Projecto valoriza elemento característico do concelho e pretende dinamizar comércio local.
Ovar ostenta o estatuto de cidade-museu do azulejo com orgulho e
vaidade. É um museu sem portas, paredes ou telhados. É um museu ao ar
livre construído por fachadas azulejares de muitas casas revestidas com
pedacinhos de cerâmica de várias cores e padrões. Também não é por acaso
que tem em funcionamento o Atelier de Conservação e Restauro de
Azulejo, sob alçada municipal, para preservar a tradição, ou desenvolver
iniciativas em que esses quadradinhos pintados são o centro das
atenções de miúdos e graúdos. O azulejo faz parte da identidade de Ovar
e, neste momento, trabalha-se num projecto para que esses quadradinhos
sejam colados ao chão.
Rua do Azulejo é o nome de um projecto inovador
que a Câmara de Ovar e a FAT – Future Architecture Thinking apresentam
nesta quarta-feira, a partir das 15h00, na BTL 2015 – Bolsa de Turismo
de Lisboa. A Praça da República, a Praça das Galinhas e o Largo do
Neptuno, bem no centro da cidade, terão tapetes de azulejo com cerca de
dois metros de largura. E não serão azulejos quaisquer. A autarquia
estabeleceu uma parceria com a Recer que desenvolveu um novo material
mais resistente ao desgaste e que não é escorregadio para quem o pisa.
Nesses novos azulejos serão pintados padrões da azulejaria tradicional
que combinem com as decorações das fachadas das casas do quarteirão. O
atelier dedicado ao azulejo recrutou mais gente para trabalhar no
projecto que deverá estar concluído no primeiro semestre deste ano. O
investimento ronda os 150 mil euros.
Ovar quer promover um
património edificado valioso e quer também que os azulejos não sejam
apenas elementos estáticos, mas que tenham poder para uma
reinterpretação lúdica e contemporânea não muito habitual, de forma a
mostrar que a ocupação do espaço público também pode ser feita com
imaginação.
Há mais objectivos agregados a esta mudança estética
no chão da cidade. “O projecto insere-se numa estratégia global de
promoção e valorização do azulejo. Pretendemos também dinamizar o centro
da cidade que fica deserto sobretudo no período pós-laboral e ao início
da noite”, adianta ao PÚBLICO o presidente da Câmara de Ovar, Salvador
Malheiro. Não são só os azulejos que vão tornar o local diferente, a
estratégia é mais abrangente e integra espaços comerciais e esplanadas
para captar gente e dinamizar o próprio comércio local. Em tudo isso, o
autarca sublinha a sustentabilidade, a criatividade, a criação de
condições para uma vivência cívica e cultural, um impulso para a
economia, a valorização da identidade e de um património que está à
vista de toda a gente. “Com este projecto, consolidamos uma das imagens
de marca do nosso concelho”, sublinha, revelando que foi estabelecida
uma parceria com a Recer “que desenvolveu um material especificamente
para este fim”. Os tapetes de azulejo serão única e exclusivamente para
peões. No entanto, o projecto, tal como está desenhado, não inviabiliza a
circulação automóvel no coração da cidade. “Não obriga necessariamente a
que isso aconteça”, garante Salvador Malheiro.
A promoção de Ovar
como cidade-museu do azulejo e a criação de programas específicos que
incentivem a utilização desse revestimento são duas das iniciativas que
constam no plano de acção municipal, delineado para o actual mandato
autárquico, e que ganham forma com uma rua de azulejos que abraça um
quarteirão. Além do azulejo, Ovar está esta semana na Bolsa de Turismo
de Lisboa para divulgar as principais imagens de marca do seu
território, nomeadamente o conhecido pão-de-ló, o Carnaval vareiro que
este ano teve casa cheia e terá batido o recorde de receita, a tradição
de cantar os reis pelas dezenas de trupes, as procissões quaresmais e o
seu património natural à beira-mar plantado.
O nosso stand na BTL 15 está mais ou menos assim....Está Giro! Apareçam
hoje a partir das 14:00H na FIL em Lisboa (pavilhão 2 Stand 2B08) para a
apresentação da Rua do Azulejo. Grande trabalho Alexandre Rosas!
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