Uma
das primeiras medidas do governo Costa (Afonso), foi a do confisco dos
bens da Casa de Bragança, incluindo estes os bens pessoais de D. Manuel
II, de D. Amélia, de D. Maria Pia e do infante D. Afonso Henriques e os
patrimoniais que faziam parte do único morgadio do país.
Os ingleses ficaram furiosos e enviaram uma seca mensagem ao dito Costa (Afonso), avisando-o de que não aceitariam tal coisa, não se ralando em deixar o "novo regime" empastelar meses a fio sem reconhecimento. Como seria normal, não sendo a república reconhecida por um único Estado, os navios portugueses eram obrigados a deixar os portos nacionais com a coisa da carbonária - o que ainda temos como "bandeira nacional" - e passadas as águas territoriais, logo hasteavam a bandeira azul e branca, impedindo assim serem considerados navios piratas ou qualquer coisa do género. Muito mais tarde, na Paris mergulhada na primeira guerra mundial, em 1916 João Chagas veria com choque e espanto a antiga flâmula esvoaçando nos principais hotéis da capital francesa, prova de que para a maioria dos estrangeiros, a república era uma existência ignorada.
Entretanto, ainda nos finais de 1910, em Lisboa e por intermédio dos seus correligionários a quem foram concedidos pelouros de decisão governamental, o Costa (Afonso) ia fazendo calmamente o seu programa, colocando bens pessoais da realeza deposta em hasta pública, algo que segundo as felizmente existentes más-línguas do costume, terá beneficiado muita gente que lhe era próxima. Como se vê, os actuais maus hábitos têm antecedentes. (VER ABAIXO)
Desapareceram jóias, móveis, quadros, roupa das rainhas e sabe-se lá mais o quê. Inicialmente chegaram ao ponto de pensar em tornar a Ajuda no palácio presidencial, mas a opinião pública não era de fiar, ainda por cima já habituada ao presidente que segundo se dizia em voz embargada de emoção, "era tão sério que ia de eléctrico para Belém, pagava renda pelo uso do Palácio e correspondentes contas de electricidade." Curioso seria sabermos hoje quanto o terá desembolsado por todas esses exotismos: 1$00? 2 ou 3?
Sabe-se o que sucedeu. O novo regime esteve longos meses sem o reconhecimento internacional e a França foi, uma vez mais por sugestão inglesa, o primeiro Estado a fazê-lo. Tal sucedeu após a formal devolução ao rei D. Manuel II, daquilo que hoje em parte forma a Fundação da Casa de Bragança.
Assim estiveram as coisas até ao passamento do monarca, em 1932. Salazar viu então uma oportunidade para liquidar de vez esta questão, apossando-se o Estado do bolo que pelos ingleses lhe fora negado duas décadas antes. Assim tem permanecido este descarado roubo desde então, servindo de coio para todo o tipo de amigos do poder. A segunda república, deixou descendentes.
E não mudará, quanto a isso não tenhamos ilusões.
Os ingleses ficaram furiosos e enviaram uma seca mensagem ao dito Costa (Afonso), avisando-o de que não aceitariam tal coisa, não se ralando em deixar o "novo regime" empastelar meses a fio sem reconhecimento. Como seria normal, não sendo a república reconhecida por um único Estado, os navios portugueses eram obrigados a deixar os portos nacionais com a coisa da carbonária - o que ainda temos como "bandeira nacional" - e passadas as águas territoriais, logo hasteavam a bandeira azul e branca, impedindo assim serem considerados navios piratas ou qualquer coisa do género. Muito mais tarde, na Paris mergulhada na primeira guerra mundial, em 1916 João Chagas veria com choque e espanto a antiga flâmula esvoaçando nos principais hotéis da capital francesa, prova de que para a maioria dos estrangeiros, a república era uma existência ignorada.
Entretanto, ainda nos finais de 1910, em Lisboa e por intermédio dos seus correligionários a quem foram concedidos pelouros de decisão governamental, o Costa (Afonso) ia fazendo calmamente o seu programa, colocando bens pessoais da realeza deposta em hasta pública, algo que segundo as felizmente existentes más-línguas do costume, terá beneficiado muita gente que lhe era próxima. Como se vê, os actuais maus hábitos têm antecedentes. (VER ABAIXO)
Desapareceram jóias, móveis, quadros, roupa das rainhas e sabe-se lá mais o quê. Inicialmente chegaram ao ponto de pensar em tornar a Ajuda no palácio presidencial, mas a opinião pública não era de fiar, ainda por cima já habituada ao presidente que segundo se dizia em voz embargada de emoção, "era tão sério que ia de eléctrico para Belém, pagava renda pelo uso do Palácio e correspondentes contas de electricidade." Curioso seria sabermos hoje quanto o terá desembolsado por todas esses exotismos: 1$00? 2 ou 3?
Sabe-se o que sucedeu. O novo regime esteve longos meses sem o reconhecimento internacional e a França foi, uma vez mais por sugestão inglesa, o primeiro Estado a fazê-lo. Tal sucedeu após a formal devolução ao rei D. Manuel II, daquilo que hoje em parte forma a Fundação da Casa de Bragança.
Assim estiveram as coisas até ao passamento do monarca, em 1932. Salazar viu então uma oportunidade para liquidar de vez esta questão, apossando-se o Estado do bolo que pelos ingleses lhe fora negado duas décadas antes. Assim tem permanecido este descarado roubo desde então, servindo de coio para todo o tipo de amigos do poder. A segunda república, deixou descendentes.
E não mudará, quanto a isso não tenhamos ilusões.
Publicado por Nuno Castelo-Branco, em Estado Sentido
Casa de Bragança guarda lugar para Marcelo
Alberto Ramalheira é o novo presidente da Fundação. Mas o lugar continua à espera do PR quando ele sair de Belém
Marcelo Rebelo de Sousa tem um lugar “vitalício” na Junta da Fundação
da Casa de Bragança e mesmo a presidência do conselho administrativo —
que deixou quinze dias antes de tomar posse em Belém — está à sua
espera. Uma vez cumpridas as funções presidenciais (e durem elas cinco
ou dez anos) Marcelo Rebelo de Sousa voltará a gerir o património do
último rei de Portugal, D. Manuel II, avaliado em cerca de 120 milhões
de euros. “O professor Marcelo está com a actividade suspensa. Um dia,
quando quiser, poderá voltar”, garantiu Natália Correia Guedes,
presidente do órgão máximo que comanda a Fundação.
“O senhor
professor está agora impossibilitado de exercer o cargo por um motivo
mais do que justificado. Quando quiser retomar o lugar, o mais natural é
que a Junta da Fundação o autorize”. As palavras são de Alberto
Ramalheira, actual presidente do conselho administrativo da Fundação Casa
de Bragança. Ou seja, o homem chamado no dia 25 de Fevereiro a
desempenhar o lugar que, até há três anos, pertencia a Marcelo Rebelo de
Sousa. O próprio Presidente da República participou na reunião onde foi
decidido o seu sucessor. O ambiente “foi muito tranquilo e pacífico”,
confirmam alguns dos presentes e, segundo Alberto Ramalheira, Marcelo
Rebelo de Sousa manifestou o desejo de regressar ao lugar vitalício na
Fundação para “assumir em plenitude as suas funções”.
O
ex-responsável pela União das Mutualidades assume, claramente, estar em
regime de substituição. “Devo dizer que esta é uma função que nunca
esperei vir a desempenhar”, explicou ao Expresso, garantindo que
respondeu a “uma necessidade” e “em espírito de serviço, nunca em
espírito de poder”. Quer isto dizer que “o professor Marcelo Rebelo de
Sousa continua a ter o seu lugar em aberto”, garante Alberto Ramalheira.
Pelo novo presidente da Fundação, nem sequer há qualquer obstáculo
administrativo caso o chefe de Estado deseje regressar, após a passagem
por Belém. “Posso sempre pôr o lugar à disposição, para o ceder as
funções”, afirma. Ou “a Junta, tal como me nomeou, pode sempre
desnomear-me” e devolver a presidência a uma personalidade que todos
aplaudem. “Marcelo Rebelo de Sousa, por onde quer que passe, deixa
sempre uma marca”, explica Alberto Ramalheira, sublinhando “a gestão
muito dinâmica e muito atenta” que imprimiu à Fundação. “Foi notável”,
conclui.
Um mundo à parte
A Fundação Casa de Bragança é uma instituição sui generis. É composta por dois corpos sociais, a Junta e o conselho administrativo, e gere um património que inclui o Paço Ducal de Vila Viçosa, extensas propriedades agrícolas e até o Castelo de Vila Viçosa. Criada por Salazar em 1952 para gerir a fortuna deixada por D. Manuel II, integra sete membros da Junta que têm um cargo vitalício, sempre homologado por despacho do ministro das Finanças.
Marcelo
Rebelo de Sousa entrou para a Fundação como vogal da Junta em 1995 e
foi designado presidente do conselho administrativo em 2012, depois da
morte do seu histórico presidente, João Amaral Cabral, que permaneceu
mais de três décadas à frente dos destinos da Fundação e é tio de Rita
Amaral Cabral, namorada do actual Presidente da República.
É a
primeira vez na história da Fundação que um Presidente suspende o seu
mandato. Um facto “extraordinário e inédito”, segundo Alberto
Ramalheira, que de acordo com os estatutos é resolvida internamente,
precisamente pelo grupo restrito de sete membros da Junta, de que
Marcelo Rebelo de Sousa faz parte. A solução encontrada “é perfeitamente
regular, apesar de inédita”, conclui Natália Correia Guedes.
Interessante a tentativa de colagem de Costa (Afonso) a Costa (António). Mas um Rei não pode ser sectário como foi Silva (Cavaco) e reinar apenas para os que lhe agradam ou sejam da sua cor, banalizando e enxovalhando as condecorações do Estado, distribuindo-as por corruptos a seu belo prazer. Um Rei tem de o ser para todos os Portugueses - todos.
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