O duque de Bragança, Duarte Pio, afirmou hoje (17/10), em
Macau, que a crise portuguesa tem como causas a "ignorância, a
irresponsabilidade e a desonestidade" de alguns políticos e defendeu a
necessidade de a população gastar menos.
"Eu acho que a crise portuguesa tem duas causas: a ignorância e a
irresponsabilidade, para não dizer também uma certa dose de
desonestidade, da parte de alguns políticos que se foram habituando a
ter lucros que não deviam ter", disse Duarte Pio em declarações aos
jornalistas à margem da Feira Internacional de Macau, que visitou a
convite da Associação de Jovens Empresários Portugal-China.
Ao constatar que "qualquer dona de casa sabe que não é sustentável
gastar mais do que o que se ganha", o duque de Bragança previa que
"mais cedo ou mais tarde" o despesismo do Governo "tinha que se pagar" e
lamentou que tenha sido "preciso o Governo anterior estar numa
situação praticamente de falência para chamar a 'troika'".
"Acho que se tivesse tido alguma influência como rei ou político nos
anos anteriores, a minha voz teria sido mais ouvida, quando durante
tantos anos fui alertando contra as despesas não reprodutivas que os
governos portugueses foram fazendo", apontou, referindo nomeadamente
"as autoestradas, a Expo, o Centro Cultural de Belém".
O pretendente ao trono de Portugal lembrou ainda "a fraude do BPN",
defendendo que os seus responsáveis "deviam estar na prisão" e lamentou
que o "Governo Sócrates tenha salvado da falência um banco que devia
ter ido à falência e que é um dos maiores buracos financeiros que há em
Portugal".
"Isto não é admissível que o contribuinte tenha de pagar as aventuras e a desonestidade de algumas pessoas", sublinhou.
Quanto ao Orçamento do Estado para 2014, apresentado esta semana,
Duarte Pio considera que é "o possível, ninguém gosta dele, mas quando
não há dinheiro tem de se fazer aquilo que se pode: ou se cortam as
despesas do Estado ou se aumentam as receitas".
"Aumentar as receitas só com os impostos e eles matam a economia
produtiva", observou, defendendo cortes na função pública, que
representa "80 % das despesas do Orçamento do Estado".
Para o duque de Bragança, "ou se diminui o número de funcionários - e
aí há o problema do desemprego e dos subsídios de desemprego - ou se
diminuem, de algum modo, os custos do funcionalismo público, não há
muita alternativa, aliás, não há mesmo alternativa nenhuma, porque o
resto das despesas que o Estado tem de cortar são 20% do Orçamento".
A situação que o país enfrenta é atribuída ainda pelo duque de
Bragança ao sistema republicano, apontando que "os presidentes da
República, por mais sérios e dedicados que sejam, têm estado sempre
comprometidos com os partidos, sendo, por isso, muito difícil intervir e
corrigir os desvios dos próprios partidos".
"Se a República Portuguesa tivesse como chefe de Estado um rei tinha
mais independência, mais liberdade para poder, de algum modo, ajudar a
controlar os desvios que os governos possam ter, que é o caso da
Escandinávia, Reino Unido, Espanha, Austrália e Nova Zelândia",
acrescentou.
Duarte Pio defende a necessidade de o "Estado dar o grande exemplo de
poupança e de encorajamento da iniciativa privada", que lamenta que
seja "ainda muito vítima da burocracia", apesar de se congratular com a
criação dos vistos dourados para "facilitar o investimento
estrangeiro".
"E, por outro lado, pode-se viver bem com menos, mas é preciso ajudar
a população a perceber como é que se pode viver sem sacrifício
gastando menos, porque muita gente habituou-se a gastar demais",
concluiu.
O duque de Bragança está em Macau para "apoiar a presença portuguesa"
na Feira Internacional e para "rever amigos, monárquicos e
republicanos, portugueses e macaenses", num jantar que hoje teve lugar
no Clube Militar. No sábado, revê outros amigos num almoço no Clube
Lusitano de Hong Kong.
D. Duarte atribui crise à "irresponsabilidade" e "desonestidade" dos políticos
Duque
de Bragança defende a necessidade de o Estado dar o exemplo de poupança
e de encorajamento da iniciativa privada. "Acho que se tivesse tido
alguma influência como rei ou político nos anos anteriores, a minha voz
teria sido mais ouvida quando, durante anos, fui alertando contra as
despesas não reprodutivas que os governos portugueses foram fazendo".
A crise portuguesa tem como causas a "ignorância, a
irresponsabilidade e a desonestidade" de alguns políticos,
afirmou Duarte Pio, esta quinta-feira em Macau. O duque de Bragança
defendeu ainda a necessidade de a população gastar menos.
"Eu acho que a crise portuguesa tem duas causas: a ignorância e a
irresponsabilidade, para não dizer também uma certa dose de
desonestidade, da parte de alguns políticos que se foram habituando a
ter lucros que não deviam ter", afirmou D. Duarte em declarações aos
jornalistas, à margem da Feira Internacional de Macau, que visitou a
convite da Associação de Jovens Empresários Portugal-China.
Ao constatar que "qualquer dona de casa sabe que não é sustentável
gastar mais do que o que se ganha", o duque de Bragança previa que "mais
cedo ou mais tarde" o despesismo do Governo "tinha que se pagar" e
lamentou que tenha sido "preciso o Governo anterior estar numa situação
praticamente de falência para chamar a 'troika'".
"Acho que se tivesse tido alguma influência como rei ou político nos
anos anteriores, a minha voz teria sido mais ouvida, quando durante
tantos anos fui alertando contra as despesas não reprodutivas que os
governos portugueses foram fazendo", apontou, referindo, por exemplo,
"as auto-estradas, a Expo, o Centro Cultural de Belém".
D. Duarte lembrou ainda "a fraude do BPN", defendendo que os seus
responsáveis "deviam estar na prisão" e lamentou que o "Governo Sócrates
tenha salvado da falência um banco que devia ter ido à falência e que é
um dos maiores buracos financeiros que há em Portugal".
"Isto não é admissível que o contribuinte tenha de pagar as aventuras e a desonestidade de algumas pessoas", sublinhou.
Quanto ao Orçamento do Estado para 2014, apresentado esta semana,
Duarte Pio considera que é "o possível, ninguém gosta dele, mas quando
não há dinheiro tem de se fazer aquilo que se pode: ou se cortam as
despesas do Estado ou se aumentam as receitas".
"Aumentar as receitas só com os impostos e eles matam a economia
produtiva", observou, defendendo cortes na função pública, que
representa "80% das despesas do Orçamento do Estado".
Para o duque de Bragança, "ou se diminui o número de funcionários - e
aí há o problema do desemprego e dos subsídios de desemprego - ou se
diminuem, de algum modo, os custos do funcionalismo público, não há
muita alternativa. Aliás, não há mesmo alternativa nenhuma, porque o
resto das despesas que o Estado tem de cortar são 20% do Orçamento".
A situação que o país enfrenta é atribuída ainda pelo duque de
Bragança ao sistema republicano, apontando que "os presidentes da
República, por mais sérios e dedicados que sejam, têm estado sempre
comprometidos com os partidos, sendo, por isso, muito difícil intervir e
corrigir os desvios dos próprios partidos".
"Se a República Portuguesa tivesse como chefe de Estado um rei tinha
mais independência, mais liberdade para poder, de algum modo, ajudar a
controlar os desvios que os governos possam ter, que é o caso da
Escandinávia, Reino Unido, Espanha, Austrália e Nova Zelândia",
acrescentou.
Duarte Pio defende a necessidade de o "Estado dar o grande exemplo de
poupança e de encorajamento da iniciativa privada", que lamenta que
seja "ainda muito vítima da burocracia", apesar de se congratular com a
criação dos vistos dourados para "facilitar o investimento estrangeiro".
"E, por outro lado, pode-se viver bem com menos, mas é preciso ajudar
a população a perceber como é que se pode viver sem sacrifício gastando
menos, porque muita gente habituou-se a gastar demais", concluiu.
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