Passou um dia... Já então se trocavam acusações e se depurava. Quão singular e monotonamente se repetem os factos históricos!
Exemplifiquemos: em 1903, Emídio Navarro, um influente político da
Bairrada, pedia, furioso, explicações a El-Rei D. Carlos ao saber o seu
nome preterido da lista de novos pares do Reino, por alegada indicação
de Sua Majestade. O que fora um Seu grande entusiasta assim se
transfigurava num repentino assanhado inimigo.
Já em tempos recentes testemunhei a metamorfose de um ou outro menino,
com pezinhos de moço-fidalgo levando aos seus lugares os convidados, no
casamento de SAR o Senhor D. Duarte, agora denodados defensores de
rocambolescas alternativas dinásticas! Eles lá saberão porquê...
Na sua obra ímpar - D. Carlos - Rui Ramos sustenta que o
monarca e o Príncipe Real morreram às mãos dos republicanos e dos
dissidentes. Aqueles conhece-se bem quem são; estes, nem tanto. Há-os
até tentando colar Sua Majestade a cenários perfeitamente descabidos.
Vale tudo e tudo cabe debaixo do manto imenso do Senhor D. João VI, no
qual se supunha Ele envolto e sepulto.
El-Rei morreu barbaramente assassinado. Mas sem a sofisticação com que
hoje se escavaca um Ideal. Decerto porque entre instigações e
cumplicidades, há um século como actualmente, a Maçonaria semeia, colhe e
goza os réditos do seu labor.
João Afonso Machado
Fonte: Corta-fitas
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