O
mundo que os implantadores republicanos tão frequentemente puseram em
causa, e utilizaram como justificação para a sua revolução verde-rubra,
vingou-se justamente dos seus prosseguidores.
Os republicanos cedo abandonaram a defesa das razões activas com que justificaram a implementação do novo regime.
Contudo, os partidos republicanos de hoje não parecem viver atormentados
pelas brutais contradições e desesperantes resultados em que esse
regímen mergulhou a Nação Portuguesa. Essa aparente indiferença não pode
deixar de inquietar todos aqueles que fora da cumplicidade dos
gabinetes e pastas, vive agastado pela violência do trambolhão e
inquietado pela possibilidade de sucumbência do País.
Não houve qualquer progresso histórico, as instituições não adquiriram
qualquer vigor democrático que já não existisse na Era da Monarquia, o
progresso social é mínimo, pois substituiu-se uma estrutura de classes
por uma outra: a burguesa.
A crise do regímen começou silenciosa e quase invisível, mas depressa
evoluiu como uma doença; os sinos repicaram anunciadores da crise do
mundo, porém nada fizeram e continuaram o seu caminho em rota de
colisão. E mesmo quando já é notória a sua existência, os responsáveis
políticos negam-se a reconhecer os notórios sinais da crise crónica que
não é só económico-financeira, pois a “cura” aparenta-se improvável
dadas as evidentes e insanáveis contradições do regime republicano e do
sistema partidocrata. Não é com reformas de almanaque apostas em
singelas páginas impressas com letra de corpo ampliado que a violência
do choque entre modelos teóricos do século passado e o novo mundo, deste
ainda jovem eruptivo século, vai evitar o colapso. Em cada “trambolhão”
da História surge um homem novo, com necessidades e temperamento
renovados, pelo que é necessária uma leitura sensível sobretudo aos
perfis políticos e socioculturais da mudança.
A falha, o equívoco – como quiserem chamar-lhe – de 103 anos, que se
desmorona a olhos vistos tem de afastar-se, para que seja restabelecida a
ligação da História de Portugal que foi quebrada em 1910.
Está na hora de ser dada a possibilidade democrática do Povo escolher o
futuro do País e de lhe ser devolvido o direito à representação no
sistema político, pois o cidadão-eleitor não é representado por um
deputado que não foi eleito por círculos uninominais e a centralização
republicana que esvaziou de poderes a municipalidade, tirou, também, ao
cidadão o poder de ser ouvido no seu meio por quem podia apreciar e
resolver a premência das suas questões. O republicanismo tornou ineficaz
tudo que podia ser resolvido pela objectividade. Como escreveu Hegel:
“Um homem cai, uma nação enfraquece…”
O processo de salvação nacional só pode passar por um reencontro entre o
cessar perdido da anterior Monarquia e o retomar de uma Nova Monarquia,
que virá mais viva e mais ciente de onde não pode falhar, pois o actual
regime já mostrou quais são as incoerências e os erros que não se
podem, de forma alguma, repetir. De facto, a cada mutação histórica uma
renovada sensação de vida se apodera dos povos e os impele ao
desenvolvimento.
O Povo e o País para realizarem essa sua nova gesta precisam de um
intérprete da Vontade Nacional: o Rei! Com ponderação e firmeza, o Rei
com o seu Poder Moderador acrescentará aos três poderes, já, procedentes
do século XVIII – legislativo, executivo e judicial -, um quarto poder.
O Poder Moderador exercido plena e livremente pelo Rei será a chave de
toda a organização política e competirá privativamente ao Rei, como
Chefe de Estado, o Chefe supremo da Nação, para que incessantemente vele
sobre a manutenção da independência, equilíbrio e harmonia dos mais
Poderes Políticos. O Monarca será, tal-qualmente, um árbitro imparcial
que não excluirá o contacto com ninguém, até por dever institucional;
antes procurará a harmonia entre diversas facções sociopolíticas, acima
de intrigas mesquinhas, funcionando como um factor construtivo e
decisivo para o funcionamento das instituições democráticas, porque o
Rei reina mas não governa.
Assim, um Rei não é uma relíquia do passado; o próprio e insuspeito Eça
de Queiroz dizia no século XIX ser o Rei “ a única força que no País
ainda vive e opera”.
Assim, sem pedir desculpa por um facto a que somos alheios, temos a
honra de prognosticar que teremos: Brevemente… O Regresso da Monarquia!
Gostaria que essa certeza que vocês demonstram no artigo fosse real.
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