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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

ATÉ SEMPRE, JOÃO FERREIRA ROSA

Foto de TV Monarquia Portuguesa.
Deixou-nos um grande fadista e um enorme monárquico




Portugal Foi-nos Roubado
Popular/João Ferreira-Rosa


Portugal foi-nos roubado
há que dizê-lo a cantar
para isso nos serve o fado
para isso e para não chorar

cinco de Outubro de treta
o que foi isso afinal
dona Lisboa de opereta
muito chique por sinal

sou português e por tal
nunca fui republicano
o que eu quero é Portugal
para desfazer o engano

os heróis republicanos
banqueiros, tropa, doutores
no estado em que ainda estamos
só lhes devemos favores

Outubro Maio e Abril
cinco, dois oito, dois cinco
reina a canalha mais vil
neste branco verde e tinto

Sou português e por tal
nunca fui republicano
o que eu quero é Portugal
para desfazer o engano


REQUIESCAT IN PACE.

João Ferreira Rosa (de seu nome, João Manuel Soares Ferreira Rosa) *Lisboa, São Mamede, 16.02.1937 - † Lisboa, Loures, 24.09.2017. Era filho de Manuel Ferreira Rosa e de D. Sofia Ribeiro Soares. Neto paterno de Manuel Ferreira e de D. Belmira Rosa Vieira e neto materno de Bartolomeu Diniz Soares e de D. Leonor Ferreira Ribeiro.

Biografia:

Autor e intérprete de uma obra singular no panorama musical português, pelo seu lirismo, pureza e musicalidade, João Ferreira-Rosa é um dos maiores expoentes do fado tradicional e lusitano ainda vivos. Monárquico convicto e fascinado pelas tradições portuguesas, o seu repertório aborda o amor e o sentimento de perda — Triste sorte, Os lugares por onde andámos, Fado das Mágoas, Acabou o Arraial, Mansarda ou Pedi a Deus, todos com letra de sua autoria —, mas também, de forma recorrente, a nostalgia dos tempos perdidos, de um Portugal esquecido, das navegações, das romarias e das touradas — onde se podem inserir temas como Fado Alcochete, Fado Sonho ou Fado dos Saltimbancos, o primeiro também com letra sua; o segundo de Francisco Duarte Ferreira e o terceiro de Isidoro de Oliveira.

Sem prejuízo, o fado que torna Ferreira Rosa conhecido do grande público é o Fado do Embuçado, tema incluído no seu primeiro EP, editado em 1961. Composição singular, com música do Fado Tradição, da cantadeira Alcídia Rodrigues, e letra de Gabriel de Oliveira, é incontornável em qualquer noite ou tertúlia fadista. O tema mais uma vez é o tempo de antigamente, uma curiosa história de um embuçado (homem disfarçado com um capote) que todas as noites ia ouvir cantar fados e que, tendo um dia sido desafiado a revelar-se, se manifesta como sendo o Rei de Portugal, que após o beija-mão real cantou o Fado entre o povo.

João Ferreira Rosa actuou pela primeira vez em público aos 14 anos, no velho Teatro Rosa Damasceno, em Santarém, durante uma festa da Escola de Regentes Agrícolas de Santarém. A actuação tem uma razão de ser; cantar o Fado era, na "Escola Agrícola", uma forma excelente de escapar às praxes dos colegas mais velhos. Em 1961 estreou-se na rádio, ao participar no programa Nova Onda, da Emissora Nacional, ao lado de outros fadistas amadores como Mercês da Cunha Rego, Teresa Tarouca e Hermano da Câmara.

Em 1965 João Ferreira Rosa adquire um espaço, no Beco dos Cortumes, no carismático bairro de Alfama, a que chamou A Taverna do Embuçado. Inaugurada no ano seguinte, esta casa viria a marcar toda uma era do Fado ao longo dos 20 anos que se seguiram, até que Ferreira Rosa deixa a gestão na década de 1980, cedendo-a a Teresa Siqueira, depois também de ter sofrido uma ocupação durante o PREC. O espaço, contudo, ainda hoje existe.

Também nos anos 1960, adquiriu o Palácio Pintéus, no concelho de Loures, que estava praticamente em ruínas e destinado a converter-se num complexo de prédios. Ferreira Rosa recuperou o palácio, lutando contra diversos obstáculos burocráticos e administrativos que lhe foram sendo colocados — nas suas palavras, o Instituto Português do Património Arquitectónico estragou-lhe os últimos 30 anos dos 70 que já leva de vida. Abriu o Palácio Pintéus as suas portas ao público em 2007 e lá se realizam diversos eventos ligados ao fado. Muito antes disso nele se realizaram diversas actuações transmitidas a preto e branco pela RTP, casos de Alfredo Marceneiro, Maria do Rosário Bettencourt, João Braga ou José Pracana. De resto, Ferreira-Rosa — que à semelhança do velho Alfredo Marceneiro, tem uma certa aversão a estúdios de gravação e à comercialização do fado, preferindo cantar o fado entre amigos, como refere nos versos do Fado Alcochete — resolveu gravar dentro das paredes do Palácio Pintéus o seu disco Ontem e Hoje, editado em 1996, e considerado um dos seus mais sublimes trabalhos.

Nutre uma especial paixão por Alcochete, onde tem vivido nos últimos anos. A esta vila escreveu o Fado Alcochete, que costuma cantar na música do Fado da Balada, de Marceneiro. Entre 2001 e 2003 amigos e seguidores tiveram ainda a oportunidade de o ouvir regularmente em ciclos de espectáculos organizados no Wonder Bar do Casino do Estoril.

Casou a primeira vez com a pianista Maria João Pires.

Casou a segunda vez (em Loures, Santo Antão do Tojal, a 24 de Julho de 1987), com a pintora Ana Maria Gago da Câmara Botelho de Medeiros (Lisboa, 27 de Janeiro de 1936 — 2016).

Morte:
O fadista morreu na manhã de dia 24 de Setembro de 2017, no Hospital de Loures, Lisboa.

Principais interpretações:
Fado do Embuçado
Fragata (Fado Vianinha)
Portugal Foi-nos Roubado
Fado Alcochete
Arraial (Fado Pintéus)
Fadista Velhinho (Fado Lumiar)
Fado Lisboa
Armas sem Coroa
Triste Sorte (Fado Cravo)
Discografia[editar | editar código-fonte]
Fado ‎(LP, Imavox, 1978) Imavox BL 6000 6
Embuçado (Lp, EMI, 1988)
Ontem E Hoje (CD, 1996)
Ao Vivo no Wonder Bar Do Casino Estoril (CD, Ovação)

Singles & EPs:
Embuçado / Fragata / Triste Sorte / Despedida ‎(EP, Columbia/VC) SLEM 2216
O Meu Amor Anda Em Fama ‎(EP, Columbia/VC) SLEM 2235
Partida ‎(EP, Aquila) EP-01-2
Neste País / Santo Estêvão (Single, Imavox, 1977) IM-10185
Neste País / Despedida ‎(Single, Discossete, 1983) D.SG. 185
Compilações
O Melhor De João Ferreira-Rosa ‎(CD, iPlay/Edições Valentim de Carvalho, 2008)
Essencial ‎(CD,EVC, 2014)

(Fontes: Investigação pessoal, GeneAll, Wikipédia)


António Carlos Janes Monteiro


(Lusa) – João Ferreira-Rosa, hoje falecido, em Loures, nos arredores de Lisboa, aos 80 anos, iniciou carreira em 1961, quando actuou pela primeira vez na rádio, e gravou o primeiro disco, em que incluiu “Embuçado”, que se tornou o seu “cartão-de-visita”.

O fadista gravou este poema de Gabriel de Oliveira, na melodia do Fado Tradição, da fadista cantadeira Alcídia Rodrigues, mas ao longo de mais de 50 anos de carreira Ferreira-Rosa gravou alguns fados com letras de sua autoria, como “Triste Sorte”, “Os Lugares por onde andámos”, “Fado das Mágoas”, “Acabou o Arraial”, “Mansarda”, “Pedi a Deus” ou “Portugal Verde e Encarnado”.

João Ferreira-Rosa fez toda a sua carreira cantando apenas fado tradicional, como realçou hoje à agência Lusa o estudioso de fado Luís de Castro, autor de uma biografia de Fernando Farinha.

"Nunca fez concessões, cantou sempre o fado tradicional, permanecendo fiel a uma escola que dignificou", disse.

Valéria Mendez, ex-professora do Conservatório do Funchal, e que colaborou na edição discográfica "Amália em Itália", saída em Abril último, em declarações à Lusa afirmou: "Morreu uma luz vibrante do fado. Um mestre. Um fadista por excelência e de excelência".

A Enciclopédia da Música Ligeira Portuguesa defini-o como de “temperamento irreverente”, que gostava de expressar as suas opiniões publicamente, nomeadamente a favor do regime monárquico, que se “afirmou como personagem singular no meio do fado de Lisboa” e com um “extremamente diminuto” percurso discográfico.

O seu último disco gravado em vida, no seu Palácio de Pintéus, nos arredores de Loures, foi um duplo CD, “Ontem, Hoje”, editado em 1996.

Ferreira-Rosa afirmou à Lusa, numa entrevista, que não gostava de gravar em estúdio, justificando os diminutos discos.

"Podia ter gravado mais até, mas aquela frieza dos estúdios apavoram-me", disse Ferreira-Rosa, que se referia ao fado como "algo profundamente sério, que teve em Amália Rodrigues a sua mais elevada expressão", e que gostava de cultivar "num espírito de tertúlia", como aconteceu muitas vezes no seu Palácio de Pintéus, ou na residência que tinha em Alcochete, no distrito de Setúbal.

Além de dois CD antológicos, “Essencial-João Ferreira-Rosa” (2004) e “O Melhor de João Ferreira-Rosa” (2008), editou quatro outros álbuns, incluindo um de actuações no extinto Wonder Bar, no Casino Estoril, e cerca de dez singles e/ou EP.

O fadista estreou-se no programa “Nova Onda”, da Emissora Nacional, mas a primeira vez que cantou foi aos 14 anos, em Santarém, no Teatro Rosa Damasceno, numa festa da Escola de Regentes Agrícolas de Santarém.

Em 1965, João Ferreira Rosa adquiriu um espaço em Lisboa, no Beco dos Curtumes, no bairro de Alfama, que se tornou A Taverna do Embuçado, que inaugurou em 1966, e por onde passaram nomes como Amália Rodrigues, Maria Teresa de Noronha, Beatriz da Conceição, Artur Batalha, entre muitos outros, e que se tornou “uma sala de visitas de Lisboa”. Após 20 anos à frente desta casa de fados, Ferreira-Rosa entregou a sua gestão à fadista Teresa Siqueira.

Em Novembro de 2012 a Câmara Municipal de Lisboa entregou-lhe a Medalha de Mérito Municipal, grau Ouro.



TV Monarquia Portuguesa

A última grande entrevista dada pelo grande João Ferreira-Rosa foi feita pela Radialista Inga Oliveira numa tarde muito agradável no seu Palácio de Pintéus em finais de 2014. É um documento para a história e que fale a pena ver e ouvir.





O João Ferreira-Rosa vai estar em Câmara Ardente a partir das 18 horas de segunda-feira na Igreja de São Sebastião da Pedreira, onde será celebrada missa de corpo presente às 14,30 h. de terça-feira, após a qual seguirá para o Cemitério do Alto de São João.

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