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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

NEVADA DE BRAGANÇA, "DUQUESA DO PORTO"

Nevada de Bragança – uma Alteza à “margem” Real

Também na História Portuguesa os casamentos morganáticos, aqueles em que alguém detentor de um título real, imperial ou outro de grande nobreza, contrai casamento com indivíduo de categoria social inferior, marcaram a linhagem da Casa de Bragança.

Os casamentos morganáticos, frequentes a partir de meados do século XIX e a que não são alheios motivos económicos ou de alguma frivolidade tiveram o seu grande expoente com o casamento de Eduardo VII de Inglaterra com a americana Gladys Simpson (1937), de Carol II da Roménia com Elena Lupescu e, em Portugal de Fernando II de Portugal, príncipe de Saxe-Coburgo-Gotha e viúvo de D. Maria II, com a helvética Elise Hensler (1869), criada Duquesa de Edla. Nas monarquias actuais o casamento morganático não assume a relevância da época pois permite a extensão de títulos aos consortes e à descendência. Vejam-se os exemplos das Casas Reais de Espanha, Dinamarca, Inglaterra, Holanda, Noruega e Suécia, entre tantos outros.

Um caso certamente menos conhecido da História Portuguesa prende-se com a figura de NEVADA DE BRAGANÇA, mulher do Infante D. Afonso de Bragança, 3º Duque do Porto e irmão de Dom Carlos, Rei de Portugal.

Nevada Stoody Hayes, de solteira, nasceu em Sandyville, Ohio em 21 de Outubro de 1885 e veio a falecer em Lake Land, Polk County na Florida em 11 de Janeiro de 1941 sendo sepultada no Maple Grove Cemetry em Ovid, Condado de Clinton no Michigan.


Filha de Jacob Walter Stoody (1846-1922) e de sua mulher Nancy Miranda McNeel (1848-1922), foi uma entre tantas mulheres da sociedade americana do primeiro quartel do século XX que buscaram casamentos entre milionários ou membros da realeza europeia ansiosos por melhores confortos financeiros. Esta situação é-nos hoje patenteada brilhantemente pela série Downton Abbey onde a protagonista (Elizabeth McGovern), americana de nascimento, é casada com um aristocrata britânico ascendendo assim à titularidade.


Nevada foi casada por quatro vezes. O primeiro marido foi Lee Agnew (1867-1924), representante em Nova York do velho Record-Herald e de quem deixou um filho, David Agnew. O segundo marido, com quem casou um dia depois do seu divórcio, casou com o septuagenário William Henry Chapman (1834-1907) que à morte, um ano depois do casamento, lhe legou a quantia milionária de 8 milhões de dólares, facto que os jornais utilizaram para apelidar Nevada como "the $10 million widow”. Viúva, viajou pela Europa onde se contam vários potenciais pretendentes de famílias da velha aristocracia europeia. Viria a casar terceira vez em 1909 com Philip Van Valkenburgh (1853-1950), membro de uma velha família nova-iorquina e de quem se divorciou pouco tempo depois, logo após uma grande batalha judicial.

O seu quarto casamento, realizado em Roma em 26 de Setembro de 1917 e em 23 de Novembro em Madrid com o Duque do Porto elevou-a à titularidade nunca tendo sido reconhecida como tal pela Família Real Portuguesa no exílio.

Após a morte de D. Manuel II, sobrinho de seu marido, Nevada peticionou, sem sucesso, ao governo republicano de Portugal para que lhe fossem garantidos todos os fundos da família real uma vez que se considerava o membro mais velho da mesma.

Viajando de novo para os Estados Unidos em 1921, mandou fazer uma urna de bronze assente numa base de bronze pesando cerca de meia tonelada para trasladar o corpo de D. Afonso, de Nápoles para Lisboa. Em 1935 viajou no Ile de France para Nova York depois de passer dois meses na Alemanha tendo inclusivamente referido que tinha ficado “grandemente impressionada com Adolf Hitler”.

Não deixou geração dos três últimos casamentos.

Herdeira universal do marido esteve uma única vez em Portugal, por ocasião da trasladação do corpo do marido para o Panteão Real em São Vicente de Fora. Da sua herança conta-se a tela Batalha do Cabo de São Vicente, da autoria de Antoine Léon Morel-Fatioadquirida pelo Estado Português e que hoje figura no Museu da Marinha em Lisboa.

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O Duque do Porto, Infante D. Afonso de Bragança (Afonso Henrique Maria Luís Pedro de Alcântara Carlos Humberto Amadeu Fernando António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando Inácio de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança), nasceu em Lisboa em 31 de Julho de 1865 e veio a falecer em Nápoles em 21 de Fevereiro de 1920. Foi o 3º Duque do Porto, 24º Condestável de Portugal, 109º Governador e 51º e último Vice-Rei da Índia. Segundo filho do rei Dom Luís e da Rainha Maria Pia de Saboia, Princesa da Sardenha, foi jurado herdeiro presuntivo da Coroa Portuguesa durante o curto reinado de seu sobrinho Dom Manuel II, após a Implantação da
República em 1910.


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