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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sábado, 31 de agosto de 2013

JÁ FOI CONVOCADO O XIX CONGRESSO DA CAUSA REAL


PLATAFORMA DE CIDADANIA MONÁRQUICA


Há já vários meses que não publicava nada neste blogue. Hoje, venho apresentar a Plataforma de Cidadania Monárquica, criada a 15 de Maio de 2013 – dia do Aniversário de Sua Alteza Real O Senhor Dom Duarte de Bragança – com o objectivo, sempre necessário, de divulgar a Instituição Real aos Portugueses.

Com este fim, constituí uma equipa que, estou seguro, vai fazer um excelente trabalho, como aliás já tem vindo a fazer desde o início da actividade.

Quem somos?

Somos Monárquicos, uns filiados na Causa Real, outros não, mas somos Leais ao Rei, ao princípio monárquico por Ele defendido desde sempre, concordamos com a estratégia alinhada, e por isso, não é nossa intenção criar qualquer tipo de clivagem entre os Monárquicos.

A Plataforma de Cidadania Monárquica estende-se pela Net, com um Blogue, um Canal no Youtube, uma conta no Twitter, uma Página de divulgação no Facebook e um Grupo também no Facebook.

Seremos criativos, colocando a nossa experiência e conhecimento ao serviço da nossa Causa Comum.

Seremos exigentes connosco próprios, assim como se acharmos necessário, com os monárquicos que têm responsabilidades.

Seremos críticos, sempre de uma forma construtiva e sempre com a intenção de melhorar.

A nossa equipa trabalhará o melhor possível, para levar ao maior número de Portugueses a informação que achamos fundamental dar para perceberem porquê que defendemos tão acerrimamente a Monarquia Parlamentar e Democrática para Portugal.

A Equipa da Plataforma de Cidadania Monárquica:

- David Garcia;
- João Pinto;
- César Braia;

- Miguel Villas-Boas.

Assim, convido todos os que têm seguido este blogue, para subscreverem o blogue e seguirem a nossa página no Facebook.

Saudações Monárquicas

Clique aqui para aceder ao Blogue da Plataforma de Cidadania Monárquica

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

DUQUES DE BRAGANÇA NA CORRIDA DE HOMENAGEM AO REAL GRUPO DE MOURA


Os Duques de Bragança presidirão no próximo dia 13 de Setembro à corrida de toiros que se vai realizar na praça alentejana de Moura e onde se comemora o aniversário do Real Grupo de Forcados Amadores de Moura - o único em Portugal a que Dom Duarte concedeu a designação de Real Grupo de Forcados.

A corrida é promovida pela empresa "Verdadeira Festa", de Vasco Durão e conta com a participação dos cavaleiros Rui SalvadorFilipe Gonçalves e João Moura Jr. na lide de toiros da afamada ganadaria de herdeiros de António Charrua, que já este ano obteve assinalável triunfo no Campo Pequeno. Pegam em solitário e na comemoração do seu aniversário, os forcados do Real Grupo de Moura.
 
No dia seguinte, 14 de Setembro, a mesma empresa promove outra corrida de toiros na Amieira (Portel) com os cavaleiros João Moura, Luis Rouxinol e Paulo Jorge Santos e os grupos de forcados de S. Manços, de Moura e de Monsaraz - com imponentes toiros da ganadaria Murteira Grave, pela primeira vez naquela praça.
 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

PERDER O LATIM

Nos últimos dias ribombou mais uma tempestade de verão, desta vez tendo a tormenta origem nas infaustas mortes de bombeiros e de um conhecido economista. De cabeça a escaldar pelas insolações balneares, chovem os insultos recheados de ameaças pouco veladas. Na senda do caminho capinado por Mário Soares, apela-se abertamente à violência e nada melhor existe para a consecução da mesma, senão a subida de patamar da intensidade dos apodos. Claro que o desfecho é imprevisível, mas tal como bastas vezes se escreveu neste blog, Portugal deveria ter em atenção factos pretéritos que nos conduziram a situações dramáticas.

A verdade é que no nosso país as instituições não funcionam ou quando o fazem, actuam de forma tímida ou envergonhada do próprio desempenho. Na Monarquia vizinha, apesar de todo o tipo de campanhas de bem identificados sectores da partidocracia e da finança, os representantes do Estado não hesitam em colocar-se na primeira linha do dever e sem temor falam à população, compartilham as preocupações e nos casos mais dramáticos, a dor de quem foi atingido pelo infortúnio. A Monarquia existe, é tudo.

Os insultos dirigidos a Cavaco Silva são ilegítimos e indecentes, até porque consta que o homem agiu de maneira a não dar brado. Uma vez mais, clamorosamente errou, não pode actuar desta forma. Na posição em que se encontra, o Chefe do Estado obrigatoriamente teria de participar no drama daqueles que viram os seus familiares desaparecerem por precisamente terem cumprido o dever. Cavaco Silva também tem os seus deveres a cumprir e entre estes está a solidariedade e o público reconhecimento do heroísmo. Titular de uma dispendiosíssima instituição do regime, deveria ter presidido às cerimónias evocativas dos falecidos bombeiros, até porque estas corporações de voluntários são a prova da abnegação de uma boa parte da sociedade civil, sempre ostensivamente ignorada por quem não pode nem tem autoridade moral para o fazer. Mais ainda, nesta época de incêndios, Cavaco Silva devia colocar-se no terreno, chamando a atenção para a necessidade da adopção de novas práticas que evitem os cataclísmicos fogos provocados pelo criminoso desleixo, falta de civismo, abandono territorial e péssima política de ordenamento. Embora Soares ou Sampaio jamais se tenham dado a tais fretes, o actual residente de Belém facilmente poderia marcar uma radical viragem.

Em todas Monarquias europeias, faça sol ou faça chuva, sabemos onde infalivelmente estarão os representares da Coroa. Por cá, sempre avessos a novidades ou a "insuportáveis maçadas", os ansiosos belenenses nunca estão dispostos a aprenderem alguma coisa. 

Por mais loquazes artifícios que encontrem, esta instituição está caduca. Não serve, nunca serviu. 

* Graciosamente sugerimos aos assessores de Belém, a regular visita a este blog: nele existe profícua matéria acerca de como quotidiana e incansavelmente age o verdadeiro Chefe do Estado. 

publicado por Nuno Castelo-Branco, em Estado Sentido

terça-feira, 27 de agosto de 2013

S.A.R. DOM AFONSO, PRÍNCIPE DA BEIRA E SUA IRMÃ FORAM CRISMADOS



Foram crismados no passado dia 2 de Junho, na Igreja da Encarnação, em Lisboa, pelo Bispo Dom Joaquim Mendes, S.A.R. o Infante Dom Afonso de Bragança e S.A. A Infanta Dona Maria Francisca de Bragança. Tiveram como Padrinhos, respectivamente, D. Jorge de Herédia e D. Teresa de Herédia. S.A.R. A Duquesa de Bragança foi Madrinha de Crisma de Teresa Sande Lemos.

(Créditos fotográficos: Paróquia da Encarnação)

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

" QUO VADIS ", PORTUGAL?


Por definição, um grande homem tem a capacidade de ver longe, de reflectir no possível, ainda que esse possível surja, de certa forma, como quase improbabilidade. Foi sobre essa " possibilidade ", ao tempo remota - estava-se em 1962 -, que meditou Henrique Barrilaro Ruas: o posicionamento de Portugal perante a Grande Europa.

" ( ... ) Temos de aparecer à « Europa » - seja ela a das pátrias ou a dos apátridas - com todo o peso da realidade histórica e sociológica que construímos. ( ... ) Trágico seria que nós Portugueses, nos dividíssemos por sua causa. O nosso dever maior é ainda construir Portugal.

Quando a Europa nos mostra o seu magnífico « prato de lentilhas » ( baixela de oiro, lentilhas bem adubadas), só temos de perguntar se para receber essa maravilha temos de negar-nos a nós próprios ".

O que esses grandes homens não podem prever é que o futuro pode reservar a essa " realidade histórica " vendilhões do calibre dos que haviam de surgir...

Cristina Ribeiro

domingo, 25 de agosto de 2013

SER MONÁRQUICO

 
“Ser monárquico não é ser saudosista nem conservador. Não é uma coisa arcaica. É pensar com os olhos postos nas Monarquias europeias e ver o respeito que Portugal teria se tivesse uma Monarquia parlamentar, em que o povo poderia ser livre em toda a essência da palavra”
 
Causa Real

D. CARLOS E D. AMÉLIA INAUGURARAM HOSPITAL E O SANATÓRIO SOUSA MARTINS NA GUARDA

O Rei D.Carlos e a Rainha D.Amélia inauguraram o Sanatório Sousa Martins e o Hospital da Santa Casa da Misericórdia da Guarda.

As origens do Sanatório Sousa Martins remontam aos finais do século XIX, período em que Portugal começou uma luta organizada e metódica contra a doença da tuberculose. O envolvimento da sociedade científica e médica do pais no estudo da climoterapia surge somente depois da célebre expedição científica à Serra da Estrela organizada pela Sociedade de Geografia de Lisboa em 1881, na qual participaram diversos especialistas de diferentes áreas, destacando-se o médico Sousa Martins. A constatação da excelência do clima de altitude na cura da tuberculose, levou o eminente médico a propagandear os seus efeitos benéficos, no prólogo do livro “Quatro dias na Serra da Estrela”. do jornalista Emygdio Navarro, editado em 1884. Sousa Martins divulga, assim, publicamente e sob o aspecto científico, a especificidade do clima da Serra da Estrela. Mas a acção metódica e concertada na luta contra a tuberculose vai ser protagonizada pela Assistência Nacional aos Tuberculosos, criada em 1899, pelo empenhamento da Rainha D. Amélia, do seu médico D. António de Lencastre e de Sousa Martins.

Nos seis anos que se seguiram, a cidade da Guarda desenvolveu uma intensa actividade médica na luta contra a tuberculose, com o Dr. Lopo de Carvalho à frente. A Guarda foi “invadida” por doentes que, temporariamente, aqui residiam ou mesmo estabeleciam e fixavam residência, praticando assim a chamada cura livre – vivência em clima de montanha, sem acompanhamento médico regular ou outros cuidados.

Nos primeiros meses do ano de 1907 a cidade viveu tempos de expectativa. A 18 de Maio seria inaugurado o Sanatório Sousa Martins, o primeiro Sanatório da Assistência Nacional aos Tuberculosos, cuja cerimónia contará com a presença do Rei D. Carlos I e a Rainha D. Amélia.
sanatorio.jpg
Passados 100 anos recriaram-se os mesmos festejos da época, a chegada dos Reis à estação dos Caminhos de Ferro, dirigindo-se de seguida para a Igreja da Misericórdia onde se realizou um solene Te Deum e posteriormente para o Sanatório Sousa Martins, onde se efectuou a inauguração feita pela Rainha D. Amélia.

sábado, 24 de agosto de 2013

TV MONARQUIA PORTUGUESA LANÇA RUBRICA "SABIA QUE..."


A TV Monarquia Portuguesa inicia uma nova rubrica intitulada " Sabia que..."

Com esta pretendemos trazer até vós factos desconhecidos por muitos e cujo objectivo é tão somente elucidar, esclarecer, criar debate e levar as pessoas a tirarem as próprias ilações.

Para começar decidimos trazer ao vosso conhecimento um facto histórico desconhecido por muitos mas que traduz bem as repercussões daquilo que aconteceu em 1910 e que constitui mais uma prova de que os regimes Monárquicos defendem e promovem muito melhor a democracia que os regimes republicanos.


Fonte: Canal História, documentário: "A república Portuguesa"


Faça gosto na nossa página e fique actualizado sobre as notícias de TV Monarquia https://www.facebook.com/TVmonarquiaportuguesa
 

D. PEDRO V E D. LUIZ NA INGLATERRA COM A RAINHA VITÓRIA

Esta foto mostra o rei D. Pedro V e seu irmão, o príncipe Luiz (futuro D. Luiz I) na Inglaterra no início dos anos 1850 com a Rainha Victoria do Reino Unido.



sexta-feira, 23 de agosto de 2013

ADMINISTRADOR DO BLOG "MONARQUIA JÁ" É RECEBIDO PELO DUQUE DE BRAGANÇA EM LISBOA

 
Em 7 de Agosto de 2013, o administrador do Blog Monarquia Já, Dionatan da Silveira Cunha, foi recebido pelo Chefe da Casa Real de Portugal, Sua Alteza Real, O Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança, em audiência privada na sede da Fundação Dom Manuel II, em Lisboa, Portugal.
 
Durante o encontro, entre outros assuntos, foram discutidos temas relacionados ao Brasil e Portugal, dentro da perspectiva monárquica no mundo actual, bem como assuntos históricos relacionados a Família Imperial do Brasil e a Família Real de Portugal, das quais S.A.R., O Senhor Dom Duarte é legítimo descendente. 
 
Fonte: Monarquia Já 

FACE AO PROGRESSIVO DESAGREGAMENTO NACIONAL, NUMA VERTIGEM IMPARÁVEL,


a actualidade do manifesto da Junta do Integralismo Lusitano:

" Precisamos de restaurar Portugal na pureza das instituições que fizeram a sua glória e que provieram em linha recta do seu génio social e político. Se a sua vida se desnacionalizou, se deixou de ser bem portuguesa em algumas das suas mais belas manifestações do seu espírito, nas suas actuais maneiras e tendências, urge que o nacionalizemos , o reaportuguesemos, o reconduzamos à claridade do caminho por onde outrora seguiam seus passos, na firmeza tranquila de quem não conhece tortuosidades ou desvios. Façamos que Portugal se ponha de acordo consigo mesmo, que regresse à sua linha de evolução natural, marcada pelo íntimo sentido do seu melhor passado. ( ... )
 
Desta forma se compreende como é monárquica por conclusão uma aspiração de portuguesismo integral. "

Cristina Ribeiro

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

CAMPO PEQUENO: PRAÇA FOI INAUGURADA HÁ 121 ANOS

 
Cumprem-se hoje (18/08/2013) 121 anos sobre a data de inauguração da praça de toiros do Campo Pequeno, que na corrida inaugural, presidida por S.A. O Infante Dom Afonso, em representação de seus pais, o Rei Dom Carlos e Rainha Dona Amélia, teve a participação dos cavaleiros Alfredo Tinoco e Fernando d'Oliveira (que anos mais tarde viria tragicamente a ser o primeiro toureiro a morrer vítima de colhida naquela arena) que lidaram 12 toiros de Emílio Infante da Câmara.
 
A praça do Campo Pequeno foi inaugurada a 18 de Agosto de 1892 e sucedeu na capital à do Campo de Santana, mandada edificar pelo Rei D. Miguel e que funcionou de 1831 a 1891.
 
Nos últimos 121 anos, a praça só esteve inactiva entre 2000 e 2006, anos em que se procederam a obras de requalificação, transformando-a num edifício mais funcional e que hoje tem capacidade para 7.277 espectadores, mantendo, apesar de coberta, a traça original.
 
Fonte: Farpas Blogue

VISITE ESTE FIM-DE-SEMANA A "SERPA QUINHENTISTA"


De 23 a 25 de Agosto
VI Feira Histórica e Tradicional


A 28 de Julho de 1513, faz agora cinco séculos, a vila de Serpa recebeu foral de D. Manuel I. O documento comprova o crescimento nessa altura das actividades económicas no concelho – agricultura, pastorícia, artesanato e comércio –, sendo a vila de Serpa uma importante praça militar do sistema de defesa da fronteira.

A 6ª Feira Histórica e Tradicional destaca o período Manuelino comemorando a entrega daquele documento régio aquela que foi considerada na altura uma das mais importantes vilas do Alentejo – Serpa era, no século de D. Manuel I, um dos mais importantes portos secos do reino e detinha uma aliança muito estreita com o rei.

Em 2013, ao cumprir-se o quinto centenário do foral novo de Serpa, a Câmara Municipal assinala a efeméride com diversas iniciativas e dedica a sua Feira Histórica e Tradicional à época manuelina.


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O MANIFESTO DE BAIONA

A partir da obediência declarada pelos integralistas a Dom Duarte Nuno, a que igualmente aderiram os legitimistas e porque o herdeiro reconhecido do trono de Portugal, tinha apenas 12 anos na altura, levou a que a sua tia Dona Maria Aldegundes de Bragança, irmã de seu pai dirigisse à Nação Portuguesa um manifesto na sua qualidade de regente à revelia, onde apresentava  a 29 de Junho de 1921, um verdadeiro programa institucional monárquico, que desejava restaurar.
 
Nesses documentos eram relançadas as teses políticas integralistas de implantação duma Monarquia tradicionalista representativa das famílias, dos municípios, da inteligência e do trabalho, enunciando-se programas de defesa e de fomento para o país e para as colónias. A reposição da posição da Igreja Católica dos seus privilégios e liberdades espirituais, postas em causa nos tempos republicanos.
 
Ao invés de Dom Manuel assumia em nome de Dom Duarte Nuno, o propósito de participar numa sublevação violenta para restaurar a Monarquia.
 
Luís Filipe Maia - Manuel II

terça-feira, 20 de agosto de 2013

"AFROS" APRESENTA-SE AOS DUQUES DE BRAGANÇA

 
No passado dia 09 de Junho, Arcos de Valdevez foi contemplado pela visita dos Duques de Bragança, Dom Duarte Pio e Dona Isabel de Herédia de Bragança. Esta visita decorreu no âmbito da vinda dos Duques ao distrito de Viana do Castelo, através de uma organização prévia da Organização Empresarial de Viana do Castelo, da Real Associação do Alto-Minho e do CEVAL.
 
Na quinta do Casal do Paço, Padreido, Arcos de Valdevez, pelas 10h30 iniciou-se a visita contemplada com uma prova de vinhos da marca “Afros”, juntamente com uma degustação de enchidos e doces tradicionais, representativos da gastronomia local.

Enquanto fotógrafo do evento, deixo-vos algumas imagens referentes ao acontecimento, enaltecendo o produto bem representativo da nossa região.
 
Fotógrafo: Eduardo Pimenta

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

DA HISTÓRIA DO FEMINISMO EM PORTUGAL

"O génio da liberdade alimenta-se mais dos nossos costumes que do vigor das nossas leis"
(José Joaquim Lopes Praça 1844 - 1920).

A propósito de um trabalho sobre a história do feminismo que tenho de momento em mãos, aqui vos deixo um pedaço da nossa história menos conhecida, talvez porque não serve os propósitos de propaganda que como se sabe tem de corresponder a uma narrativa estereotipada e linear.
 
A história das causas feministas em Portugal só por falta de “massa critica” não recua para muito antes do Portugal constitucional, e a parte mais conhecida cinge-se aos escritos e intervenções das (desiludidas) militantes republicanas do inicio de Século XX, Carolina Beatriz Angelo, Ana de Castro Osório e Maria Veleda. Mas acontece que pedido de concessão do direito de voto às mulhe­res foi oficialmente feito pela primeira vez em Portugal, no dia 22 de abril de 1822 por Domingos Borges de Barros (na imagem), na sessão das Cortes Gerais, Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa, quando o deputado representante da Baía, propôs que as mães de seis filhos legítimos (!) pudessem votar nas eleições.

Aqui partilho um pequeno excerto do discurso do tribuno mais tarde “nacionalizado” brasileiro: “Ninguém tem mais in­teresses e apego a um país do que aquele que possui nele mais caros objectos, e ninguém mais atendido deve ser de uma Nação do que aquele que mais lhe presta: a mãe que tem seus filhos em um país, é sem dúvida, quem mais interesse, e apego por ele tem; e ninguém dá mais a uma Nação do que quem lhe dá os cidadãos: sendo como são estes princípios de suma verdade, temos que à mãe de família se não deve negar o direito de votar naqueles que devem representar a Nação. Não têm as mulheres defeito algum que as prive daquele direito, e apesar do criminoso desleixo que muito de propósito tem havido em educá-las, por isso que o homem mui cioso de mandar, e temendo a superioridade das mulheres as tem conservado na ignorância, todavia não há talentos, ou virtudes em que elas não tenham rivalizado, e muitas vezes excedido aos homens;” (…) “A Nação portuguesa que tanto se tem distinguido, eu quisera que em si fizes­se sobressair o amor filial, e que nós não negássemos a nossas mães, o que concedemos aos nossos assalariados; nem levados de prejuízos, o duvidemos fazer pela novida­de que a preposição parece encerrar. No estado de New Jersey, nos sete primeiros anos da sua independência, as mulheres votaram nas eleições, e confessam os America­nos que votaram sempre muito bem, confessam que torna ainda mais pecaminosa a cabala, e o partido que fez alterar, sem razão mais que o repreensível ciúme e amor de mandar nos homens, aquele tão louvável arbítrio que tinham tomado homens justos, e conhecedores do cora­ção humano. Por todas estas razões concluo, que quando a todas as mulheres que tiverem os requisitos que a lei exigir não for concedido votar nas eleições, ao menos te­nham esse direito as mães de seis filhos legítimos.”
 
In A Concessão do Voto às Portuguesas - Breve Apontamento de Maria Reynolds de Souza, Colecção Fio de Ariana – CIG, Comissão para a Igualdade de Género 2006
 
João Távora

domingo, 18 de agosto de 2013

A SOBERANIA SOCIAL CONTRA A TIRANIA



A partir da Família, cimento e base da sociedade, nascem uma série ascendente de pessoas colectivas (Municípios, Comarcas, Regiões) que constituem o que se chama a soberania social.
 
O poder tende ao abuso e, portando, é necessário um poder neutralizador, mas, para que ele se constitua, é preciso dividir a soberania política em fragmentos e opô-los uns aos outros. A primeira função é reconhecer a soberania social que é a que limita a soberania política. A soberania social é a que serve de contrapoder à soberania política e quando essa harmonia se rompe, a soberania política invade a soberania social, nascem os grandes problemas e as grandes perturbações do Estado.
 
Havendo um verdadeiro equilíbrio, todos cumprem os seus deveres e as exigências da soberania social correspondem aos deveres da soberania política, se há uma invasão da soberania política na soberania social aparece o absolutismo, a arbitrariedade, o despotismo e o poder acaba na pior das tiranias.

Guilherme Koehler

Publicado no grupo A MONARQUIA SEM TABUS (Nem correntes, Nem mordaças)



sábado, 17 de agosto de 2013

FRASES COM SENTIDO

Como viria, depois, a escrever Rui Ramos, Dom Carlos era um Rei diferente dos que actualmente quase só dão notícias para as revistas cor-de-rosa. Achava, bem, que não subira ao trono apenas para " reinar ".
 
No mesmo sentido escrevera já Henrique Barrilaro Ruas: 
 
                      " Como poucos soberanos dos tempos modernos, El-Rei Dom Carlos teve a consciência muito clara do que é ser Rei. Condenado a uma existência puramente simbólica, o Rei guardava o carácter essencial da Realeza de sempre. ( ... ) Em El-Rei Dom Carlos era muito viva a consciência da irmandade com todos os homens, sem distinções de classes ou de ideias. ...................................................................................
........................................... . E , no entanto, que alta figura a de El-Rei! Mostram-no aos olhos serenos da História documentos sem número, em que Dom Carlos I se revela a corpo inteiro. « Um caso exemplar de Humanismo Português » - lhe chamou, certeiramente, o Dr. Carlos de Soveral. ( ... ) Chegada a hora das decisões extremas, o Rei não recua perante nenhuma responsabilidade. Quer a Constituição que ele seja irresponsável; D. Carlos I assume a plena responsabilidade [ que entende caber-lhe no exercício do governo da Nação ]. Incompreendido por quase todos os chefes monárquicos, El-Rei escolhe o caminho mais difícil - o caminho do poder pessoal. "
 
Cristina RibeiroEstado Sentido

628º ANIVERSÁRIO DA BATALHA REAL DE ALJUBARROTA

As forças em Aljubarrota (à esquerda, o dispositivo organizado por Nuno Álvares Pereira)


“Parece-nos haver dois tipos de nomina para a designação das batalhas em ambientes medievais e mesmo para além deste período cronológico. Um deles, o mais vulgar, é o da apropriação da toponímia do lugar onde se desenrolou a batalha. Assim, por exemplo, recordaremos nomes como Ourique, (…) ou Poitiers (1356) (…). Uma outra via, passa pelo baptismo dessas batalhas com nomes de natureza simbólico-religiosa. Versão mais erudita, mais entroncada, aliás, no quadro referencial de matriz helénica. É a este domínio que pertence a nossa Batalha Real, de 14 de Agosto de 1385, como foi designada longos anos por parte da cronística e do poder régio portugueses de há 500 e 400 anos atrás.


Batalha Real [por nela tomarem parte dois reis: D. João I e D. Juan I] foi, de facto, o nome por que a conheceram os seus contemporâneos, aqueles que a travaram e venceram. Batalha de Santa Maria da Vitória, foi a linha baptismal prosseguida no campo da sua significação religiosa e simbólica, num processo de apropriação da mesma ao culto mariano de tão significativa implantação em solo hispânico.”


GOMES, Saul António (2007), A Batalha Real 14 de Agosto de 1385, Fundação Batalha de Aljubarrota



O artigo reproduzido foi publicado no nº 187 da revista “Azimute” (Agosto-Setembro de 2009). Reproduz a comunicação do Tenente-Coronel Lemos no colóquio promovido pela Escola Prática de Infantaria sobre Nuno Álvares Pereira, patrono da Infantaria.


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

O LIBERALISMO E A REPÚBLICA

    

Comemora-se hoje (15/08/2013) a solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu. É um dos mais festivos dias da liturgia, ou não se referisse ele à Mãe de Deus, celebrando um dos momentos da Sua vida tão entranhados no Orbe Católico que, a par da Sua Imaculada Conceição, por definição pontifícia infalível, também constitui artigo dogmático de fé.
 
É meu propósito dedicar à SS.ma Virgem as linhas que seguem, prestando-Lhe assim modesta homenagem no que nelas houver de virtude, e pedindo-Lhe ao mesmo tempo que interceda pela terra portuguesa!

Jaz Portugal órfão de Rei. E é uma triste orfandade porque não há Rei de facto, nem de direito.


O cabeçalho das palavras, que seguem, pode arrastar à ideia de que a responsabilidade deste infortúnio é toda do liberalismo e do sistema republicano. Está errado: eles têm culpa do desfecho produzido, grande culpa até, mas não uma culpa exclusiva. Parte da culpa que não lhes cabe é da responsabilidade de quem, na altura própria, devia ter levantado a genuína bandeira monárquica para voltar à tarefa da restauração legitimista, sem o ter feito. E a omissão desse dever teima em manter-se.
Aliás, não é uma coroa encimando o escudo nacional que dará corpo à bandeira que não se ergueu, uma vez que corpo sem alma é matéria informe. Portugal só regressará à Tradição, se recuperar a força anímica que o tornou na Nação Fidelíssima. A culpa de uma orfandade real, está pois, em primeiro lugar, numa linha dinástica que está longe, muito longe mesmo da majestade, do esforço posto na luta e do amor ao sacrifício dos nossos antigos Reis; vêm depois os áulicos, mestres na lisonja, indiferentes ao destino da Pátria, sobrenadando no meio da procela desde que lhes garantam a sobrevivência de uns títulos bolorentos; e, por fim, de forma mais difusa, aparecemos todos os que, até hoje, nos mostrámos incapazes de cumprir as nossas obrigações. Enquanto isto durar, o que se vir e ouvir a respeito de uma realeza extinta, ou é canto fúnebre de sufrágio de mortos, ou não passa de um folclore de péssimo gosto.

O liberalismo autointitulado de monárquico recolheu o património da Revolução Francesa, na qualidade de herdeiro fiduciário, e por morte transmitu à República o fideicomisso que recebera. Não foi, contudo, a República algoz do liberalismo pretensamente monárquico? Não é isto suficiente para a tornar indigna de suceder? De forma alguma, porque não cometeu qualquer crime contra aquele de quem proveio a herança: acelerando as condições para a defunção do liberalismo que aqui tratamos, e criando outras, a República apenas foi cúmplice no suicídio gradual daquele sistema, mostrando-se com isso fiel executora da vontade do autor da sucessão --- o espírito revolucionário da Bastilha. A parcela de violência verificada na passagem do acervo, já muito dilapidado, é de regra nos casos em que o cedente, embora cônscio da obrigação que sobre ele impende, se aferra aos bens deixados para reverterem a favor de terceiro. Não se andará muito longe se pensarmos que são como rixas dentro de uma mesma família. Brigas tanto mais acesas quanto é igual ou próximo o grau de maldade existente de um e de outro lado. Estas desavenças são normais entre parentes carregados pelo peso enorme de uma hereditariedade má.

Se considerarmos falso que tudo se processou dentro de uma sucessão superiormente traçada, também aí não se quebra a sequência. Teremos então que a República, que parecia não passar de uma simples bastarda desejada, se chocou com o liberalismo por forma acidental. Levada pela sua índole, que é promíscua, agitauit connubia more ferarum e apareceu nas vestes da oclocracia, que nos esmaga fisicamente e nos destrói moralmente. Nem quarenta anos de continência foram suficientes para a lavar do pecado: o incesto praticado tinha de gerar uma filha de coito danado.

Escusado será indagar de que lado está a razão, porque razão, nos agentes daqueles desmandos, sempre foi palavra de significado desconhecido. O que conta é a linha que não se quebra: tão herdeiros são uns como os outros, apesar de uma legitimidade nula por mais que a legalidade os cubra de títulos sucessórios. São efectivamente herdeiros, mas herdeiros oriundos, sem qualquer excepção, de uma união condenada pela ética. Daí o serem ilegítimos de origem. E carecem ainda da legitimidade que mais conta --- a de exercício --- defeito esse visível no modo como usam o poder usurpado: servem-se dele como o proprietário frui o bem de que é dono, esquecendo a função social do seu direito.

Num livro, todo ele respirando cabala da primeira à última página, essa ocupação a que alguns concedem foros de ciência, mas que não é propriamente para ser levada a sério, e apesar do esoterismo que costuma acompanhá-la, não obstante isto que não é nada pouco, dessa obra colhe-se um ensinamento indisputável: vivemos sob o império da plebe, entendida a plebe como o clero, a nobreza e o povo em grau degenerado (1).

A plebe é a comunidade política cedendo aos instintos mais vis da natureza animal de cada homem. A sociedade bestificou-se. E a legião hoje dominante empesta cada vez mais os ares com o hálito mefítico que exala. Impera pela fatalidade da penúria moral a que chegámos, mais do que por qualquer outra razão. Direito, entendido este como o poder legítimo na raiz da sua origem, na forma como se exerce e, sobretudo, nos fins para que se ordena, isto é, um direito verdadeiro, uno e bom, desse direito nem ponta dele. Méritos pessoais, não se enxerga nenhum!

A turbamulta trepou e foi instalar-se no topo da hierarquia do Estado: encontra-se na Presidência; passeia-se por S. Bento; senta-se nas cadeiras do Governo; e o mais aterrador é que já se espalha dentro dos muros do que devia ser o santuário inviolável de qualquer poder soberano, o seu último bastião --- os Tribunais. Porém, não é toda esta gente que detém realmente o poder: grande parte dela é submissa e deixa-se levar por forças ocultas. Num quadro destes, que podemos esperar, principalmente quando uma podridão nauseabunda rói a sociedade civil, coberta de chagas pestilenciais que os autênticos senhores do poder já nem conseguem esconder nos seus conventículos secretos? A espúria consaguinidade, que une liberalismo e república, não podia deitar frutos diversos dos que temos diante dos olhos. Para isso foi projectada e levada à prática.

No entanto, quando pensamos que a iniquidade trepou ao cume que é possível alcançar, reparamos que falta qualquer coisa. De resto, a falar verdade, na iniquidade ou com ela, não se sobe; apenas se desce.

E nem outra coisa podia acontecer. A iniquidade é negação de Justiça, está privada desse valor, o qual, nessa qualidade, não conhece limite porque se reconduz a Deus, o Ser Infinito por excelência. Daqui, que seja impossível ao vício tocar no fundo: os defeitos podem estar mais ou menos privados de perfeição, mas há algo que sempre sobra. De outro modo, seria ir atrás do nada, tarefa interminável ou, caso se prefira, busca infrutífera porque o nada não existe. Temos assim que o Mal não conhece a profundeza máxima; não sabe onde se encontra, nem nunca a atingirá. Sustentar o contrário seria equivalente a afirmar a coexistência de duas forças com o mesmo grau de poder, e que apenas se distinguiriam por se oporem.

Essa gnose não é somente uma heresia religiosa nem uma heterodoxia filosófica; ela é, acima de tudo, um atentado à mais elementar lógica, constitui dialéctica de um absurdo que surpreende e choca de tão primário que é. Com efeito, só o puro transtorno mental pode conceber um Infinito dividido em metades que lutam entre si. E essa disputa teria de continuar indefinidamente, porque a haver vitória de uma das partes em conflito, isso significaria desequilíbrio de forças, o que contradiria  a base da doutrina dualista.

Facilmente se depreende como tudo isto não vai além de um delírio mais ou menos febricitante, sendo de impossível realização o que nele se proclama. O Infinito não tem igual, porque é o Absoluto! Logo, quando se diz que a desordem chegou a um ponto no qual o caos não pode ser maior, labora-se num erro de nefastas consequências. Para baixar, como resulta do que acaba de expor-se, a escada oferece sempre novos degraus!

O passado das convulsões sociais é um cortejo de transformações, onde a ambição invejosa, como elemento motor, não está certamente ausente. Sirva de exemplo o padrão da civilização no qual Portugal se formou, não se desejando de modo algum defender que o trajecto foi igual em todos os passos dados: ao aristocrata deu-lhe para ser rei; o burguês quis viver à lei da nobreza; o descamisado procura o dinheiro que telinta nos bolsos dos ricos.

E o ideal da igualdade, que papel joga no meio deste drama? Nas bocas dos seus actores, a parte que ali toma assume um destacado relevo. Custa a acreditar. A igualdade que liga os homens é a da vocação de santidade com que Deus nos criou a todos. Mas a plebe é crente? A plebe já nem blafesma: a plebe ignora Deus! Pelo que a igualdade de que falarem será tudo menos a igualdade do Evangelho. E fora desta igualdade, qualquer outra será uma mentira.

Qual das revoluções apontadas trouxe a igualdade aos povos? Chamar-se-á igualdade à desolação de uma miséria crua e que o tempo torna mais extensa, que só não está em perfeita simetria com a opulência porque esta é cada dia mais restrita em número? Será igualdade encherem-se os vencedores dos privilégios contra os quais se insurgiram? Ou pretende dar-se esse nome à descida de uns para que outros subam? Isto é disposição  vertical, justa ou injusta consoante está ou não ao serviço do bem comum. E só nesta escala pode a insubordinação dizer-se legítima, se vem para combater a tirania e salvar a comunidade.

Acabam de ser enunciadas duas condições para que se recorra à rebelião: causa iusta e intentio recta. Falta o terceiro requisito: auctoritas principis (2). Ora este, ainda que não fora a degradação a que assistimos, seria precisamente o de maior melindre: neste momento, quem é o príncipe? No reino da Monarquia, não há. Já foi dito e não vale a pena insistir. E fora dessas fronteiras? É verdade que chefe para um povo, sempre se descortina; o contrário é que não. Todavia, ainda se achará, no conjunto de pessoas ao qual o vocabulário corrente continua a chamar povo português, aquela coesão mínima que permita considerá-lo como grei humana? Deus o permita!

Mesmo assim apetece perguntar se as ruas de acerba amargura, que penosamente vamos percorrendo, não serão o caminho da expiação de um pecado social? Caiu em desuso falar de pecado, até do pecado individual, mas a verdade é que aquele pecado existe: é o esquecimento da lei divina por parte significativa de um povo. A menos que entre nós se encontrem os dez justos que seriam suficientes para livrar Sodoma e Gomorra do castigo que sofreram, tenha-se presente a certeza de que o pecado social se paga já neste mundo. Se for o caso, a redenção só poderá vir de uma catarse colectiva. Catarse difícil de conceber, se olharmos para a eficácia que procuramos e que é, no fim de contas, o que importa. E justamente por ser nestes termos difícil de conceber, porque exige muito e porque o povo (a existir ainda tal figura) está debilitadíssimo, não parece que a suspirada catarse venha a ser coroada de êxito sem uma intervenção miraculosa.

Que tem o milagre a ver no meio de um negócio humano, como é este exemplo de um dos  desconcertos saídos do ventre da política? --- Tudo! Porque a ligação entre o natural e o sobrenatural é íntima, permanente e indestrutível.

Há alguém tão insensato e temerário a ponto de tentar estabelecer o divórcio entre Deus e a Sua obra? Estará porventura o escultor proibido de talhar a estátua como lhe apraz? Ou o escritor de escrever como mais gosta? Ou o compositor de lançar na pauta as notas do que tem como sendo de maior melodia? Quem se atreve ao desatino de o afirmar?

Qualquer destes artistas, concluída a obra, eliminará as imperfeições que lhe notar, o que até poderá suceder longo tempo depois de a ter terminado. Agem deste jeito, porque eles próprios mudam. Deus não precisa de prazos, nem corrige o que saiu de Suas mãos, porque é Acto Puro e à Sua providência não escaparam as ocasiões e os momentos em que  interviria no governo do mundo com um influxo especial.

Naquilo que nos aflige: o milagre aqui será como o gesto de um Pai extremoso, que carrega nos braços o filho depauperado e o transporta de regresso a casa!

Joaquim Maria Cymbron

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1 - António Telmo --- História Secreta de Portugal, Editorial Vega, Lisboa, 1977, p. 28.

2 - S. Tomás de Aquino, O.P. --- Summa Theologica, II-II, q. 40, a. 1.