As políticas que por consenso
democrático usufruíram de continuidade e foram efectivamente
prosseguidas, guindaram-nos aos melhores lugares na comparação
internacional. É o caso dos cuidados materno-infantis, é o caso da
investigação científica e das infraestruturas de comunicação viária e
digital.
Políticas concretizadas por vários governos e por diferentes partidos são hoje políticas de sucesso. Mas,
presentemente, preocupa-nos sobremaneira a consolidação do défice e da
dívida, a sustentabilidade financeira, económica e fiscal.
Todavia, se o efeito de expansão
para mercados internacionais é uma contribuição decisiva para o
reequilíbrio de uma balança comercial é também necessário elaborar para o
mercado interno um caminho sólido e estruturado.
Importantes decisões estruturais
encontram-se perante o nosso futuro colectivo, decisões
democráticas, decisões de sustentabilidade, decisões de cooperação.
Decisões democráticas, de estratégia e de unidade. Decisões de
sustentabilidade, financeira, fiscal, económica e ambiental. Decisões de
cooperação, social e política.
É também necessário elaborar soluções, soluções sociais, soluções económicas e soluções democráticas.
Soluções sociais, com uma educação que
corresponda a projectos de vida, ligada ao vivido e às instituições, com
práticas de cidadania e de solidariedade.
Soluções para a saúde, pela prevenção e pela investigação.
Soluções para a corrupção, com códigos de conduta que responsabilizam.
É necessário elaborar soluções económicas, pois o tecido produtivo não está a ser capaz de incluir as pessoas que se encontram na situação de desemprego ena pobreza.
É necessário abrir oportunidades de realização económica pelas indústrias. Proporcionado
oportunidades de investimento e de emprego com transversalidade,
abrangendo todos os níveis de qualificação, por uma economia do mar, por
uma economia das cidades, por uma agricultura sustentável, pela
afirmação do empreendedorismo feminino e jovem, pelo intensificar da
produção de pensamento estratégico.
Contudo, uma transformação económica exige uma transformação cultural e política. Sem uma mudança pujante na nossa política, na nossa democracia, nada mais poderemos alcançar.
É necessário elaborar uma solução
democrática, com pessoas vocacionadas para a defesa do interesse
público, com uma assembleia forte, capaz de soluções
positivas, ampliando a representação do todo nacional por uma unidade
sem divisões, completamente apartidária, que evidencie valores
comuns, que evidencie a lógica da participação sobre a lógica do
confronto, uma instância de unidade, de equilíbrio e de estabilidade.
Temos de realizar referências estáveis à
democracia. A política decorre na livre contenda de interesses e
opiniões. Os conflitos expressam-se na discussão democrática. O
nosso modo de viver é plural. Mas temos de identificar colectivamente
formas políticas comprovadas que permitam uma vida democrática mais
completa.
Cada época procura encontrar formas adequadas para expressar os valores que pretende viver. Defendo
um regime democrático, com uma instância apartidária, que represente as
referências nacionais, mesa e voz do consenso democrático, mesa e voz
da necessária continuidade estratégica.
Defendo uma transformação positiva, que
não cinda a nossa história, que realize equilíbrio de poderes, que
contenha órgãos de controvérsia e órgãos de acordo, que elabore
alternativas e consensos.
O nosso modo de viver já foi sulcado por
mudanças profundas. Sabemos, portanto, que por nossas mãos a situação
pode transformar-se. O nosso percurso, social e económico, foi
constituído por alguns poucos anos de entusiasmo e por muitos de
preocupação. Recuso, porém, atribuir atrasos e percalços a defeitos
nacionais, mas à falta de continuidade estratégica, à insuficiente
modernização, à preferência pelas redes clientelares em vez da
preferência pela competitividade. O cenário presente do País é de
dificuldade, mas é de construção, de criatividade e de expansão.
Monarquia e democracia é uma conjugação política de sucesso, de sucesso social, de sucesso democrático, de sucesso económico.
Monarquia e assembleia democrática é um regime confirmado, é equilíbrio na livre contenda é perspectiva na voragem do tempo.
Sou monárquico pela certeza que a restauração traz a Portugal. Associo
a monarquia à defesa dos valores mais altos, à defesa da liberdade
sobre as opressões, à defesa da soberania sobre as ingerências, à defesa
da pessoa sobre interesses sem rosto.
A pertença a uma comunidade com um
representante histórico é determinante para a evolução do País. O futuro
tem um passado, um passado que nos acrescenta e consolida, e tem uma
democracia que nos actualiza. Posto o que temos vivido e aprendido,
tenho confiança na nossa história.
Há alguns anos atrás lutámos pela democracia, lutemos agora por uma democracia melhor. Só por uma democracia renovada pela monarquia constitucional e parlamentar poderemos alcançar unidade na livre diversidade, voz da continuidade estratégica, equilíbrio de poderes, promoção apartidária das referências nacionais.
Há alguns anos atrás lutámos pela democracia, lutemos agora por uma democracia melhor. Só por uma democracia renovada pela monarquia constitucional e parlamentar poderemos alcançar unidade na livre diversidade, voz da continuidade estratégica, equilíbrio de poderes, promoção apartidária das referências nacionais.
Havendo a Instituição Real há Portugal!
Viva Portugal! Viva S.A.R. o Senhor Dom Duarte!
Fonte: Caderno Monárquico
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