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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

RELATO BREVE DA VIDA E OBRA DE UM GRANDE VICE-REI DA ÍNDIA: O MARQUÊS DE ALORNA

Foto de Nova Portugalidade.

Nascido a 29 de Setembro de 1688, Dom Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcellos é bem a prova de que é falsa a noção, tantas vezes propalada por historiadores e tão repetidamente refutada pela História, de que foi decaindo a qualidade dos quadros imperiais de Portugal. Conde de Assumar, Marquês de Castelo Novo e depois de Alorna, foi comendador da Ordem de Cristo, censor da Academia Real, general, governador, escultor de fina prosa e excelente cavaleiro. Em novo, enviou-o o Rei Dom Pedro II, e depois o Rei Dom João V, para que combatesse na Catalunha ao lado do Arquiduque Carlos da Áustria, aliado de Portugal e pretendente ao trono da Espanha. Em 1713, quando as tropas portuguesas regressaram à pátria em penosa marcha peninsular, foi Dom Pedro quem as comandou.

Havendo já provado bom serviço e capacidade de mando, Alorna foi enviado ao Brasil como governador e capitão-general de Minas Gerais. Era ele quem lá representava a autoridade régia quando eclodiu a chamada Revolta de Filipe dos Santos, conjura armada por mineiros locais que desejavam furtar-se ao pagamento dos impostos devidos à Coroa. O governador agiu muito energicamente, debelou a tentativa de traição e mandou que se enforcasse Filipe dos Santos e esquartejasse o seu cadáver. Assim foi e a revolta, perdendo a cabeça, logo perdeu gás. Regressou a ordem ao território e a lei, como a solidariedade exigida entre portugueses do Brasil e portugueses de outras parcelas do império, foi defendida e afirmada.

Em 1744 sucedeu no governo do Estado da Índia ao conselho provisório de D. Francisco de Vasconcelos, D. Lourenço de Noronha e D. Luís Caetano de Almeida, que sucedera ele próprio ao Vice-rei Luís Carlos Inácio Xavier de Meneses. Em 1745, lançou brutal guerra os maratas. Tratava-se de medida urgente e necessária, pois aquele império hindu - que se erguera no século XVII e no século XVIII crescia sem dar sinal de abrandamento - ameaçava de morte a posição dos portugueses na Índia e quase conseguira expulsá-los de Goa em 1739. Chefe determinado, o Vice-rei entendeu a dimensão do perigo e aprontou-se a combatê-lo. De maneira a conquistar para Goa a profundidade estratégica de que esta província precisava para poder ser preservada, fez aos maratas a guerra de que há pouco se falava. A campanha teve o máximo sucesso e constituiu momento de viragem em processo que parecia caminhar para a extinção da presença lusa na Índia. Foi o início das Novas Conquistas, avançando os portugueses do seu baluarte de Tiswadi, ilha muito guarnecida e sempre inexpugnável, para áreas vastas de terra até ali hindu. Em 1746, Portugal bateu os maratas em Alorna, o que valeu ao Vice-rei marquesado com o nome do campo da vitória; com esse importante triunfo, o Estado da Índia devolveu a calma às terras de Bardez e abriram-se portas à conquista das praças de Bicholim, Sanquelim e Tiracol, levando Alorna o estandarte português a todas elas. Tomou também Rarim e Neutim, fortaleza muito poderosa e que era considerada o principal porto dos maratas, e infligiu perdas pesadas à marinha do inimigo. Com estes sucessos ficou Goa firme em mão portuguesa, e com extensão que nunca antes tivera, até à invasão indiana de 1961.

Alorna abandonou a Índia com o prestígio que merecia e conquistara com anos de bom governo, sensibilidade diplomática e glória castrense. Antes de regressar à metrópole, escreveu, a pedido de quem lhe sucedeu como Vice-rei, a "Instrução dada pelo Excelentíssimo Marquês de Alorna ao seu sucessor no governo deste Estado da Índia, o Excelentíssimo Marquês de Távora". O texto foi redigido em português esbelto e continua a servir de subsídio valioso a quem se interesse pela vida do Estado da Índia e pela obra de Alorna. A 21 de Fevereiro de 1750, foi nomeado Mordomo-mor da Rainha Dona Maria Ana de Áustria, e em 1752 retornou definitivamente à Europa. Morreria quatro anos mais tarde coberto de honrarias e com a gratidão da monarquia que tão bem servira.

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