Na nossa democracia o conflito tem medido as relações institucionais até
ao mais alto nível. Este problema de fundo que subjaz na cultura
política portuguesa, acontece pelo facto de não existirem instâncias
próprias que concitem, acolham e proporcionem voz aos consensos,
garantindo perspectivas alongadas de desenvolvimento social e económico.
Tais perspectivas só podem ser veiculadas por uma instância apartidária, a
Instituição Real.
Considerando individualmente as personagens políticas que compõem o
cenário da política portuguesa, admitimos que o problema não está num ou
outro indivíduo. Mas é também consensual admitirmos que um dos nossos
principais problemas, se não o principal, tem sido político. Afirmo que é
a falta de continuidade estratégica que nos tem acarretado num
demasiado longo e fragmentado construir. A meu ver, estas negatividades
são fortemente responsáveis pelo nosso retardamento, e mesmo
decrescimento.
Pedro Correia
Fonte: Caderno Monárquico
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