O Senhor Dom Duarte na sua casa de Sintra.
É um homem alto, deve ter de altura pelo
menos 1,90, e pode-se dizer que é um homem grande, em toda a acepção da
palavra. Mas a sua sombra é incomparavelmente maior, porque cobre uns
bons 90.000 km2 do Continente, mais uns 700 da Ilha da Madeira, e sei
lá, talvez 2.000 dos Açores com as suas nove ilhas. Digamos que em
números redondos a sua sombra cobre com luz ( que engraçado ), cerca de
100.000 km2. E podia acrescentar Timor, Angola, Moçambique, Cabo Verde, a
Guiné, e São Tomé e Príncipe, mas quem quiser que faça as contas. É
obra, sem dúvida, mas nada de extraordinário, atendendo a quem é, e ao
que faz há muitos anos por Portugal e pela CPLP. É hoje em Portugal das
poucas personalidades que podem percorrer o país do Minho ao Algarve sem
qualquer protecção policial nem guarda-costas. E ao contrário dos
apupos e assobios com que são brindados na sua maioria, os membros do
governo, e até o Senhor Presidente da República, só se ouvem vivas e
aplausos quando se mistura com a população como tanto gosta de fazer.
Mas como dizia, nada disto é de admirar e não tem nada de
extraordinário. Afinal sempre aconteceu assim com os nossos Reis ao
longo da História. Realmente extraordinário é o efeito que a sua sombra
(ou será a luz?) produz na República, nomeadamente nos órgãos de
comunicação social, televisões e jornais, que sistematicamente lhe negam
o acesso ao direito da palavra, exercendo como que uma censura
camuflada. E é pena, porque Dom Duarte tem sempre coisas importantes
para dizer ao país e aos portugueses. E é pena também porque se os
governantes o ouvissem, teriam muito a aprender, e talvez o rumo de
Portugal hoje fosse outro bem melhor. E é pena ainda, porque isto se
passa num país que se diz livre e democrático. Faço
sinceros votos para que a nossa Imprensa e os jornalistas se libertem
de vez das peias em que estão enredados, e que façam um jornalismo
livre, independente e democrático. O país e o povo merecem e precisam.
O Mar, sempre.
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