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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

MOMENTO ALTO DE CULTURA, HISTÓRIA E SENTIMENTO

Foto de Nova Portugalidade.
Presidida por SAR, o Príncipe da Portugalidade, excepcional conferência do Professor Pedro Dias promovida pela NP sobre Malaca Portuguesa de Ontem e de Hoje. Momento alto de cultura e patriotismo que terminou em demorada ovação ao insigne catedrático.

Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.
Foto de Nova Portugalidade.

Agradeço muito aos responsáveis pela NOVA PORTUGALIDADE a oportunidade de apresentar, nesta quarta feira, 21 de Fevereiro, no Palácio da Independência, alguns resultados do meu trabalho sobre a Diáspora Portuguesa e, neste caso concreto, sobre Malaca, realidade que estudo, há 30 anos. Foi uma reviver da história do seu urbanismo, da sua arquitectura, de outras disciplinas artísticas, e também das comunidades que aí viveram e daquelas que ainda vivem e que, justamente, se assumem como portugueses ou, pelo menos, de origem portuguesa. Foi uma notável experiência ter uma sala cheia de jovens entusiasmados, e ter a presidir à sessão SAR o Senhor D. Duarte de Bragança. À Sociedade Histórica da Independência de Portugal também manifesto o meu agradecimento pelo excelente acolhimento. Valeu a pena e senti-me muito acarinhado por todos os presentes. UM AGRADECIMENTO IMENSO.





quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

LIVINGSTON RESPONDE AOS TRATANTES

Foto de Nova Portugalidade.

Re-História: para restabelecer a verdade histórica

Livingston responde aos tratantes


"Os portugueses não dão mostras de dureza em relação aos negros e não têm preconceitos contra as pessoas de cor. (...) Habituado a ser confrontado com os ridículos preconceitos de que são vítimas os mestiços, foi para mim uma verdadeira alegria ver como as pessoas de cor são tratadas pelos portugueses desta prov
íncia [de Angola]. (...) Os empregados partilham as refeições com o patrão e sem que ninguém se preocupe com as diferenças da cor da pele. (...) Nunca vi em parte alguma tão bom relacionamento entre indígenas e europeus".

Como dizemos sem parar, há que ler para não nos deixarmos enganar pelos maníacos do politicamente correcto, pelos falsificadores da História, os manipuladores de sentimentos e essa nova troupe de académicos sem pingo de honestidade que por aí anda a inquinar e desfazer o que o tempo construiu.

O naco de prosa que reproduzimos não é de 1970, nem de 1950, nem mesmo do início do século XX. Foi retirado de David Livingston e foi publicado em 1857 sob o título Missionary Travels and Researches in South Africa.


Recolha e tradução da Nova Portugalidade

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

O INFANTE PORTUGUÊS QUE OS ESPANHÓIS CANTAM

Foto de Nova Portugalidade.

"Por Dios, por la Patria y el Rey lucharon nuestros padres,
Por Dios, por la Patria y el Rey lucharemos nosostros también."


Os interessados na História recente do Reino de Espanha conhecerão as campanhas empreendidas pelos Carlistas, primos ideológicos dos Miguelistas portugueses, contra os governos liberais da Espanha oitocentista. O seu combate desigual, e muitas vezes heróico, marcou indelevelmente os últimos dois séculos da vida espanhola. Teve, também, grande e duradouro impacto político, pois os carlistas, ao contrário dos miguelistas portugueses, conservaram até recentemente papel central nos equilíbrios políticos de poder. Na guerra civil de 1936-1939, que opôs as esquerdas às direitas em brutal e sanguinolento conflito, os carlistas formaram parte da coligação vencedora. Hoje ainda, o ramo carlista congrega alguns monárquicos espanhóis, particularmente nas regiões de Navarra e do País Basco. Menos sabido é que um dos mais celebrados chefes carlistas era português e nascido no Rio de Janeiro.

O hino carlista, a Marcha de Oriamendi, é conhecido cântico patriótico espanhol. Foi, também, parte do hino nacional espanhol durante o regime do General Francisco Franco. O encontro celebrado na marcha, a Batalha de Oriamendi, foi travado entre os exércitos fiéis a Dom Carlos Maria Isidro, Infante de Espanha e irmão do anterior monarca Fernando VII, de persuasão política tradicionalista e anti-liberal, e o exército liberal de Isabel II de Espanha, sobrinha de Carlos e filha de Fernando. Entre os isabelinos marchavam numerosos ingleses da Legião Auxiliar Britânica, enviados pela Grã-Bretanha para o esmagamento da insurreição carlista. A batalha terminou em rotundo triunfo para os fiéis a Dom Carlos, não obstante a larga superioridade de homens e armas dos isabelinos. O general carlista era Dom Sebastião Gabriel de Bourbon e Bragança, Infante de Portugal.

Simultaneamente neto de Dona Maria I e do filho daquela, Dom João VI (o seu pai, Pedro Carlos de Bourbon e Bragança, era filho da Infanta Mariana Vitória de Portugal, por sua vez filha de Dona Maria e irmã de Dom João VI; a sua mãe, a Infanta Maria Teresa de Portugal, era filha de Dom João VI e neta de Dona Maria), o Infante nasceu no Rio de Janeiro, em 1811, e foi baptizado como Sebastião Gabriel Maria Carlos João José Francisco Xavier de Paula Miguel Bartolomeu de S. Geminiano Rafael Gonzaga de Bourbon e Bragança. Neto, como vimos, de dois monarcas portugueses, Dom Sebastião era, ainda, bisneto do Rei Carlos III de Espanha. Contudo, o único título que carregou desde o berço foi o de Infante de Portugal - o de Infante de Espanha só o receberia em 1824.

Devido à invasão francesa da metrópole portuguesa, o Infante Dom Sebastião nasceu, como se viu, no Rio de Janeiro, e no Rio de Janeiro residiu até 1821. Nesse ano, retornando a corte portuguesa à Europa, Sebastião seguiu-a também. Não, todavia, para Lisboa. Embora o seu pai tivesse falecido em 1812, Sebastião e a mãe instalaram-se em Madrid no regresso à Europa. A sua mãe, como Infanta de Espanha, o que era por direito do marido já morto; Sebastião, como Infante de Portugal com razoável pretensão aos seus direitos espanhóis. Estes foram-lhe reconhecidos por Fernando VII de Espanha, passando Sebastião a Infante de Espanha e de Portugal.

Com a morte de Fernando VII e a guerra civil entre os partidários de Carlos, defensores da monarquia tradicional e católica, e os de liberais de Isabel confrontando-se pelo futuro da Espanha, o Infante Sebastião acabaria por erguer armas por Carlos. Nisso foi muito influenciado pela sua mãe, Maria Teresa de Portugal, cuja simpatia estava com o partido carlista. Em 1838, de resto, a mesma Maria Teresa casar-se-ia em segundas núpcias com Carlos Maria Isidro, convertendo-se desse modo em Rainha de Espanha para os carlistas. Foi incentivado pela mãe, pois, que o Infante Sebastião se alistou na causa de Carlos, e essa causa defendeu esmeradamente. Oriamendi foi, provavelmente, a maior das vitórias carlistas contra as forças liberais espanholas.

Derrotados os carlistas, Sebastião foi forçado ao exílio e privado de todos os seus títulos espanhóis, passando novamente a assinar apenas como Infante de Portugal. Regressou a Espanha décadas mais tarde, perdoado pelos vencedores e obtendo a recuperação das dignidades que lhe devia o país nosso vizinho. Tentou mais que uma vez a reconciliação entre os ramos desavindos da família, mas sem sucesso. Morreu em 1875 com 63 anos.

RPB

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

SOMOS NACIONALISTAS? CLARO QUE NÃO, SOMOS DA PORTUGALIDADE

Foto de Nova Portugalidade.

O nacionalismo é coisa nova em Portugal; nova e tardia, inventada em finais do século XVIII e exportada pela Europa oitocentista por uma verdadeira "internacional nacionalista" - o "cosmopolitismo nacionalista" a que aludia Anne-Marie Thiesse na sua incontornável Criação das Identidades Nacionais - que fez estragos, dividiu o que era uno e juntou o que nunca estivera unido.

É hoje sabido que o nacionalismo nasceu da invenção de um passado mítico, socorrendo-se as mais das vezes de manipulação de fontes literárias, invenção de textos e, até, invenção de línguas anteriormente quase inexistentes. Tudo começou com Macpherson, que literalmente inventou o celtismo. Depois, foi a vez de Herder, de Goethe e dos irmãos Grimm criarem uma identidade alemã, jamais comprovada, a partir de colecções de lendas, delas retirando um "volkstum" e um "volksgeist" (um espírito popular) que indiciava uma "essência nacional". Ora, se perguntassem a Mozart se era alemão ou austríaco, este responderia que não era nem uma coisa nem outra. Considerar-se-ia, apenas, súbdito do arcebispo-príncipe de Salzburgo e, por extensão, súbdito dos Habsburgos.

Grande parte dos "nacionalismos" nasceram de colagens, recortes e importações literárias. O "nacionalismo" sérvio foi inventado por Prosper Mérimée na célebre La Guzla, o "nacionalismo helénico" saiu das antologias de Claude Fauriel e o mito de uma Roménia latina foi urdido pelos irmãos Shott a partir de contos valáquios. Depois, coube aos nórdicos desenterrarem sagas a partir da oralidade (a oralidade não resiste a duas ou três gerações), pretendendo recriar o volkstum viking, preenchendo um hiato de mil anos obscuros.

Este movimento que sacudiu a Europa ao longo de Oitocentos - o nacionalismo - serviu para a engenharia da fabricação dos Estados contemporâneos e teve como instrumento de difusão a imprensa (o periodismo), a fixação de "línguas nacionais" através de dicionários e gramáticas, bem como a rede de ensino primário. Pode-se dizer, com propriedade, que o nacionalismo é (e foi), nesta acepção, uma invenção; em suma, uma ideologia.

Lembrando o sábio Popper, o nacionalismo constitui a "secularização da superstição religiosa" em sociedades onde o sagrado e o religioso pedem novas ligações e devoções.

Contudo, se há identidade que prescindia desse esforço de estandardização forçada, esse era Portugal. Portugal não precisava de importar o que quer que fosse pois erigira, ao longo de séculos, uma identidade compacta e homogénea - uma consciência nacional - com provas dadas desde a revolução de 1383-85: uma só língua, uma só religião, contornos geográficos estabilizados no século XIII e, depois, um sentido de comunidade que se exportou e incorporou outros "portugueses" pela simples exigência da fidelidade ao Rei de Portugal e ao catolicismo.

O "nacionalismo postiço" europeu de Oitocentos fez estragos que mataram a identidade portuguesa. O liberalismo, ao inventar o cidadão, privou de "cidadania identitária" todos aqueles que se consideravam "portugueses" desde o século XVI. Depois, o estúpido Acto Colonial, separou os habitantes do ainda vasto império remanescente em "colonizadores" e "colonizados". O patriotismo português fora um alicerce da capacidade de resistência e unidade. O "nacionalismo português", aqui chegado no comboio de Paris, empobreceu, reduziu e matou.

Dizia-me há dias um amigo que o "nacionalismo" é o bilhete de identidade de uma sã consciência do grupo. Respondi-lhe que não: esse nacionalismo não é nosso, é uma ideologia, uma simplificação, uma impostura. O verdadeiro esteio da unidade dos "portugueses" está no patriotismo, o mesmo que venceu no passado e uniu, em vez de separar. Os cronistas holandeses que escreveram sobre os Guararapes indignaram-se pelo facto dos seus exércitos - brancos, louros e calvinistas - haverem sido destroçados por um exército de escravos negros, mestiços esfarrapados e brancos papistas. Da Europa nem sempre chega boa mercadoria. O "internacionalismo nacionalista" terá sido, sem dúvida, da pior contrafacção.

MCB


segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

ABRAÇANDO O MUNDO

Foto de Nova Portugalidade.

Tal como D. Afonso Henriques no processo da Reconquista, também as frotas dos Descobrimentos levaram consigo o espírito hospitaleiro e uma forma peculiar que sempre caracterizou a presença portuguesa nos diferentes lugares, povos e nações, desde Marrocos até aos confins do mundo até então conhecido. 

Voltaire, o bem conhecido filósofo francês do século XVIII, elogiou os Portugueses como exemplo de homens extraordinários que, «mau grado toda a ignorância desses tempos, começaram a merecer então uma glória tão durável quanto a do universo...» E acrescenta: «Em menos de cinquenta anos os Portugueses haviam descoberto cinco mil léguas de costa... tudo o que a natureza produziu de útil, de raro, de agradável, foi trazido por eles à Europa.»

Foi também este mesmo filósofo que distinguiu entre os «Descobridores», os Portugueses, e os «Conquistadores», os Espanhóis. Compreende-se esta distinção: dois milhões e meio de aztecas foram chacinados no México, depois de saqueados todos os tesouros; um milhão e oitocentos mil incas morreram pelo saque do ouro. Igualmente, dos guanches, povo primitivo das Canárias, não restou um único. Se a estes números somarmos os valores apontados por muitos autores relativos às espantosas chacinas efectuadas pelos ingleses nos chamados «índios» americanos, podemos ficar com a imagem de formas de estar no mundo dos homens e dos povos, bem diferentes da forma de estar portuguesa. Por isso, misturar, numa suposta e fictícia «epopeia ibérica» dos descobrimentos, homens como Francisco Pizarro ou Fernando Cortez, com os esforçados e valorosos descobridores portugueses, não pode deixar de ser profundamente injusto e afrontoso.

A abertura de novos mundos ao mundo, de que os Portugueses foram os autores, tão admirada e invejada pelos povos europeus, teve ainda características ímpares que mesmo os piores detractores não podem negar. A relação humana estabelecida com outros povos e nações, o estudo da sua língua e dos seus usos e costumes, assim como da fauna e da flora, permitiram avanços científicos excepcionais, abrindo de par em par as portas do mundo moderno. A par deste conhecimento da gente das novas terras descobertas, os Portugueses tiveram igualmente a preocupação de transmitir os seus conhecimentos em áreas tão diversas como a agricultura, as artes e os ofícios.

O conhecimento da língua local foi sempre uma das grandes preocupações dos descobridores lusos, assim como dos missionários que os acompanhavam. Foram numerosos os manuais de aprendizagem compilados, quer das línguas nativas quer do português para os povos com quem entravam em contacto. A aprendizagem das línguas nativas, preocupação que foi uma das características da colonização Portuguesa, verdadeiramente pioneira, permitiu conhecer melhor o modo de pensar dos diferentes povos sobre todos os aspectos da sua vida. Este foi, sem dúvida, mais um dos enormes serviços prestados pelos Portugueses à Humanidade, trabalho de incalculável valor, pouco conhecido e ausente dos manuais de história. Reconheçamos o seu devido valor.

Miguel Martins

domingo, 18 de fevereiro de 2018

PORTUGAL, O PAÍS QUE OS OUTROS PAÍSES OUVIAM

Foto de Nova Portugalidade.

A fotografia data de 1905. De visita a Lisboa, o Imperador da Alemanha e Rei da Prússia Guilherme II observa com Dom Carlos I, Rei de Portugal e dos Algarves, exercícios realizados pelo exército português. O Imperador da Alemanha enverga uniforme português de coronel honorário do Regimento de Cavalaria N.º 4. A visita do Imperador alemão a Portugal foi uma das muitas vitórias diplomáticas do Rei Dom Carlos, cuja acção energética fez de Portugal nação determinante da arena europeia.


sábado, 17 de fevereiro de 2018

ELOGIO DE DOM JOÃO III, UM DOS MAIORES PRÍNCIPES PORTUGUESES

Foto de Nova Portugalidade.

Injustamente tido por fanático, fraco e acanhado, Dom João III foi, à imagem de tantos grandes monarcas portugueses, vítima de longa e enérgica campanha difamatória. Coroado jovem num tempo em que todas as grandes monarquias da Europa tinham jovens por seu chefe, João herdou o império aos 19 anos, estabilizou-o após a súbita dilatação operada por seu pai, defendeu-o e fortaleceu-o. Em tudo foi formidável. Confirmando o apetite português pelo governo forte e centralizado, João convocou cortes apenas três vezes em trinta e seis anos de reinado. Na cultura, o seu governo coincidiu com período verdadeiramente áureo para Portugal, facto devido, em larga medida, à intervenção do Rei: foi Dom João quem ordenou que se fizesse em Coimbra o Colégio das Artes e Humanidades, instituição a que afectou recursos avultadíssimos e para onde convidou a fina-flor da intelectualidade europeia. Foi também com o apoio de Dom João que se impuseram na Europa os nomes de Garcia de Resende, Garcia de Orta, João de Barros, Gil Vicente ou Pedro Nunes. Erasmo de Roterdão marcaria a sua admiração por João III nas suas Chrysostomi Lucubrationes, obra que dedicou ao Rei português.

Na política externa, no adestramento científico, na produção legislativa, no fomento das letras ou no fortalecimento do Império, os esforços de Dom João evidenciam inteligência, bom senso e dedicação imensa ao bem do Estado. Para povoar, desenvolver e defender o Brasil, o rei ordenou a divisão do território em capitanias e, logo, a constituição de um governo unificado. Em 1548, Dom João daria ao Brasil a sua primeira constituição, o chamado Regimento de Tomé de Sousa, dotando-o do essencial da sua ossatura institucional e administrativa. No Mediterrâneo, onde crescia sempre mais a sombra do Turco, João III ofereceu os navios, homens e ouro de Portugal para defesa da Europa, participando com a Espanha na reconquista de Tunes. No Oriente, defendeu-se uma e outra vez a Índia dos turcos, ganhou-se Macau, chegou-se ao Japão e negociou-se com a Espanha o Tratado de Saragoça, reservando a Ásia a Portugal e entregando o Pacífico a Castela. Com obra tão vasta e governo tão rico em exemplos de sucesso militar, científico, humanístico e diplomático, parecerá extraordinário imaginar João III como inaugurador de um tempo de decadência portuguesa. Pelo contrário, Portugal atingiu com Dom João o ápice da sua História. Poderia pedir-se mais ainda de um só homem?

RPB

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

O FILHO LUSO-MARROQUINO DE AFONSO DE ALBUQUERQUE

Foto de Nova Portugalidade.

De uma interessante comunicação há tempos produzida por Rui Manuel Loureiro num colóquio promovido pela Biblioteca Nacional e pelo Movimento Internacional Lusófono, ficou-se a saber que está a terminar uma longa investigação sobre a infância e juventude de Afonso e Albuquerque. Após porfiado trabalho, Rui Loureiro desvendou, finalmente, os anos obscuros daquele que viria a ser o fundador do império português no Oriente. Albuquerque deixou uma criança, nascida em 1501 e cuja educação confiou à sua irmã. Essa criança (Brás de Albuquerque), que viria a ser o herdeiro da fortuna do pai e ocupou relevantes funções, era filho de uma rapariga marroquina que o Terribil terá conhecido durante os anos em que serviu nas praças do norte de África. Onde está o suposto fanático religioso, o matador de mouros e o inimigo do Islão? Como a abundante documentação o atesta, Albuquerque percepcionou as diferenças e várias obediências do mundo islâmico, usando-as para aplicar o seu plano de domínio do Mar Vermelho e Golfo Pérsico. Foi um entusiástico defensor de uma aliança entre Portugal e a Pérsia xiita.

Dessa amplitude mental é também Brás, seu filho, prova eloquente. Tudo sugere que a mãe do
filho de Albuquerque não seria muito diferente daquela que escolhemos para ilustrar este postalinho.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

UMA AMIGA DE PORTUGAL E DA VERDADE

Foto de Nova Portugalidade.

Por razões profissionais, recebi hoje um velho diplomata português, homem experimentadíssimo, excelente conversador, culto e com quem partilho interesses comuns. Foi durante muitos anos Embaixador de Portugal no Irão, ali desenvolvendo um notável trabalho.

Entre as muitas histórias que pretende fixar numas memórias, contou-me um curioso episódio passado com Mary Robinson, antiga Presidente da Irlanda e, depois, Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos. De passagem por Teerão, Mary Robinson presidiu a um congresso sobre direitos humanos ao qual acorreram centenas de delegados de todo o mundo.

Após a intervenção de um orador mais exaltado, que repetira as baboseiras ainda marcadas pela retórica de Bandung, Mary Robinson pediu a palavra e corrigiu o irritante discursante: "estando de acordo com muito do que disse, lamento que continue a confundir os portugueses com outros colonialistas, pois por muitos defeitos que os portugueses possam ter, nunca foram como os outros. Foram, se tal expressão se pode usar, bons colonialistas, os melhores colonialistas". O Embaixador de Portugal sentiu-se inchado de orgulho. Os outros, calaram-se.

MCB

PORTUGUÊS DE MALACA FALOU À IMPRENSA SOBRE A CONTRIBUIÇÃO CULTURAL PORTUGUESA

Foto de Nova Portugalidade.

O nosso amigo José de Santa Maria, português de Malaca, falou à imprensa malaia sobre a valiosa contribuição dos portugueses para a cultura daquele país asiático. Portugal está naquela área da Ásia desde 1511 - e dela nunca saiu verdadeiramente. Os portugueses têm de meter na cabeça que o seu país não é o que parece. É maior e é global.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

MISSAS EM MEMÓRIA DE SUA ALTEZA O SENHOR DOM HENRIQUE DE BRAGANÇA

Recordamos que HOJE, dia 14 de Fevereiro de 2018, será celebrada uma Missa por Alma de Sua Alteza o Senhor Dom Henrique de Bragança, Infante de Portugal e Duque de Coimbra, no dia em que passa um ano desde a sua partida.
A Missa contará com a presença de Sua Alteza o Senhor Dom Miguel de Bragança, Infante de Portugal e Duque de Viseu, e decorrerá na Igreja dos Carmelitas (Stella Maris), à Foz do Douro, pelas 19h00.



A Real Associação de Viseu informa que HOJE, dia 14, às 
19:00 horas, na igreja Paroquial de Santar, se realizará a Missa em Memória de Sua Alteza o Senhor Dom Henrique de Bragança, Infante de Portugal e Duque de Coimbra.

BEM-VINDA, ANUNCIAÇÃO

Foto de Nova Portugalidade.

"Anunciação", de Álvaro Pires de Évora, também conhecido entre os italianos como "Álvaro Pietro di Portogallo". Maravilha da arte portuguesa de Quatrocentos, esta obra foi ontem adquirida pelo Estado português realizado em Nova Iorque. Está agora a caminho de Portugal.


MARINHA PARA TODOS

Foto de Nova Portugalidade.

Para a Exposição Colonial Internacional de Paris de 1931, certame destinado a exibir as glórias imperiais europeias, Portugal não se limitou a mostrar a antiguidade da sua presença em África, a diversidade de povos e culturas, as artes nativas e a obra material desenvolvida. Ao contrário da França, da Bélgica e da Grã-Bretanha, cujos pavilhões eram guardados simbolicamente portropas de infantaria colonial, Portugal para ali destacou militares da sua Marinha de Guerra, não marinheiros europeus, mas marinheiros negros. Foi um choque, pois a ideia que então as potências coloniais de si faziam enquanto Estados vocacionados para a expansão, repelia a possibilidade de os africanos poderem ser marinheiros.

Foto: 1º Marinheiro da Marinha Portuguesa de guarda ao Pavilhão de Angola.