«Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!»
Do mar e nós em ti deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!»
Ou mais adiante, no Quinto poema, do NEVOEIRO, datado de 10/12/1928, na mesma obra-prima do escrever em português:
«Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço de terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Define com perfil e ser
Este fulgor baço de terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…
É a hora!
Valete, Frates»
Valete, Frates»
De igual forma, sobre o mesmo
desiderato, escreveu Agostinho da Silva, de feição venturosa: «Vai ter
de se abrir a hora de Portugal se cumprir inteiro, de ser o duplo
cavaleiro do místico e do Real.»
Mas já antes do 5 de Outubro, muitos outros haviam dedicado a sua reflexão sobre o tema. Já no século XVII, o Padre António Vieira imaginava “O Quinto Império” como uma forma de legitimar o movimento autonomista português, que conseguira o fim da União Ibérica, e que seria a forma de realizar a Gesta Portuguesa.
Assim, hoje uma vez mais, o Sonho de Portugal passa pela sua autonomia, pelo granjear da emancipação face ao estrangeiro que agora assume outra forma, e, que não conquista pela força das armas, mas pelo poder do capital.
Desta forma, a Restauração da Monarquia constituirá, também, a recuperação da Soberania Nacional e, de facto, todos os supracitados grandes vultos das nossas Letras pareciam estar de acordo num facto: o Regresso do Rei é sem dúvida a única solução para que, finalmente, se “Cumpra Portugal!”
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