No dia 2 de Março de 1894 disputou-se o primeiro clássico de futebol
em Portugal entre uma equipa da Cidade Invicta e outra da Capital. O
jogo do recém-introduzido desporto realizou-se no Campo dos Ingleses –
assim chamavam ao Campo do Oporto Criket and Law-Tennis Club -, no Campo
Alegre, no Porto. Às 15h15m começou o chamado «match» entre o Foot-Ball
Club do Porto e o Foot-Ball Club Lisbonense.
A 2.ª parte do jogo contou com as Reais Presenças de Suas Majestades
os Reis Dom Carlos I e Rainha Dona Amélia de Portugal assim como de Suas
Altezas Reais o Príncipe Real Dom Luís Filipe e o Infante Dom Manuel,
que muito foram vitoriados pela multidão, proveniente das colónias
balneares da Foz do Douro, de Matosinhos e de Leça da Palmeira, que
acolheu a ver o jogo.
Recorde-se que o Foot-Ball Club do Porto, cujo primeiro campo de
treinos se situava em Matosinhos, foi fundado, em 28 de Setembro de
1893, no dia dos aniversários natalícios de SS.MM.
Fidelíssimas El-Rei Dom Carlos I de Portugal e Rainha Dona Amélia, por
iniciativa do monárquico António Nicolau D’Almeida, um jovem comerciante
de Vinho do Porto e mais tarde vitivinicultor de grande prestígio
(produtor do célebre vinho Barca Velha), que descobriu o futebol nas
suas viagens a Inglaterra.
Logo no jogo de inauguração, acima referido – o entusiasmo pelo match
foi óbvio, e o clássico entre as duas equipas supracitadas foi apenas o
3.º jogo oficial realizado no País.
Sobre a História do Futebol e a sua difusão em Portugal não vale a
pena dizer mais nada, pois tornou-se o Desporto-Rei! Rei, sempre um Rei
ou Rainha, pois na iconografia popular não há lugar à terminologia
republicana: como seria estranho escutar a expressão o
‘Desporto-presidente’. Só faz sentido haver um Desporto-Rei e um Rei do
Desporto, uma disciplina Rainha; é algo natural atribuir a tudo que se
destaca desmedidamente numa determinada área desportiva e, também,
artística e cultural, um título “real”, porque no âmago todos somos
monárquicos. Não haveria nexo em outorgar a figuras desta envergadura
outro rótulo que não fosse de tal grandeza.
Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica
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