A António Sardinha
Feiticeiro das horas que são graves!
- Que viste tu, além dos altos montes,
Na etérea catedral dos horizontes,
Que as vias-lácteas têm por suas naves…
No voo cabalístico das aves,
No trajecto dos ventos e das fontes,
E nas rugas presságicas das frontes
Dos Videntes, que guardam essas chaves
Das ritmas ampulhetas do Porvir?
- Lágrimas que chorou o Criador
E que ao Criador irão subir,
Já despertando à voz do seu Vedor,
Nas nascentes que andaste a descobrir
- oh Vidente – Profeta – Precursor!
In “Um Soneto –
Respeitosa Homenagem a Um Só Neto” pelo Conde de Alvellos,
Francisco Perfeito de Magalhães e Menezes, Segunda Tiragem, Porto, 1944
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