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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

DISCURSO DO PRESIDENTE DA CAUSA REAL NO JANTAR DOS CONJURADOS 2014

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Altezas Reais,
Minhas senhoras e meus senhores, caros amigos.

Encontramo-nos, uma vez mais, neste já tradicional Jantar dos Conjurados abrilhantado, como tem sido sempre, pela presença da Família Real Portuguesa e acompanhada pelas palavras sempre actuais de Sua Alteza Real o Duque de Bragança.

Este é o primeiro ano desde 1910 em que a Restauração da Independência é celebrada num dia de trabalho o que infelizmente veio limitar a presença de muitos nesta noite. Não havendo feriado, é mais importante ainda que nos esforcemos para celebrar, para marcar presença neste jantar. Àqueles que conseguiram cá estar, os meus sinceros agradecimentos, que aproveito para estender a todos os que fizeram possível este evento.

A Causa Real tem um objectivo político. O de apresentar aos portugueses uma alternativa viável ao sistema vigente – que se encontra manifestamente esgotado. Queremos um sistema mais representativo, mais transparente, mais aberto, com claras divisões entre poderes. Um sistema que, na nossa opinião, sairá sempre reforçado se coroado por uma instituição independente, que possa encarnar a nossa história, a nossa cultura, que seja um símbolo de unidade e continuidade nacional.

Temos vindo a desenvolver um conjunto de projectos que procuram levar as nossas ideias a todos os portugueses. Alguns deste projectos têm-nos trazido surpresas muito positivas. Temos, por exemplo, acordos com as Câmaras Municipais de Odivelas e de Sintra para estendermos o nosso Projecto Educar – direccionado aos jovens do 3º ciclo – às escolas secundárias em ambos os municípios. Há dois anos, aqui nesta sala, falei da necessidade de mudarmos mentalidades. Devo dizer que nunca pensei que este nosso projecto pudesse vir a ter a aceitação que tem tido! São sinais de abertura. De esperança.

O Jantar dos Conjurados não cabe propriamente no âmbito político da Causa. Mas assumiu a Causa Real a responsabilidade da sua organização e temos procurado contribuir todos os anos para uma obra de beneficência patrocinado pela Família Real. Este ano a escolha caiu na Obra de Nossa Senhora das Candeias, uma IPSS com sede no Porto, mas com presença nacional. Fundada em 1958, tem como objectivo acolher, apoiar, educar e formar crianças e jovens em situação de perigo, de forma a possibilitar a sua integração plena na sociedade. Os seus serviços e infraestruturas apoiam cerca de 650 crianças e jovens em todo o País.

Um dos cartazes que publicámos na Internet para divulgar os eventos de hoje fazia referência ao tricentésimo septuagésimo quinto Jantar dos Conjurados, pressupondo, naturalmente que a conjura de 30 de Novembro de 1640 teve direito a jantar – e conhecendo bem a família Almada, não tenho dúvidas que assim o foi. Pressupõe também, que houve até aos dias de hoje quem se tenha recordado todos os anos dos riscos desmedidos então assumidos pelos cerca de 40 que lideraram a revolta a favor da Nação Portuguesa.

É o que fazemos hoje.

Mas é fundamental que o façamos, que nos lembremos desta data heróica, pelas razões certas. Com o passar do tempo e, como digo vamos na sua 375ª edição, há uma tendência para reduzir os eventos que se passaram a 30 de Novembro e 1 de Dezembro de 1640, até de forma algo demagógica como é a natureza destas coisas, àquilo que mais facilmente mexe com as nossas emoções, perdendo-se a essência daquilo que foi, indiscutivelmente, uma das maiores demonstrações de patriotismo da nossa história.

A importância destas datas ultrapassa o seu impacto histórico, deixando um exemplo às gerações vindouras de portugueses, não de luta contra um inimigo mas da coragem e perseverança a favor de um ideal que persiste há nove séculos.

Ao longo dos 60 anos da Dinastia Filipina, Portugal foi, de jure, um País independente, partilhando a sua Chefia de Estado com Castela, Navarra, Aragão, Nápoles, Sicília, Milão e os Países Baixos. Uma espécie de Commonwealth espanhola. Uma riqueza común! Nesse período, só houve dois Vice-Reis ou Governadores espanhóis em Portugal – o Duque de Alba e o Duque de Lerma. Ao todo, quatro anos. De resto, com a excepção dos 10 anos do vice-reinado do Cardeal Arquiduque Carlos da Austria, e os seis anos da Duquesa de Mântua – que era uma Sabóia, nos outros 40 anos Portugal foi governado exclusivamente por portugueses. Pelo menos no papel.

No entanto, a tendência crescente para levar os centros de decisão estratégicos portugueses para Madrid, o recomeço das hostilidades entre Espanha e os Países Baixos, e outras incumbências bélicas de Filipe IV de Espanha, vieram a pôr em causa a autonomia de Portugal assegurada nas Cortes de Tomar em 1581, obrigando os portugueses a lutar pelo Rei em operações que não nos diziam respeito em detrimento da defesa das nossas posições ultramarinas e levando ao esvaziamento das elites nacionais. A revolta procurou não vencer Espanha, mas repor e defender as nossas instituições tradicionais. Contra todas as probabilidades! A favor de Portugal.


Para consolidar a restituição da nossa plena independência, para reforçar o alento das forças portuguesas que enfrentavam um adversário muito superior, D. João IV mandou tomar por Padroeira do Reino de Portugal, Nossa Senhora da Conceição, tornando permanente uma devoção centenária partilhada pelo povo e pela Coroa. 

Fê-lo por provisão de 25 de Março de 1646.

Precisamente 350 anos depois, no mesmo dia, nasce D. Afonso de Santa Maria. Uma coincidência de datas que realça a relação indelével entre o Príncipe da Beira e o seu antepassado, o “rei natural” de Portugal e fundador da Dinastia Brigantina.

O ano de 2014 foi marcado pela celebração da maioridade do Príncipe da Beira, digno representante, com seu pai, de toda a Nação Portuguesa. Uma promessa da continuidade de uma Instituição que serve o seu País desde a sua concepção, e de uma noção de Pátria que, nas palavras de João Távora , nosso Vice-Presidente, é, acima de tudo, espaço, tempo e uma alma enorme de 900 anos – precisamente aquela defendida contra todas as probabilidades pelos Conjurados de 1640. 

No fundo de uma crise com consequências cada vez mais visíveis, crise proporcionada por uma autocombustão republicana, é esse exemplo que importa realçar quando recordamos o mais nacional de todas as nossas datas. É esse exemplo que devemos, cada um de nós, na medida das nossas possibilidades, procurar seguir. Para ajudar a fazer renascer das cinzas o Portugal que desejamos, não o Portugal do passado, mas o do futuro firmemente sustentado nas nossas tradições mais basilares. 

E, se Vossa Alteza Real me permitir, é a esse Portugal que eu vos convido a erguer os vossos copos. 

Viva Portugal!

Publicado por Luis Lavradio

http://monarquia-portugal.blogs.sapo.pt/discurso-do-jantar-dos-conjurados-5565

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