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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

terça-feira, 5 de março de 2013

IRÁ A PENÍNSULA IBÉRICA TROCAR DE REGIMES? RESTAURAÇÃO Vs INSTAURAÇÃO


“… A monarquia perdeu sua substância e saiu como casca seca” Estas palavras proferidas num contexto de um discurso mais amplo de J. Antonio Primo Rivera  sobre a queda do provável o último Bourbon a reinar em Espanha encaixar-se-iam no discurso republicano português de 1910, infelizmente lá como cá, Deus propôs e o caciques dispuseram  alinhando a história de ambos os países nos parâmetros da doutrina nacionalista.Se a República foi possível em Portugal regenerando-se a cada geração e impossível em Espanha ,deve-se ao facto de Espanha ser mais um aglomerado de nações que nunca alcançou a forma de Estado .Em Espanha a Monarquia é a cola que mantém o País unido e os nacionalistas das várias partes de Espanha sabem-no. Portugal não surge na lista de exemplos dos contestatários como o exemplo de República Ibérica, porque foi a Monarquia que tornou possível a criação de uma identidade própria resistente à influência da Corte de Castela…e isso, os nacionalistas de Espanha também conhecem

A maioria dos espanhóis não assistiu nem se recorda da sessão em que Juan Carlos foi nomeado sucessor ,como Rei, do General Franco. A maioria dos deputados,votaram a favor da proposta do então Chefe de Estado e foi apresentado como sendo a Instauração da Monarquia , quando na verdade foi uma Restauração da Monarquia parlamentar na pessoa de Don Juan Carlos.

A partir desse momento o verbo “Borbonear” foi a palavra de ordem, de uma Monarquia que se pautava por ter mais “Juan Carlistas”  do que monárquicos convictos.Tratar-se-ia da velha formula que em Portugal se denomina de Messianismo Presidencial, a velha “personalização” do regime que os tradicionalistas tanto criticavam no liberalismo mas que tanta simpatia lhes causava quando se revestia num cacique.

O velho fundador do partido nacionalista que chegou a ministro de D. Carlos, Jacinto Cândido, referiria o episódio do velho Conde da Redinha, legitimista ferrenho, que um dia o visitara para lhe dar a adesão ao partido dizendo-lhe: «a minha divisa é esta: Deus Pátria e Rei, por esta ordem hierárquica. O partido nacionalista tem como divisa Deus e Pátria, eu venho para defender Deus e a Pátria, alistar-me nele e guardo no meu peito o afecto e lealdade ao meu Rei, como credo meu pessoal reservando-me para pugnar por ele quando for míster e oportuno» (Jacinto Cândido ,memórias íntimas)

Na verdade Espanha e Portugal sofrem do mesmo mal que os afasta do modelo democrático dos Países do Norte da Europa.O debate político ultrapassa as fronteiras da gestão do Bem Público para se imiscuir na esfera privada dos cidadãos corroendo com os defeitos privados a virtudes publicas dos detentores de cargos públicos. Nos países meridionais o lugar vago deixado pelo laicismo de Estado foi ocupado pelos dogmas partidários onde não é raro observar o Chefe de Estado assumir o papel de Observatório da ética dogmática das várias capelas partidárias que assumem o ministério do Estado e os cidadãos preocuparem-se mais com a conduta moral privada de certo ministro do que com as decisões que toma. 

O povo é convidado, através dos órgãos de comunicação a avaliar a ética, os valores e a correcção de carácter dos candidatos a governantes quando deveria ser eficácia, a lealdade às instituições e a correcta gestão do País que deveria preocupar os cidadãos.O que é relevante é a cartilha e não o programa não sendo de admirar a recente elevação do “Grandola vila morena” a “Te Deum”, não sem culpa dos eleitos que se esqueceram que o primado de todos os cargos público é o constante escrutínio popular

Não há erro maior do que uma avaliação sobre a conduta privada de uma instituição que é Pública. Os espanhóis, mesmo defendendo a (sua) identidade nacional, que atacam a Família Real desconhecem a história recente do próprio País e fingem não reconhecer em Portugal o efeitos da “religião de Estado” quando o único “dogma” que persiste a todas as monarquia é a legitimidade da Família Real como fonte ultima de Poder…a última barreira contra a demagogia

Os ataques recentes à Monarquia de Espanha evidenciam a tibieza da alternativa republicana.Mesmo que tenha sido uma Restauração da Monarquia em Juan Carlos o tempo prova que as ultimas décadas Instauraram a Monarquia na Identidade de Espanha mas a prova final será no dia em que o cargo transitar para o sucessor

No caso Português a Restauração será consequência última da inviabilidade de governação do arco partidário, o que dependerá muito da resiliência da opinião pública que tem provado ser de uma plasticidade anormal.Uma Restauração pelo referendo partidário é uma opção muito viável mas que incorre em risco capital já que não  se trata de unir o território mas regenerar o Pais de uma enfermidade sem alterar um problema de fundo que se acumulou com o tempo, a diferença entre o séc XIX e o séc XXI .Já uma Instauração da Monarquia dependerá mais do trânsito geracional, a sucessiva regeneração da República dentro dos mesmos parâmetros ideológicos de base afastou os portugueses da sua identidade cívica e passados 100 anos já não se trata de Instaurar uma Instituição mas de renovar o próprio sentido histórico nacional para os novos desafios do séc XXI.

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