Se
é certo que desde a implantação violenta da república o movimento
monárquico português enfrenta terríveis dificuldades de afirmação, tal
deve-se não só à repressão mais ou menos agressiva que sofreu, mas
sobretudo à dificuldade que os seus apoiantes vieram demonstrando em
estabelecer prioridades que, para lá do indispensável debate de ideias,
privilegiassem uma mensagem clara e de unidade: o apoio incondicional a
uma instituição representativa da nossa identidade transgeracional como
Nação de 900 anos de história, isto é, na Coroa Portuguesa, cujos
direitos dinásticos estão na pessoa do Senhor Dom Duarte, Duque de
Bragança.
Acontece
que, sem que se veja sobressair um pensamento novo ou personalidade
intelectual que marque a nossa geração, o debate entre as diferentes
sensibilidades monárquicas nos dias que passam termina quase sempre em
zangas tão insanáveis quanto pueris, o que compromete a já precária
relevância pública da nossa Causa – nem que seja por desperdício de
energias.
Passados
mais de cem anos sobre o 5 de Outubro de 1910, deveria constituir
grande preocupação que a nossa geração não tenha ainda dado à luz uma
obra digna desse nome para uma renovação do pensamento monárquico que
fez história no século XX: então, tivemos personalidades ilustres e
distintas como Jacinto Ferreira, João Camossa, João Taborda, Francisco
Sousa Tavares ou Barrilaro Ruas, Mário Saraiva, António Sardinha,
Hipólito Raposo, Pequito Rebelo, Almeida Braga, Alfredo Pimenta, e
Alberto Monsaraz. Hoje, os poucos que pensam o assunto, as mais das
vezes fazem-no levianamente nas redes sociais, consumindo-se numa
disputa fratricida com os que afinal não deixam de ser seus
correligionários. Se o debate de ideias é vital para a credibilidade e
consistência da doutrina monárquica, mais decisiva será uma sã
coexistência dos diferentes modos de pensar e de ler a realidade. Dessa
forma enriquece-se a produção doutrinária e desloca-se o foco do
conflito para aquilo que numa escala de valores correcta deveria ser o
alvo prioritário da nossa acção: o combate ao ideário republicano (se é
que ele existe) e aos (apesar de tudo poucos) facciosos que ainda o
defendem. É nesse sentido que o Correio Real desde o seu primeiro número
patrocina e desafia a contribuição de quantos se dignem a participar
com diferentes opiniões e sustentadas perspectivas sobre História e
Monarquia.
Ainda
que sob o signo do improviso e da falta de recursos, os inconformados
bravos da Galiza que seguiram Paiva Couceiro para a rebelião armada,
tradicionalistas ou liberais puseram de lado as suas bandeiras e
sacrificaram-se pela mesma e comum causa maior: Portugal. Nisso devíamos
seguir-lhes o exemplo, em homenagem aos nossos antepassados, em
comunhão com o nosso Príncipe, para felicidade dos nossos sucessores.
João de Lancastre e Távora
Absolutamente de acordo. Alguns adeptos da Causa Monárquica, esquecem-se de que um Rei está acima de ideologias partidárias e é Rei de todos os Portugueses, por isso não se entende porque se comportam como mais um Partido de oposição, teimando em "colar-se" a supostas ideologias partidárias que tanto dano tem feito à nossa Nação. A causa ganharia mais, se pusessem essas diferenças de lado e se preocupassem em arranjar reais soluções para os problemas do País, sejam elas "conotadas" de Esquerda ou de Direita. Aproveite-se o que de melhor tem cada partido e descartem-se lutas infrutíferas. Isto é apenas um exemplo e uma simples opinião, que aqui comparto co a maior humildade e respeito por todos quantos pensam Portugal.
ResponderEliminarBem hajam todos os Portugueses !!!