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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

VESTÍGIOS DE PORTUGAL NA INDONÉSIA

Foto de Nova Portugalidade.

No arquipélago da Indonésia foi breve, no contexto do tempo histórico, a presença portuguesa: cerca de cento e cinquenta anos. Pouco tempo, sim, este século e meio, comparado aos quase quinhentos de soberania portuguesa nas partes da Índia e do extremo oriente. Foi o tempo por que se manteve Malaca, conquistada por Albuquerque em 1511. Tão expressiva foi a influência projectada sobre essas ilhas que os conquistadores Holandeses que adquiriram a sua posse até ao fim da era colonial não se pouparam a esforços para a erradicar.

Evangelizadores, comerciantes, militares vogando para feitorias, introduziram-se nesses territórios remotos, entre a gente estranha, e fizeram do Português a língua franca do arquipélago, a língua em que se entendiam os nativos e os viajantes vindos de toda a parte. O malaio ainda carrega o lastro da miscigenação com a língua europeia, manifestando-se em palavras como beludru (veludo), boneka (boneca), casterol (caçarola), palsu (falso), saku (saco), entre outras, cerca de 100, que derivam directamente de vocábulos portugueses. Alguns enclaves cristãos na Indonésia mantêm muitas mais palavras que são corruptelas das correspondentes em Português.


O nome dos lugares testemunha também a história comum dos nossos dois povos. Na baía de Ambone, nas ilhas Molucas, o canal que conduz à baía interior é chamado Boca; a capital da ilha de Saparuá foi baptizada de Porto; uma outra ilha das Molucas chama-se Pombo; e a ilha das Flores, no grupo das ilhas Sonda, recebeu o seu topónimo de língua portuguesa. Também nos trajes esponsais Minangkabau, em Sumatra, na música de Medan e Ambone, o Kronjong, nas danças que evocam o fandango ribatejano, a marca genética portuguesa é reconhecível.

O Museu Nacional da Indonésia, em Jacarta, guarda ainda os canhões introduzidos pelos Portugueses no arquipélago, o Padrão português, além de peças Ming cinzeladas com a esfera armilar e o luso escudo; os pórticos do Palácio de Água (Taman Sari) dos Sultões de Jogjakarta guardam os nossos vestígios; as ruínas da feitoria de Hila, em Ambone, preservam a nossa memória.

O catolicismo continua enraizado em pequenas comunidades que exibem os sinais da sua fé em ritos que nos recordam os da nossa terra natal: em Larantuca, as Confrarias de Homens e de Mulheres ainda rezam muitas orações em Português, porque crêem que “Deus só entende bem o português”. Na Sexta-feira santa, em Larantuca e em Vure, é feita como em Portugal se fazia antigamente, a procissão, com penitentes, a Verónica, as Mulheres de Jerusalém e símbolos da Paixão.

Hugo Dantas

Nova Portugalidade

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