersavam em redemoinhos doidos, sentia uma intraduzível e inexplicável tristeza. Milhares e milhares de bandeiras revestiam por completo as fachadas das casas. Em vão procurei uma bandeira de cores feias, que no entanto devia ter o seu lugar entre tantas que se cruzavam. Bandeira de cores feias? Que importam as cores? É a bandeira portuguesa, que nos campos da Flandres serviu de manto a muitos corpos de heróis. Estrangulada por uma das que me vexava murmurei: — França ingrata! Sempre o forte!… Mas como que sonhando, aos meus olhos que se perturbavam de repente, desenrolada em todo o seu pano, suspensa nas janelas dum grande edifício bancário uma grande bandeira linda. Sim! Era bem aquela: azul e branca! Ao centro o escudo vermelho, as quinas, a coroa real, e a evocação e a glória também daquelas cores e daquele escudo, e toda a epopeia igual à que ali também se erguia: os mares, a civilização por Ela levada a novos continentes, as terras de África arrancadas palmo a palmo e em que ainda há pouco flutuava. Sim, com lágrimas senti Portugal naquelas cores, senti enfim uma coisa doce e triste que se chama a saudade e que daquelas cores me vinha lembrando as nossas margens de brancas espumas e o nosso céu de límpido azul. E impelida pela turba ruidosa, afogada em nostalgia, vagabundei sem rumo com o sentimento melancólico de soledade que se tem entre as multidões. Mas as fortes evocações fazem milagres… Na vozearia ensurdecedora da turba, umas vozes sonoras em coro cantavam. Virei-me. Cinco soldados portugueses, enlaçados como em dança campestre, cantarolavam uma canção portuguesa: Saricoté… olé… olé… ó… Saricoté.

[…]

                                                                                                     Veva de Lima

publicado por Monarquia Lisboa em Real Associação de Lisboa

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

S.A.R. O SENHOR DOM DUARTE DEFENDE MAIS CORTES NA DESPESA DO ESTADO

Dom Duarte de Bragança defende que, nos actuais tempos de austeridade, «só temos duas alternativas: ou cortar nos custos, ou aumentar as receitas».

Num comentário feito à margem da entrega de medalhas do “Prémio Infante D. Henrique”, o Chefe da Casa Real Portuguesa considerou que «as receitas à custa dos impostos acabam por estrangular a economia produtiva, e tem que ser nos custos do Estado, que gasta demais».

Lamentando ainda que «infelizmente, muitas famílias também gastaram demais, passámos a viver acima dos nossos meios», Dom Duarte de Bragança crê que o problema passa por ter havido, durante anos, «um ambiente de grande entusiasmo, em que achávamos que já éramos um país rico, quando a nossa produtividade é de um país pobre». 

Dessa forma, neste contexto difícil, apela à estimulação da solidariedade, seguindo o exemplo da Igreja, e da imaginação criativa, «para podermos produzir melhor, dentro das nossas possibilidades».


Quanto ao assunto que o trouxe à Madeira, a entrega de medalhas no âmbito do “Prémio Infante D. Henrique”, o Chefe da Casa Real Portuguesa destacou que esta «é uma competição consigo próprio, não é uma competição entre os jovens, mas cada um dos jovens tem de se superar a si próprio e provar que é capaz de levar a bom termo o desafio que decidiu assumir no campo da solidariedade, mas também do desporto ou dos talentos pessoais».

Por seu turno, na cerimónia da entrega de medalhas a 40 jovens, que decorreu esta tarde no Salão Nobre da Câmara Municipal do Funchal, o Presidente da Autarquia defendeu a necessidade de uma maior aposta numa «vocação de excelência na Educação».

Lembrando que, «na generalidade dos países da Europa os alunos têm de desenvolver um ano de trabalho (Suécia) e/ou de voluntariado (Inglaterra) antes de entrarem na Universidade», Miguel Albuquerque defendeu ser «fundamental existirem outras variáveis que contam na formação pré-universitária, como a experiência de vida, a experiência concreta de trabalho, a vocação e, sobretudo, a experiência que se ganha na acção do voluntariado. Isso faz parte de uma formação pré-universitária que depois vai ser muito útil na vida, quer durante os estudos universitários, quer após a universidade», concluiu.

Jornal da Madeira, 26 de Setembro de 2012

"QUE MONARQUIA QUEREM?"

" A esta pergunta peregrina queremos responder lealmente aos nossos adversários políticos, dizendo-lhes, como honradamente nos compete, que somente conhecemos uma monarquia. A Monarquia não sofre desvio na inteligência da sua instituição perfeita, porque a sua doutrina assenta, ao mesmo tempo, na tradição e no progresso de cada Povo, vigorando como libertadora do Homem, pelos privilégios da sua grandeza integral e reconhecimento das suas virtudes ancestrais ( ... ) A Monarquia Portuguesa foi sempre hereditária, católica, tradicional, orgânica, popular como representativa das suas gentes, ouvidas nas Cortes Gerais em todos os negócios importantes para os destinos dos povos. ( ... )
 
A' pergunta feita à falsa fé se queremos o constitucionalismo liberal ou se preferimos a Monarquia das Ordens- e neste ponto foge-lhes a língua para a maior maldade, ao insinuar o absolutismo, que, eles sabem, nunca existiu em Portugal, até porque, devido à constituição social da nossa Monarquia tradicional, este regime assenta no reconhecimento das legítimas liberdades -, respondemos: queremos a Monarquia municipalista e descentralizadora, assente nos foros e respeitadora de todas as mais legítimas liberdades e franquias do homem. "
 
Fernando de Aguiar, Revista « Tradição »
 
Cristina Ribeiro

AS GORDURAS DA SRA. REPÚBLICA


publicado por Pedro Quartin Graça em Estado Sentido

EL-REI D. PEDRO V NASCEU HÁ 175 ANOS

D. Pedro V de Portugal (nome completo: Pedro de Alcântara Maria Fernando Miguel Rafael Gonzaga Xavier João António Leopoldo Victor Francisco de Assis Júlio Amélio de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança16 de Setembro de 1837 - 11 de Novembro de 1861), cognominado O EsperançosoO Bem-Amado ou O Muito Amado, foi Rei de Portugal de 1853 a 1861. Era o filho mais velho da Rainha D. Maria II e do seu consorte D. Fernando II.

Embora muito jovem aquando a sua ascensão ao trono português, com apenas 16 anos, foi considerado por muitos como um monarca exemplar, que reconciliou o povo com a casa real, após o reinado da sua mãe ter sido fruto de uma guerra civil vencida. D. Fernando II, seu pai, desempenhou um papel fundamental no início do seu reinado, tendo exercido o governo da nação na qualidade de regente do Reino, orientando o jovem rei no que diz respeito às grandes obras públicas efectuadas. D. Pedro é frequentemente descrito como um monarca com valores sociais bem presentes, em parte devida à sua educação, que incluiu trabalho junto das comunidades e um vasto conhecimento do continente europeu.
16 de Setembro de 1855, completando 18 anos, é aclamado rei, presidindo nesse mesmo ano à inauguração do primeiro telégrafo eléctrico no país e, no ano seguinte (28 de Outubro), inaugura o caminho de ferro entre Lisboa a Carregado. É também no seu reinado que se iniciam as primeiras viagens regulares de navio, entre Portugal e Angola.
Dedicou-se com afinco ao governo do País, estudando com minúcia as deliberações governamentais propostas. Criou ainda, o Curso Superior de Letras, em 1859, que subsidiou do seu bolso, com um donativo de 91 contos de réis. Nesse mesmo ano é introduzido o sistema métrico em Portugal.
D. Pedro V foi um defensor acérrimo da abolição da escravatura e data do seu reinado um episódio que atesta a convicção do monarca nessa matéria e que simultaneamente demonstra a fragilidade de Portugal perante as grandes potências europeias: junto à costa de Moçambique é apresado um navio negreiro francês, tendo o seu comandante sido preso. O governo de França, não só exigiu a libertação do navio, bem como uma avultada indemnização ao governo português.
Portugal é, por essa altura, flagelado por duas epidemias, uma de cólera, que grassa de 1853 a 1856, e outra de febre amarela, principalmente em 1856/57. Durante esses anos o monarca, em vez de se refugiar, percorria os hospitais e demorava-se à cabeceira dos doentes, o que lhe trouxe muita popularidade.
Em 1858, D. Pedro V casa-se por procuração com a princesa D. Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen, que veio a morrer no ano seguinte, vítima de difteria.
Sendo a saúde pública uma das suas preocupações, foi juntamente com a sua mulher, a princesa D. Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen, que Pedro fundou hospitais públicos e instituições de caridade. Aliás, cumprindo os desejos por ela manifestados, o monarca, fundou o Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa.
Morreu com apenas 24 anos, em 11 de Novembro de 1861, que segundo parecer dos médicos, devido a febre tifóide (enquanto o povo suspeitava de envenenamento e por isso viria a amotinar-se). A sua morte provocou uma enorme tristeza em todos os quadrantes da sociedade. Não tendo filhos, foi sucedido pelo irmão, o infante D. Luís, que habitava então no sul de França.
Teve uma notável preparação moral e intelectual. Estudou ciências naturais e filosofia, dominava bem o grego e o latim e chegou a estudar inglês. O seu espírito terá sido influenciado pela convivência que teve com Alexandre Herculano, que foi seu educador.
No dizer dos biógrafos, D. Pedro V: "com um temperamento observador, grave, desde criança [...] mandou pôr à porta do seu palácio uma caixa verde, cuja chave guardava, para que o seu povo pudesse falar-lhe com franqueza, queixar-se [...] O povo começava a amar a bondade e a justiça de um rei tão triste [...]".



« Sabemos que os reis são homens como os outros, que têm desejos, paixões e defeitos, mas

devemos lembrar-nos que existe para eles uma lei moral mais severa do que para os outros, porque quanto mais elevada é a posição tanto maior é a influência do exemplo». 
(«O Pensamento do Rei D. Pedro V»,de Augusto Reis Machado).

É a morte precoce, com apenas 24 anos, deste homem, a 11 de Novembro de 1861, que Portugal tem a lamentar. Sim, porque o que sobre ele me tem sido dado ler chegou para me convencer de que «O Esperançoso» seria o homem de que o País, naquela conturbada época, necessitava para, nas palavras do Poeta, se " cumprir Portugal ".
 
D. Pedro, ao contrário do que lhe dizia o avô, na dita Carta, entendia que ao rei cabia governar, sem se limitar ao acto de reinar, "sempre pensou que sobre ele recaía a responsabilidade de transformar Portugal num País civilizado" e desenvolvido, desconfiando da competência dos políticos, que considerava corruptos, ineficientes e imorais. Como pensava, depois dele, D. Carlos. Como pensa hoje uma grande parte dos portugueses.
Cristina Ribeiro
Estado Sentido

AS IRMÃZINHAS ATEIAS DA CARIDADE [PORQUE RAZÃO A IGREJA TEM O MONOPÓLIO DA CARIDADE?]

Consta que um zeloso pároco afixou esta convocatória para uma quermesse paroquial: «Estimadas senhoras: vamos ter em breve a nossa habitual venda de caridade, para a qual esperamos que contribuam com aquelas coisas que têm lá em casa e que não servem para nada. Tragam os vossos maridos!».A referência aos esposos não foi, de facto, feliz. Mas a verdade é que a Igreja, com ou sem maridos, realiza obras de caridade desde o início: um dos seus primeiros problemas foi, precisamente, o excesso de empenho com que os apóstolos se dedicaram a esta pastoral, com prejuízo da oração e do ministério da palavra. Depois floresceram, ao longo dos séculos, múltiplas instituições religiosas vocacionadas para o serviço dos mais carentes.

Mesmo aqueles que não prezam a presença e a acção da Igreja, tendem a elogiar a sua generosa dedicação aos órfãos, aos doentes, aos prisioneiros, aos imigrantes, aos moribundos e, em geral, aos mais necessitados. Um escritor actual, premiado com o Nobel, chegou mesmo a dizer que não subscrevia a fé da Beata Teresa de Calcutá, mas que não podia deixar de louvar a ajuda que a sua benemérita ordem religiosa presta aos mais pobres dos pobres. E é de crer que esta genuína e sincera admiração seja um sentimento comum a muitas outras pessoas, não obstante as suas reservas em relação ao dogma cristão e à moral católica.

Assim sendo, porque não congregar todas essas boas vontades, avessas à fé e à moral cristãs, numa ordem das irmãzinhas ateias da caridade?!

Com efeito, se tantas pessoas boas, embora não crentes, manifestam o seu entusiasmo pela dedicação aos mais necessitados, por que não institucionalizar esses sentimentos altruístas numa ordem arreligiosa, que se dedique a praticar o bem que tão entusiasticamente louvam?! Se, de facto, muitos ateus e agnósticos têm tanto apreço pelo trabalho humanitário das instituições católicas de caridade, porque não possibilitar que façam o mesmo pelo próximo, mas sem necessidade de se inscreverem numa religião em que não crêem, nem de professarem uma fé que não têm? Se é genuína a sua preocupação social, como autêntico o seu empenho em servir os mais indigentes, porque não fazem o que fazem tantas e tantos religiosas e religiosos de tantas congregações católicas, mas numa ordem ateia ou agnóstica?!

Em teoria, são viáveis instituições humanitárias laicas, mas dois mil anos de história ensinam que foi, sobretudo por virtude da fé cristã, que tantos e tantas entregaram a sua própria vida ao serviço dos outros. O facto, empiricamente demonstrável, de que essa abnegada e tantas vezes heróica prestação social ocorre, por regra, como consequência de uma prévia experiência de amor pessoal a Jesus Cristo, na sua Igreja, prova que é essa fé e a correspondente moral que fazem possível uma tal caridade.

Os homens, como as árvores, conhecem-se pelos seus frutos e não pelas suas palavras, ou pelos seus bons sentimentos, de que se diz estar o inferno cheio. Todos podem enaltecer a caridade, ou compadecer-se com os que sofrem, mas é Cristo que faz possível o amor maior, ou seja, dar a vida pelos outros. Elogiar a caridade cristã, menosprezando a correspondente fé, é tão absurdo como louvar as rodas de um carro, subestimando o seu motor; ou apreciar uma flor, mas esquecendo a sua raiz.

Bento XVI recordou, na sua primeira encíclica, o caso de Juliano, cognominado o apóstata, por ter abandonado a religião cristã. Este imperador pretendeu restaurar o paganismo, mas enriquecido com uma prática social análoga à actividade caritativa da Igreja. Também agora, não poucos países laicos, se não mesmo apóstatas, renunciam à fé, mas pretendem dar continuidade às obras da caridade cristã. Mas se a fé, sem caridade, está morta, a caridade, sem fé, não existe.

P. Gonçalo Portocarrero de Almada