O verdadeiro dever de memória, para além de fantasias, é transmitir aos mais novos o culto e amizade pelos heróis da Pátria
Recebi esta semana um correio electrónico do ilustre Advogado, Alexandre Lafayette, dando-me conta das suas diligências ‘in extremis’ para impedir que fosse vendida a casa de família do Tenente-Coronel Marcelino da Mata através do Tribunal de Sintra.
Sendo certo que nem um Herói de Portugal pode estar acima do cumprimento
da lei, importa neste caso contextualizar o assunto e actuar como nos
for possível. Devendo-se, porém, lembrar o muito que Portugal deve a
Marcelino da Mata e que, seguramente, está muito para lá de uns míseros
milhares de euros.
A dívida que motivou tal processo, à Caixa Geral de Depósitos (CGD),
resulta da falta de pagamento de um empréstimo contraído por uma
patrícia do Tenente-Coronel Marcelino da Mata, no qual com a
generosidade e grandeza que o caracterizam acedeu a ser o avalista,
apondo a sua assinatura num papel que eventualmente nem leu e que
assinou com a ligeireza de quem bebe um copo de água. Marcelino da Mata
não trai nem nunca traiu e as traições não fazem parte do seu
imaginário.
Como nem sempre os grandes homens são necessariamente grandes juízes de
carácter, a Senhora sua conterrânea desapareceu para parte incerta
(consta que terá ido para o Reino Unido), e o nosso bom amigo, passou a
responder por uma dívida que não contraiu mas avalizou.
Da dívida real (ou seja de capital não pago) de 1.608,15 euros,
conseguiram os agiotas dos nossos tempos – as denominadas instituições
bancárias –, fazê-la subir até aos 57.800 euros, valor que estava
manifestamente errado porque a CGD já havia recebido o produto da venda
de um imóvel da “amiga da onça” do nosso amigo Marcelino da Mata. Ainda
assim, fruto do intenso e dedicado labor do nosso muito prezado Dr.
Lafayette, a contestação levou a apuramento de um valor de “apenas”
35.609,39 euros. Dando de barato (sem nenhuma convicção, porém) que para
uma dívida de 1.608,15 euros, juros de 29.501,23 euros serem uma
manifesta indignidade, para não dizer muito pior (a que acrescem 4.500
euros de despesas processuais e judiciais…), igualmente o entendeu o
Ilustre causídico que contestou a exorbitância do montante dos juros
solicitando uma redução de cerca de 50 por cento, para aproximadamente
14.000 euros, e o pagamento mensal de 600 euros, que já se iniciou, para
pagamento de divida.
A CGD, porém (sem qualquer consideração pelo visado, aliás como nunca a
manifesta por ninguém), só admite um ajuste da importância global se se
“apresentar uma proposta que vise a entrega de um montante único, com
pagamento imediato”.
Pretende assim o Dr. Alexandre Lafayette apresentar à CGD uma proposta
de pagamento único e global, que determine o arquivamento do processo,
no montante de 20.000 euros.
Porém o nosso amigo Marcelino da Mata, até há bem pouco tempo verdadeira
muleta de tantos dos seus patrícios, tem a sua conta bancária a zeros…
Importa pois que todos quantos sentimos o muito que devemos a homens do
calibre de Marcelino da Mata que façamos uma colecta para juntar os
20.000 euros, quantia que permitirá arrumar este assunto e sacudir os
problemas que afligem Marcelino da Mata e a sua família. O apuramento
desta quantia permitiria que poupasse cerca de 15.000 euros. Se tal não
logramos o Dr. Lafayette terá de negociar com a CGD o pagamento em
prestações dos 35.609,39 euros, a que acrescerão as despesas do contrato
que tiver que ser celebrado com a CGD, disto resultando um encargo
mensal de cerca de 750 euros, a deduzir à pensão de reforma do veterano
de guerra, já que a CGD não aceita um mútuo por período superior a cinco
anos porque o nosso Tenente-Coronel já tem 75 anos de idade. Importa
acrescentar que tal empréstimo para amortizar a dívida, que era da
“amiga da onça”, implica hipotecar o andar do nosso Amigo e da sua
família.
Por tudo quanto este Herói fez por Portugal, cabe-nos a todos nós o dever de o ajudar, e à sua família, a superar esta provação.
Foi aberta uma conta para resolver o problema do Tenente-Coronel
Marcelino da Mata o seu NIB é o seguinte: 0019 0042 0020 0022 3090 9,
contamos evidentemente com todos os Portugueses de bem, isentando de participação todos quantos, activa ou passivamente, contribuíram para as suas sessões de tortura após o 25A.
Fonte: O Diabo
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