Debate vivo e animado, ontem à noite, com sala lotada, à volta de 200
pessoas. Joaquim Jorge apresentou Dom Duarte Pio de Bragança como
pretendente ao trono de Portugal, e detentor actual do título de Duque
de Bragança, reivindicando direitos dinásticos de ser o Príncipe Real de
Portugal e o Rei de Portugal.
A sua família fixou residência na Quinta da Bela Vista, em Canidelo,
Vila Nova de Gaia, mudando-se posteriormente para o Palácio de São
Marcos, uma propriedade em São Silvestre, nos arredores de Coimbra, que
foi parcialmente cedida pela Fundação da Casa de Bragança para servir de
residência à família.
Joaquim Jorge esclareceu que neste
clube as pessoas tratam-se pelo nome, sem títulos académicos (Dr.,
Eng.º, Prof. Dr., etc.). Excepcionalmente, ignorou esse procedimento que
é apanágio do Clube, não tratando o convidado por Duarte, mas sim Dom
Duarte. Justificou que não é todos os dias que se recebe o pretendente
ao trono e só há um em Portugal e o seu título não é académico.
Antes de fazer as suas perguntas a D. Duarte, Joaquim Jorge pediu para não obrigarem a cantar a Grândola, e disse que preferia cantar a Maria da Fonte (nome dado a uma revolta popular ocorrida na primavera de 1846 contra o governo).
Uma das perguntas centrou-se na alínea
b) do artigo 288.° da actual Constituição da República, que impede o
povo soberano de mudar para a Monarquia, ainda que o queira.
D. Duarte respondeu que a “Constituição portuguesa não é
verdadeiramente democrática, porque impede um referendo sobre a
monarquia”. Argumentou, então, sobre a importância de criar um “lobby”
junto de alguns deputados para conseguir compromissos antes das eleições
legislativas de modo a alcançar uma maioria de dois terços para alterar
a Constituição.
Na resposta a perguntas da numerosa assistência, disse que o euro é em boa parte responsável pela crise que vivemos. “Combati-o
desde o início e nessa altura Paulo Portas, por exemplo, concordava
comigo. Não sei se é viável neste momento retomarmos o escudo. Talvez a
solução seja os países do Sul da Europa terem uma moeda comum, embora o
que eu preferisse fosse uma moeda da CPLP, com Portugal a ter a mesma
moeda que Angola, Brasil e os restantes membros“, frisou.
Relacionado com o actual momento do país, Duarte Pio salientou a
importância de combater a corrupção e governar eficientemente e não
evitou responder a perguntas mais provocatórias da audiência,
salientando que o essencial num cargo de chefe de estado é manter a
dignidade quando perguntado sobre o que faria se lhe chamassem
“palhaço”.
O Clube vai de férias depois de, este
ano de 2013, ter recebido Jorge Miranda, reputado constitucionalista ,
Miguel Relvas, ex Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Belmiro
de Azevedo, charmain da Sonae, Miguel Sousa Tavares, escritor e
comentador político, João Semedo, do BE, Cândida Almeida e, agora, D.
Duarte.
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