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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

SOBRE O ESCÂNDALO DO PANTEÃO: A NP EXIGE RESPEITO POR PORTUGAL

Foto de Nova Portugalidade.

1. Marcou-se ontem (10/11/2017) o fim do Web Summit Lisbon com um jantar realizado na Igreja de Santa Engrácia, um dos dois edifícios que em Lisboa albergam o Panteão Nacional. Não é admissível, nem seria aceite em nenhum outro país decente e civilizado, que local de tão alta importância simbólica seja usado por privados para fins outros que a veneração dos grandes portugueses que ali são homenageados. Trata-se, pois, de utilização descabida, intolerável e vexatória de espaço que é precioso para todos os patriotas portugueses. Indigna a Nova Portugalidade e humilha Portugal frente à comunidade das nações que se tenha transformado o nosso Panteão, sítio de repouso ou celebração de tantos dos nossos maiores nomes, em banal cantina para turistas. Aconteceu, sim, mas não devia ter acontecido. É um choque e uma mancha na dignidade nacional. Não pode repetir-se.

2. A Nova Portugalidade regista com satisfação as palavras duras do primeiro-ministro sobre o sucedido, mas recorda-o de que palavras não bastarão para impedir a ocorrência futura de indignidades semelhantes. Se não foi violada a lei com o jantar de ontem, o que disso poderá retirar-se é que a lei é má, é desadequada e deve ser rapidamente revogada. Jamais poderá um local de tão grande valor testemunhal voltar a ser desflorado com jantares privados ou outros eventos desajustados, e para que assim seja contam os portugueses - e conta a NP - com a dedicação das autoridades competentes em geral e do Ministério da Cultura em particular. Dizer que a lei não é de agora e que foi lavrada por executivo anterior de pouco serve e nada resolverá.

3. Por muito que a legislação actual seja permissiva, não deixa de ser claro que obriga o organismo decisor - no caso, a Direcção-geral do Património Cultural - a rejeitar pedidos de utilização de espaços monumentais que "colidam com a dignidade" dos mesmos. A lei é, como acima se dizia, má, pois entrega a tarefa de decidir - e de decidir arbitrariamente - à DGPC; contudo, não deixa de fornecer à DGPC indicações que esta, notoriamente, foi incapaz de interpretar de modo razoável. Importa, pois, que se apurem responsabilidades e que delas se extraiam todas as consequências. Se as instituições competentes pelo património de Portugal não têm ao leme quem compreenda como se trata o património, o que há a fazer é passar as instituições para mãos mais hábeis.

A Nova Portugalidade

Foto de Nova Portugalidade.

BASTA de humilhações: Portugal reduzido a carpete


Diz o adágio que uma imagem diz mais que mil palavras. O provérbio mostrou estar correcto; ou antes, está-lo-ia se da nossa língua antiga não fosse possível extrair expressão exacta do nosso infamante estado: opróbrio, abuso, saque, vergonha, ultraje. Ontem, no encerramento do Web Summit de Lisboa, demonstração clarividente do colapso do amor próprio do Estado português e da consciência patriótica nos seus líderes: uma horda ignota, rapazes de todos os pontos do globo, jantando no Panteão Nacional; isto é, enchendo-se ao lado dos cenotáfios do Gama, de Camões e de Álvares Cabral, comendo sobre os ossos de Amália e convertendo em banal cantina o que é templo dos nossos maiores homens, dos seus feitos e da sua memória.

Contra o Web Summit em si, nada a dizer: bom é que o mundo ande de olhos postos em Portugal, e bom é, também, que o nome de Lisboa seja hoje sinónimo de inovação e energia criadora. Mas não, pede a Nova Portugalidade e exigem todos os portugueses de coração sincero e firme coluna vertebral, desta maneira. Não reduzindo-nos a tapete do mundo e não, definitivamente, ultrajando o Panteão Nacional, que é tumba física ou simbólica dos mais altos filhos de Portugal.

Se assim nos tratamos nós, que consideração poderá Portugal exigir das outras nações? A questão não é desajustada, tem mérito e é penosamente reveladora. Seria imaginável que a França usasse o seu próprio Panteão Nacional para servir jantar a "empreendedores" vindos de sabe-se lá onde? Alguém vê o Reino Unido rebaixando Westminster e Saint Paul's com comes e bebes, permitindo a desgraça de gotas de vinho sob cúpulas e de coxas de franco sobre a tumba de Nelson, Fleming e João de Gaunt? E a Rússia, toleraria almoços na catedral de São Basílio, no Kremlin, na Dormição, aos pés de Nossa Senhora de Kazan? Serviria a Espanha pães e bolos na basílica do Escorial e em Santiago de Compostela? Fale-se com verdade, com direcção e com clareza: Portugal é um grande país e merece que o conheçam como grande país, mas não se comporta como grande país.

Exige-se pedagogia básica, paciente, já quase infantil do patriotismo. Há que explicar a quem manda o que é Portugal. Parece haver quem julgue que este país - terra pequena que se fez imensa, condado que se ergueu império, povo que saiu da periferia para tornar-se agente maior da História - nasceu ontem e que, havendo nascido ontem, pode acomodar estas inconsciências de gente sem memória e respeito próprio. Ora, assim não é, e por isso exigimos - de nós e dos outros - a consideração devida aos povos graúdos. Uma coisa é certa: se o espectáculo deprimente de ontem - miúdos de países que não existiam há trinta anos enfardando no Panteão - não prova a absoluta urgência que fazia a Portugal uma Nova Portugalidade, nada provará. Sim, precisamos muito deste ministério da dignidade, da espinha e do patriotismo que é a NP. Para recordar os portugueses do que são e convencê-los a ajustarem correctamente o ângulo do queixo: frente aos nómadas do "empreendedorismo", sempre altaneiro; ante os grandes portugueses do passado, nossos avós e nossa inspiração, respeitosamente baixo.


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