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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quinta-feira, 19 de março de 2015

O 212º ANIVERSÁRIO DO COLÉGIO MILITAR

 
“É assim que, por mais que espíritos desorientados tenham querido obliterar as tradições d’honra do Exército, a profissão entre todas, nobre, foi, é, há - de ser sempre, a militar…”
Mouzinho de Albuquerque
 
Caso não tivéssemos presenciado, teríamos percebido pelo silêncio da Comunicação Social, de que as cerimónias comemorativas do aniversário, em título, tinham corrido bem.
 
Mas fomos a algumas das muitas iniciativas levadas a cabo, com as quais a Direcção do Colégio e a Associação dos ex-alunos fazem gala em comemorar o evento.
 
De facto no passado dia 8 de Março (apesar do aniversário ser a 3) entendi ir vivificar o corpo e retemperar o espírito: fui visitar outro país que ainda existe dentro do meu país.
 
Um “país” que não passa a vida a fazer greves; que não exige direitos, sem os deveres correspondentes; que não se dilacera partidariamente numa “guerra civil” permanente; onde as recomendações da Comissão Nacional da Educação ainda não se aplicam; onde não existem “direitas” nem “esquerdas”, onde a corrupção não impera, etc., e onde se trabalha naturalmente, tentando fazer melhor amanhã do que hoje.
 
Apesar - é de realçar - dos disparates ministeriais avulsos, acompanhados da aparente demissão de algumas chefias militares, relativamente à defesa institucional dos Colégios Militares, cujo exemplo mais grave tem a ver com o criminoso encerramento do centenário Instituto de Odivelas.
 
Chefias militares que se olvidaram de que são os descendentes e herdeiros dos antigos Condestáveis da Nação.
 
A estas cerimónias, sobretudo ao desfile do Batalhão Colegial, na Avenida da Liberdade e à Missa, em S. Domingos, deveria assistir todo o Parlamento.
 
Só lhes fazia bem lobrigarem o garbo imperturbável daquele “Corpo de Alunos”, desfilando avenida da Liberdade abaixo – eles que são um garante da nossa liberdade, presente e futura; a camaradagem esfuziante dos ex-alunos, saudosos dos tempos passados; o entusiasmo das famílias e amigos e à alegria de todos - até os turistas que passam ganham um bónus extra, ficando de olhos esbugalhados a olharem para o que se passa!
 
Seguramente que a maioria dos nossos deputados não entenderia muito do que, por graça de Deus, lhes seria dado ver, mas estou certo que não se lhes negaria a caridade das explicações necessárias.
 
Talvez ganhassem uma nova postura quando regressassem ao Parlamento…
 
Verificariam que a cerimónia começou a horas, que o cerimonial é tradicionalmente mantido segundo das regras da ordenança, e também vislumbrariam aqui e ali, cidadãos que apanhados no meio dos eventos, não se sabem comportar perante uma formatura militar nem respeitam os símbolos nacionais, neste caso a bandeira e o hino, não mantendo uma atitude respeitosa em face deles.
 
Ora respeitar os símbolos nacionais é dever de todos, onde não se aplica o livre alvedrio e que deve estar sujeito a sanções adequadas. Um âmbito que devia constituir especial interesse para a agora chamada “Casa da Democracia”.
 
E é o Estandarte Nacional com a divisa camoniana “Esta é a ditosa Pátria minha amada”, à guarda do Colégio Militar – por sinal um dos mais condecorados do país – que rompe a marcha aos ombros do aluno nº198/2007, José Pedro Ribeiro Gomes, a quem foi confiada essa Honra.
 
Honra extensiva a todos os Alferes Porta-Estandarte, das Forças Armadas Portuguesas e que representam a “reencarnação” actual de Duarte de Almeida, “o decepado”, porta - bandeira na Batalha de Toro, em 1 de Março de 1476, que golpeado sucessivamente, lutou heroicamente, para evitar que o sagrado símbolo lhe fosse sacado ou derrubado.
 
Desde então que, aos sucessores na função, lhes é relembrado este exemplo. Assim deve continuar a suceder.
 
Exemplo que, aos deputados da Nação, que supostamente representam o povo português, deve merecer, também, ponderada meditação.
 
É certo que o alinhamento das diferentes companhias de alunos não foi perfeito, quiçá milimétrico, como nas paradas orientais. Mas tem que se ter em conta que não estamos a falar de profissionais, nem tão pouco aqueles marcham em fileiras abertas com frente de seis…
 
Concedo que não conseguia ver refletida a minha cara no lustro de todos os sapatos dos uniformes, mas levo isso à conta da cada vez mais diminuta verba distribuída às FA, o que já se deve refletir na falta de escovas e na graxa; mas já me preocupa o ter vislumbrado alguma ferrugem em muitas baionetas. Afinal nós nunca sabemos quando vamos precisar delas!
 
Enfim, e numa palavra, continua a ser a unidade militar que melhor desfila em Portugal (bom, a Academia Militar, no meu tempo, fazia-lhes concorrência…)!
 
Encerra a formatura a “Escolta” a cavalo, em galope curto – o clímax do evento.
 
Salienta-se que esta “Escolta”, juntamente com a “Reprise” de Mafra, o ensino de equitação na Academia Militar e o Ex - Regimento de Cavalaria (recuso-me a soletrar o novo nome que lhe deram), da GNR, são o que resta de todas as tradições equestres do Exército Português…
 
Muitas mentes questionam-se se lidar com armas é próprio para menores.
 
Poderia responder simplesmente que, sendo o Colégio Militar, uma unidade militar, não faria sentido algum que o uso de armamento estivesse afastado do seu quotidiano; mas não quero deixar de defender que tal “convívio” só lhes faz bem, pois desde novos aprendem a usar e a respeitar uma arma, tendo o enquadramento, a disciplina e a instrução adequada para tal.
 
Por último, aprendem a utilizar as armas no sentido do Bem, pois as armas não são em si, boas ou más: a mão que as manuseia é que o pode ser!
 
O batalhão destroça no Largo de São Domingos e, enquanto os acompanhantes se quedam em algazarra, confraternização, gritos de “zacatrás” e alguma ginjinha, as cerimónias prosseguem na nunca reconstruída, mas lotada, Igreja de S. Domingos, onde casaram reis e de onde se contempla Lisboa desde há sete séculos.
 
Presidiu o novo Bispo das Forças Armadas e de Segurança, D. Manuel Linda, a quem saúdo, nesta primeira aparição pública que presenciei e em que esteve feliz, por abordar na sua homilia temas importantes de forma equilibrada. Também, por seguramente ter tido uma agradável surpresa com o que, por mercê do Senhor, lhe foi dado presenciar.
 
A missa acaba por ser uma mistura de cerimónia religiosa, de acção de graças, adornada de todo o cerimonial militar correspondente, à mistura com um toque distintivo da matriz cultural da grande família colegial.
 
De tudo resultando o encontro de gerações, a renovação com a perenidade; a plenitude da alma, a unidade telúrica de um todo.
 
O Colégio Militar – os colégios militares – são pois Instituições verdadeiramente nacionais, que formam portugueses, nos diferentes níveis do seu ser.
 
São seiva da Nação e, se não estiver enganado, poderemos vê-los sempre na linha da frente, ou na derradeira linha da Defesa e desenvolvimento do País.
 
Não é pois de estranhar, que os queiram deitar abaixo…
 
Parabéns por mais um aniversário. E contem muitos, pois enquanto existirem Portugal vai ter alguma dificuldade em desaparecer.
Ten. Cor. João Brandão Ferreira

Fonte: O Adamastor

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