Nascia numa Europa que senhoreava o Mundo, mas aos 15 anos, contra as
expectativas, mas talvez por aconselhamento do Marquês de Sá da
Bandeira, Presidente do Conselho de Ministros que considerou importante
uma aliança com Itália, o Rei Dom Luís I de Portugal casou então
primeiro por procuração e depois ratificado, já presencialmente, em
Lisboa, a 6 de Outubro de 1862, com a Princesa D. Maria Pia, segunda
filha do recente Rei de Itália, e a jovem Rainha toma conhecimento com a
realidade do Portugal agitado pelas convenções próprias de um País
saído da guerra civil e depois de umas Invasões francesas que o
delapidaram e fecharam o tecido produtivo nacional, e depois de uma luta fratricida que desembocou numa guerra civil.
Ao lado d’El-Rei Dom Luís I, que realçou a realeza da Sua estirpe com
os preclaros dotes de uma inteligência cultíssima, a Rainha Senhora
Dona Maria participou como figura de frente, com um papel preponderante
na sociedade, na reconstrução de um Reino de Portugal
que emergiu da anarquia que o desmantelava desde 1820. Junto ao Rei de
Portugal, Sua Majestade a Rainha Dona Maria Pia asseguraria a unidade no
seio de um país demasiado dividido por querelas políticas, por
questiúnculas sociais, pelo individualismo dos políticos eleitos, depois
do abandono das utopias doutrinárias, contribuindo de forma indelével
para Portugal completar o seu divórcio com o passado recente, deixar as
ideologias vãs, e desembocar, energicamente, na senda do utilitarismo,
do fomento e do desenvolvimento material e ganhar a estabilidade
necessária para o progresso material e permitir um período tão
interessante da nossa história: ele foi a estrada de macadame, o serviço
postal, o caminho-de-ferro e o fontanário, numa expressão: política prática.
Do matrimónio com o Rei Dom Luís I teve a Rainha Dona Maria Pia dois
filhos: Dom Carlos – Príncipe Real, Duque de Bragança e futuro Rei – e o
Infante Dom Afonso – Duque do Porto e último Condestável do Reino.
Dona Maria Pia gastava avultadas somas de dinheiro na ajuda dos mais
carenciados, quantias que injustamente eram atribuídas para próprio
fausto.
O Anjo da Caridade e A Mãe dos Pobres foram alguns
dos cognomes com que a Rainha Dona Maria Pia foi agraciada pelo seu Povo
Português, consequência da compaixão da pelos mais necessitados e pela
sua entrega às mais diversas causas sociais.
Em jeito de homenagem e reconhecimento à Rainha Senhora Dona Maria,
pelo Seu trabalho para com os mais carentes da sociedade, a Cidade do
Porto, em 1881, ao Palácio dos Serviços do Hospital Para Crianças da Cidade Invicta, dá o nome de Hospital Dona Maria Pia.
Foi mãe extremosa dos seus filhos Manteve-se alheia aos assuntos políticos, excepto aquando da Saldanhada,
em 1870, no qual o Marechal Saldanha sitiou o Palácio da Ajuda,
residência da Família Real, e obrigou o rei a nomeá-lo presidente do
Conselho de Ministros. Lenda ou não ficou na estória uma frase que D.
Maria Pia teria vociferado ao Marechal-Duque: ‘Se eu fosse o Rei, mandava-o fuzilar!’
Com a morte de Dom Luís e após a ascensão ao trono português de seu
filho, o Rei D. Carlos I, já Rainha-mãe, D. Maria Pia adjudica o papel
de protagonista à sua nora, a Rainha Senhora Dona Amélia, e passou a
viver num chalé sito no Estoril. Na menoridade do neto Dom Luís Filipe,
serviu diversas vezes como Regente do Reino durante as visitas oficiais
do seu filho e da nora ao estrangeiro. Após o trágico Regicídio,
derrubada pelo desgosto, retira-se do serviço público e começa a dar
indícios de esclerose. Em 5 de Outubro parte para o exílio com a
restante família real, mas destino diferente: a Família Real Italiana
transborda-a do Yacht Real Amélia e leva-a Sua Majestade de volta ao Piemonte que a viu nascer.
Quase um ano depois do golpe revolucionário que implantou a república
em Portugal, morria no exílio a 5 de Julho de 1911, no seu Piemonte
natal, a penúltima Rainha de Portugal: Sua Majestade a Rainha Dona Maria
Pia. No leito, instantes antes do suspiro final, pediu que a voltassem
na direcção de Portugal, País onde foi Rainha durante quarenta e oito
anos, primeiro como consorte do Rei Dom Luís I, depois como Rainha-mãe
do grande Rei Dom Carlos I.
Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica
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Já estive em dois eventos onde se encontrava, o Duque de Bragança.
ResponderEliminarEm Lisboa e Azeitão numa festa de Berardo - Comendador
Maria Luísa Maldonado (brasão)Adães