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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

A OBRA CICLÓPICA DOS PORTUGUESES NA ÍNDIA: BAÇAIM, CAPITAL DO NORTE

Foto de Nova Portugalidade.

A Fortaleza de Baçaim, cidade que foi a capital Província do Norte, a mais importante praça que os portugueses tiveram nessa zona, e que durante mais de um século, rivalizou com Goa em brilho e opulência, conserva-se em grande parte.
Antes da empresa militar de conquista levada a cabo por D. Nuno da Cunha, em 1533, a cidade estava muito bem fortificada, com excelentes baluartes ligados por cortinas, mas com a utilização de minas explosivas fez ruir a fortaleza. Acabou por ser entregue aos portugueses, por um tratado celebrado em 1535, estabelecido pelo sultão Badur e pelo nosso governador. Feitas as pazes, o fidalgo escolheu o sítio para edificar a nova fortaleza, num local um pouco afastado da água, dado que a praia era de areia solta.
Por uma carta enviada por D. Filipe I ao vice-rei da Índia, D. Duarte de Meneses, em 1586, vê-se a preocupação que ele tinha com a fortificação da cidade, lamentando que tendo essa sido começada havia mais de trinta anos ainda não se concluira. Em finais de 1597, foi a Câmara Municipal a dizer que não tinha dinheiro para avançar com as obras. Dois anos depois, o rei diz ter conhecimento dos planos que Giovanni Battista Cairato fizera para a fortaleza, encomendando de novo a D. Duarte que fosse diligente em por esses planos em prática. Foram em vão os pedidos de D. Filipe I, pois em 1595 ainda havia queixas de que as obras decorriam a um ritmo inadmissivelmente lento.
António Bocarro descreveu a fortaleza no seu Livro das Plantas, dando-nos uma visão perfeita da sua estrutura, do seu estado, por esses anos de 1634 ou 1635, bem como da forma como se articulavam os baluartes entre si e os outros dispositivos. Pelo teor da descrição não restam dúvidas que o cronista viu de perto a praça ou então aproveitou um relatório muito circunstanciado de alguém que entendia de fortificação. Os baluartes estavam quase todos por concluir, e em parte arruinados, a necessitar de obras urgentemente. Se era este o estado da fortificação nova, a abaluartada, a velha não estava melhor, abandonada devido à falta de valor estratégico. Hoje em dia conserva-se grande parte da estrutura do recinto amuralhado, na realidade dois, já que o primeiro, o mais antigo e irregular, ainda se mantém igualmente rodeado pelo moderno e abalauartado.
No século XVIII, antes da conquista marata, em 1739, a cidade estava defendida por 10 baluartes poligonais ligados por fortíssimas cortinas, com escarpas interiores e exteriores, e encimadas por largos parapeitos com abertas e canhoneiras, banqueta e passeio da ronda. Os baluartes eram dotados de orelhões, e um deles até já com orelhões redondos, todos de desenho muito evoluído. A porta mais evoluída era a do Mar, cuja entrada era protegida por um baluarte com orelhão, o que foi raro nas nossas fortalezas da Índia. Nos baluartes de Baçaim as peças de artilharia jogavam todas nos terraplenos, não tendo encontrado nenhum acasamatado. A estes terraplenos acede-se por escadas.

Pedro Dias*

*Professor catedrático da Universidade de Coimbra. A Nova Portugalidade agradece ao Professor Doutor Pedro Dias a amabilidade da cedência do texto.

Foto de Nova Portugalidade.

Foto de Nova Portugalidade.

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