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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

ACHA QUE CONHECE "A PORTUGUESA"?



Acha que conhece A Portuguesa? Provavelmente, engana-se a si mesmo. Apenas a primeira de três partes do poema de Henrique Lopes de Mendonça foi convencionada como hino nacional de Portugal, sendo as outras duas desconhecidas da maioria dos portugueses. Conheça aqui A Portuguesa na sua totalidade e aprenda-a, pois esse é o dever de todo o bom português.




Nova Portugalidade

“A Portuguesa foi composta por Alfredo Keil e Lopes de Mendonça, em desagravo pelo Ultimatum de 1890. Num sobressalto patriótico, dedicaram a Marcha a D. Miguel (II) de Bragança, então exilado na Áustria. A Portuguesa, pela sua letra apelando ao glorioso passado do Portugal de sempre, o da Monarquia, e pelo facto de ter sido oferecida à Casa de Bragança, é um hino claramente monárquico.
Os republicanos aproveitaram a força de A Portuguesa, apropriando-se de uma obra que não lhes pertencia e que pela mensagem contraria aquilo que a república foi, é e sempre será: um desastre para Portugal.
Mesmo após a Restauração que virá, continuará a ser o Hino da nação portuguesa.”

"A PORTUGUESA" DEDICADA AOS DUQUES DE BRAGANÇA E À BANDEIRA AZUL E BRANCA


O Hino «A Portugueza» foi inicialmente dedicado aos Duques de Bragança. A capa original continha uma ilustração da Real Bandeira Portuguesa azul e branca. 
 
A ESTA REAL BANDEIRA SE REFERIAM AS DUAS ÚLTIMAS ESTROFES DO HINO, AQUI NA VERSÃO ORIGINAL, ENTRETANTO SUPRIMIDAS PELA REPÚBLICA. 

Desfralda a invicta bandeira,
Á luz viva do teu céo!
Brade a Europa á terra inteira:
Portugal não pereceu!
Beija o teu sólo jucundo
O Oceano, a rugir de amor;
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao mundo!
Ás armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Ás armas, às armas!
Pela patria lutar!
Contra os Bretões marchar!

Saudai o sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do resurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injurias da sorte.
Ás armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Ás armas, às armas!
Pela patria lutar!
Contra os Bretões marchar!

Composição de Alfredo Keil e Henrique Lopes de Mendonça, 
numa feliz e extraordinária aliança de música e poesia, respectivamente, interpretada em 1890, com elevado sucesso.


ALFREDO KEIL, UM MONÁRQUICO E A REPÚBLICA

«No centenário da sua morte, surgem a lume algumas verdades: que Alfredo Keil nunca foi republicano, que não era um pintor sofrível e antes de grande qualidade, um músico elegante e empenhado e que A Portuguesa foi um acaso, um feliz acaso mas um acaso!» Notícia da Lusa, que acrescenta: «Alfredo Keil, autor do Hino Nacional, cujo centenário da morte se completa quinta-feira, foi um “homem genuíno do século XIX, pela sua formação cultural”, afirmou à Lusa a historiadora Ana Xavier, uma estudiosa da sua obra. “Ele fez todo o percurso de uma figura genuína do século XIX, nomeadamente a viagem que encetou pelas principais cidades europeias, além da sua formação”, disse a investigadora.

Alfredo Keil foi “um homem programático, que sabia o queria e que, curiosamente, se torna conhecido por algo que não programou, por um impulso, levado pela reacção nacionalista ao Ultimato inglês [1870]“, sublinhou Ana Xavier. “A Portuguesa” foi “absorvida pela República, sem Keil nada ter feito por isso, tanto mais que não há um único elemento que nos indique qualquer referência republicana em si”. “A Portuguesa”, que rapidamente se tornou popular, foi adoptada como hino nacional em 1911. Além de “A Portuguesa”, Keil foi autor de várias polcas, valsas, peças para piano além de óperas, de que “A serrana” é a mais conhecida, havendo outras que nunca foram levadas à cena no século XX como “Irene” e “Dona Branca”. (…) Para o maestro João Paulo Santos, que em 2002 levou à cena “A Serrana” no São Carlos, Alfredo Keil é um compositor que “procurou um idioma nacional para a música”.

Mas a par da composição, Alfredo Keil “foi um pintor compulsivo e apaixonado” tendo-se inspirado muito nas paisagens da zona de Sintra, onde tinha casa. Estudou pintura em Munique e Nuremberga e mais tarde em Lisboa. Expôs pela primeira vez em 1875, tendo recebido duas medalhas de bronze. Concorreu à Exposição Universal de Paris de 1878, onde obtém uma Menção Honrosa, e no ano seguinte recebe uma medalha de ouro na exposição do Rio de Janeiro. Em 1890 expõe em Madrid, sendo condecorado com a Ordem de Carlos III. Era um pintor bem aceite na sua época e vivia essencialmente da pintura, embora tivesse fortuna familiar. Em 1890 abre uma galeria em sua casa, que se situava no número 77 da Avenida da Liberdade em Lisboa. “Vendeu quase tudo” e o próprio Rei D. Luís comprou algumas telas para a sua galeria no Palácio da Ajuda, segundo João Paulo Santos. O pintor e compositor oferecerá aliás ao monarca o primeiro volume das suas obras musicais, editado pela Neuparth. (…)

Keil, que começou a pintar aos 14 anos, traz uma técnica diferente e isso mesmo lhe nota o crítico de arte António Enes, aquando de uma das suas exposições. A crítica de arte relativamente a Keil foi sempre “exacerbada”, diz António Rodrigues, referindo que o Grupo Leão, dominado por Silva Porto, “preferiu antes ignorar Keil, pelas suas origens românticas”. “Podendo ter sido um diletante, até porque era originário de uma família abastada que fez empréstimos à Coroa, o pintor foi essencialmente um artista empenhado na sua sociedade, um incansável trabalhador que com afinco tanto se aplicou na música como na pintura”, frisa António Rodrigues, sendo esta opinião partilhada por João Paulo Santos e Ana Xavier. (…)

Uma outra faceta desconhecida de Alfredo Keil é a de coleccionador e museólogo em termos profissionais, tendo chegado a organizar um museu de instrumentos musicais que no final da vida foi disperso. Parte deste espólio integra actualmente o Museu da Música, ao Alto dos Moinhos, em Lisboa. “Além de vários instrumentos, alguns fazendo parte da exposição ao público, há no Museu também várias partituras suas”, disse à Lusa fonte da instituição. Esse museu, cujo catálogo foi escrito por Keil, reunia 400 objectos da Europa, África e Ásia. »

Lisboa, 02 Out 2010 (Lusa) – excerto

Fonte: blogue portadovento

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