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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sábado, 28 de fevereiro de 2015

FALECEU O DR. EURICO CARLOS ESTEVES LAGE CARDOSO

 


 

Deixou-nos o Dr. Eurico Esteves Laje Cardoso no passado dia 13 de Fevereiro, mas fica uma obra notável escrita por este nosso Associado e grande Monárquico.
Apresentamos à família enlutada as nossas sentidas condolências.

GUARDA REAL DOS ARCHEIROS E LANCEIROS DE EL-REI

 
Fotografia de conjunto da Guarda Real dos Archeiros, com as suas alabardas. Foi uma guarda de honra e protocolar da Casa Real Portuguesa. A fotografia, tem essa infinita certeza do registo do momento, "orgulho em servir"...apetece perguntar, qual o destino destes ilustres portugueses?

AS 7 MARAVILHAS DESAPARECIDAS DO PORTO (10)

 

Convento de Monchique (1533-actualmente em ruína)

O convento feminino de Monchique foi fundado em 1533 em Miragaia, no local onde anteriormente existia uma sinagoga judaica. Dotado de uma igreja da autoria de Diogo de Castilho, o convento sofreu numerosas melhorias ao longo dos séculos, tornando-se num dos edifícios mais notáveis da cidade. Em 1834, foram extintos os conventos e mosteiros em Portugal. Nesse mesmo ano todas as freiras de Monchique foram transferidas para outros cenóbios da cidade, encerrando-se o convento. O convento de Monchique foi celebrizado por Camilo Castelo Branco no seu "Amor de Perdição".

Após o encerramento, o edifício conventual teve múltiplas utilizações – a igreja chegou a servir de serralharia, por exemplo –, perdendo-se o seu espólio original e demolindo-se várias dependências. Apesar da sua localização privilegiadíssima, o antigo convento de Monchique é hoje um espaço de ruína e abandono.


 

Jardim Passos Manuel (1908-1938)

Era semelhante aos jardins-esplanada parisienses. O espaço englobava cinema ao ar livre, sala de exposições, salão de festas, pequeno teatro, sala de loto, coreto, café-concerto, restaurante e até uma casa das máquinas com gerador que fornecia a electricidade a todo o recinto. Era um local elegante, com amplos jardins, que proporcionava todo o tipo de entretenimento. As portas abriam às 14h30 e a animação entrava pela noite dentro. Actuações de bandas e de música clássica, bailado, cantores líricos, comediantes, palhaços, 4 a 8 sessões diárias de cinema, actuações da orquestra residente, etc. Tornou-se uma referência na vida portuense. Durante a Primeira Guerra Mundial chegou a emitir moeda própria que era aceite em vários estabelecimentos do Porto.

Em 1938 o Jardim Passos Manuel fechou as suas portas, sendo posteriormente demolido para dar lugar ao Coliseu do Porto, inaugurado em 1941, um projecto de Cassiano Branco com o contributo de outros arquitectos e engenheiros.
 



Mercado do Anjo (1839-1952)

O mercado do Anjo foi inaugurado em 9 de Julho de 1839, para comemorar a entrada do exército de D. Pedro no Porto, seis anos antes. Foi construído no local onde anteriormente existia o Recolhimento de São Miguel-o-Anjo, nacionalizado em 1834, na sequência da extinção das ordens religiosas. O novo mercado passou a concentrar num mesmo espaço vários pequenos mercados e feiras espalhados pela cidade, respondendo às necessidades de uma população urbana em franco crescimento. O mercado tinha uma planta triangular com três entradas que coincidiam com os seus vértices. De cada uma das entradas partia uma larga alameda, convergindo as três para um grande chafariz central. O mercado estava sectorizado conforme os produtos comercializados: carnes fumadas e salgadas, carnes verdes, peixe (após a demolição do Mercado do Peixe, da Cordoaria), frutas e hortaliças, pão, flores, animais vivos, etc. Funcionava desde o nascer do sol até às 18 horas.

Tendo durado 113 anos, o mercado do Anjo acabou por ser demolido em 1952, com a abertura de um novo mercado municipal, o Bom Sucesso. Durante décadas, o terreno tornou-se um espaço desolador no centro da cidade. Foi local de venda ambulante, parque de estacionamento ao ar livre e, entre 1991 e 2006, acolheu um centro comercial que rapidamente entrou em decadência e acabou por falir. Desde 2013, o espaço parece ter reencontrado o seu lugar na vida da cidade, com a abertura do passeio dos Clérigos.




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Conheça as outras "maravilhas" a concurso: http://goo.gl/dMcyUg
Consulte o regulamento: http://goo.gl/86qFj2

#portodesaparecido#porto#concurso#passatempo
[Ed. "Le Temps Perdu", col. "Porto Desaparecido", n.º 67]


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

AMANHÃ: APRESENTAÇÃO DO LIVRO CENTENÁRIO DO MUSEU DE AVEIRO

 
 

AS 7 MARAVILHAS DESAPARECIDAS DO PORTO (9)

 

Estádio do Lima (1924-1972)

Era propriedade do Académico Futebol Clube, agremiação portuense fundada em 1911. Foi um dos melhores estádios do país, o primeiro com campo relvado (a partir de 1937), bancada central coberta, bancada em cimento no topo norte, pistas de atletismo (em cinza) e de ciclismo e automobilismo (em cimento), campo de basquetebol e um pavilhão. Serviu de casa emprestada ao FC Porto em diversas ocasiões, principalmente na década de 1940, tendo sido imortalizado no cinema no filme "O Leão da Estrela" (1947), servindo de palco a um emotivo encontro entre o FC Porto e o Sporting CP. Acolheu, também, numerosas provas desportivas motorizadas. A época de 1971-72 foi a última em que o estádio foi utilizado, desta vez cedido ao Boavista FC.

Perdido pelo Académico em tribunal, o estádio foi mandado demolir pela Santa Casa da Misericórdia do Porto, proprietária dos terrenos, em 1972. Situado entre as ruas de Costa Cabral e da Alegria, o espaço é, desse essa altura, o enorme descampado.



 

Palacete Ferreirinha (1840-c.1950)

Estava localizado no largo da Trindade, pelo que também era conhecido como palacete da Trindade. Pertenceu a António Bernardo Ferreira, filho da D. Antónia Adelaide Ferreira, "A Ferreirinha". Foi neste edifício que foi inicialmente fundado o Clube Portuense.

O palacete foi demolido na década de 1950, na sequência do arranjo urbanístico resultante da abertura da avenida dos Aliados. Aproximadamente no mesmo local foi erguido o palácio dos Correios, projecto de 1952 do arquitecto Carlos Ramos.



Café A Brasileira (1903-2010)

Foi fundado pelo "brasileiro" Adriano Teles como pequena loja de venda de café, servindo gratuitamente a todos os clientes uma chávena do líquido aromático, assim como um pequeno jornal que ele próprio elaborava. Adriano Teles soube tirar o melhor partido das técnicas publicitárias, espalhando por todo o país o seu slogan "O melhor café é o da Brasileira". O sucesso ditou a ampliação do estabelecimento em 1916, pela aquisição dos prédios contíguos, entre as ruas de Sá da Bandeira e do Bonjardim. Na década seguinte, após profundas obras de remodelação, "A Brasileira" reabriu com uma decoração luxuosa, tornando-se no local de passagem obrigatória da elite portuense, acolhendo artistas, boémios, escritores, jornalistas e políticos que ali se reuniam para tomar café e para discutir os temas do momento. A partir da década de 1940, foi local de encontro de opositores ao Estado Novo. Virgínia Moura e Carlos Cal Brandão foram seus clientes assíduos.

Na década de 1990, "A Brasileira" fechou as portas durante longos períodos. Em 2003, reabriu como restaurante, apenas com uma sala, ficando a designada sala pequena explorada pela multinacional Caffè Di Roma durante vários anos. Actualmente, todo o espaço se encontra encerrado, sendo incerto o seu futuro.



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[Ed. "Le Temps Perdu", col. "Porto Desaparecido", n.º 67]


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

COMEÇA HOJE: AFONSO DE ALBUQUERQUE, 500 ANOS DEPOIS

O IATE REAL "AMÉLIA IV"

 

AS 7 MARAVILHAS DESAPARECIDAS DO PORTO (8)

 

Palacete de Monteiro Moreira (1724-1916)

Em 1724, no topo norte da então praça Nova das Hortas (hoje praça da Liberdade), começou a ser construído um edifício de boa traça, o opulento palacete de Monteiro Moreira, onde, algumas décadas mais tarde, se fixou o Senado da Relação. A crescente centralidade da praça Nova levou a Câmara Municipal do Porto a estabelecer-se no palacete de Monteiro Moreira em 1819. Para tal, teve de desembolsar 31 contos de réis na sua aquisição, para além de outras despesas em diversas obras, nomeadamente na construção de um frontão com as armas da cidade, rematado pela estátua de um guerreiro intitulada "O Porto". Da varanda destes Paços do Concelho foi proclamado o liberalismo, a 24 de Agosto de 1820; D. Pedro IV proclamou a Carta Constitucional, em 1832; e os revoltosos anunciaram a república (de curta vida...), a 31 de Janeiro de 1891.

O palacete acabou por ser demolido em 1916 para abertura da avenida dos Aliados. As armas da cidade do seu frontão ornamentam hoje os jardins do Palácio de Cristal. A estátua "O Porto", após ter deambulado por diversos pontos da cidade, encontra-se hoje em frente ao Branco de Portugal, nas proximidades da sua localização original.


 

Velódromo Maria Amélia (1895-1932)

Aquando das Comemorações Henriquinas de 1894, o rei D. Carlos doou à associação do Velo Club do Porto um terreno nas traseiras do Paço Real, o palácio dos Carrancas (actual Museu Soares dos Reis) para construção de um velódromo. D. Carlos foi nomeado presidente honorário do Velo Club e o novo equipamento desportivo tomou o nome da rainha, Maria Amélia. A pista tinha 333,33 metros de perímetro, com duas rectas paralelas que se uniam no topo, através de curvas com a respectiva sobrelevação. No interior da pista encontravam-se dois campos de ténis. O acesso era feito por um grande portão, ainda existente, na rua do Pombal (hoje, de Adolfo Casais Monteiro). O velódromo Maria Amélia acolheu muitas corridas, como foi o caso da primeira corrida motorizada realizada em Portugal. No entanto, o ciclismo em pista começou a perder apoiantes nos inícios do séc. XX.

O velódromo acabou por encerrar definitivamente em 1932 quando o antigo Paço Real, propriedade pessoal do deposto rei D. Manuel II, passou para a Misericórdia do Porto. O espaço do antigo velódromo está hoje integrado no jardim do Museu Nacional Soares dos Reis, tendo sido requalificado pelo arquitecto Fernando Távora já no início do séc. XXI, recuperando-se parte da estrutura original da pista.




Café Palladium (1940-1974)

Ocupava todo o edifício que o arquitecto Marques da Silva projectara inicialmente para os Armazéns Nascimento, no gaveto das ruas de Santa Catarina com Passos Manuel. Foi reconvertido a café pelo arquitecto Mário de Abreu e anunciado como "o maior da península". Ostentava uma decoração inovadora para a época, com colunas de vidro e néon. Para além de café no piso térreo, tinha um salão de chá no piso sobrelevado, um salão de jogos no 1.º andar, bilhares no 2.º e um cabaret no último piso, com entrada separada e elevador exclusivo. No seu salão de jogos sobressaía o xadrez, daqui saindo alguns campeões da modalidade. Por sua iniciativa, em 1941, o russo Alexander Alekhine, campeão mundial de xadrez, visitou o Porto e foi recebido no café Palladium. Eram frequentadores assíduos do café Adolfo Casais Monteiro, Jorge de Sena, José Régio, Júlio Resende, Nadir Afonso, entre outros.

O café Palladium fechou em 1974, sendo o edifício transformado num pronto-a-vestir, as galerias Palladium. Hoje o espaço alberga hoje uma megastore da FNAC e uma loja de roupa da cadeia C&A.




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[Ed. "Le Temps Perdu", col. "Porto Desaparecido", n.º 67]


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

D. JOÃO II E O PERFEITO SERVIÇO DE INFORMAÇÕES


Não bastando ser o Príncipe Perfeito, El-Rei Dom João II foi o pioneiro dos serviços secretos mundiais, pois foi ao Serviço de Sua Majestade que surgiu a primeira rede de espiões profissionais, os Lançados. Estes eram desembarcados na costa oriental de África e depois seguiam para o interior recolhendo informação que facilitasse a expansão portuguesa no continente que começava a explorar, e sobretudo sobre o então lendário Reino de Preste João. Eram homens de uma enorme coragem lançados no desconhecido e que por isso lhes deram o nome indígena de Tangomaos, sendo que tangomao significa: ‘aquele que morre ausente ou desterrado da pátria’. Um deles foi Afonso de Paiva que empreendeu uma jornada que hoje se poderá considerar épica, e que se destinou a preparar a viagem do navegador Vasco da Gama à Índia. Porém, o mais famoso destes lançados foi, certamente, Pêro da Covilhã, senhor de um carisma de fazer sombra a um certo espião nada secreto ao serviço de outra Majestade, e que corresponde à visão heróica contemporânea de um agente secreto: mestre na arte de manejar armas – neste caso a espada e o arco e flecha -, e, senhor de recursos atléticos e intelectuais notáveis – dominava diversas línguas e dialectos –, o temerário nascido na Serra da Estrela, confirmou no terreno e por actos a proverbial coragem dos beirões dos Montes Hermínios. Por ordem directa d’El-Rei Dom João II deslocou-se à Abissínia e à Índia sondando pela localização do reino de Preste João. No Cairo foi o primeiro europeu a contrair a Febre do Nilo, que quase lhe tirava a vida, mas que venceu para logo atravessar o deserto do Sinai e passando por Medina e Meca, desembocar na Etiópia. Daí embarcou numa nau que o levou a Calecut, Goa e ao Golfo de Ormuz, sempre recolhendo informações sobre a navegação até à Índia e sobre a possibilidade da circundação de África, por mar, para chegar à Índia, a famosa viagem que viria a ser empreendida com sucesso por Vasco da Gama e que terminaria em 1498, e, que sem dúvida, não seria possível sem a ‘intel’ recolhida por Pêro da Covilhã e que compilaria no relatório que enviou ao Rei de Portugal sob o título de ‘Verdadeira Informação das Terras de Preste João das Índias’. O espião-aventureiro haveria de falecer na Etiópia, reino onde uma vez que se entrasse já não se podia sair, mas mantendo-se sempre ao serviço de Sua Majestade o Rei de Portugal.
 
Mas a afirmação de que Dom João II criou um verdadeiro serviço secreto de informações na percepção que hoje se tem dessas agências, deve-se não só a esses labores dos espiões, ainda não românticos, mas com forte sentido de honra, mas também à criação de uma rede que tinha não só a incumbência de recolher ‘intelligencia’, mas, também, a missão de produção de contra-informação e a prevenção de actos que pela sua natureza pudessem perigar os intentos descobridores da Coroa Portuguesa, atentar contra a vida do Monarca e por em risco a soberania nacional.
 
Assim, Dom João II ganhou o cognome de Príncipe Perfeito, pois em tudo o que fazia ou deliberava punha um cunho de perfeição, e para o sucesso das suas decisões em termos de política externa e geoestratégia contava sem dúvida as decisões que tomava em função da informação privilegiada que os seus serviços secretos recolhiam e que o tornavam no mais esclarecido e bem informado dos monarcas europeus da época. Prova disso, e expoente máximo da sua política, é o Tratado de Tordesilhas, assinado, em 1494, pelo Rei de Portugal e pelos Reis Católicos dos Reinos de Castela, Leão, Aragão, etc., e que comummente se dá o nome de Reino de Espanha.
 
Dom João II, neste âmbito do secretismo, estabeleceu, ainda, o Segredo de Estado, a salvaguarda dos segredos e da tecnologia marítima de que Portugal foi pioneiro, com vista à supremacia da sua política de expansão marítima, tendo proibido a divulgação dos planos de construção e a venda de caravelas portuguesas. Criou o conceito de material classificado, organizando e limitando o acesso a esses segredos, que eram agora da Coroa e do Estado. Assim, passou a haver níveis de informação com diferentes graus de acesso que estava limitado a pessoas autorizadas para o fazer consoante a sua grandeza na cadeia de comando, peso estratégico e posição no Estado. Desta forma, mapas, cartas de marear, livros de astronomia, roteiros de viagem, instrumentos de navegação ficavam apenas ao alcance de quem tivesse autorização régia para os usar, pois eram ‘classified e top secret’. Dom João II, proibiu ainda pilotos, mestres e marinheiros de servir nações e entidades estrangeiras adversárias. Para quem violasse estas regras instituídas pela Coroa, severas penas estavam reservadas, pois constituiriam acto de traição – tal como nos nossos dias.
 
A isto se chama ‘Visão!’, e por isso noutros tempos – no Tempo dos Reis - Portugal foi Grande!

Miguel Villas-Boas - Plataforma de Cidadania Monárquica

OVAR VAI TER TAPETES DE AZULEJO E ESPLANADAS NO CENTRO DA CIDADE

http://imagens0.publico.pt/imagens.aspx/905510?tp=UH&db=IMAGENS&w=749
Projecto valoriza elemento característico do concelho e pretende dinamizar comércio local.

Ovar ostenta o estatuto de cidade-museu do azulejo com orgulho e vaidade. É um museu sem portas, paredes ou telhados. É um museu ao ar livre construído por fachadas azulejares de muitas casas revestidas com pedacinhos de cerâmica de várias cores e padrões. Também não é por acaso que tem em funcionamento o Atelier de Conservação e Restauro de Azulejo, sob alçada municipal, para preservar a tradição, ou desenvolver iniciativas em que esses quadradinhos pintados são o centro das atenções de miúdos e graúdos. O azulejo faz parte da identidade de Ovar e, neste momento, trabalha-se num projecto para que esses quadradinhos sejam colados ao chão.

Rua do Azulejo é o nome de um projecto inovador que a Câmara de Ovar e a FAT – Future Architecture Thinking apresentam nesta quarta-feira, a partir das 15h00, na BTL 2015 – Bolsa de Turismo de Lisboa. A Praça da República, a Praça das Galinhas e o Largo do Neptuno, bem no centro da cidade, terão tapetes de azulejo com cerca de dois metros de largura. E não serão azulejos quaisquer. A autarquia estabeleceu uma parceria com a Recer que desenvolveu um novo material mais resistente ao desgaste e que não é escorregadio para quem o pisa. Nesses novos azulejos serão pintados padrões da azulejaria tradicional que combinem com as decorações das fachadas das casas do quarteirão. O atelier dedicado ao azulejo recrutou mais gente para trabalhar no projecto que deverá estar concluído no primeiro semestre deste ano. O investimento ronda os 150 mil euros.

Ovar quer promover um património edificado valioso e quer também que os azulejos não sejam apenas elementos estáticos, mas que tenham poder para uma reinterpretação lúdica e contemporânea não muito habitual, de forma a mostrar que a ocupação do espaço público também pode ser feita com imaginação.

Há mais objectivos agregados a esta mudança estética no chão da cidade. “O projecto insere-se numa estratégia global de promoção e valorização do azulejo. Pretendemos também dinamizar o centro da cidade que fica deserto sobretudo no período pós-laboral e ao início da noite”, adianta ao PÚBLICO o presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro. Não são só os azulejos que vão tornar o local diferente, a estratégia é mais abrangente e integra espaços comerciais e esplanadas para captar gente e dinamizar o próprio comércio local. Em tudo isso, o autarca sublinha a sustentabilidade, a criatividade, a criação de condições para uma vivência cívica e cultural, um impulso para a economia, a valorização da identidade e de um património que está à vista de toda a gente. “Com este projecto, consolidamos uma das imagens de marca do nosso concelho”, sublinha, revelando que foi estabelecida uma parceria com a Recer “que desenvolveu um material especificamente para este fim”. Os tapetes de azulejo serão única e exclusivamente para peões. No entanto, o projecto, tal como está desenhado, não inviabiliza a circulação automóvel no coração da cidade. “Não obriga necessariamente a que isso aconteça”, garante Salvador Malheiro.

A promoção de Ovar como cidade-museu do azulejo e a criação de programas específicos que incentivem a utilização desse revestimento são duas das iniciativas que constam no plano de acção municipal, delineado para o actual mandato autárquico, e que ganham forma com uma rua de azulejos que abraça um quarteirão. Além do azulejo, Ovar está esta semana na Bolsa de Turismo de Lisboa para divulgar as principais imagens de marca do seu território, nomeadamente o conhecido pão-de-ló, o Carnaval vareiro que este ano teve casa cheia e terá batido o recorde de receita, a tradição de cantar os reis pelas dezenas de trupes, as procissões quaresmais e o seu património natural à beira-mar plantado.






O nosso stand na BTL 15 está mais ou menos assim....Está Giro! Apareçam hoje a partir das 14:00H na FIL em Lisboa (pavilhão 2 Stand 2B08) para a apresentação da Rua do Azulejo. Grande trabalho Alexandre Rosas!

AS 7 MARAVILHAS DESAPARECIDAS DO PORTO (7)

 

Mosteiro de São Bento de Ave-Maria (1518-1894)

Mandado construir em 1518 por D. Manuel I, o mosteiro, de imponente arquitectura manuelina, tinha fachada para sul, onde se destacava a porta lateral da igreja e a entrada para o claustro. A norte ficavam dormitórios, cozinhas e despensas. Chegou a albergar 300 pessoas. O mosteiro sofreu muitas alterações ao longo dos séculos, nomeadamente na sequência do violente incêndio de 1783 que obrigou à construção de uma nova igreja, em estilo barroco.

Com a vitória do Liberalismo em Portugal, foram extintas as ordens religiosas, tendo o mosteiro ficado devoluto em 1892, após a morte da última freira. Os claustros foram prontamente demolidos e, alguns anos mais tarde, a mesma sorte teria a igreja anexa, com fachada para a rua do Loureiro. No lugar do antigo mosteiro foi erguida a estação ferroviária de São Bento, inaugurada em 1916, com projecto do arquitecto Marques da Silva. O espólio do mosteiro foi repartido por vários locais. Algumas imagens, alfaias, paramentos e o próprio órgão da antiga igreja podem ser hoje encontrados na nova igreja de São Martinho de Cedofeita.

 

Café Rialto (1944-1972)

Inaugurado em Dezembro de 1944, no rés do chão do chamado "arranha-céus" projectado por Rogério de Azevedo, o Café Rialto foi concebido por Artur Andrade, o arquitecto do cinema Batalha. Contava com murais de Abel Salazar, Dordio Gomes e Guilherme Camarinha. Era frequentado por gente da cultura, da literatura e da arte. Nas décadas de 1950-60, foi local de reunião de uma geração de poetas contestatária do Estado Novo – António Rebordão Navarro, Egipto Gonçalves, Daniel Filipe, José Augusto Seabra, Luís Veiga Leitão e Papiniano Carlos – responsável pela edição da revista de poesia "Notícias do Bloqueio".

Encerrado em 1972, o espaço do antigo café Rialto é actualmente ocupado por uma dependência bancária, no piso térreo, e por um clube de bancários, na cave. Ainda se conservam dois dos frescos que decoravam o antigo café.

 

Estádio das Antas (1952-2004)

Construído para substituir o campo da Constituição, o "estádio do Futebol Clube do Porto", na designação oficial, ocupava 63.220 m2, tendo inicialmente capacidade para 44 mil espectadores, distribuídos por três bancadas – duas superiores e uma lateral. O lado leste do campo não tinha bancada, sendo chamado porta da Maratona. O estádio foi inaugurado em 1952, numa pomposa cerimónia que contou com a presença do então presidente da República, Craveiro Lopes. Dez anos após a inauguração, o recinto foi dotado de iluminação eléctrica e, em 1976, foi construída uma bancada ao longo da lateral leste do campo, acrescida de um segundo anel – a arquibancada –, aumentando a capacidade do estádio para 65 mil lugares. Em 1986, o rebaixamento do campo permitiu alcançar o máximo de capacidade: 95 mil lugares. Na década seguinte, a melhoria de condições de conforto e de segurança ditaram a redução para 55 mil lugares.

Com a inauguração do estádio do Dragão em Novembro de 2003, o velho estádio das Antas acabou por ser demolido em Março e Abril de 2004. Nos 52 anos de existência, no estádio das Antas, o FC Porto sofreu 80 derrotas, empatou 119 vezes e venceu 803 jogos.


 

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[Ed. "Le Temps Perdu", col. "Porto Desaparecido", n.º 67]

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

AFINAL, QUAL É A FUNÇÃO DO REI ?






Na Monarquia Constitucional (ou Parlamentar) a separação entre o Estado, que é permanente, e o Governo, que é transitório, é indiscutível. O Rei é o Chefe do Estado; o Primeiro Ministro é o Chefe do Governo.

O Rei não governa: ele é o moderador e um árbitro neutro, isento, colocado acima das lutas partidárias e da influência dos grupos económicos. O Rei não pensa na próxima eleição, mas na próxima geração. E cuida de educar seu filho para sucedê-lo no trono.

O Monarca (Imperador ou Rei) é o fiel da balança e o fiscal do povo junto ao Governo. Sendo apartidário, convive facilmente com um Primeiro Ministro socialista, como ocorre na Espanha e na Suécia, ou com um Chefe de Governo conservador, como na Inglaterra.

Nós queremos um Rei para nos defender do Governo. Queremos um Parlamento forte e responsável. Porém um Primeiro Ministro descartável. Se ele deixar a desejar, se for ruim, não teremos de aguentá-lo por quatro ou cinco anos. Muda-se o Primeiro Ministro, mas o povo continua no poder através do Rei.

E para se mudar o Governo, não é preciso nenhum golpe de Estado e, menos ainda, uma revolução.


AICEM | DIA NACIONAL DA JUVENTUDE DE TIMOR | DR. PAULO MORAIS


AS 7 MARAVILHAS DESAPARECIDAS DO PORTO (6)

 

Estação de Cadouços (c.1878-c.1920)

No seu percurso entre a rotunda da Boavista e Matosinhos, a "máquina" fazia uma paragem prolongada em Cadouços, na Foz do Douro, para abastecimento de água, aí existindo um restaurante de apoio.

Anteriormente à estação da "máquina", durante a época balnear, neste local foi montado um circo e, por um breve período, também uma praça de touros. No edifício da estação funcionou também o Clube de Cadouços, com orquestra privada e acesso restrito, bem como um popular restaurante.

Alguns anos após a extinção da linha da "máquina", a estação de Cadouços acabou por ser demolida. O edifício ficava sensivelmente no actual local de confluência da rua do Monsenhor Manuel Marinho com o largo do Capitão Pinheiro Torres de Meireles.

 

Quarteirão em frente à Sé (séc. II a.C.?-1940)

O topo aplanado do morro da Pena Ventosa (ou da Sé) foi o berço do burgo portuense. Aqui foi erguida a Sé, no local de uma ermida anterior, e se desenvolveu um denso casario. Aqui se localizava a antiga cadeia do bispo, a casa armoriada do conde de Castelo de Paiva e uma série de arruamentos de feição medieval, entre os quais, as ruas das Tendas, do Faval e da Francisca e o largo do Açougue.

Por razões estéticas, todo o quarteirão foi inteiramente demolido em 1939-40 para abertura do amplo terreiro da Sé, a tempo das Comemorações dos Centenários de 1940.

Salvaram-se a capela de Nossa Senhora de Agosto (ou dos Alfaiates) que foi reconstruída em 1953 na confluência das ruas do Sol e de São Luís; e uma casa-torre medieval que foi desmontada e recriada alguns metros mais ao lado, com acrescentos de feição gótica, hoje conhecida como torre de D. Pedro Pitões.

 

Porta Nova (1522-c.1870)

Foi construída por ordem de D. Manuel I, em substituição do anterior postigo da Praia das muralhas fernandinas. Era também conhecida como porta Nobre, porque era por ela que entravam os mais altos dignitários que demandavam a cidade, após terem atravessado o rio vindos de Gaia ou aportado na já desaparecida praia de Miragaia. Ao lado da porta foi erguido um fortim de forma redonda. A porta Nova dava acesso ao interior da cidade através da rua dos Banhos.

Em 1869-71, as necessidades urbanísticas originadas pela construção do edifício da Alfândega Nova, em Miragaia, ditaram a demolição da porta Nova, assim como de dez arruamentos (ruas da Ourivesaria, da Munhota, das Boas Mulheres do Mester, do Calca-Frades, da Fonte da Rata, da Rondela, dos Banhos, entre outras) e mais de duzentos prédios.

É possível que a porta Nova e o fortim que lhe estava adossado não tenham sido inteiramente demolidos mas apenas soterrados, visto a actual rua Nova da Alfândega se encontrar a uma cota bastante superior. 


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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

EL-REI DOM DINIS - A JUSTIÇA, MOTOR DA PROSPERIDADE

 
 Custa tanto ver 40 anos tão bem aproveitados nos séculos XIII-XIV e tão malbaratados nos séculos XX-XXI


El-rei D. Dinis governou de 1279 a 1325. A sua prioridade foi a organização do país. Mandou lavrar um considerável acervo de leis aplicáveis à generalidade do território - por oposição à dispersão normativa própria da Idade Média - e ordenou a compilação de leis avulsas e a sistematização do direito consuetudinário municipal.

Uma leitura dessa legislação detecta a preocupação com tudo aquilo que hoje dizemos ser o direito processual, ao qual começou a ser dado um peso tão importante como ao direito substantivo. Essa preocupação era, em concreto, a de dotar a administração do Estado de modos uniformes de proceder, com o que se igualizam os direitos dos cidadãos e estrangeiros, mas também a de centralizar e reforçar o poder régio.

Foi grande a preocupação, nesses 40 anos, de dotar Portugal de normas legais gerais e abstractas que, dentro da mundividência medieval e sem beliscar a estrutura da sociedade existente, garantissem a maior igualdade possível entre cada estalão de "iguais".

D. Dinis disciplinou os modos de proceder dos juízes, dos persoeiros e dos vozeiros, que é como quem diz dos magistrados judiciais, procuradores e advogados. Criou ainda os corregedores, magistrados que representavam a coroa em cada comarca, levando a presença do poder real para além dos domínios próprios da coroa, lançando as bases de uma rede de justiça uniforme e "distante" dos poderes locais, que se acreditava não resistirem a tentar influenciar os julgadores.

Sábio organizador do Estado, D. Dinis usou como principal instrumento de governo a primeira verdadeira reforma do sistema judicial, e fê-lo por constatar que essa era a melhor forma de garantir o próprio poder do soberano: um poder meramente "formal" sobre os súbditos, como acontecia em todo o mundo feudal, dava espaço ao surgimento de poderes intersticiais e à corrupção dos princípios e regras que se desejavam uniformes. Uniformidade de processos e procedimentos era a melhor forma de moralizar a realização da justiça!

No que à legislação criminal respeitava, vigorava um sistema de penas pecuniárias para a prática de crimes, as chamadas coimas, cuja aplicação não afastava a aplicação da sanção física ao caso cabível. 

Fiscalmente, o crime compensava a colectividade.

Por fim - não só manifestação de humanidade, mas também de preocupação económica -, iniciou-se um processo de substituição das penas de morte e de encarceramento por penas de degredo para terras raianas: assim se povoava o território e se garantia o seu aproveitamento económico.

Como todas as reformas exigem fundos, D. Dinis recorreu à exploração intensiva de minérios e madeira, o que levou a incrementar relações comerciais, nomeadamente com Inglaterra, e fundar aquilo que viria a ser a Marinha portuguesa. Impulsionou o comércio, autorizando e potenciando a realização de feiras, para tanto reduzindo impostos: ganha-se mais cobrando muitas vezes pouco do que poucas vezes muito!

Como se tudo não bastasse, foi um dos mais cultos homens do seu tempo, tendo criado em 1290 os Estudos Gerais, gérmen da universidade portuguesa.

Custa tanto ver 40 anos tão bem aproveitados nos séculos XIII-XIV e tão malbaratados nos séculos XX-XXI.


Publicado por Saragoça da Matta (Advogado)
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AS 7 MARAVILHAS DESAPARECIDAS DO PORTO (5)

 

Solar dos Duques de Lafões (séc. XV (?) – c.1948)

Situado no largo do Corpo da Guarda, pertenceu à família dos condes de Miranda, marqueses de Arronches e duques de Lafões. Foi nas cavalariças deste solar que, em 15 Agosto de 1760 (ou, segundo outros autores, a 15 de maio de 1762), foi inaugurado o primeiro teatro lírico da cidade do Porto e, possivelmente, de Portugal, desenhado por João Glama Ströberle.

O solar, bem como todo o casario do largo do Corpo da Guarda, foi completamente arrasado para abrir caminho à avenida da Ponte, oficialmente designada por avenida de D. Afonso Henriques, construída em 1950-54.

 

Real Teatro de São João (1794-1908)

Edificado em 1794 por determinação de Francisco de Almada e Mendonça, com projecto do arquitecto italiano Vicente Mazzoneschi, o Real Teatro de São João foi inaugurado com a comédia "A vivandeira" a 13 de maio de 1798, assinalando o aniversário do príncipe D. João (futuro D. João VI). A sua estrutura interior era semelhante à do teatro de São Carlos, em Lisboa, seguindo o modelo dos teatros italianos.

Foi vítima de um violento incêndio em 11 de Abril de 1908 que, apesar de não ter causado vítimas humanas, o destruiu completamente. O edifício que lhe sucedeu – e que persiste até aos dias de hoje – foi inaugurado em 1920, com projecto do arquitecto Marques da Silva.

 

Arco de Sant'Ana (séc. XIV-1821)

Anteriormente designada por "portal", era uma das quatro portas da muralha primitiva que foi rebaptizada no séc. XVI, aquando da colocação de uma imagem da mãe de Nossa Senhora. Era uma porta estreita e alta, local de passagem do principal acesso da Sé à zona ribeirinha e mercantil da cidade.

Acabou por ser demolido em 1821, para construção de um prédio de habitações. Do velho arco actualmente pouco mais sobrevive do que uma porta, de origem setecentista, que permitia o acesso ao nicho localizado por cima do arco, onde estava originalmente a imagem de Santa Ana com a Virgem e o Menino. O "Arco de Sant'Ana" foi imortalizado pela obra homónima de Almeida Garrett.


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[Ed. "Le Temps Perdu", col. "Porto Desaparecido", n.º 67]