Não procuramos nos astros e muito menos nos candidatos ao mais alto e
luxuoso cadeirão republicano – rapados do fundo do tacho deste estado
das coisas -, a resposta aos problemas do País, pois há uma saída
concreta e natural: A MONARQUIA!
Não preconizamos o regresso da Monarquia de Manto, dos punhos de
renda, de librés, de cabeleiras ou perucas similares – a proposta é
séria: que regresse a Monarquia Portuguesa, todos iguais e à cabeça um
Rei com o Poder Moderador para orientar o País, a Alma de Portugal! A
nossa maior força como Povo é a herança colectiva e nada melhor do que
um Rei para encarnar essa memória dos grandes feitos desta tão grande
Nação. Foi com os Reis que se escreveram as primeiras linhas da
Portugalidade, da Epopeia dos Descobrimentos, da Época de Ouro de
Portugal… e até da Era de Prata!
Depois dos primeiros Reis da Primeira Dinastia com Dom Afonso
Henriques à cabeça – que teve essa Ideia de Portugal – com preocupações
marcadamente políticas com a formação e manutenção do território,
confirmadas pelos seus descendentes imediatos -, chega-se ao Reinado de
Dom Dinis, que transforma Portugal num dos mais famosos focos da poesia
europeia da Idade Média! Depois d’O plantador de naus a haver é
com o início da Dinastia de Avis que, de facto, a sociedade portuguesa
sofre a sua maior metamorfose. Para começar a língua portuguesa toma a
sua característica e inconfundível fisionomia que é enriquecida com os
neologismos que advém do contacto com as obras clássicas. Depois ao
serviço do Rei seu Pai e do seu País, o Navegador inicia a descoberta
geográfica do Mundo. Esta empresa dos portugueses é reflexo do paradigma
do Renascimento na medida que o humanismo não se trata apenas de um
ideal de cultura, mas um ideal de pensamento de confiança no Homem. Com
os Descobrimentos, Portugal participa na primeira linha da construção de
um admirável Mundo Novo.
Portugal levou-se ao Mundo e o Mundo foi Português com os seus Reis!
O Monarca tem como função personificar o carácter nacional e dar continuidade à Nação, um Servidor do Povo e do Estado!
O Rei, o intérprete da vontade nacional, sentindo com o Povo, fazendo
seus os problemas do último e dando voz aos seus anseios, e, porque
independente e sem tomar partidos, com o seu Poder Moderador garante a
unidade dentro da diversidade politico-social do País, pelo que é
contraponto à perturbação política e consequentemente a agitação social.
Além do mais, depois, a experiência confirmou o valor da Monarquia
constitucional como uma fonte de travões e contrapesos contra políticos
eleitos que poderiam procurar obter poderes maiores aos atribuídas pela
Constituição e, assim, em último caso, como uma ressalva contra a
ditadura.
Mas além do papel essencialmente político, o Rei tem outro tão ou
mais importante: o de servir o interesse da comunidade, da Grei, isto é,
assegurar o bem da coisa comum, actuar em benefício da res publica.
Também, não é Rei para ter acesso a um estilo de vida luxuoso, mas um
homem que pelo papel que lhe foi reservado pela sucessão hereditária
encarna toda a Nação, que se quer viva, e que por isso nas cerimónias
públicas aparece dignamente como representante da Nação que se deseja o
mais ilustre e brilhante possível. Não com um aparato ao serviço de um
homem que é Rei, mas o Rei ao serviço do cerimonial da Nação, sem
banquetes sardanapalescos mas mantendo a solenidade do Estado quando se
justificar!
A república, essa, não surgiu naturalmente, por vontade do Povo, mas
nasceu manchada pelo sangue dos inocentes e pela golpada revolucionária,
pelo que por defeito de gestação acabará implodindo devorada pelos
parasitas que a consomem, que a sugam!
‘A República já aparecia inquinada, ao nascer, do mal tremendo
que a está afligindo. Na sua constituição haviam intervindo elementos
mórbidos. Cuja acção deletéria difícil será eliminar do seu organismo.
Longe de se ter procurado aniquila-los, alimentaram-nos. Fizeram-lhe o
terreno propício à devastação infalível.’, foi esta a Opinião de um Monárquico, Carlos Malheiro Dias, escrita in ‘Zona dos Tufões’.
E assim vai… a vida republicana, por esse caminho, de mão dada com a
demência e o escândalo dos que vivem dela! Oh, doença… mas reversível!
Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica
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