Em Abril de 1886, 25 anos após o Seu falecimento, abriam-se os apartamentos d’El-Rei Dom Pedro V no Palácio das Necessidades.
O óbito de D. Pedro V consternara profundamente o Povo Português - a
quem dera Esperança e alento, novamente, para se Cumprir Portugal -, e a
Europa monárquica em geral.
Acompanhado dos áulicos, El-Rei Dom Luís I - a quem cumprira reinar depois da morte do amantíssimo irmão
– rodou a chave do quarto de Dom Pedro e foi invadido pelo cheiro a
mofo saído de outra época. Sobre um cabide repousava o manto real do Rei
de cujus afastando qualquer dúvida de quem tinha sido o real ocupante
daqueles aposentos.
Então, Dom Luís dirige-se à secretária do irmão,
começa a abrir as gavetas e resgata do oblívio a sabedoria em forma de
‘Escritos’ d’El-Rei Dom Pedro V.
‘Enquanto qualquer reforma
útil tenha de depender forçosamente de considerações pessoais, as mais
das vezes prejudicialíssimas para o bem público, nunca faremos coisa
capaz, e nunca resolveremos satisfatoriamente as grandes questões
económicas de que depende o nosso bem-estar’; ‘O espírito utilitário do
nosso século abaixa o nível das ideias do homem, e produz a enfeudação
do espírito à matéria.’, escreveu, entre milhares de páginas, El-Rei Dom
Pedro V de Portugal.
Numa escrita quase mecanográfica, pérolas
de sabedoria saíam dos imensos cadernos de Dom Pedro V, pois nunca um
Rei fora tão preparado para reinar, instruído numa noção voluntarista de
governação e em prol do bem da coisa comum. Monarca infatigável e
meticuloso dedicava-se afincadamente no governo do País, estudando com
minúcia as deliberações governamentais propostas e o impacto delas.
Miguel Villas-Boas - Plataforma de Cidadania Monárquica
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